Choices escrita por Kaah, Luh Chris


Capítulo 9
Trocando farpas


Notas iniciais do capítulo

Olááá amores!!!

Primeiramente peço desculpas pela nossa demora. É chato ficar muito tempo sem capítulo novo, mas Luh e eu fazemos tudo juntas, escrevemos e editamos juntas. As vezes nossos horários não batem. Mas nosso empenho esta em cada capítulo...

Esse é um dos que eu mais gostei até agora, esta começando a ficar bom, e para compensar a nossa demora esse ficou bem grande!!

Espero que gostem!

:*



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Faz três semanas que estou na Audácia. Nesse período eu enfrentei um pouco de tudo. Treino físico exaustivo, treino técnico com o lançamento de facas – que descobri ser muito boa – e o pior, tive que aguentar uma versão insuportável do Tobias. Ele tem me ignorado como eu pedi na nossa última conversa. Durante o treinamento é grosso, mal-humorado e só me dirige a palavra para dar alguma instrução ou para me repreender. Faço um esforço enorme para não discutir com ele, o que é muito difícil, pois eu sempre odiei prepotência e ele se tornou um arrogante prepotente!

Quando não estou no treinamento, estou sendo embonecada por Christina. Ela sempre arruma um jeito de me levar para comprar roupas e insiste em ir ao fosso nas horas vagas, segundo ela, tem muito gatinho lá. Eu nunca reparei, sempre que vou ao fosso só vejo as pessoas bebendo até cair ou se agarrar nos cantinhos. Tobias sempre está com os amigos e a garota que não desgruda dele, Maria, esse é o nome dela.

—Ah vamos Tris, vai ser legal, prometo! – Dizia Christina, pela milésima vez tentando me convencer a ir ao estúdio de tatuagens com ela. Estávamos no dormitório aguardando o resultado da primeira fase de treinamento.

—Chris, eu estou exausta! Essa última semana de treino foi a pior. Tudo o que eu quero hoje é saber esse bendito resultado e depois dormir.

—Não, Tris, não! – Exclamou Christina – Hoje vai ter a festa de encerramento no fosso e você não vai ficar aqui dormindo. Não vou permitir isso – Ela balançava a cabeça indignada.

Estava com um jeito sério e com aquela expressão que dizia claramente que ela me infernizaria até eu concordar. Senti que estava perdida.

—Está bem! – Disse rendida e irritada – Mas eu não pretendo fazer nenhuma tatuagem!

—Ok, ok! – Christina disse dando pulinhos e batendo palmas. Igual uma criança de 2 anos.

—E! – Levantei um dedo – Não pretendo ficar muito tempo no fosso. Não quero ficar vendo as pessoas enchendo a cara e você me empurrando algum garoto.

—Tudo o que você quiser – Ela disse.

—E aí! – Disse Will se aproximando de nós. Ele é um iniciado transferido da Erudição e se tornou nosso amigo, mas eu desconfio que a Chris tenha uma quedinha por ele.

—Oi Will – Respondemos juntas. Ele se sentou entre mim e Christina e passou os braços por cima dos nossos ombros.

—Ansiosas pelo resultado? – Ele perguntou.

—Um pouco – Eu disse – Sei que não vou pegar uma colocação muito boa, mas espero não ficar muito abaixo.

—Você vai se sair bem Tris – Disse Christina – Você começou sem saber nada, mas conseguiu evoluir muito. Eu diria até que a implicância do Quatro ajudou nisso. Quando ele implicava com você, seu ritmo aumentava.

—É mesmo – Disse Will – Se lembra do dia que ele quis lutar com você, por que dizia que você era muito fraca e não aguentava dar um soco direito? – Lembro, aquele dia eu quis matá-lo, se eu tivesse como eu teria feito. Will e Christina riram com a lembrança, eu não.

—Naquele dia você ficou até tarde treinando sozinha. Foi difícil te arrancar de lá – Disse Christina – Você ficou muito melhor depois disso.

Dei de ombros. Sei que em parte é verdade. Eu nunca gostei de me rebaixar para ele, sempre mostrei que ele poderia me pressionar o quanto quisesse e eu jamais cederia. Mas isso não significa que eu sou grata. Sei que ele me quer fora daqui, ele quer que eu fracasse e seja expulsa, por isso me força tanto.

—O papo está ótimo, mas temos que ir Tris – Disse Christina se levantando da cama.

—Temos?

—Sim! Temos só algumas horas para achar uma roupa e você me prometeu ir até o estúdio de tatuagens – Eu me mataria se pudesse. Me joguei para trás na cama desejando ser sugada para dentro.

—Eu posso muito bem ir vestida assim Chris – Disse olhando para minha calça preta de treinamento.

—A garota simples da Abnegação – Disse Will, e Christina revirou os olhos.

—Nem pensar. Você pode usar essa roupa sem graça amanhã. Hoje você usará algo diferente.

—Acho bom você ir Tris, ela não vai desistir – Disse Will. Ele estava se divertindo com a situação.

Me levantei com a maior preguiça do mundo e a segui até as lojas de roupas. Não havia muitas, mas Christina quis provar tudo que via pela frente. Nunca vi uma garota tão maluca. Nem tantos modelos de roupa, todos eles pretos.

—Olha esse – Ela disse estendendo um vestido para mim. Eu me não mexi e ela veio até mim e colocou o vestido na frente do meu corpo.

—Eu não vou usar isso Christina – Era um vestido que mais parecia uma blusa. Justo e curto. Não, eu não usaria aquilo.

—Tris, você precisa de uma roupa legal, não de uma calça sem graça e uma blusa até o pescoço.

—Chris, eu não consigo usar isso, eu nunca usei roupa curta!

—Há sempre uma primeira vez – Ela piscou.

—Eu vou escolher, se for muito ruim você pode me dar alguma dica, mas nada curto.

—Ok! – Disse bufando.

Comecei a andar e procurar por alguma coisa e escolhi algumas calças, mesmo com Christina gritando nos meus ouvidos para que eu não usasse calças.

Escolhi uma de couro que era bem mais justa do que eu pretendia usar, mas ali as roupas tinham uma tendência mais provocante, nada parecido com as roupas discretas da Abnegação. Eu já tinha tido esse pensamento milhões de vezes, precisava parar de comparar, sou da Audácia agora, pelo menos até essa iniciação terminar e eu puder planejar melhor como fugir daqui.

Me olhei mais uma vez no espelho e me convenci que estava boa. Meu corpo havia mudado muito nessas três semanas. O que antes era magro e sem graça, agora ganhou um pouco de massa muscular, principalmente nas minhas coxas. Gosto do que vejo hoje. Um pouco de vaidade não me fará mal. Não que eu queira usar isso em um dos vestidos da Christina, mas de uma certa forma me sinto bonita agora.

—Já se vestiu Tris? Posso ver? – Perguntou Christina do outro lado da cortina do provador.

—Já – Respondi e ela abriu a cortina.

—Nossa Tris, ficou muito boa essa calça em você! – Dei um sorriso de alívio, pelo menos não teria que lidar com as reclamações dela – Mas... – Opa, comemorei cedo demais – Não com essa regata sem graça.

Christina se virou e segundos depois voltou com uma peça nas mãos.

—Coloque isso – Ela me estendeu a peça – É um tomara que caia.

—Tomara que caia Chris? Com esse nome eu já sei que não quero usar.

—Coloque – Disse erguendo uma sobrancelha.

Peguei a peça e fechei a cortina. Vesti e me olhei no espelho. Não era tão ruim, era justa e não tinha alças, mas era bonita. Abri a cortina e Christina fez um sinal de aprovação.

Esperei ela escolher uma roupa para ela, o que demorou bem mais do que eu. No fim ela escolheu um vestido curto e uma sandália de salto. Eu escolhi uma bota também de salto, pelo menos não me sentiria tão baixinha usando ela.

Quando chegamos ao dormitório havia tumulto e o Tobias estava no centro dele, de costas para a porta. Ele anunciou o resultado da primeira fase de treinamento e se afastou para que víssemos.

10- Tris

Eu havia ficado em décimo lugar. Em décimo!

Senti meu sangue esquentar. Eu passei as últimas 3 semanas me matando de treinar, dei tudo de mim e ele me deixou em décimo?

Não esperava ficar entre os primeiros, mas ser a última colocada me deixou muito irritada.

Larguei as roupas que comprei em cima da cama e saí atrás do Tobias, ele iria me ouvir, estava fazendo aquilo para me irritar, era implicância, com certeza era.

O alcancei no corredor e puxei seu braço com o máximo de força que consegui, mesmo assim ele mal se virou.

—Está de brincadeira? – Perguntei.

—Do que você está falando?

—Não se faça de idiota, aliás, você é um idiota, mas não finja que não sabe do que eu estou falando!

—Tenha cuidado com as suas palavras Tris – Ele disse com uma voz amedrontadora, se eu não estivesse com tanta raiva eu teria ficado com medo.

—Você não tem o direito de me dar o último lugar por pura implicância – Gritei – Se você me odeia, ótimo, mas não seja tão baixo a esse ponto.

Ele me empurrou para a parede e me olhou dentro dos olhos, estava bufando e seus olhos me fitavam de um jeito assustador. Sua mão estava fechada em torno do meu braço, apertando.

—É isso que você acha? Se for, então você é mais estúpida do que eu pensei! – Seu tom de voz era baixo e firme e ele não vacilou nenhuma vez ao falar – Você teve a colocação que mereceu – Disse se afastando e soltando meu braço – Se quiser continuar aqui, se esforce mais.

Depois dessas últimas palavras ele saiu e eu fiquei ali, consumida pela raiva e sem conseguir me mexer. A atitude dele me deixou muito confusa, sua proximidade me fez sentir coisas que eu havia esquecido. Eu quis abraça-lo e quis que ele voltasse a ser meu amigo de antes. Aquele que me protegeria ao invés de me lançar aos lobos.

Respirei fundo algumas vezes e senti lágrimas se formarem em meus olhos, mas as limpei antes que pudessem cair e me denunciar. Eu não iria chorar.

Andei de volta ao dormitório e assim que entrei Christina e Will vieram me encontrar.

—Tris você está bem? – Perguntou Christina. Will estava parado ao lado dela me encarando com um olhar preocupado.

—Estou bem Chris.

—Não quero que você se abale por causa da classificação, você sabe que é muito boa, melhor que muitos aqui. Você vai se dar bem na segunda fase, não se preocupe!

—Eu só preciso relaxar um pouco, vou tomar um banho – Disse e me afastei.

Ao passar entre os outros iniciados eu vi o sorriso de satisfação do Peter, um transferido da Franqueza que por alguma razão desconhecida por mim, me odeia e adora me irritar.

—Aproveita hein Tris – Peter gritou – Logo você estará comendo migalhas pelas ruas, junto com os sem facção – Ele e Molly, outra transferida da Franqueza caíram na gargalhada.

Não olhei para eles, juntei minhas roupas e fui tomar um banho.

Deixei a água escorrer pelo meu corpo e tentei me acalmar. Eu não poderia agir como fiz mais cedo, eu dei ao Tobias motivos para me acusar de desacato, eu poderia ser castigada ou expulsa por isso. Ele ia me enlouquecer de raiva, com certeza.

Desliguei o chuveiro e sequei meus cabelos na toalha. Depois vesti a roupa nova e fiquei me olhando no espelho. “Melhorar”. Foi o que ele disse. Mas melhorar em que? Eu vinha me matando nos treinos, não posso mudar o fato de ter um corpo pequeno e sem músculos como ele costuma dizer.

Preciso deixar a garota da Abnegação para trás. Tudo que eu quis na vida foi fugir da mesmice, e agora que consegui, eu não consigo parar de comparar a Abnegação e a Audácia. Não quero pertencer a nenhuma delas, quero ser livre!

—Você ainda vai comigo? – Perguntou Christina atrás de mim. Nem percebi ela entrar no banheiro.

—Vou sim Chris – Respondi olhando para ela através do espelho. Ela sorriu e apertou meu ombro.

—Por favor, Tris, não deixe isso te afetar. Eu sei que você é forte! – Ela disse e depois entrou no chuveiro.

Quando saí do banheiro o dormitório estava quase vazio, exceto por Molly e Peter que estavam conversando em um canto. Eles me olharam e pareciam surpresos.

—Olha só quem esta tentando se enturmar – Disse Molly.

—Cale a boca Molly – Disse Will se aproximando – Está linda Tris.

—Obrigada Will – Ele olhou em volta.

—Onde está a baixinha?

—Esta no banho – Respondi.

—Bom, vou com vocês no estúdio, acho que vou fazer uma tatuagem também.

Christina saiu do banheiro usando seu vestido super provocante e Will ficou de queixo caído. Pelo sorriso enorme que ela deu, ficou claro que a intenção dela era essa. E deu certo.

Tentei espantar minhas angústias para longe e os acompanhei até o estúdio de tatuagem. Fiquei surpresa por saber que a mulher que fez meu teste de aptidão trabalhava ali, e com medo de que ela revelasse que sou Divergente para alguém.

Fiquei olhando enquanto Tori fazia uma tatuagem na Chris e depois comecei a observar os desenhos que ela tinha espalhados por ali. Um deles me chamou muito a atenção, era simples, mas bonito, significativo. Três corvos voando.

Fiquei vários minutos olhando o desenho e quando Tori terminou a tatuagem da Chris, eu me virei para ela decidida.

—Tori, eu quero fazer uma também – Tori sorriu e Christina arregalou os olhos, para depois sorrir também.

—E já escolheu o que vai fazer? – Tori perguntou.

—Sim – Estendi o desenho a ela – Quero esse!

Ela sorriu e pegou o desenho das minhas mãos.

—Bela escolha, gosto muito dele. - e com um sorriso no rosto, disse bem baixo para que só eu pudesse escutar - Pode ficar tranquila, seu segredo está guardado comigo.

Suspirei mais tranquila, e ela desviou os olhos para seu trabalho.

Após terminar de fazer a tatuagem me levantei e a olhei no espelho. Meu ombro nu destacava o desenhos dos corvos que voavam pela minha clavícula.

—Está diferente – Disse Christina ao meu lado – Você sente isso? Por que eu me sinto diferente aqui, mais viva, mais dona do meu destino.

—Diferente bom ou ruim? - perguntei pra ela.

—Definitivamente, diferente bom. Muito bom. - ela disse.

Realmente, ali eu me sentia mais disposta a ser melhor.

—Chris, quero cortar meus cabelos também – Christina fez uma expressão bem surpresa e depois começou a rir.

—Não acha muita mudança em um dia só?

—É essa a ideia, quero ficar diferente do que eu era.

—Ok!

Chris nem se despediu do Will. A tatuagem dele ia demorar um pouco mais.

Andamos até o salão que ficava bem próximo e eu disse como queria cortar meu cabelo. Fechei meus olhos e deixei o som da tesoura preencher meus ouvidos.

—Pronto – Disse a moça, após terminar o trabalho.

Abri os olhos devagar e fiquei bem surpresa. Eles estavam cortados na altura dos ombros e ela ainda fez um repicado que o deixou com um aspecto bagunçado bem bonito.

—Eu adorei Tris! – Disse Christina – Agora vamos por que essa festa vai ser incrível!

Agradeci a moça, que anotou o custo e segui Christina que estava a ponto de arrancar meu braço de tanta euforia.

Quando chegamos o fosso estava lotado. Tinha muita gente bebendo e dançando. A música alta se misturava com as vozes das pessoas e quase fiquei tonta. Algumas pessoas ficaram nos encarando enquanto andávamos e isso me incomodou um pouco.

—Aí estão vocês – Disse Will – Nossa Tris, cortou aquele cabelão!

Fiquei constrangida e até um pouco insegura.

—E você Chris, estou vendo um alerta piscando na frente dos meus olhos. Você está um perigo hoje – Ele voltou a olhar para mim – As duas estão lindas – Ele piscou.

—Vamos beber? – Sugeriu Christina.

—Vou pegar alguma coisa para nós, esperem aqui – Disse Will antes de se afastar.

—Acho que vocês deviam ficar logo – Eu disse.

—O quê?

—Você e o Will. Ta na cara que você gosta dele e eu acho que ele também gosta de você.

—Claro que não Tris, não viaja, ele só me vê como amiga.

—E você, só vê ele como amigo? – Ela gaguejou, não respondeu. Foi salva por uns garotos iniciados nascidos na Audácia, que se aproximaram de nós.

—E aí, vocês são as transferidas né? – Perguntou um dos rapazes. Ele era alto e negro, seus dentes eram muito brancos e seu sorriso iluminava.

—Sim, sou Christina – Ela disse estendendo a mão. Já estava flertando com o menino.

—Uriah – O moreno respondeu – E você loirinha?

—Tris – Respondi.

—Esses são Alec, Jensen e aquelas ali – Ele apontou duas meninas sentadas um pouco distante de nós – São Marlene e Lynn. Querem vir beber com a gente?

—Claro – Respondeu Christina e eu a cutuquei. Tentando lembra-la que o Will ia voltar a qualquer momento.

—Só temos que esperar nosso amigo – Eu disse – Ele foi buscar uma bebida para nós.

Assim que eu terminei de falar, Will chegou ao nosso lado com dois copos na mão. Ele fez uma expressão confusa e eu diria até que ele ficou um pouco incomodado com a presença dos rapazes ali. Mas logo ele e Uriah começaram a conversar e fomos juntos à mesa onde as meninas estavam.

Marlene, a moça loira, era bem simpática. Já Lynn tinha a cabeça raspada e era quieta e mal-humorada, mas parecia boa pessoa também. Eles falaram da classificação deles e de Uriah, que ficou em primeiro lugar entre eles.

Um dos rapazes do grupo ficou me encarando o tempo todo e eu já estava começando a me sentir constrangida com aquilo. Christina também percebeu e me deu vários cutucões.

Olhei a bebida que Will me deu e que eu ainda não tinha tido coragem de experimentar. Era um líquido transparente e tinha o cheiro dos produtos de limpeza que minha mãe costumava usar, álcool puro.

—Você tem que virar, não vai conseguir beber aos poucos – Disse o rapaz que a pouco estava me encarando. Ele estava ao meu lado agora.

—É que eu nunca bebi nada com álcool – Me arrependi na mesma hora. O rapaz riu, jogando a cabeça para trás e se aproximou mais de mim.

—Parece ruim no começo, mas depois seu corpo esquenta e você se sente mais leve – Ele disse. Olhei para o copo e resolvi seguir o conselho dele. Virei de uma vez.

Ele tinha razão. No momento que eu engoli eu senti minha garganta queimar e meu estômago borbulhar. Tinha um gosto muito forte, mas não se parecia com nada que eu já tivesse experimentado. Tossi alto e coloquei o copo na mesa.

—Você está bem? – Ele perguntou colocando uma mão nas minhas costas.

—Sim estou... É só, diferente – Ele sorriu.

—Bom agora você deveria deixar essas doses de lado e beber isso aqui – Ele estendeu uma garrafa – É bem mais leve, é cerveja.

—Obrigada, mas vou esperar um pouco – Disse virando o rosto para encará-lo. Os olhos dele eram lindos, uma cor diferente, âmbar, e seu cabelo castanho bem clarinho, quase loiro. Ele era muito bonito e seu sorriso então... Branquinho, meio de lado e que irradiava até os olhos, que pareciam sorrir também.

—Se você continuar me olhando assim eu vou ficar constrangido – Ele disse e eu percebi que estava encarando ele demais.

—Ahh, desculpe – Disse voltando a olhar para frente.

Ficamos em silêncio e eu comecei a observar as pessoas conversando em seus grupos, pareciam se divertir. Enquanto olhava através da multidão, meu olhar cruzou com o de Tobias. Ele estava do outro lado do fosso, bem distante. Mesmo àquela distância eu percebi seu ar irritado. Ele tinha uma garrafa na mão e estava entre os amigos de sempre.

Desviei meu olhar e o rapaz de antes estava sorrindo para mim. Ele pareceu não perceber que eu fiquei tensa.

—Tris, não é?

—Sim – Respondi.

—Sou Jensen – Ele disse. Seu sorriso se alargou e nesse momento percebi que ele estava muito, muito perto. Quase a ponto de...

—Acho que agora vou aceitar um pouco da sua bebida – Disse tentando desviar o foco e em seguida me afastei um pouco.

Ele me estendeu a garrafa e eu a peguei, bebendo uma quantidade bem grande enquanto voltava a olhar para frente e perceber que Tobias não estava mais no mesmo lugar.


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Notas finais do capítulo

Comentem ta? Pra nós é muito importante saber o que você estão achando da história... :*