23 de novembro 2006

Hoje foi meu aniversário. 14 anos. Muita pouca coisa aconteceu nesses 20 dias que fiquei sem escrever. Em Hogwarts todos continuam falando sobre o meu pai. Na verdade uma das coisas que eu temia aconteceu: Fizeram a ligação entre mim e meu pai.

Ok, foi a professora McGonagall, que pra mim desconfia de quem sou desde que colocou o Chapéu Seletor (Um chapéu antigo e falante, que pertenceu ao próprio Godric Griffindor, um dos fundadores de Hogwarts que lê a mente do aluno e o manda pra Casa que mais combina com ele) em mim. Mas isso não quer dizer que não seja preocupante.

Foi há uns cinco ou seis dias que isso ocorreu. Eu tinha voltado do Acampamento para Hogwarts e estava tentando ir sorrateiramente para o Salão Comunal da Griffinória, quando dei de cara com ela. Já passava do horário permitido de estar fora da cama, então ela me levou para a sala dela e começou um sermão (vou transcrever uma parte para você):

—... Extremamente irresponsável nos tempos atuais essa sua atitude senhorita Hope- Ela falava.

— Tempos atuais?- perguntei. Fiz de propósito, para ver a reação dela ao falar de Black.

— Sim senhorita, ou já esqueceu que Sirius Black entrou aqui a quinze dias?- Ela respondeu, me olhando severamente.

— Bem, mas...- Eu comecei a falar, mas fui interrompida.

— Mas nada, senhorita. Você imagina o perigo que seria, se ele encontra-se com a senhorita?- Ela falou. Eu vi a preocupação no olhar dela.

— Eu não acho que ele invadiria hoje, professora- Justifiquei.

— E por que pensa isso, senhorita Hope?- Uma voz, de Dumbledore, atrás de mim falou tranquilamente. Levei um pequeno susto.

— Boa noite, professora, senhorita. Eu estava voltando de viagem e vi que havia luz na sala, então vim ver o que estava acontecendo- Ele falou com o olhar brilhando.

— Boa noite, professor. Eu peguei a senhorita Hope dando um passeio pela a escola. – A professora falou.

— E ela estava te falando que não achava que Black apareceria hoje na escola. Então eu te refaço a minha pergunta: Por quê?- Ele falou olhando para mim com curiosidade. Engoli a seco. Eu e minha boca grande.

— Bem, é meio óbvio que ele entrou naquele dia porque sabia que não haveria ninguém nos corredores ou no Salão Comunal da Griffinória.

— Como ele saberia?- McGonagall perguntou realmente interessada.

— Simples: Ele estudou aqui, não? Ele sabe que no Halloween tem o banquete e que não haveria ninguém para atrapalhar. E foi isso que ele fez: Na hora do banquete tentou entrar no Salão da Griffinória, quando percebeu que o tempo estava acabando, resolveu sair o mais rápido possível. - conclui. Resolvi falar a verdade, sobre o assunto, porque era o melhor a se fazer na situação.

Dumbledore e McGonagall olhavam para mim. Ele parecia feliz, como se tivesse acertado uma questão, ela me olhava atônita.

— Por que pensou nisso, senhorita?- Ela perguntou, chocada.

— Sou boa estrategista, senhora- Respondi, dando os ombros.

— Eu acho que a senhorita tem toda a razão- Dumbledore falou. Tinha um certa empolgação no olhar dele.

— Desta vez vou deixar passar, senhorita. Mas não se repita- A professora me disse, severa.

— Agora vá- Ela terminou. Desejei boa noite aos dois e saí da sala, mas fiquei próxima, para vê se eles falariam algo a mais. E sim, eles falaram:

— O que lhe incomoda Minerva?- Dumbledore perguntou, serio.

— Eu já te falei o que penso da garota, Albus.- A professora retrucou.

— Você acha que ela é Alethia Black. –Ele falou tranquilamente. Senti um arrepio ao ouvir meu nome de nascença.

— Sim. E já pensou o que acontece se Black ver a menina?- Ela revidou preocupada.

— Na verdade eu já tentei. Mas não imagino qual seria a reação dele. Ele sempre me pareceu afeiçoado na filha- O diretor comentou.

— Sim, também era afeiçoado em James, não é? Isso não o impediu de entrega-lo a Você-Sabe-Quem. Apesar de eu concordar que o carinho que ele tinha pela menina dele era enorme... - Ela falou, tinha um tom confuso na voz.

— Ela parece entender a mente dele. Você viu como a dedução dela foi boa- Ele falou.

— Você acha que ela sabe?- McGonagall perguntou.

— Nós nem temos certeza que ela é Alethia, Minerva. E se ela sabe esta escondendo muito bem. Eu já te falei, essa garota parece ter treinamento profissional- Ele revidou. Nessa hora eu tive que dar um sorrisinho antes de sair de lá. Os dois estavam certos sobre meu respeito, em vários aspectos.

Bem foi isso. Nenhum dos dois veio depois falar comigo nem nada, mas foi isso que aconteceu. Ok, são só os dois, eu sei que eles não irão sair por ai falando sobre essas especulações ao meu respeito com todos, mas ainda assim é preocupante. Quem mais pode estar fazendo associações?

Bem tirando isso não teve nada demais. A Griffinória perdeu a primeira partida de Quadribol (Um esporte bruxo, pesquise) para a Lufa-Lufa (outra Casa de Hogwarts). Harry é apanhador (uma das posições do jogo) no time e foi atacado por mais de cem Dementadores. Ele só sobreviveu porque Dumbledore foi rápido. Eu nem estava lá, tinha ido pro acampamento. Enfim isso é meio preocupante. Dementadores atacando dessa forma. Tenho que tomar cuidado nas minhas andanças pela Floresta, e meu pai também...

Bem então, vamos falar de coisa boa. Hoje fiz 14 anos. Teve agora pouco um bolo com minha mãe, meu irmão e meus primos. Esses primos são primos mesmo, não só pela parte de Zeus (eles são filhos de outra filha da minha avó materna com Zeus, ela, minha mãe e um tio meio-irmão delas são os únicos que sobreviveram- eram 15 irmãos no total.). Eles são o mais próximo de família que temos. E amanhã terá a verdadeira festa. Vamos todos (amigos, primos etc) passar o sábado numa fazenda. Isso que dizer piscina, aventuras e festa na casa principal. Faço um relato contando depois.

Hoje mais cedo, antes do jantar em Hogwarts, eu estava saindo da biblioteca quando um aluno do primeiro ano me encontrou. Ele tava bem nervoso por falar comigo, foi engraçado (estou escrevendo isso para a prosperidade) e falou que o professor Lupin estava procurando por mim. Resolvi então ir encontra-lo no seu escritório.

Ele foi um fofo. Queria me encontrar para poder me dar um abraço de feliz aniversário. “Eu não esqueci a data. Sempre vou lembrar do susto que foi acordar de madrugada com seu pai gritando.” Ele falou. Uma coisa engraçada: Ele se referiu ao meu pai sem o tom habitual dele (pesado, com raiva) mas sim, leve. Talvez ele não tenha percebido, mas eu sim. Isso ou mostra que ele não deixou as lembranças boas serem corrompidas por um fato futuro (eu tento fazer isso em relação a Luke, o Mike me indicou) ou ele esta mudando de opinião. Vai saber.

Claro que alem dele, meus amigos me encheram de mensagens no celular (se você não sabe o que é, pesquise) e alguns deixaram presentes e cartões no chalé. Quiron é claro também veio para o bolo. Eu acho que ainda não falei dele aqui.

Quiron é o grande treinador de heróis. Ele é um centauro, filho de Cronos (sim!) que tem mais de 3000 anos de vida. Ele viverá enquanto for designado para treinar meio sangues. Ele é muito importante para mim. É uma figura quase paterna na minha vida. É meu professor, meu treinador e conselheiro. Devo muito a ele.

Matt passou agora pouco aqui no chalé. Ele veio confirmar o local da fazenda. Aproveitou e me deu um abraço de aniversário. Isso foi bom, tive que me esforçar para não demonstrar demais, mas eu adorei. Estou ansiosa por vê-lo amanhã. Sim, cada dia que passa to mais apaixonada. Nem sei o que fazer. Eu sei que não dei detalhes, é que eu não gosto de expor minha vida e meus sentimentos, mas eu to realmente parecendo uma boba apaixonada. O único que sabe é Nick, que acha que eu devia falar com Matt. Eu não tenho essa coragem toda. Ser rejeitada, iria doer demais para mim, depois de tudo.

Mas é isso. Eu vou escrever depois sobre a festa. Aguardem.