Saindo das Sombras escrita por Tiucafange


Capítulo 2
No Trem


Notas iniciais do capítulo

Vamos a mais um capítulo!!! Espero que gostem.



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1º de Setembro de 2006

Eu sei, fiquei alguns dias sem escrever. Mas afinal esse diário é mais um livro pra relatar o que acontece de fato na minha vida, que ficar falando de meus sentimentos, então não espere que eu escreva todo o dia. Bem vamos lá: hoje o meu dia foi interessante...

4 da manhã em NY (se você não é da Terra: New York). Eu estava acordando, saindo da minha cama quentinha. Minha mãe e Danthos também acordaram. Se você ficou curioso como foi em relação ao meu pai, nós estávamos nos acostumando com a ideia. Danthos gostou da noticia na verdade "bem agora minhas chances de conhecer ele aumentaram!", sim ele é um bobo positivista.

Estava terminando de arrumar minha bagagem, para embarcar no Expresso de Hogwarts pela primeira vez, sim primeira. Nas outras duas vezes eu simplesmente abri um portal do acampamento até a estação de Hogsmeade (a única vila completamente Bruxa da GB, fica ao lado de Hogwarts) e de lá seguia pro colégio com os outros alunos. Desta vez Oráculo pediu pra eu ir junto, caso precisa-se ajudar Potter. Não entendi o por que. Tipo a única coisa que poderia fazer 'mal' a Potter era meu pai, mas o Oráculo já falou que é inocente, então pra que disso?!

Então nós 3 fomos a cozinha (escondido das Harpias- que são criaturas mito-mágicas que trabalham no acampamento) tomar um café da manhã. Não ache que os dois acordaram apenas para me fazer companhia, minha mãe é atualmente médica da emergência do Mercy Hospital, em NYC. E meu irmão porque estuda em Ilvermorny, Escola de Magia da America do Norte. Ele vai para seu segundo ano hoje. Então todos tem que acordar cedo aqui. 

Ainda não fiz uma descrição minha. Bem eu sou alta, meio pálida, com cabelos castanhos escuros enrolados que vão até a cintura, os olhos iguais o da minha mãe. Sou magra, mas tenho coxas grossas e uma bunda grande, que é sempre fonte de piadas entre meus amigos.

Danthos é alto pra seus 12 anos recém-completados (eu sou mais alta que ele- por enquanto), tem os mesmos olhos e o mesmo tom de cabelo que eu, mas o dele vai apenas até o queixo. Ele é meu melhor amigo, e eu o amo.

Depois do café da manhã, me despedi deles e abri um portal. Fui parar num beco escuro perto de King Cross, a grande estação de trem de Londres, Inglaterra. Lá já eram mais de 10 e meia da manhã. Depois de me acostumar com a claridade, segui para as Plataformas 9 e 10, onde na parede fica o portal para a Plataforma 9 ³/4, o Expresso Hogwarts. Eram 10 e 50 quando embarquei, e me deparei com um problema: encontrar um vagão vazio pra me sentar. Não havia nenhum. Eu não tenho nenhum amigo em Hogwarts (foi uma regra que criei pra mim mesma depois de umas missões em outros planetas: Não fazer amigos nas missões, isso pode atrapalhar e muito) então procurei pelo mais perto disso; Harry Potter. Ele é meu colega, devia ser meu melhor amigo se a vida não fosse uma bosta, sem falar que ele é muito gentil. Achei-o com Hermione Granger e Ronald Weasley, seus melhores amigos. Alem deles havia um homem, de cabelo castanho claro, que dormia junto a janela.

— Potter, Granger, Ronald; Se importam se eu sentar aqui?- Perguntei abrindo a porta da cabine.

— Claro que não- Harry falou sorrindo, gesticulando para me sentar. Foi o que fiz, me sentei bem do lado do homem estranho. Reparei que ele tinha umas cicatrizes no rosto, e suas roupas eram surradas. E eu nunca o havia visto em Hogwarts, mas naquele momento não deixei a curiosidade ganhar.

Um tempo depois, quando o trem já andava Harry falou:

— Destiny, se eu contar uma coisa aqui, você não vai sair por ai falando né?- Ele perguntou, num tom sério.

— Não, eu nem tenho pra quem contar- Respondi, afinal eles nem desconfiam que eu seja ninfa, ou que eu vá pra casa toda noite.

Harry então começou a contar uma conversa que ele havia ouvido -sem querer- entre os sr e srª Weasley (pais de Ronald, sim e de seis irmãos dele também) sobre adivinha? Se você falou Sirius Black, acertou. O senhor Weasley disse para a esposa que os guardas contaram que dias antes do meu pai fugir ele falava dormindo "ele está em Hogwarts...''. Isso deixou Granger e Ronald muito preocupados, agora eles tinham certeza que Black havia fugido para matar Harry.

Ah! Sobre isso: Como meu pai foi acusado de trair os Potters, como ele matou 13 pessoas naquele dia, ele é considerado na GB como um Comensal da Morte, um dos piores, aliás. E todos acham que ele fugiu para matar o Harry porque ele pensa que isso é a única coisa que impede Lord Voldemort de voltar ao poder. Eu acho isso um monte de baboseiras, para não escrever uma palavra pior. Mas confesso que agora fiquei mais curiosa ainda: Primeiro como ele conseguiu fugir? Por que agora? E quem é que ''esta em Hogwarts''? Harry? Dumbledore? E, meu pai fará a besteira de ir para Hogwarts? Estava concentrada nessas questões quando um zunido irritante começou a me irritar.

— Vem da sua mala, Potter- Falei, zangada. Odeio ser tirada dos meus pensamentos.

No final era um bibilhoscópio (um aparelho mágico que é como um peão que gira e apita quando a algo suspeito) que enlouqueceu do nada. Pelo que entendi foi presente do Ronald, e foi dos baratinhos. Tentei dormi um pouco depois disso, mas não consegui.

De tarde o idiota do Malfoy, acompanhado de Crabbe e Goyle (todos os três filhos de Comensais da Morte de verdade- eu tenho uma história com os pais deles, mas isso eu conto mais pra frente, quando for relevante) veio até a nossa cabine, para importunar, principalmente a Ronald. Mas Draco não gostou de me ver ali (ele tem medo de mim) e se acovardou quando viu o homem ao meu lado. Um dia ainda vou ensinar uma bela lição para esses filhotes de Comensais. Há vou.

Resolvi analisar então melhor o homem ao meu lado. Ele é jovem, apesar de não parecer. Tem uma aparência de alguém que esta se recuperando de uma doença, ou algo assim. Foi quando olhei para a maleta (tão desgastada quanto a roupa dele) e lá havia uma etiqueta: R.J.Lupin

Isso me trouxe várias lembranças: "Logo eu e James ficamos amigos deles. Remus John Lupin era um garoto adorável de cabelos castanhos claros, com uma aparência frágil, mas muito inteligente e gentil (...)''. "Então ali no dormitório dos meninos, Remus confessou o seu problema: Sua saúde fraca na verdade era outra coisa: ele é um lobisomem (...)". Essas e muitas outras lembranças me vieram a mente, todas são relatos da minha mãe sobre a vida dela. Era isso que ela contava para mim e pro Dan antes de dormimos.

Será? Remus Lupin, ali ao meu lado? Logo no ano que meu pai foge de Azkaban? Deve ser ele. A aparência, o nome, tudo se encaixa. O Destino continua brincando comigo. Ele será professor? Ou estaria indo apenas para conversar com Dumbledore? Por que não aparatou?

Então do nada, o trem parou. Olhei pela janela, não parecia termos chego. As luzes se foram, então.

— Parece ter alguém embarcando- Ronald falou. Então a porta da cabine abriu. Era Neville Longbottom, nosso colega de casa (explico depois). Depois Granger resolveu ir ver o que estava acontecendo, e esbarrou com tudo em alguém que estava entrando, Ginny Weasley (irmã mais nova de Ronald, sim) e nessa confusão toda (que aconteceu muito rápido) de repente uma voz estranha falou:

— Silêncio!- Era o Lupin. Todos se calaram, e ele acendeu a ponta da varinha. Ele se levantou e foi em direção a porta, mas ela abriu antes. Uma mão, podre, apareceu. E tudo ficou frio (e eu não costumo sentir frio). Foi quando entendi o que estava acontecendo: Dementadores. Criaturas malignas que se alimentam da felicidade e te faz relembrar todas as experiências ruins que já teve. São umas das criaturas mais cruéis e terríveis da Terra. E eu não seu como lutar contra eles, ainda. Eles são os guardas de Azkaban, devem estar fazendo uma revista para ver se meu pai não esta no trem.

O frio ficou mais forte, e a luz da varinha mais fraca e comecei a ouvir gritos, e logo os reconheci eram os meus... Acordei com alguém dando tapinhas no meu rosto. Meu primeiro pensamento de volta a consciência foi 'Que merda! Eu tinha que desmaiar?!". Abri os olhos, Lupin era quem me batia, estava bem na minha frente. Ao meu lado Potter (que pelo jeito também havia desmaiado) se recuperava, e Ginny parecia estar prestes a ter um ataque, ela tremia muito. Os outros estavam pálidos, mas não mais afetados que isso.

— Você está bem?- Lupin me perguntou. Ele me encarava como se não acreditasse no que via. Eu sabia muito bem o porque: Ele era mesmo Remus Lupin, e eu -pra quem conhece os meus pais- tenho um escrito na testa ''Filha de Sirius e Hillian''.

—Sim, estou.- Respondi ainda com a voz fraca me recuperando.

— O que foi isso?- Potter perguntou e Lupin então explicou sobre os Dementadores e nos deu chocolate (ótimo para curar o mal estar que eles causam) e saiu para falar com o maquinista. Os últimos minutos de viagem se passaram. Logo desembarcamos e chegamos em Hogwarts.

Apesar de tudo, de não gostar de estar lá, de ser obrigada a ficar lá, a estudar coisas que eu já estudei, eu acho Hogwarts maravilhosa. O castelo de mais de mil anos é de estilo clássico medieval europeu, fica numa região linda, com uma Floresta (chamada Floresta Negra) em um lago. É realmente um local muito belo.

Estava no Hall de Entrada quando ouço a Professora McGonnagal chamar o meu nome, o de Potter e o de Granger. Ela pediu para nós a acompanhar-lá até sua sala. E assim o fizemos. Na sala dela estava Madame Pomfrey, que é a enfermeira da escola. O Lupin havia enviado uma carta avisando que eu e Potter havíamos desmaiado e ela queria cuidar de nós. Mas como o próprio Lupin nos deu chocolate e ambos afirmaram que estavam bem, ela nos liberou. Granger ficou para falar de alguma coisa com a Professora.

O banquete de boas vindas como sempre parecia muito bom, e para mim uma tortura. Pois como sou Guardiã do Universo não posso aproveita-lo. Quem cozinha em Hogwarts, lava a nossa roupa, e arruma nossa cama são os Elfos Domésticos, que são uma raça mágica aqui da Terra, que foi feita de escrava por bruxos ha séculos. Então, eu que fiz um juramento que nunca aceitaria nada que viesse de escravidão, tenho que fazer tudo que eles fazem e tenho que comer outra coisa. É bem difícil.

Dumbledore tinha como sempre alguns avisos de inicio do ano letivo: A Floresta Negra é proibida a todos os alunos (mas já vi detenções acontecerem lá...), Hagrid é o novo professor de Trato de Criaturas Mágicas (Ele também é o Guarda chaves da Escola, é um homem legal. Mas pra mim é um pouco indiferente pois não farei a matéria dele), Remus Lupin (sim é realmente ele!) é o novo professor de defesa Contra as Artes das Trevas (o cargo é amaldiçoado, nunca o professor fica mais de uma ano nele), e a pior noticia de todas: Devido a fuga de Sirius Black, Dementadores ficarão no perímetro da escola até a segunda ordem.

Meu coração parou, primeiro porque isso vai ser um saco, eu com certeza vou desmaiar mais vezes. Segundo porque se meu pai for inconsequente de vir para cá, ele vai se dar mal. Isso não nada bom, nem um pouco. Fui para o Salão Comunal da Grifinória sentindo meu ombros pesarem. 

Ok, talvez seja hora de outra pausa para explicações: Hogwarts divide os alunos em quatro Casas, uma de cada fundador, você dorme nos dormitórios de sua casa, come na mesa dela e junta ou perde pontos para ela. Lufa-lufa é a casa dos amigos leais, Corvinal dos inteligentes, Sonserina dos audaciosos e Grifinória dos corajosos (ok a outras qualidades e defeitos de cada casa, mas escolhi só um, só para você entender ok?). Eu assim como meus pais antes de mim, cai na Grifinória. Assim como Potter, Granger e Ronald (e todos seus irmãos).

Depois de enrolar até a meia-noite, fui num canto e fiz um portal para o acampamento. Cheguei na hora da janta (ainda bem, assim não tenho que ir em outro lugar procurar comida). Depois de jantar com a minha mãe (Danthos foi para casa dos Dellagazas- nossos melhores amigos em Jersey) nós duas fomos passear na praia. Respirei fundo, era hora de contar.

— E então, o que Harry acha de Sirius? E como ele esta?- Minha mãe perguntou. Ela sempre quer saber o que acontece com Harry, pois se sente muito culpada por ser madrinha dele, e não poder trazê-lo para cá, para viver conosco.

— Ele estava bem. Fugiu da casa dos tios, mas esta ok. Tudo já foi esclarecido até onde sei.- Falei o final rápido antes dela me lançar um olhar de preocupação.

— Quanto ao meu pai, ele sabe o que lhe foi dito. Que Black matou 13 pessoas e depois ficou rindo, que ele é fiel partidário de Voldemort, que saiu da prisão porque acha que Harry é a única coisas que atrapalha a volta do Lord das Trevas...- Falei.

— Que absurdo!- Minha mãe falou, indignada.

— Agora vem a parte interessante- Falei para ela- Harry ouviu uma conversa e nela se contava que meu pai andava falando enquanto dormia nos dias que antecederam sua fuga "Ele está em Hogwarts", o que acha disso? De quem ela estava falando?- Perguntei, olhando para ela. Séria. Afinal era muito estranha essa parte.

— Sinceramente não sei, pode ser de Harry, pode ser Dumbledore ou até mesmo Snape- Ela falou séria, mas percebi que ela ficou curiosa com o fato em si. Ah, Snape é meu Mestre de Poções (uma das poucas matérias que realmente aprendo) e estudou na época dos meus pais. Ele foi um Comensal da Morte. Ele odeia o meu pai. Tem rixas não resolvidas da adolescência com ele. Minha mãe até hoje não entende o porque ele é professor. 

— Acho melhor deixar isso pra lá, por hora- ela falou, olhando pra mim. Assenti. Ela esta certa. Respirei fundo, afinal tinha ainda mais uma coisa para contar.

— Mãe você tem que saber de mais uma coisa- Eu falei. Ela olhou para mim, com aquele olhar de preocupação e curiosidade.

— Meu novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas..- Comecei

— O que tem?

— Bem , ele é Remus Lupin- Falei. Ela ficou pálida, e então sorriu.

— Remus?!! Como ele está? - Ela parecia muito feliz com o fato.

— Bem, ele perece abatido...

— Isso é normal. Dumbledore não contou aos alunos que ele é um lobisomem não é?

— Não, não contou- Isso ainda pode dar bosta, sério. Se alguém como Malfoy souber, vai dar a maior cagada.

— Eu acho que ele me reconheceu- Confessei. Minha mãe se virou e colocou a mão nos meus ombros

— Provavelmente sim, afinal ele te conhece desde que você nasceu- Ela falou. Nós continuamos conversando depois disso, mas nada importante para eu relatar aqui.

Depois, enquanto eu escrevia aqui, minha mãe apareceu com uma carta nas mãos e pediu para eu entregar a Lupin, mesmo não gostando da ideia, resolvi fazer isso. Afinal ela já esta sem meu pai, não é justo ela não poder ter contato com o amigo. E Oráculo não falou nada, então acho que ele não vai me impedir. Agora é esperar para entregar.

Até a próxima!


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Notas finais do capítulo

Eu ainda não sei com que frequencia irei postar. Pode ser mais, pode ser menos de uma semana. E se eu passar meses sem postar não liguem, as vezes (lamentavelmente) eu faço isso, mas essa fanfic é algo que venho trabalhando a 10 anos na minha mente, eu nunca irei abandona-lá



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