A fera de Zarden - HIATUS escrita por Zia Jackson


Capítulo 7
Capítulo 6 — O mal e seu mensageiro


Notas iniciais do capítulo

Alô, alô, tudo bem?
Primeiramente, gostaria de agradecer muito ao Dr.Hyde por recomendar a fic.
MOÇO, JÁ FALEI E AGRADECI PACAS NAS MP'S, MAS SAIBA QUE VOCÊ É UM DIVO DESSE UNIVERSO. UMA RECOMENDAÇÃO MUITO FOFA E LEGAL, ADOREI *-*
Boa leitura



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A chegada dos monarcas de Ollyer trouxe com ela os constantes sussurros e recomendações da rainda Adeline para seus criados. O castelo continuava belíssimo, com tapeçarias e outro por todos os lados. Eveline passava o dia todo conversando com a princesa Catenísia e, embora gostasse da visitante, vivia se queixando da falta de liberdade.

— Acredita que mamãe recolheu a adaga de família e a escondeu no palácio? — Disse a garota ao irmão. — Além disso,me proibiu de passar o dia na biblioteca. Francamente, não vejo como minhas diversões poderiam prejudicar a imagem de Zarden perante os outros países.

—Não ligues para a mamãe, Eve. Ela apenas quer impressionar os visitantes. — Respondeu James em um suspiro.

— E que a rainha Eliza vá embora depressa.

James riu. Desde que chegara, a rainha de Ollyer só soubera criticar e menosprezar os membros da realeza de Zarden (exceto Edmund, com quem tentava negociar à respeito dos países). James sabia, porém, que seu pai não faria acordos com quem não é capaz de honrar a sua família como um todo, especialmente a sua amada esposa.

— Eveline? — Chamou uma voz no fim do corredor. — Estás aqui? Eveline afastou-se de James e caminhou até a parte iluminada do corredor.

— Estou aqui, Catenisia. Houve algum problema?

— Não, mas não consegui te encontrar em lugar algum. Estavas falando sozinha?

— De modo algum. — Riu a princesa de Zarden. — Chamou-me de maluca?

Catenisia corou, depois disse depressa:

— De modo algum, me perdoe se soei ofensiva...

— Está tudo bem. — Acalmou-lhe Eveline.— Não leves tudo o que eu digo a sério. Foi apenas uma brincadeira.

Parecendo aliviada, a outra garota abriu um sorriso tímido.

— Venha, tem algo que quero lhe mostrar. —Disse Eveline, andando depressa. Quando as garotas desapareceram , James viu um chance de voltar ao seu quarto. Ultimamente, a família Moureau só podia se comunicar e reclamar às escondidas, para não levantarem suspeitas. O rapaz caminhou até o quarto por corredores conhecidos apenas pelos moradores do palácio e os criados, tentando evitar topar com Eliza. Estava prestes a avançar por mais um deles quando viu o exuberante e enorme vestido vermelho da mulher e sua jóias chocalharem.

— Cheguei, Majestade. — Disse o nanico homem que viera junto dela na viagem. —Fiz o que me pediste

— E obteve sucesso?

— Não, o príncipe e a princesa parecem ter evaporado. Procurei em todos os lugares possíveis, mas não estavam em canto algum.

A mulher crispou os lábios.

—E Catenísia? Ainda está com aquelazinha?

— Provavelmente sim. Embora, quando eu topei com a garota, ela estivesse procurando a princesa de Zarden.

— Seja o que for que estiverem tramando, irei descobrir. Mas, enquanto não obtive resultados, ordeno que voltes a se concentrar no nosso plano principal.

— Entendido, Majestade. — Respondeu Hans, fazendo uma reverência. — Serei útil em mais alguma coisa?

— Será muito útil se me deixar em paz. Sua capacidade mental permite que faças isso?

— Com certeza, Majestade.

A mulher segurou a armação de seu vestido e saiu do corredor à passos largos, trombando com Hans. James aguardou escondido atrás de um vaso até que o homem saísse do corredor para seguir seu caminho. Desejava poder falar com Eveline ou algum outro membro da família, mas sabia que era perigoso demais procura-los. E se estivessem sendo observados? O que aconteceria se Hans soubesse que James ouvira sua conversa com Eliza? Lutando contra sua vontade, o rapaz rumou até seu quarto e decidiu que procuraria os pais quando todos fossem dormir.

* * *

— Está tudo bem, Eliza? — Indagou a rainha Adeline na hora do jantar. A rainha de Ollyer fazia uma cara de extremo desgosto e nojo, olhando sem parar para a colher prata em sua mão.

— Tudo está ótimo, cara Adeline, exceto por essa sopa. — Respondeu, devolvendo a colher ao seu prato. Levou a taça de vinho aos lábios e, rapidamente, retomou sua expressão. — E esse vinho também.

—O que há de errado com a sopa e o vinho? Pedi para que meus criados recolhessem as melhores verduras e carnes para o ensopado e que escolhessem o melhor vinho de minha adega. — Respondeu Edmund. Tomou um gole de vinho e se serviu da sopa. — Ora, não há nada de errado.

— O rei está certo. — Disse Catenísia. — Aliás, essa é uma das melhores e mais saborosas refeições que fiz em minha vida toda.

A rainha lançou para a filha um olhar fuzilador e, em seguida, afastou sua cadeira da mesa.

— Não é culpa do reino, é claro, mas em Ollyer estamos acostumados com o luxo. Consequentemente, quando visitamos países menos favorecidos, sentimos o impacto cultural. Com licença. — Disse Eliza. — Catenísia e Hans, venham comigo.

Hans, que estava em um canto da sala, seguiu a rainha como um cachorro segue seu dono. Catenísia, porém, manteve-se em seu lugar.

— Querida, eu disse para vir comigo. — Chamou a mulher na soleira da porta. — Venha.

—Obrigada, mas continuarei minha refeição e finalizarei os assuntos em companhia dos Moureau.

Eliza saiu da porta e, em um segundo, já segurava o braço da filha.

— Não é correto desrespeitar ordens de uma mãe e rainha, Catenísia. Ande atrás de mim.

 

Os Moureau se entreolharam. Adeline jamais agiria assim com seus filhos.

* * *

James esperou em seu quarto até que o castelo ficasse silencioso. Estava deitado na cama, porém não conseguia dormir, sabia que teria de contar à alguém o que ouvira Eliza dizer a Hans. Revirou-se na cama pela centésima vez (ou mais, ele parara de contar) e, quando o silêncio chegou ao castelo, mais se parecia com um oásis no deserto.

O rapaz se levantou da cama, ajeitou sua chemise e apanhou com muito cuidado a vela no pires. Após acendê-la, rumou até a porta de seu quarto e empurrou a porta da forma mais silenciosa que conseguia. O corredor estava escuro e vazio, e nada se ouvia além de passos de criados ao longe. James não sabia para onde ir, Eveline seria uma boa confidente, é claro, mas sentia que esse tipo de segredo deveria ser compartilhada com algum dos pais. Como se o chão fosse feito de um frágil vidro, James caminhou na ponta dos pés até a porta do quarto dos pais, que ficava no ponto mais alto do torreão do castelo. Cuidadosamente, ele tentou diminuir o alcance da chama da vela escondendo-a com uma das mãos enquanto, com a outra, dava três leves batidas na porta de madeira e ferro.

Sem resposta, ele tentou novamente. Dessa vez, uma cabeleira loura e bagunçada abriu a porta.

Ja-James? — Chamou-lhe a mãe, bocejando. — O que fazes aqui?

— Eu ouvi algo, mãe.

— Está com medo? —  Perguntou, como se visse à sua frente o filho ainda criança — Eu já lhe disse que ninguém pode invadir esse castelo, e se tentasse, dificilmente conseguiria alcançar o teu quarto.

— Não falo de invasores, mas sim de Eliza, a rainha de Ollyer.

— Olhe, querido, entendo que ela seja peculiar, mas não temos condições de jogá-la no fosso. Seria perverso e nada bom para os negócios.

— Por favor, me escute. — Pediu-lhe o filho. — Ouvi ela dizer algo a Hans hoje mais cedo.

— Então diga.

— No meio do corredor?

A rainha soltou um longo suspiro e, em seguida,afastou-se da porta para que o filho pudesse entrar. James já estivera muitas vezes no quarto dos pais quando mais novo, mas nunca deixava de se admirar com a beleza daquele cômodo. As paredes eram beges com enfeites de ouro, complementadas por um busto de gesso de algum ancestral narcisista o suficiente para fazer uma estátua de si mesmo. A cama, separada do resto do quarto por balaustres dourados, era feita de carvalho branco e contava com um exuberante dossel no topo. Nas paredes, nos intervalos entre as estampas de ouro, havia pinturas de mulheres e crianças, além do brasão dos Moureau. Do lado de fora dos balaustres da cama, três pequenas poltronas e, para contrubuir com o luxo do quarto, um grande lustre estava pendurado.

— Sente-se ali. — Indicou Adeline, apontando para uma das poltronas.

James sentou sem cerimônias, apoiando suas costas nos balaustres. À essa altura, seu pai já estava acordado e perguntava à mãe qual era o motivo da visita do filho. A mulher pediu para que James contasse tudo o que ouvira.

— Tens certeza disso? — Perguntou Edmund assim que o filho acabou sua última frase do relato.

— Certeza absoluta, ouvi tão claramente quanto os ouço agora.

A rei franziu o cenho, parecendo contrariado, mas sua esposa continuava a encarar o filho.

— Temos que fazer algo, Edmund. — Pediu ela ao marido. —Traidores e espiões devem ser tratados com o comportamento que merecem.

— Acalme-se, Adeline. Pensarei em alguma coisa. — Disse, depois se virou para o filho — E tu, James, voltes ao teu quarto. Se for apanhado no meio da noite, finja ser um sonâmbulo.

— Claro. — Respondeu o rapaz, levantando-se da poltrona.

No caminho até seu quarto , não foi apanhado por ninguém. Dormiu tranquilamente até o dia amanhecer, sem imaginar que um servo baixote e submisso à uma rainha arrogante ouvira cada uma das palavras ditas no quarto dos monarcas de Zarden enquanto o filho estava lá.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
O quarto dos reis seria, mais ou menos, assim : https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/c6/Versailles_Queen%27s_Chamber.jpg/300px-Versailles_Queen%27s_Chamber.jpg
Bjinhos