A fera de Zarden - HIATUS escrita por Zia Jackson


Capítulo 5
Capítulo 4 — Sonhos


Notas iniciais do capítulo

Oláaaaa. Um mês e alguns dias depois, estou de volta.
Peço perdão pela demora, de verdade, ando um pouco enrolada para escreve os caps e isso atrasou todo o meu roteiro de fics.
Novamente, obrigada a quem comentou *-*
Boa leitura ;)



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Até que as noites de lua minguante se acabassem James foi acorrentado nas masmorras. Nenhum incidente ocorrera exceto pelo fato de que, na última noite de transformação, ele amanhecera do lado de fora do palácio. Não estava manchado de sangue e não havia sinal de mortes por perto, sendo assim, o rapaz conseguiu relaxar um pouco.

— Com licença. — Disse uma criada, abrindo as portas da grande biblioteca antes de fazer uma reverência. — É uma carta para a rainha.

Caminhou até a poltrona vermelha onde estava Adeline e, após outra reverência, entregou-lhe um papel amarelado selado. A rainha pegou o abridor de cartas, rasgou o lacre de cera vermelho carimbado com o brasão de algum reino e começou a ler.

— Ora, mas que boa notícia! — Exclamou a rainha após terminar sua leitura.— Edmund, querido, veja só.

O rei caminhou até a esposa e, após ler a mesma carta, também se animou.

— É uma ótima notícia, de fato, embora vá nos render certo trabalho.

— A organização é a chave de tudo. — Argumentou a loira.

Eveline desviou os olhos de seu livro e encarou o irmão, tão confusa e curiosa quanto o rapaz.

— Quem enviou a carta? — Indagou a princesa. — E qual é a boa notícia?

— A carta foi enviada pelo reino de Ollyer, informa que a rainha e as duas princesas passarão um tempo em Zarden. — Adeline respondeu.

— Só isso? — Indagou James, desapontado.

— Não digas isso, James. — Edmund interveio. — A vinda da rainha é uma chance para que uma aliança entre os dois países seja firmada. Como futuro rei, tu deverias aprender a enxergardes as chances de fazer o bem para o país.

Quando pai usava esse argumento, James sentia seu coração ser apunhalado. 

— Avisaram quando chegarão? — Eveline perguntou.

— A carta diz que o navio partiria na primeira noite de lua minguante, isso nos dá cerca de dois meses para nos preparar para a chegada. Hoje mesmo, farei questão de decidir os quartos e procurar por reparos que precisarem serem feitos no palácio.

— Não é cedo demais? — A garota tornou a perguntar.

— Cedo? Muito pelo contrário, querida. — Edmund sorriu. — Quanto mais cedo formos avisados, melhor.

E, sem dizer mais nenhuma palavra, o monarca se levantou e saiu da biblioteca. Adeline se levantou e também partiu, deixando os dois irmãos no local.

— Francamente, não entendo porque papai os trata com tanta cortesia. A rainha de Ollyer não passa de uma mimada, assim como sua filha. — Queixou-se o príncipe.

— Não afirmes isso, James. De fato, a rainha é complexa, mas não conhecemos a princesa.

— O filho é o reflexo do pai. Logo, elas são iguais.

Não querendo entrar em uma discussão, Eveline se calou. Instantes depois, levantou-se e abandonou o cômodo. Não muito depois, o príncipe também saiu, estava animado por finalmente ter encontrado um cavalo que não fugisse e, por esse motivo, decidiu cavalgar um pouco.

* * *

Pela quinta vez, James caiu no chão. Sua roupa já estava encardida e, em alguns pontos, rasgada. Havia ralado o cotovelo e os joelhos em uma das quedas, mas isso não o incomodava. O que o incomodava, na verdade, eram as risadas de Eveline.

— Sequer sabes montar em um cavalo?

— Quieta. — Advertiu. — Desse jeito, todos no castelo poderão escutar-te.

— Esse é meu objetivo.

Revirando os olhos, James montou novamente em Addai. Mas, novamente, ao invés de trotar normalmente, saiu em disparada e derrubou seu dono.

— Addai! — Suspirou o rapaz. — Poderias, por favor, cooperar comigo?

O cavalo continuou parado, encarando James.

— Deixe-me tentar. — Eveline disse, levantando do banco onde estava sentada.

Já cansado de tanto cair, o irmão cedeu e foi se sentar no local abandonado pela irmã. Eveline caminhou lentamente até o animal, o vestido azul escuro balançando enquanto ela se posicionava ao seu lado esquerdo. Acariciou a cabeça dele e, em seguida, colocou o pé no estribo. Em questão de segundos, já estava montada.

— Agora tentes não cair. — Zombou o irmão.

—Não zombes de mim.

Esperando pelo tombo, James ficou olhar em Addai e Eveline. Ela tomou as rédeas e, devagar, conduziu o cavalo a dar uma volta nos jardins. O príncipe não podia acreditar que ela ainda se mantivesse sentada. Com uma expressão vitoriosa, a garota parou em frente a seu irmão e desceu do cavalo.

— Ora, ora. O futuro monarca não sabe montar em um cavalo. — Riu. — Mas que surpresa agradável.

— Só pode ser brincadeira. — Queixou-se. — Que tipo de magia foi lançada nesse cavalo?

— A magia de ter um dono que não sabe monta-lo, apenas. Continue tentando, irmão, ficarei imensamente feliz em presenciar seus tombos.

E, sem dizer mais nada, saiu em disparada para dentro do castelo. Cansado, James sentou-se no chão, ao lado de Addai.Ficaram ali por um bom tempo, o cavalheiro e seu cavalo. Inevitavelmente, a noite chegou, trazendo com ela o jantar.

* * *

— Onde está papai? — Indagou Eveline, levando seu garfo a boca.

— Uma sereia saiu de controle e está causando problemas para todos os navios que tentam chegar à Zarden. — Respondeu Adeline, sem emoção. — Ela quer ouro e, em troca, parará de atormentar os navios.

— Mas não podemos conceder ouro. — Manifestou-se o rapaz. — Se concedermos, todos os seres terão o direito de tê-lo também.

— Tentes convencê-la disso e lhe darei todo o ouro do mundo em agradecimento. — A mãe disse, tomando um gole de água.

O príncipe, então, se calou. Terminaram a refeição em absoluto silêncio e cada um se encaminhou ao seu quarto. James não conseguira dormir, então pudera ouvir quando, já de madrugada, seu pai finalmente retornou ao quarto para poder descansar. Isso o preocupava muito, já que em alguns anos, seria ele a retornar tarde após tentar fazer um acordo com algum ser, sendo ele humano ou não. Desejou que Eveline estivesse acordada perambulando pelos corredores para que pudesse desabafar sobre suas preocupações com ela, mas sabia que ela dormira há muito tempo.

Sem conseguir dormir, ele pegou o colar com o pingente que informava sobre a lua minguante e pôs-se a analisa-lo pela centésima vez. Aquele colar, assim como ele, era refém de uma lua, vítima de uma magia. James apenas desejava que a situação se invertesse, quem dera ele pudesse informar sobre a lua para que um colar soubesse se prevenir contra uma fera incontrolável que rasgasse-lhe o peito e desse-lhe pesadelos. Sem perceber, adormeceu com o colar em mãos e, como em quase todas as noites, sonhou com gritos, sangue e corpos espalhados pelo chão. Porém, o sonho dessa noite sofrera uma pequena alteração, ao invés de acabar em um grito, acabara em uma imagem de James como rei, sentado ao trono com sua coroa e as roupas manchadas de sangue. Em seu colo havia um corpo e, ao invés dos tronos ao seu lado serem ocupados por sua família, eram ocupados pelos corpos e restos mortais das pessoas que amava.

James acordou aos gritos, sendo acudido por um criado que passava por ali. E mesmo sabendo que estava são e salvo em seu quarto, nada podia tirar-lhe da memória o rosto sorridente daquele James mais velho e assassino.

Do James dominado pela fera.


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Notas finais do capítulo

Bom, esse cap foi meio parado, mas prometo que o próximo será mais "movimentado" e tal.
O que acharam? Qualquer dúvida, crítica ou sugestão,é s;o falar nos reviews ou por MP.
Bjus