Smile escrita por Hinazi


Capítulo 6
Embrace of a Handsome man.




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— Você é apaixonada por essa pessoa? – Questionou, curioso.

Lucy direcionou o olhar para Meguri dessa vez.

— Não. Sean era meu irmão mais velho.

Aquele nome pairava no ar quando era dito.

— ...Seu... Irmão mais velho? – Olhou-a, estavam com as mãos entrelaçadas em cima do confortável assento do sofá, porque várias pessoas os olhavam. – ...Era?

— Bem... – Respirou fundo. – Desde que eu nasci... Ele esteve comigo.

— Continue. – Pediu, sem desviar o olhar.

— Brincávamos juntos, estudávamos juntos... Sorriamos juntos. – Olhou para o chão. – Mas ele adoeceu. Não conseguia respirar direito. Não conseguia falar direito. Meu irmão... Morreu acariciando meu rosto.

Involuntariamente, Lucy soltou a mão de Meguri e colocou-a na própria bochecha.

— A rosa que te intriga tanto... É um presente do meu irmão. – Meguri percebeu que ela estava com uma expressão de choro. – ...Desculpe... Eu...

— Shh. Não se force a falar dele... Se te deixa triste.

Lucy negou.

— Falar dele não é o que me deixa triste... É... – Respirou fundo. – Lembrar que Sean não está mais aqui é o que dói, sabe?

Deixou uma única lágrima escapar, quando fechou os olhos.

Meguri a abraçou, num ato de solidariedade.

— ... – Percebeu como Lucy era pequena, naquele momento, quando estavam em pé, eram quase da mesma altura, por causa dos saltos dela. – Veja... não fique triste pensando nele. Não lamente por ele. Faça-o se orgulhar da irmã que ele tem.

Lucy se virou para ele e o apertou no abraço, ela só queria abraçar alguém. Ela só queria se sentir protegida por alguns minutos. Depois, voltaria para a monotonia de sempre.

Encostou a cabeça em seu peito, sem chorar. Só queria o conforto do abraço. Como quando Sean a abraçava.

— Vou dar o meu melhor... Pra ele se orgulhar. – A voz saiu abafada contra Meguri.

Ele beijou-lhe o topo da cabeça.

— Sim. Você consegue, Lucy. Já está conseguindo.

— ... – Ficou ali por algum tempo, embora não sentisse nada por ele, o calor de seu corpo era confortável. – ...Obrigada.

— Você é minha noiva. – Afagou sua cabeça. – Tenho que cuidar de você, mesmo sem sentimentos.

Desde pequeno, foi dito a Meguri, que todas as mulheres, quaisquer que ele conhecesse, deveriam ser tratadas com o mesmo respeito que ele tratava um homem. Não existia diferença, mas... o Príncipe achava que as mulheres mereciam uma atenção ainda maior, pareciam mais sensíveis.

— ...Você não está chorando, certo?

— Não... Não posso borrar a maquiagem. Minha mãe iria ficar furiosa. – Levantou a cabeça e desgrudou minimamente de Meguri.

— Ainda bem, não sei lidar muito bem com choro de mulheres. Não posso fazer muito mais do que abraços.

— Geralmente é isso que elas querem quando estão tristes. Abraços de homens bonitos.

Meguri sorriu debochado.

— Fui chamado de lindo indiretamente pela minha noiva?

— Você é bonito, sim. – Respirou com calma, evitando o choro. – Nunca tive tanto contato com outras pessoas, então, na minha concepção, você é muito bonito.

O Príncipe ficou um pouco em dúvida do que pensar, mas sorriu e abraçou sua noiva novamente.

— ...Veja...vamos morar juntos, pretendo te entender cada vez mais. Para nos odiarmos menos. – Suspirou. – Não forçando um sentimento, é só para não existir ódio.

— Eu não odeio você, Meguri. Eu nunca odiei. Só não gosto da ideia de casamento forçado.

Meguri sorriu.

— Eu também não odeio você, Lucy. Veja, nossa convivência está dando certo!

— Sim, sim. – Lucy confirmou com a cabeça, sem sorrir.

Meguri queria ver o sorriso dela.

— Bem... – A Princesa recolocou sua máscara. – Os noivos não podem ficar parados durante um baile de máscaras, por muito tempo.

Ela estendeu a mão.

— Vamos fingir juntos.

Meguri segurou a mão de Lucy e se levantou.

Puxou Lucy e colocou a outra mão sobre sua cintura.

— Com prazer, Princesa!

Ela riu um pouco, sem sorrir.

— Hum... Estou um pouco intrigada. Me questiono que tipo de frases falaram sobre mim.

Meguri deu um rosnado baixo.

— Eles... Falaram do seu corpo. Aqueles velhos nojentos...

— Ei, Meguri, não fique tão bravo assim. – Apertou sua mão no braço dele. Tentando tranquilizar. – Quando somos tão expostos sendo Reis, Rainhas, Príncipes ou Princesas, é óbvio que irá haver pessoas falando sobre nós. Sejam coisas ruins ou boas.

— Mas.. Falarem do seu corpo... Ainda sendo tão jovem. – Suspirou. – Ainda mais vindo da boca de velhos. Isso pra mim não passa de nada além de assedio.

Meguri e Lucy passaram pelos homens que tinham falado dela.

O Príncipe percebeu o olhar deles em direção a sua noiva.

— ... – Bufou, e colocou o braço envolto a parte de trás da cintura de sua noiva.

— Foram eles? – Lucy perguntou.

— Eles o que?

— Acabamos de passar por eles. Quis dizer se foram eles que falaram.

— Como você sabe?

— ...Olhares maliciosos como aquele... Não são difíceis de serem reconhecidos. – Passou a mão pelos cabelos.

— Não gosto que te olhem assim. – Suspirou. – Acho... Incomodante. Como se quisessem tocar em você sem sua permissão.

— ... – Lucy olhou para algumas espadas de esgrima que jaziam como decoração do salão. – Não conseguiriam.

Desde que Sean havia morrido, treinava esgrima.

Sabia se defender bem, usando uma espada ou qualquer arma que se assemelha-se a uma.

— Hum... Sobre as vezes que eu te beijei, desculpe. Sequer pedi sua permissão. Talvez você quisesse que seu primeiro beijo fosse com outra pessoa que você realmente gostasse.

Os lábios de Lucy se inclinaram em um sorriso e ela riu baixinho.

Meguri chegou a ouvir o riso baixo, mas como olhava constrangido para baixo, não notou o sorriso que não se demorou a se desaparecer.

— Quanto a isso... Sem problemas. Eu não pensava desse jeito. – Ela gesticulou as mãos num "deixe pra lá".

— Menos mal... – Suspirou aliviado e virou-se para ela, iniciando uma dança lenta. – Repentino, não?

— Oh. – Lucy o acompanhou.

— O casamento está bem perto, não? Passou rápido. – Meguri comentou, distraído.

Lucy rodopiou e voltou de encontro a Meguri.

— Sim. Minha mãe não para de falar sobre os preparativos comigo. – Suspirou.–Amanhã será a prova de vestidos.

— Vai usar sua rosa no cabelo? – Deslizou a mão por suas costas, colocando-a em sua cintura novamente.

— ...Sim. – Encostou a cabeça em seu peito. – Sean vai me ver casando.

— Ele vai ficar orgulhoso de você. – Riu. – Se eu tivesse irmã, e a visse casando, ficaria orgulhoso.

— ... – Suspirou, ainda com a cabeça encostada em seu peito. – Ele que ia se casar, sabe? Eu fiquei com muito ciúmes... Mas ele sequer conheceu a noiva.

— Você é uma linda noiva. – Acariciou seus cabelos.

— Ah, obrigada, eu acho. – Ela respondeu meio sem jeito. Era acostumada a receber elogios, mas lidar com eles era sempre um tanto no complicado.

— Seu rosto corado é também muito bonito. – Afastou algumas mechas de seu rosto.

— Você está me deixando com vergonha, Meguri... – Virou o rosto de leve, sentindo as bochechas quentes.

— Desculpe. – Abaixou-se e tocou de leve a ponta de seu nariz.

— Uhm hum... – Acenou afirmativamente com a cabeça e a música acabou. – Vamos até a mesa de comidas?

— Ok. – Caminhou ao seu lado. – Não quero te deixar sozinha.

Lucy parou em frente à mesa, estava com fome.

Se lembrava de não ter comido muito bem durante o dia, e agora, o estômago roncava baixinho.

Se serviu de alguns tipos de doces, e suco.

Meguri se serviu de alguns Croissants e pedaços de bolo, decidiu beber vinho tinto.

— Princesa. – Lucy reconheceu os sorrisos, não tremeu, não hesitou em respondê-los.

— Boa noite. – Sorriu falsamente, de forma fraca.

— Está admirável hoje, Princesa. – A voz elogiou.

Meguri encarou o homem de cima a baixo.

— Agradeço. – Inclinou-se um pouco para frente, com as mãos cruzadas em cima dos seios, por cima do vestido.

Meguri ficou inconformado.

Olhou furiosamente para a pessoa a sua frente. Aquilo o deixava cada vez mais irritado.

De onde saiam tantas pessoas com olhares maliciosos para cima de sua noiva?

De todos os lugares, claro. Ela era uma Princesa. E Lucy rindo, mesmo que de forma falsa, o deixava com ciumes. Porque ela não fazia nada?

— Bem... – Não desviou o olhar. – Podemos conversar mais tarde. Por enquanto, quero ficar um tempo com meu noivo. As coisas provavelmente correrão de uma forma muito rápida nos próximos dias... não vamos conseguir ficar próximos a todo momento.

Meguri levantou uma das sobrancelhas, levemente, em um sinal de dúvida.

— Claro, é compreensível que queiram ficar sozinhos. – Respondeu, observando os jovens se retirarem lentamente.

O Príncipe entrelaçou os seus dedos aos de Lucy.

— ... – Olhou-o. – Ei.

— Sim? – Não soltou sua mão. – O que foi?

— Vamos para aquela mesa no Jardim. Eu não aguento mais ficar dentro desse salão. E provavelmente teremos mais calma lá.

— Hum, sim. – Assentiu com a cabeça.

Lucy o guiou por entre as pessoas e mesas, abrindo a porta lateral e saindo com Meguri.

Haviam umas poucas pessoas fora do castelo, mas nenhuma chegava perto da mesa do jardim, era mais afastada.

E todos queriam estar por perto.

— Mas... se não nos encontrarem... – Meguri continuou caminhando enquanto falava.

— Não vamos demorar. – Virou-se um pouco e sorriu. – Não precisa ficar com medo.

Meguri olhou preocupado mais uma vez antes de suspirar e relaxar.

— Tudo bem... Só um pouco não faz nada.

Lucy se sentou na mesa com Meguri a sua frente.

— Os noivos não podem ficar um tempo sozinhos? – A Princesa comeu um dos doces que tinha pegado. – Apesar de não querer voltar pra lá tão cedo.

— ...Posso te fazer uma pergunta? – Olhou-a, depois de beber um pouco de seu Vinho tinto.

Lucy assentiu.

— Por que... agiu daquele jeito, perto daqueles homens? – Retornou a taça, quase vazia, à mesa.


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