Memórias de papel escrita por Vitória Batata Kawaii Senpai


Capítulo 2
Dormir...


Notas iniciais do capítulo

Finalmente cheguei de uma viagem cansativa pra um interior que não tem NEM ENERGIA!! Bom, agora eu voltei com mais um cap pra vocês, espero que gostem



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/625273/chapter/2

–Eu preciso sair daqui

Lá estava eu na sala da diretora tentando convencê-la a me deixar sair.

Eu acho que ás vezes ocorre alguma falta de oxigenação no meu cérebro que me faz pensar que do outro lado da mesa não pode existir uma diretora que ficou me caçando a vida inteira atrás do meu sangue.

–E você acha que agora que eu consegui finalmente lhe colocar em minha escola vou te largar assim? De mão beijada?

–Sim?- Eu disse sem nenhuma esperança de que ela possa aceitar a minha oferta.

–Eu presumo que você já saiba a resposta- Ela deu um sorriso torto na direção da menina que agora tinha nome. Rosalya.

–Ah muito obrigada por sua compreensão você é realmente muito legal- Eu estava saindo da diretoria na maior cara-de-pau possível.

–Mocinha- Ai senhor– O que pensa que está fazendo?

–Saindo?

–A única permissão que você tem aqui é ficar- Se olhar matasse ela já teria dado um alô para Hades faz tempo- Então se me der licença poderia se retirar da minha sala?

–Você acha que manda em mim?- A olhei incrédula.

–Você está no meu colégio, aqui quem manda é eu- Eu já contei que eu odeio receber ordens?

–Ok. Eu fui bastante educada em pedir a sua permissão para sair daqui- Mesmo ela me dando calafrios só de olhar em seus olhos continuei- Eu tenho força suficiente para sair daqui quando bem entender e...

–Você acha que consegue? –Ela deu uma risadinha (malégna) e me olhou entrelaçando as duas mãos abaixo do queixo- Você acha que eu simplesmente não tomei medidas para que você saia daqui?

–Eu consigo vencer todo e qualquer tipo de segurança que você colocar para me impedir- Falei com um ar de desafio

–E quando você só consegue usar 15% dos seus poderes?

–Que?

Eu simplesmente não conseguia acreditar nas palavras que saiam de sua boca. 15%? Isso é praticamente nada.

–Então- Disse ela interrompendo meus devaneios- Imagino como o Lysandre foi capaz de tal feito- Agora ela virava a cadeira em direção á janela olhando alguns de seus alunos andarem pelo jardim.

–Lysandre?- Finalmente a Rosalya se intrometeu no meio da conversa- Foi ele quem a selou?

–Sim- Concordou ainda olhando para a janela- E foi um trabalho excepcional, confesso.

–Aquela visão...

–Disse alguma coisa senhorita?- Ela virou novamente a cadeira para olhar a expressão da garota.

–Não, nada, só que nós temos de ir que já estamos nos atrasando para a aula- Ela olhou para mim no meu pior momento de depressão- Akiyo?

–Estou sem vida...

–Vamos Akiyo- Ela pegou no meu braço me arrastando pra fora da sala como se eu fosse uma boneca de pano, encontrando Alexy com um de seus ouvidos pregados na porta- Vamos.

Em um piscar de olhos o azulado já estava nos acompanhando com toda empolgação do mundo.

–O que ela disse?- Perguntou todo animado

–Mentalmente ou verbalmente?

–Os dois, mas primeiro verbalmente.

–Bom ela disse que o Lys selou ela -Ela apontou para mim -E que ele deixou só 15% da magia pra ela.

Ele fez uma cara de pena quando foi olhar para mim.

–Acho que agora eu entendo essa cara de pastel amassado dela, coitadinha.

Enquanto estávamos indo para um lugar, que eu não sabia onde era, esbarramos com o Nathaniel tendo outra breve D.R. com Castiel.

–Ei vocês- Interrompeu Alexy- Será que dá pra serem mais barulhentos?

Os dois fecharam a cara olhando um para o outro, mas logo quando me viram suas expressões se suavizaram a do vermelho assumiu um ar de superioridade, a do loiro simpático.

–Ah, então a Bela Adormecida acordou?- E lá veio o Castiel ocupando o espaço que restara entre Rosalya e eu.

Alexy fez uma careta, assim como eu, tampando o nariz quando Castiel se aproximou mais.

–Mas e aí, como se sente sendo a mais fraca de todos nesse colégio?-Disse colocando seu braço acima de meu ombro.

–Sinto que meu pé está formigando para lhe dar um chute- Falei retirando seu braço de cima de meus ombros ouvindo risos baixos vindos da parte de Alexy e Nathaniel.

Nem bem retirei o braço do ruivo senti de modo imediato uma presença entorpecente de um modo que não queria fazer mais nada a não ser dormir.

–Armin... Sua aura nos está contaminando-Disse Rosalya quase dormindo em pé.

–Desculpe... Estou meio sonolento... –Respondeu Armin.

–Eu nem percebi –Retrucou Nathaniel -Vá tomar algo antes que você nos faça dormir aqui mesmo.

–Vim chamar Alexy para ver se ele não queria nada

–Eu quero que você pare de nos dar sono

–Ok. Ok. Eu vou lá tomar um café - Ele olhou para mim, que segundo relatos, estava fazendo da parede minha segunda cama, com direito a batizado e tudo.

–Quem é essa garota?- Perguntou apontando para mim

–Você não se lembra do que a diretora falou na reunião?

–Você sabe que prestar atenção não é o meu forte - Retrucou.

–A novata Armin- Respondeu Alexy- N-o-v-a-t-a.

Ele fez tanto ênfase na palavra novata que se fosse comigo eu teria ficado ofendida.

–Tá, tá, vou beber meu Nescau- Ele foi embora e logo passou a sensação de sonolência, mas eu ainda dormia encostada em minha nova cama.

...

– Akiyo? Acorda!- Minha visão embaçada e uma montanha de cabelo sobre meus olhos não me permitia ver com perfeição quem estava me chacoalhando pelo braço, apesar disso sua silhueta me fazia ter uma ideia do rapaz com cabelos de moça.

–Dake?- Falei com uma voz embargada pelo motivo de acabar de acordar e com uma certeza absoluta de que a moita que chamava de cabelo já tinha dado as caras.

–Eu acho que já estava na hora de acordar- Seu sorriso era bastante confiante, nada parecido com o que era antes- Ou a sala seria inundada de tanto você babar.

Nesse momento lembrei-me do meu tão esquecido lado esquerdo banhado por algo úmido, pegajoso e nojento, limpei rápido com a manga da minha blusa que ficou molhada.

–Eu não estava babando tanto assim- Ele parecia bastante diferente do garotinho que conheci, mesmo assim não me surpreendi tanto porque já esperava que ele ficasse um tanto estranho depois que passasse um tempo com seu tio- E o senhor poderia me dizer o que está fazendo aqui?

–Meu tio me obrigou a ficar aqui, ele disse que vai me ajudar a aprender mais sobre a magia que tenho- Ele fez aspas com os dedos- Mas me diga, por que você tá aqui?

–Também fui obrigada a ficar aqui- Respondi não querendo soltar a parte em que posso estar mais fraca que a maioria dos alunos desta escola- Selos e tudo mais.

Ele abriu um sorriso.

–Então quer dizer que você vai passar mais um tempinho comigo? Acho que podemos bater um papinho e nos conhecermos melhor... –Ele se aproximou de mim envolvendo seu braço em minha cintura.

–Ah não Dake de um pirralho estranho que tinha medo de meninas você virou um mulherengo que quer pegar a melhor amiga, o que o Bóris fez com você?

–Ele apenas abriu meus olhos- Disse ele convencido

–Meu Deus... Ele era tão inocente...

–Calma menina eu não virei um monstro

–Agora eu entendo porque dizem que este mundo está se corrompendo

Eu acho que minha cena estava tão comovente (ou mal feita) que pessoas ficaram com pena de mim, porque uma garota negra veio até mim dizendo:

–Olha, eu sei que pode parecer desesperador, irritante até enjoativo ficar aqui confinada junto com um bando de adolescentes mutantes loucos que querem que você tome no copo, mas lembre-se que na hora do treino você pode bater neles até quase morrerem- Eu acho que é assim que as pessoas se tornam psicopatas.

–Kim –Repreendeu uma ruiva- Eu acho que não é legal falar de bater pra todo mundo.

–Ah Iris- A morena saiu do meu lado- Eu só estou falando para a novata a parte “menos ruim” de ficar presa neste manicômio.

A porta abriu e de repente me senti em umas daquelas escolas japonesas onde tem o garoto que todas as meninas ficam correndo atrás dele suspirando: senpai pra lá senpai pra cá, levando presentinhos e se declarando a cada 5 segundos (se bem que se aquilo era se declarar eu precisaria rever os meus conceitos de conquista), elas estavam praticamente se matando para conseguir o tão amado crush.

Eu tive tanta pena que quase o perdoei.

Quase.

Se ele não tivesse me apagado, selado e trazido à força para esse colégio eu até tentaria esconder o sorriso, mas bom ele deveria estar muito saturado disso porque quando nos olhamos ele me mandou o mais urgente e pidão olhar de ajuda, como eu sei disso? Porque as outras garotas também notaram.

–Lys, por que você está assim?- Perguntou uma

–Essas vadias estão te fazendo mal?- Falou outra

–Você quer que eu as faça saírem daqui pra nós ficarmos juntos?- Veio outra agarrando seu braço

E começou de novo o fuzuê. Aquilo estava realmente me irritando, tanto, de novo, não pensei em mais nada e fui até a roda.

O que eu fiz? Acho que foi uma coisa horrível porque as garotas simplesmente nos seguiram me xingando de vários tipos de nomes estranhos, que eu particularmente nem sabia que existiam, enquanto eu corria pelos corredores puxando o garoto que mais parecia um titã.

–Você sabe que vai ser odiada por todas as garotas desta escola não é?- Ele falou olhando para o amontoado de garotas enfurecidas atrás de nós.

–Sabe...- Eu olhei para ele- Eu nunca fui um projeto de cantora top nas paradas dos colégios.

Ele riu e eu o puxei para dentro de uma salinha que estava com a porta aberta, não tive muito tempo para verificar o que habitava lá porque o que mais importava no momento era sobreviver.

No instante em que entrei eu quis sair imediatamente, pois o cheiro de lá era insuportável. Na tentativa de achar o interruptor eu estava tateando a parede com uma mão e com a outra tapando o nariz para amenizar o cheiro foi quando alguma mão com garras grandes e afiadas me pegou pela cintura o que me fez pensar na sorte que tenho para acontecerem coisas estranhas comigo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Memórias de papel" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.