Os Jogos Dos Deuses escrita por Tsumikisan


Capítulo 19
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Awnnn



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Estava amanhecendo pela primeira vez em dias em Nova York. Os mortais atribuíam aquele fenômeno estranho como algum distúrbio astronômico e o governo anunciou que sondas seriam mandadas para o espaço de forma a investigar o ocorrido. É claro que não encontrariam nada de anormal. Somente os semideuses sabiam o que realmente havia acontecido e como Caos e seus cúmplices quase destruíram tudo. Agora, a caixa de Pandora que continha a ultima parte que Caos precisava para retornar estava segura no Olimpo, em um cofre criado especialmente por Hefesto e a caverna submarina por qual Marina, Sofia e Nico haviam entrado na Arena estava sendo guardada dia e noite por guerreiros de Poseidon, então ninguém poderia entrar ali novamente para ajudar o Titã Primordial a se reerguer.

Quando Zeus os teletransportou para o Acampamento, todos os semideuses ofegaram e se deitaram na grama da Colina de Thalia, com um suspiro em conjunto. Milord colocou as mãos nas temporãs e começou a refletir sobre tudo que tinha que fazer agora. Velar os corpos dos mortos, organizar a liderança, ver como estavam os que haviam ido para arena em termos psicológicos, cuidar dos ferimentos dos outros...

Pelo menos dessa vez ele teria ajuda. Agora Marina teria ótimos mil anos ajudando-o a coordenar o acampamento. Ele refletiu brevemente sobre o quanto apanharia caso sugerisse que ela fosse sua secretaria. De qualquer forma, ele teria tempo para pensar nisso tudo depois. Agora, ele poderia se deitar na grama e curtir, vendo que pelo menos a maioria de seus amigos estava bem. Os primeiros raios de sol da manhã batiam neles tranquilamente e Milord podia jurar que viu o carro de Apolo no céu, voando em uma altura mediana em relação a colina. Aquele seria um dia quente.

Maro e Rubens estavam abraçados não muito distantes, conversando em voz baixa. Maro acariciava o cabelo de Rubens enquanto lagrimas rolavam por seu rosto. Brenda se juntou a eles e abraçou o garoto também, comentando que havia sentido muita falta dos dois. Apesar de se sentir triste e culpado pelo que acontecera a Nico, Rubens teve força de espírito o suficiente para revirar os olhos.

Bella e GG se beijavam sem nenhum pudor, deitados na grama. Alguns semideuses que passavam riam e mandavam que eles procurassem um quarto, mas os dois nem se importavam. Afinal, haviam passado pelo pior naquelas ultimas semanas e tudo que queriam era a calma e conforto um do outro. Mas talvez mais tarde eles realmente arranjassem um quarto, quem sabe.

Aron não queria se sentar. Ele havia descido a colina em direção ao acampamento, prometendo voltar logo. Todos acharam aquilo meio estranho, mas deram de ombros e continuaram com o que estavam fazendo. Foca estava sentada ao lado de Frost, Dohan, Sofia, Marina e GV, com Michael deitado em seu colo enquanto ela mexia no cabelo dele sem prestar muita atenção aos outros. GV falava algo sobre sair para comemorar com um churrasco.

— Eu não posso. – Frost admitiu, desviando o olhar. – Tenho um compromisso.

— Uhh, um compromisso é? – Marina ironizou. Parecia bem mais calma e alegre do que estava quando chegou no acampamento pela primeira vez. – Que tipo de compromisso?

Para a surpresa geral, Frost ficou subitamente sem graça. Ele coçou a parte de trás da cabeça e disse, num tom direto:

—Ganímedes me chamou para sair depois.

— Ganímedes? – Sofia repetiu, confusa.

— Sabe. O cara com a toga dourada. – Frost respondeu depressa.

Marina e Sofia deram gargalhadas altíssimas. Dohan franziu o cenho, confuso, dizendo:

— Nunca ouvi falar desse cara.

—Pior filho de Atena da historia. – GV comentou.

— Não, sério. Não me lembro desse cara em nenhuma historia antiga.

— É que... A historia dele é meio peculiar. – Frost disse. – Pelo amor dos Deuses, não procurem por isso, ok?

—Você pode apostar que nós vamos procurar. – Marina riu.

Iolanda havia se afastado de todos para ligar para alguém, escondendo o celular das vistas de Milord, já que aquilo era totalmente proibido no Acampamento. Alguns campistas disseram, entre cochichos, que ela provavelmente estaria ligando para o namorado mortal dela. Muitos se perguntaram como Brant reagiria, mas o garoto já estava sentado próximo a uma menina chamada Nalu, conversando animadamente com ela.

— Esse daí não para. – Duda, filha de Hades, comentou com as amigas, revirando os olhos.

Gabi finalmente estava sentada perto de sua irmã, Julianna, contando tudo que podia sobre seu tempo na Arena. Afinal, pouco havia sido mostrado dela na grande Mensagem de Íris instalada no acampamento. Gabi contou sobre como escapou da Ciclope e de que acabou caindo em um buraco-armadilha no chão antes mesmo disso, onde ficou presa por vários dias resolvendo enigmas de uma Esfinge que não se cansava de inventar novos. Talvez Nêmesis não achasse aquilo interessante, por isso nada havia sido comentado. Julianna ouvia tudo atentamente, por isso quase não reparou quando Leo sentou-se ao lado delas. Somente quando Gabi pigarreou foi que ela se virou, surpresa com a presença do garoto.

— É que... Bem, depois de uma experiência de quase morte dessas, sei lá, eu queria aproveitar um pouco e... Será que você não gostaria de sair comigo qualquer dia desses? – Leo perguntou.

Julianna ficou bem vermelha com a questão, mas acabou dizendo que ia pensar. Ao virar-se novamente para ouvir a historia de Gabi, ela sorria acanhadamente. Leo continuou ali, também prestando atenção educadamente, mas com um sorriso um pouco sugestivo demais.

Ray e Nat estavam sentadas próximas, olhando o nascer do sol, ambas de luto por Quez e Mands. O chalé de Ares agora precisaria de um novo líder e já haviam comentários sobre um campista apelidado de Jedi ser uma ótima escolha. Paixão, outra campista de Ares, sentou-se perto delas e abraçou Nat de lado, dizendo que tudo ficaria bem.

Sara e Adrila queriam perguntar para Michael se ainda poderiam ficar no chalé de Roma no Acampamento Meio Sangue, mas o pretor estava obviamente ocupado com Foca, então elas tomaram aquilo como um sim e foram juntas para o chalé, cansadas, enquanto Adrila comentava com Sara que sentia falta do seu namorado, Gabriel, informação que deixou a garota um tanto quanto surpresa, pois poucas pessoas sabiam que Adrila tinha um namorado, ainda mais um mortal.

Aron acabou voltando, trazendo consigo seu violão. Ele se sentou do lado de Marina e muitos outros semideuses vieram atrás, procurando um lugar próximo para ouvir. Michel pediu para que ele arredasse um pouco, de modo que ele ficasse do lado da filha de Ceto. Aron apenas deu de ombros e concordou, começando a tocar. Os semideuses acompanharam em alto e bom som, com palmas e risadas. Apenas uns poucos não acompanharam. Ana Flavia, que estava deitada junto com Iasmin quase dormindo, Ellen que mantinha a boca ocupada demais com Dan e Julia, mas esta ultima só não acompanhou por que era lerda mesmo e acabava perdendo o ritmo.

Por ultimo, Aron resolveu tocar uma que era algo como uma piadinha interna no Acampamento. A música se chamava Shimbalaie e, por motivos óbvios, tinha um toque de ironia ali. Foi só nesse momento que Jimmy perguntou, num tom inocente, onde estavam Manu e Wlad. Olharam ao redor, mas os dois não estavam entre os rostos conhecidos. Aron deu de ombros e continuou a musica.

Mal eles sabiam que, assim que todos permaneceram distraídos, Manu e Wlad haviam ido para a praia, sentados na areia que começava a se aquecer com os raios de sol, ambos com preguiça de ir buscar um pano para sentar-se confortavelmente. Não se importavam, tão pouco. Naquele momento, tudo o que Wlad queria era terminar o sonho que havia tido na Arena de onde havia parado. Segurou o rosto de Manu com as duas mãos e a beijou, sentindo uma pontada de calor nas pontas dos dedos que não tinha nada a ver com o sol que incidia sobre eles.

Os semideuses ainda iriam chorar muito e lamentar pela perda de seus entes queridos. Mas naquele momento, parecia que tudo iria dar certo. Pois tudo estava (quase) do jeito que deveria estar.

FIM


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Notas finais do capítulo

Agradeço a todos que leram até aqui. Vocês são uns amores ;u;



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