Fique Comigo escrita por naanyfaria


Capítulo 4
Memória Fraca




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Fui sentar lá na frente, na calçada. Horário de almoço, a rua estava movimentada. Fiquei observando a rua. Até que o Nick apareceu.

- Katy! – ele gritou assim que abriu a porta do carro.

- Nickey! – eu acenei pra ele.

- Garota, que saudade! – ele veio em minha direção.

- Eu também. Chegou de viagem quando¿

- Ontem à noite. E você¿ Chegou da fazenda quando¿

- Hoje, de manhã. – respondi. Ele me abraçou.

Percebi que eu sentia falta dele. Do meu loiro preferido.

- Ah! Eu realmente estava com saudade Nickey!

- Qual é Katy¿! Você não tinha certeza disso¿ - ele ficou bravo e eu ri.

-Eu te amo, seu chato. – eu o abracei mais forte.

- Eu sei. – rimos juntos.

Nick era meu vizinho desde quando eu mudei pra cá, desde os meus quatro ou cinco anos. Foi quando eu deixei a fazenda. Nós crescemos juntos. Ele era um menino lindo tanto por fora – tinha os olhos cor de mel, cabelos loiros escuros, era alto e forte – quanto por dentro, sabia ser companheiro. A gente já teve um rolo quando eu tinha 10 anos, mas não deu certo, eu nunca entendi o porquê de não dar. Na verdade, a gente apenas se beijou e então ficamos só amigos, como se nada tivesse acontecido. Pra mim Nick era o mais perfeito de todos os meninos existentes na terra, podia ser considerado meu príncipe encantado, e um dia, por eu o considerar assim, acabou me machucando, ferindo meus sentimentos, mesmo que a minha idade não fosse apropriada para sofrer por amor.

- E ai¿ Como foram suas últimas semanas¿ Que dia que é hoje¿ - ele olhou pros lados como se esperasse resposta de alguém – Dia 23 ou 24 de janeiro¿ Eu não te vejo desde o dia 28 de dezembro. E olha que somos vizinhos.

- Hoje é dia 23 de janeiro, segunda-feira. – eu ri dele - É verdade. Faz tempo. Então, eu fui pra fazenda mesmo. Mas eu fui dia 20... E voltei hoje.

- Foi entediante novamente¿ - ele riu. Eu reclamava muito da fazenda pra ele, mas... Dessa vez...

- Não. Realmente não.

- O que¿ - ele perguntou espantado.

- Senta ai que eu te conto.

- Arrã. – ele sentou do meu lado.

- Havia visitas... Minha tia, coincidentemente, foi visitar minha avó Eliza no mesmo dia. Na verdade eles chegaram sábado. Ela levou o noivo dela. E também o cunhado dela. Eles foram pra minha avó os conhecerem. Aí, eu e meus pais já os conhecemos também. – eu sorri e ele deitou a cabeça de lado como se estivesse esperando eu contar mais – O cunhado dela chama-se Roy. Ele é muito legal. Estuda naquela escola lá na mesma quadra que a nossa. Sabe qual é¿ Acho que se chama... Leopoldina¿

- Ô lá em casa! – Nick me interrompeu rindo e xavecando uma menina que passava de bicicleta em frente de casa. Ele não havia prestado atenção.

- Seu besta! – eu bati na perna dele.

- Ai, Katy! – ele esfregou a mão onde eu havia batido.

- Que coisa chata, Nickey. As meninas realmente não gostam disso. Vai por mim.

- Tá bom. – ele mostrou a língua. – Continua. Eu sei que escola ele estuda.

- Então, eu o conheci e ele é muito legal. – era chato falar de menino para outro menino, mesmo sendo o Nick.

- Arrã, isso você já falou.

- Ah. Eu sei, mas, então, essa é a novidade. As visitas. Por causa deles o meu final de semana naquela fazenda linda, porém entediante, foi super legal.

- Sei. Como é esse Roy¿ - ele perguntou desconfiado de algo.

- Ele tem cabelos morenos, um castanho, arrepiado; olhos azuis – “E maravilhosos”, eu pensei comigo mesma – e ele é mais ou menos da sua altura. Roy Steban é o nome dele, se eu não me engano.

- Ah. Ele é um otário. Não acredito que você...¿ - ele balançou a cabeça decepcionado e nervoso.

- Eu o que¿ Como assim otário¿ - eu fiquei surpresa com as palavras de Nick.

- Ele e a galera dele são mó playboyzinhos! Já arrumaram confusão com a gente. Porém, da próxima, ninguém vai entrar no meio da briga – ele disse cerrando os olhos pra mim - nem vai haver apenas ameaças. Não acredito que não se lembrou dele...

- O que¿ Galera¿ Vocês brigaram¿ Ah... – eu me lembrava agora da briga dos meninos da minha escola com os do Leopoldina, na qual eu entrei no meio. Roy estava nela. Por isso eu sentia que o conhecia. – Não! Ele... Ele é o Roy Steban da galera do Felipe¿

- É. Katy qual é o problema, você não se lembra da nossa “discussão” ¿ - ele disse fazendo aspas no ar.

- Lembro. É lógico que lembro. Vocês todos iriam se matar. – agora sim eu via na minha cabeça claramente o dia em que a galera do Nick bateu de frente com a do Felipe; eles realmente batiam de frente, tanto os de lá como os de cá eram enormes e fortes. Naquele dia, a briga e as ameaças haviam começado por causa de olhares estúpidos e intimidadores, fofocas e xingamentos... Roy havia brigado com Luck... Mas, só isso. Era coisa deles dois. Os amigos do Felipe e o Roy queriam apenas caçar confusão. Senti-me uma estúpida por não lembrar disso antes, não fazia tanto tempo. Foi no meio do ano passado, quando o Luck entrou e não conhecia ninguém. Ele iria apanhar se o Nick e os outros meninos não o protegesse. Um motivo bobo gerou uns socos, motivos mais bobos ainda geraram rivalidade pra toda a vida. Que coincidência mais estúpida. Eu sempre tive memória fraca para coisas ruins, por isso não me lembrava de Roy.

‘- Não se deixe levar pelo pensamento dos outros está bem¿ – ele parou na sala e soltou minha mão – Tchau, Katy. Foi maravilhoso te conhecer, adorei todos esses dois dias com você. – Roy sorriu e me deu um beijo no rosto. ‘

As palavras de Roy antes de ir embora fazia todo sentido agora...

- Katy, que foi¿ Você está pálida! – Nick colocou a mão no meu rosto e virou de encontro ao seu. Estremeci com seu toque frio.

- Eu não me lembrava dele... Eu... Não me lembro de ter visto ele aqui... Na briga... Eu...

- Katy, calma. Faz um tempinho que aconteceu, tudo bem se você não se lembra. Foi tudo rápido demais no dia. Me desculpe pelo modo que falei com você. – ele tentou me acalmar.

- Não! É por isso que ele...

- O que Katy¿ Por isso o que¿ Ele fez algo contra você¿

- Por isso ele não me falava dos amigos deles... Por que ele se lembrou de mim. Lembrou que eu me joguei na frente de todos naquele dia... Só pra te salvar... – eu havia literalmente me jogado no meio das duas gangues, apenas para evitar que o Nick brigasse, o arrastando para longe de lá. Os outros recuaram, não queriam me bater, daria BO pra eles se batessem numa menina.

- Kay, olha pra mim! – ele disse meu apelido mais esquecido ao invés de Katy. Eu olhei pra ele – O que está havendo¿

Eu engoli em seco. Senti minhas pernas tremerem, e mesmo estando sentada fiquei com medo de cambalear ou coisa assim. Que impacto aquela descoberta havia feito sobre mim.

- Nada, Nickey. Eu apenas fiquei surpresa ao descobrir quem ele era. Decepcionada por ele não ter me tido nada, e por... Droga! Vocês são rivais!

- Decepcionada¿ Esperava mais do que isso dele, Katy¿ Ele não presta! – Eu não podia admitir que o Nick falasse aquilo do Roy, mas eu entendia que o Roy... Entendia que eles eram rivais, e que isso me daria muita dor de cabeça. Eu gostava do Roy. Éramos amigos agora. Nick segurou meu rosto de novo – Prometa que vai se afastar dele agora que se lembrou de tudo. Prometa Kay, por favor. Eu não...

- Eu sei. – eu o interrompi – Eu sei que você o odeia... Eu... – segurei sua mão e a retirei do meu rosto, depois levantei e entrei em casa. – Desculpa, tenho que ir. – fechei o portão e sai correndo pra dentro.

- Katy! – ele gritou assim que se recuperou do choque, eu suponho.

- Desculpa. – eu sussurrei.

Tudo fazia sentido agora. “Sua escola vai ficar mais divertida. Espera pra ver!”, foi o que ele havia me dito também pouco antes de ir embora. Em seu olhar uma preocupação. Roy havia se lembrado de mim. Mas, eu não me lembrava dele. Na época de tudo isso eu havia dito tantas vezes que o odiava, que odiava os amigos deles, por simplesmente existirem. Roy foi o culpado de causar a maior de todas as rivalidades entre escolas. Nos esportes, após aquele acontecimento, eram severos, duros, sofridos e muito competitivos. Roy... Eu precisava falar com ele.

Peguei o telefone e disquei o número que estava quase apagado na minha mão, embaixo do nome “ROY”.

- Alô¿

- Roy¿ - eu perguntei pra ter certeza.

- Katy¿

- É. Roy... Eu preciso... – não conseguia achar as palavras certas para começar.

- Precisa do que¿- ele estava ansioso.

- Por que mentiu pra mim¿ Por que não me falou que era amigo do Felipe¿ Por que razão não me disse que você era o Roy que havia brigado com o Luck¿ Por que... – eu respirei fundo, meus olhos estavam embaçados. – Você sabia que Luck era meu amigo...

- Katy... Você...

- Arrã, eu me lembro da briga agora. Sei que você se lembrou de mim e por isso não me disse sobre seus amigos idiotas!

- Só os meus¿ - ele perguntou rudemente. A discussão começou.

- Só! Você mentiu pra mim... Isso tudo é sério. Você e sua gangue iam matar eu e meus amigos! Caçaram briga a toa. Rivalidade a toa também. Você se aproveitou de mim...

- Na época eu nem te conhecia Katy! Não é o que você está pensando... Você não me conhece direito, o que você sabe de mim é o que os idiotas dos seus amigos colocam na sua cabeça! Caramba, Katy!

- Não conheço¿ Lógico que conheço! Você é um playboy que caça briga com tudo e todo mundo, junto com aquele grupinho ridículo do Felipe Marques.

- Está vendo¿ Você não sabe nada! Eu não briguei por que eu quis com o Luck, ano passado. Não foi a minha culpa!

- A não¿ De quem então¿ Do papa¿ Por que do Luck é que não foi.

- Acha mesmo que... ¿ Lógico, é mais fácil colocar a culpa naquele que a maioria aponta, principalmente se essa maioria for seus queridos amigos. - ele parou por um momento. – Você não me conhece, não sabe o que aconteceu aquele dia. E nem ao menos sabe com certeza se eu estava no dia do confronto do Felipe com o seu namoradinho!

- Como que é¿ Namoradinho¿ o Nick¿ Você bebeu!

- Eu só sei que você devia se informar mais, tanto você quanto seus amigos. Uma dica: eu ganhei inimigos de graça, afinal eu não fiz nada. Outra coisa: eu não estava no dia em que você se jogou na frente da briga, fiquei sabendo da boca dos meus amigos. Droga, Katy! Eu te adoro e apenas não queria que você se afastasse de mim assim que se lembrasse da imagem errada que você tinha de mim. Essa criancice do Felipe com o seu amiguinho me deu muita dor de cabeça. Iria lembrar algum dia, mas eu não queria que fosse agora. – ele suspirou – Se informe, só isso que eu te peço. Não adiantou eu falar, mas, tente você; diga pro tal de Nick, que eu nunca tive nada a ver com a briga dele com o Felipe. Eu briguei com o Luck, mas por motivos certos, e acabei que não dando conta do recado! Eu... Katy... – ele desligou.

O que estava havendo¿ Roy não estava no dia da briga entre os dois grupos¿ Eu não me lembrava dele, mas sabia que ele tinha haver com o Felipe. Nick o odiava por isso. E que papo era esse de briga de Felipe e do Nick¿ Eles tinham motivos para se odiarem, além de coisas fúteis de meninos de 15 ou 16 anos¿ Meninos esses que já eram quase homens! Que coisa! Que droga!

Qual seria motivo certo que Roy falava ter quando brigou com Luck¿ Luck nunca me disse nada, apenas falou que Roy havia começado e que não sabia o porquê. Imagem errada do Roy¿ Informar-me mais¿ Eu estava totalmente confusa. Que coisa de criança esses meninos estava fazendo. Gangues... Coisa de filme mesmo. Antes eu nem havia ligado pra briga, mas agora eu estava dividida.

Nick nunca me perdoaria se eu continuasse a falar com Roy. Mas, eu não podia aceitar isso. Era uma coisa totalmente infantil e também eu não queria deixar Roy! Por outro lado deixar Nickey também não me deixava satisfeita. O Luck também não... Nem a Gi. Não, nem a Kimi. Nunca.

Eles não iriam ser tão crianças a ponto de não permitir que eu falasse com o Roy por causa de um briga de alguns meses atrás. Seriam¿ Precisava saber se eram. Mas, resolvi deitar um pouco. Pensar mais. Depois, mais tarde eu iria conversar com eles.

Não consegui cochilar nem duas horas direito. Eu nem havia almoçado, mas não estava com fome mesmo.

- Mãe, eu estou saindo! – gritei na direção da sala assim que desci a escada correndo. – Volto mais tarde!

Sai rapidamente, sabia que um deles, ou Roger ou Fernanda, haviam me escutado. Parei em frente ao portão do Nick, e respirei fundo.

- Nick! – chamei e depois apertei a campainha.

O Sr. Gabriel apareceu na porta.

- Oi Katylin. Como vai¿ - ele perguntou educadamente.

- Bem e o Senhor¿ O Nick está¿

- Estou bem. Ele foi caminhar. Na praça, aqui perto. A nova, não a velha.

- Sim, sim. Eu sei onde é. Obrigada! Até. – eu sorri e sai correndo.

Precisava chegar rápido. Implorar uma reconciliação do Roy com o Nick. Eu os amava e não queria que brigassem. Quer dizer, eu precisava ter o Roy, eu gostava dele, não como gostava do Nick, mas eu me sentia hipnotizada e não desistiria dele.

Cheguei à praça e percebi que seria difícil encontrá-los. Estava lotada de gente. Comecei a procurar. Teria que encontrá-lo.

- Katy¿ O que está fazendo aqui¿ - uma voz me chamou.

Eu assustei e me virei rapidamente.

- Roy¿ - a palavra saiu sufocada.

- Acabei de falar com você no telefone.

- O que está fazendo aqui¿ - perguntei rudemente.

- O que¿ É uma praça isso aqui, Katy. Eu moro aqui perto.

- Eu sei. – droga de situação, eu me sentia tonta. Era um pressentimento.

- O que você faz aqui¿

- O mesmo. É uma praça! – respondi de cara fechada.

- Me perdoa Katy. Eu não queria mentir... Na verdade eu não menti apenas não te lembrei de um detalhe. Até o momento em que não sabia seu nome eu não me recordava de quem você era. De primeiro achei que era apenas coincidência, depois fui juntando tudo, todos os detalhes. Eu... Não quero perder você...

- Cala a boca! – eu o interrompi. – Sei que você não fez por mal. Não sei como, mas eu acredito em você.

- Qual é o drama então¿ Eu apenas tenho amigos diferentes dos seus.

- Amigos esses que odeiam os meus amigos. Nick não gosta de vocês. E o pior de tudo é que o motivo é besta e infantil. Vocês tudo são uns otários!

- Não são motivos besta... Eu te garanto isso.

- Não são¿ Fala aí por que não são então.

- O motivo sempre foi um só. Rivalidade.

- Arrã, isso eu sei. Mais, especifique.

- Tipo, eu não posso...

- Dizer¿ - eu terminei sua frase. Ele me olhou perplexo.

- É.

- Isso é ser amigo¿ - eu balancei a cabeça em negação. – Não. Não é. Eu preciso entender o porquê dessa rivalidade, se não é coisa boba e tola deve ser algo bem mais sério! E eu quero saber. Droga, Roy. Eu não quero que vocês briguem. Eu não devia ter esse afeto todo por você, mas tenho, e o Nick... Ele é meu irmão. Vocês todos têm 15 ou 16 anos. São bem grandinhos,
não acha¿ Precisam parar com isso.

- Qual é Katy¿ A gente não vai se matar. Não é pra tanto drama.

- Não é¿ Droga de novo, Roy! Presta atenção, eu não quero que vocês se machuquem. Eu gosto de você...

- Eu não vou me machucar. Não se preocupe comigo, já disse que não tenho nada a ver com a briga desses caras, não preciso da sua preocupação, do seu drama. – eu o olhei, sem acreditar nas suas palavras. O que¿ Meu drama¿ O que¿

- E-eu... Seu idiota! Eu te digo que me preocupo com você e você... Seu idiota! – repeti nervosa. – Não precisa mais olhar na minha cara, Roy Steban! – eu virei e dei-lhe a costa.

- Katy, não é isso! - ele me pegou pelo braço. – Fico nervoso por você não entender tudo o que está acontecendo. E também por não poder te explicar. Eu te amo Katy, foi tipo amor a primeira vista, não faz isso comigo. – era uma declaração de amor¿ Minha cabeça girava.

- Idiota! – eu gritei com ele novamente sem prestar atenção e sem levar suas palavras a sério, podia ser zuação. – Eu preciso saber o que está acontecendo. Eu... – pude sentir minha raiva subir até minhas bochechas – Solta meu braço agora, Roy. Solta! – eu gritei tentando me soltar das mãos fortes dele. – Agora, Roy!

- Solta ela! – uma voz grossa ordenou calmamente. – Agora, Steban.

Era o Nick. Pronto. Estava tudo acabado. Minha boca se abriu de medo.

- Katy, eu apenas queria que me escutasse. – Roy sussurrou perto do meu ouvido.

Eu não disse nada apenas me ajeitei. Ele ficou do meu lado.

- Qual é a sua, Steban¿ - Nick perguntou encarando o Roy.

- Eu não tenho nada a ver com você Nick. Então, por favor, para de achar que eu sou seu inimigo, pois eu não sou. Nunca fiz nada contra você. – Roy respondeu.

- Foi por sua culpa que Luck quase apanhou daquela gangue de amigos playboyzinhos sua. Fica longe dela!

- Você sabe que não foi por isso. Sabe até mais que eu. E a briga entre você e Felipe era bem mais que isso. Outra coisa, não fale por ela!

- Cala a boca. Você não sabe de nada! – pude ver Nick estremecer de raiva.

- Sei sim. Você sabe que eu sei e sabe também.

- Para. O que está havendo Nick¿ - eu perguntei. Eu já podia me sentir mais calma.

- Não se intrometi Katy. – ele disse friamente.

- Nick... – minha voz saiu como um sussurro.

- Viu Katy, é ele quem tem coisas a te dizer. Eles que não permitem que eu diga qualquer coisa a você ou a outra pessoa. – Nick avançou um passo enquanto Roy jogava as palavras em minha direção.

- Cala a boca, Steban! – Nick parecia outra pessoa. Eu estremecia com cada palavra que saia da sua boca em um tom totalmente estranho e medonho.

- Nick, Roy! Parem agora! Eu quero saber o que está havendo. Roy, ele não manda em você nem compartilha segredos, então me conta agora! – eu quase que gritei ordenando.

- Não tem nada pra você saber Katylin! – Nick se virou pra mim. – Não se intromete de novo, por favor.

- O que¿ Você está escondendo algo de mim. Logo você... Droga! Explica por favor, o que está havendo. Vocês têm um segredo, importante pelo visto. E não quer contar nem pra mim, sua melhor amiga¿ Há quanto tempo hein¿ Se não fosse essa nova confusão você continuaria a me esconder algo, que pelo visto, é serio... - eu estava confusa. O que poderia ser¿ Os dois sabiam e não podiam contar. Era minha única pista.

- Katy, é melhor você ir embora. Ele não irá te contar nada... Você saberá por si própria um dia. – Roy me garantiu em tom de ameaça para Nick.

- Já disse pra você calar a boca! – Nick deu um soco no estômago de Roy.

- Roy! Para Nick! Para! – minha voz algumas oitavas acima.

Roy caiu no chão, tanto era à força do soco de Nick.

- Roy! Você está bem¿ - eu me ajoelhei ao seu lado, suas palavras passando na minha cabeça. “Eu te amo”, Roy dissera antes. – Responde!

- E-e-u estou bem, Katy. – ele gaguejou ao tentar falar.

- Nick, o que há com você¿ O que ele te fez¿ - avancei em sua direção.

Ele não me respondeu e saiu. Sua expressão era de arrependimento. Roy se levantou e o seguiu. Meu desespero cresceu, eles iam sair nos socos.

- Roy, não! – pedi.

Ele andou rápido, eu não consegui avançar nenhum passo para impedi-los, meus olhos esperavam o pior, esperavam os socos. Eu não agüentaria com os dois. Nick atravessou a rua e como em um piscar de olhos um carro jogou Roy longe quando ele tentava alcançar Nick do outro lado da rua.

- Não! – gritei, sem perceber o quanto alto havia saído meu grito. Meu coração havia parado de bater e o “eu te amo” de Roy estava de novo na minha cabeça.

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Notas finais do capítulo

REWIEWS? please, *---------*