Fique Comigo escrita por naanyfaria


Capítulo 11
Promessas


Notas iniciais do capítulo

demorei née? desculpa, mas vai ser assim gente, vou fazer de tudo pra não excluir essa fic. estpa dificil continuar! beijos!



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Minha mãe buzinou impaciente, esperando que eu fosse sair de dentro da escola. Bati no vidro para que ela parasse e abrisse a porta.

- De onde você veio¿ - ela perguntou abrindo a porta e olhando pelo retrovisor. Fernanda não disse nada, apenas continuou a olhar o menino encostado na arvore.

- É o Roy. Eu estava com ele. – disse por fim sem me importar com sua reação.

- Arrã. Não vai precisar ir vê-lo agora. – foi só isso que ela disse. Eu assenti com a cabeça. Liguei meu mp3 e ficamos o caminho todo sem trocar uma única palavra.

Meu dia estava ruim e bom ao mesmo tempo. Não queria ter dado o tapa no Nick... Me doeu fazer aquilo, mas, ele não pensou em me magoar na hora que foi pra falar mal de mim. Argh. Que situação. Novamente estava brigada com Nick... Novamente depois de toda aquela confusão do segredo idiota. Eu não queria isso. Queria pedir desculpas, mas, ele me devia desculpas e não eu a ele.

De noite, pensei em ligar para Roy, mas achei que não seria boa ideia, afinal eu só tinha o telefone da sua casa, e se a irmã dele atendesse¿ Não. Eu não queria isso. E também, eu estava exausta e triste um pouco, não queria ter que dizer a Roy o porquê da minha tristeza, era um assunto chato. Jantei rápido e fui fazer minha lição. Assim que acabei fui dormir. Seria mais fácil acordar amanhã cedo se eu tivesse bem descansada.

Acabei sonhando com o beijo meu e do Roy. Eu podia ver tudo em cada detalhe, em câmera lenta se quisesse. Foi tão bom. Depois de tanto tempo, depois de tudo que o Roy e eu passamos a gente finalmente se beijou. Era uma vontade que ambos tínhamos desde os dias na fazenda. Aquilo pra mim foi uma conquista. Uma conquista perfeita e inesquecível. Por todas essas semanas eu fiquei imaginando como seria o meu reencontro com ele, como seria vê-lo acordado de novo, como ele me trataria depois de tudo, como eu reagiria ou até se a gente ficaria. O resultado final foi inacreditável, eu nunca teria imaginado o beijo meu e do Roy, com qual eu havia sonhado várias vezes também, mas não daquele jeito pelo menos

Meu despertador gritava desesperado e eu o desliguei assim que me sentei na cama, fitando apenas o vazio. Na minha mente, o meu melhor amigo. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto, eu a ignorei. Levantei e me arrumei para escola.

O clima em casa estava pesado logo de manhã. Pelo que eu havia entendido Roger e Fernanda havia brigado feio, eles nem se quer trocaram olhares. Dessa vez Fernanda me levou até a escola, às vezes eu podia sentir seu olhar pesar em meu rosto. A ida até a escola foi muito cansativa, por causa do trânsito e do silêncio entre mim e minha mãe. Aquilo era chato.

Quando desci, ela me olhou como se fosse me pedir algo, mas depois se virou para frente de novo. Entrei na escola sem entender o que havia acontecido, ou a briga foi muito feia ou eu não sei. Raramente eles brigavam e quando acontecia era sério.

- O que houve com você¿ - Kimi gritou ao se aproximar de mim.

- Por que a pergunta¿ - a encarei sem entender. Só podia ser o dia do “sem entender”.

- O que deu em você¿ - ela insistiu – Primeiro sai da sala chorando e não me diz o que aconteceu; depois fico sabendo que você brigou e bateu no Nick no meio do corredor sem explicar nada e por último te vejo com o tal do Steban toda feliz! – Kimi gritou nervosa.

- Não estou entendo esse teu nervoso todo. - retruquei. – Eu ia te explicar tudo, mas esqueci...

- Você é uma estúpida sabia¿! – suas palavras ecoaram no meu ouvido e chegaram ferindo meu coração. De novo não, pensei. Kimi me puxou pro lado – O que houve pra você brigar com o Nick¿ Era por isso que você chorava¿ Brigou com ele pra ficar com o Roy¿ Brigou com ele por causa do Roy¿ Qual é a sua Katy¿ Vai deixar o Steban separar e acabar com a amizade sua e do Nick de novo¿

Eu não sabia o que eu deveria falar. Não sabia como responder ou começar. Kimi havia disparado, com muito ódio, várias perguntas difíceis a mim.

 - Não... – tentei – Briguei com o Nick porque ele me traiu, contou meus segredos e ainda falou mal de mim para outras pessoas. – consegui me controlar e continuei – Eu estava muito nervosa com o que ele fez comigo, queria sumir, até que Roy chegou e me fez uma surpresa, não sabia que o encontraria naquele momento. Eu já iria vê-lo ontem antes de brigar com o Nick, então não o coloque como culpado, O.K¿

- Nick nunca faria isso com você! – ela gritou. – Acredite em mim... E nele.

- Kimi ele disse que eu era uma boba por estar esperando por alguém como o Roy, contou meus segredos e falou de mim com outra pessoa, - repeti - se apenas tivesse falado tudo bem, mas não, ele falou mal! E... Eu não queria ter batido nele, não queria mesmo, mas a minha ira chegou ao máximo, na verdade já estava no máximo. Eu me arrependi depois se quer saber.

- Claro que se arrependeu. – ela disse ironicamente – Se arrependeu tanto que foi correndo ficar com o Steban!

- Não é nada disso, quer dizer, quando o Roy me encontrou eu estava péssima, mas também não iria descontar nele.

- Daí você foi lá e o beijou para você esquecer tudo e todos, inclusive esquecer até de ir lá escutar o que o Nick tem a dizer, ou então se tudo que te disseram sobre seu melhor amigo é verdade ou não¿!

- Eu sei que é verdade. E outra coisa, eu o beijo a hora que eu quiser, tendo ou não motivos pra isso! - eu já não conseguia controlar as lágrimas. Ultimamente eu me sentia uma torneira quebrada.

- Sabe nada Katy. Você acredita tanto assim no monstro que te contou esse absurdo¿ Pra começar, quem foi¿ - ela exigiu.

- Gi... Giuliane – a palavra saiu sufocada. Eu ainda estava muito nervosa com ela.

- O-o que¿ - Kimi gaguejou de surpresa, acredito.

- Também briguei com ela... Ela me disse: “Bem que o Nick me disse que você era uma boba...” – falei tentando me lembrar das palavras certas de Gi. – Fiquei com muita raiva e a bati na cara também...

- Gi¿ Foi ela quem...¿ - Kimi parecia não acreditar.

- Foi. Está vendo, eu não poderia duvidar da verdade... 

- Nick nunca diria isso. Gi mentiu! – ela voltou a dizer.

- Você não sabe! Pode não o conhecer tanto assim, e para de protegê-lo, de querer tirar a culpa de cima dele. Ele fez isso. – eu não estava certa disso, mas as palavras foram sendo ditas sem serem revisadas.

- Não. Não o Nick que eu conheço, ele não é falso! – ela retrucou, ainda gritando como antes. – Você é uma idiota por acreditar em tudo isso! No final das contas você quer mesmo é ficar com o Steban e por isso arruma motivos pra brigar com o Nick, pra dar um fora bem menos doloroso nele.

- Fora¿ - perguntei percebendo o rumo diferente que a conversa estava levando.

- Vai. Vai lá ficar com o Steban vai. Um dia você vai perceber o que ele está te trazendo; brigas e muitas lágrimas. – seu tom de voz entregava o tamanho da sua ira.

- Cala a boca Kimi, ele não tem culpa de nada! – o defendi.

- Claro que tem, foi só ele aparecer que você nunca mais foi a mesma. Agora, você só briga com o coitado do Nick. – ela disse.

- Sabe o que acontece¿ Você está tomando as dores dele, vê se entende, que ele não gosta de você e que mesmo você gostando dele você não tem o dever de protegê-lo ou de tomar as dores dele! – cuspi as palavras.

- Você... Você não sabe de nada Katy, de nada. Entende tudo errado. – Kimi se virou pra sair e depois voltou a me olhar – Vê direito o que você faz, as amizades rompidas são difíceis de serem reconciliadas.

- O que¿ - perguntei feito uma idiota, minha ficha havia caído – Não.  Não quero brigar com você Kimi, espera ai! Eu não...  – tentei repassar tudo na minha cabeça e organizar, para então poder argumentar com Kimi, mas ela já havia saído e agora eu estava sozinha no corredor.

Corri para a direção contrária de Kimi. Acabei saindo da escola e me sentei na beira da calçada. Olhei em direção a rua imaginando como seria bom se Roy aparecesse de novo. Mas, não aconteceu. Fechei meus olhos fortemente e tentei respirar fundo e não chorar mais, aquilo já estava me deixando exausta.

- Senhorita Hendrikus! – uma voz autoritária chamou – O que pensa que está fazendo¿

A inspetora de alunos vinha na minha direção, me levantei limpando o rosto.

- Eu... – respirei fundo novamente.

- Não. Não se explique, vá já pra sala antes que eu te mande para a diretoria! – ela exclamou, ordenando.

- Sim, Sra. Ágata. – disse derrotada.

Ela me viu entrar na escola e depois se voltou para o portão, onde ficaria até a segunda aula, caso algum aluno chegasse atrasado.

- Com licença. – pedi ao entrar na sala e interromper a aula da professora Catherine.

- Toda, Katylin. – ela sorriu simpática. Entrei timidamente, vários olhares eram direcionados a mim.

Catherine era a professora de artes e ela sempre estava de bem com tudo, mesmo negando ela tinha jeito de hippie.

Antes eu já estava péssima por ter brigado com Nick, e agora, eu estava pior por ter brigado também com a minha melhor amiga. As aulas foram lerdas demais e eu já não podia agüentar, minha cabeça parecia que ia estourar. Comecei a balançar a cabeça, queria que a dor parasse de algum modo.

- Senhorita Hendrikus, está tudo bem¿ - perguntou o professor da última aula antes do segundo intervalo. – Senhorita Hendrikus...

Sua voz ecoava no meu ouvido, ele parecia distante.

- Estou bem... – disse calmamente, tomando ar para poder falar.

- Tem certeza¿ A senhorita parece estar pálida. – Sr. Ângelo insistiu.

Minha cabeça continuava a doer fortemente e sua voz ficava cada vez mais distante, mesmo ele estando perto de mim. Eu já sabia o que estava me acontecendo.

- Profe... – tentei chamá-lo, mas não consegui nem terminar uma palavra e tudo já estava escuro.

Na minha cabeça diálogos e imagens rodavam. Eu não sabia se estava sonhando ou se estava apenas relembrando, mas o que eu sabia era que na minha cabeça o olhar triste de Nick era fixo. Ele não se cansava de me olhar e eu não entendia o porquê, afinal, aquilo estava me deixando sem graça. Comecei a encará-lo também, e quando o fiz uma lágrima desceu pelo canto do seu olho e ele se afastou um pouco. Eu despertei.

- Nick! – gritei ao tentar me levantar do lugar que eu me encontrava deitada.

- Está tudo bem... –uma voz me tranqüilizou.

- Nick¿ - perguntei fechando e abrindo os olhos para enxergar melhor.

Ele hesitou.

- Você estava...¿ Eu estava acordada¿ - perguntei, já que agora meu sonho parecia ser mais real do que eu pensava.

Nick continuou quieto, sem dizer uma única palavra, ele parecia querer chorar.

- Senhorita Hendrikus. – uma pessoa chamou e depois puxou Nick com delicadeza. – Você está melhor¿

Meus olhos continuavam no rosto de Nick. Sua feição era triste e me trazia dor. Depois de dois segundos me concentrei na pessoa que falava comigo.

- Você está melhor¿ - a inspetora Ágata voltou a perguntar.

- Sim. Eu...

- Seus pais estão a caminho minha querida. Descanse até que eles cheguem. – ela me interrompeu se levantando.

- Claro... – disse revirando os olhos. Meus pais deviam estar surtando agora.

A Sra. Ágata saiu da sala me deixando a sós com Nick, mas lhe dando um sinal de que ela o esperava para voltar a aula. Ele continuava quieto, apenas me olhando.

- Quer parar de fazer isso¿ - perguntei – Ficar... Me olhando. Estou ficando sem graça...

Nick desviou o olhar e passou a encarar o chão.

- É sempre nos piores momentos que isso acontece, mas preciso te dizer umas coisas... – ele disse baixinho.

- Eu não estava sonhando, você estava do meu lado minutos atrás e chorava. – afirmei, ele me olhou assustado. – Desculpe por...

- Não. – me interrompeu – São apenas gotas de águas salgadas...

O olhei sem entender, Nick balançou a cabeça.

- Eu não disse nada do que a Giuliane falou, nunca diria isso de você nem que eu te odiasse. Sei que nas últimas vezes em que eu pedi perdão por algo que fiz você estava em uma situação frágil, como por exemplo após um desmaio. – ele sorriu sem vontade – Mas, pra mim, isso é ironia do destino, sei lá, talvez pra deixar tudo mais dramático do que realmente é. Então, aqui e agora, após escutar as minhas palavras quero que você não chore nem fique triste ou nervosa, apenas me entenda. Pode me prometer isso¿

- Para. Está me deixando triste antes mesmo de me dizer o que é... Você já vai falando que não é pra mim chorar então quer dizer que é ruim...  – minha voz falhava ao imaginar o que seria.

- Prometa. –ele disse rudemente. Seus olhos estavam profundos nos meus.

- E-eu prometo. – gaguejei. Nick abaixou a cabeça.

- A Giuliane mentiu, eu nunca diria algo parecido sobre você. Aquele tapa... Ele me feriu... Não por fora, mas por dentro. Você deixou sua raiva tomar conta de você, está certo que por um bom motivo; seu melhor amigo parecia falar mal de você pelas costas afinal, mas devia ter me escutado. Você devia ter se acalmado... E procurado saber da verdade. Isso tudo provou que você não confia em mim, que você duvida de mim e que a primeira coisa que uma pessoa falar sobre mim, sendo essa pessoa sua amiga ou não, você acreditará. Isso também não é ser amigo... – ele me olhou, acredito que por um dia eu ter o colocado da mesma forma.

- Me desculpe... Eu fui imatura... Infantil. – eu disse com a voz rouca.

- Não. Não precisa se desculpar. – Nick continuou a me encarar – Por que o Roy¿

Sua pergunta me pegou de surpresa. O que ela tinha haver com o assunto¿ Claro, tinha haver com muita coisa.

- Sei lá. Eu... Gostei dele. Gostei muito. – admiti sem graça.

- Por que você desmaiou¿ - o olhei, a ordem de suas perguntas não fazia sentido.

- Acho que porque eu estava muito nervosa ou porque a minha cabeça doía fortemente. Enxaqueca é difícil.

- Vai namorar ele¿ - Nick perguntou encarando o chão desta vez.

- Qual é das suas perguntas Nick¿ - continuei a encará-lo, minha expressão era de dúvida.

Ele me olhou nos olhos. Sua face estava triste e seus olhos molhados. Eu compreendi. Ele tinha algo pra me dizer, mas não sabia como.

- Não sei como reagir, o que dizer Katy... Eu...  Eu vou embora... – ele sussurrou.

- Que¿ - ri histérica das suas palavras, sem, na verdade, acreditar.

- Eu queria ficar aqui... E lutar por você, mas, não posso. – sua voz fraquejava.

- V-você... Não. Você não vai a lugar nenhum Nick! Lugar nenhum! – gritei desesperada. – Você prometeu!

- Não posso mais ficar aqui... – uma lágrima isolada desceu pelo seu rosto. Minha garganta se trancou.

- Por que não¿ É alguma coisa que eu fiz¿ Eu peço desculpas, mas não faz isso... – implorei.

- Não é por você. – ele ficou confuso e encarou a própria mão.

- Pelo Roy¿ - minha cabeça voltava à dor. Sua noticia despertou uma dor em mim, uma dor bem mais profunda que uma enxaqueca.

- Não Katy. Não. – Nick voltou a olhar nos meus olhos. – Eu te amo e preciso ir.

- Não! – gritei de novo – Você... Eu posso tentar...

- Tentar o que Katy¿ - ele perguntou sem entender.

- Te amar... Ficar com você... – a ideia era sufocante pra mim. Nick era meu irmão, meu melhor amigo.

- Que absurdo é esse¿ - ele indagou – É claro que não. Não quero isso. Não é isso. – Nick parecia confuso. - Você gosta do Roy... Eu não poderia...

- Não quero que você vá embora Nick... – sussurrei.

- Eu vou voltar em junho ou julho. – ele sorriu. – Não vai sentir a minha falta, pois vai ser rápido demais.

- Mais que droga Nick! Você não pode fazer isso! – voltei a gritar – Por favor, não faça isso comigo. Preciso de você Nickey! Não quebre sua promessa.

- Você já quebrou muita das suas... – ele grunhiu entre dentes.

- O que¿ - perguntei – Quebrei o que¿

- Preciso de um tempo sozinho... Tenho minhas razões. – ele desviou minha pergunta.

Lágrimas escorriam pelo seu rosto angelical. Meu coração batia apertado.

- Não. Você só tem quinze anos! Não tem como ficar sozinho! E não tem razões nenhuma pra isso...  

- Tenho sim. – ele me interrompeu. Sua face foi dura por um segundo.

- Nick... Eu não queria... Desculpa... – pedi abaixando a cabeça tentando esconder as lágrimas que teimavam em cair.

- Para com isso! – ele gritou, me fazendo voltar a encará-lo, assustada agora. – Não é você! Sou eu...

- Eu não entendo... Por que continua a se culpar¿ O que você tem culpa  no motivo da sua ida¿

- Eu não devia... Não devia ter escondido de você... Ter omitido isso e não ter contato isso antes. Ficou guardado, aqui – Nick colocou a mão no peito – por anos.

- Do que está falando Nick¿ - o fitei desconfiada. Ele permaneceu em silêncio, suas lágrimas cessaram. Na minha cabeça, um pensamento se formava, como se eu pudesse ver através de seus olhos e dentro da sua alma, entendo tudo assim. – Você me ama... Não como amiga. – completei.

- Eu necessito de você... E não posso vê-la com outro... Esperei até o momento certo, mas acabou ocorrendo imprevistos. – ele sorriu histérico – Mas que droga! Por que por ele e não por mim¿ Por que¿

- Nick... Eu não sei... Você é como um irmão pra mim. Nunca percebi nada e... Quando o Roy apareceu, eu estava carente. – me senti envergonhada ao dizer aquilo, mas continuei – Sei lá, ele é perfeito aos meus olhos... Eu não...

- Só isso¿ Assim tão fácil¿ Por que não por mim¿ - ele voltou a perguntar. Estava sendo demais pra mim tudo aquilo.

- Não. Eu não pude escolher... Eu não sabia que tinha escolhas! – gritei.

- Saberia se lembrasse das suas promessas... – Nick prendeu meu olhar. Seus olhos cor de mel estavam marejados, assim como os meus estavam.

- Que promessa¿ - sussurrei. Meu corpo tremia diante daquela cena.

Nick abriu a boca para dizer algo, mas hesitou por um momento, e depois encarou a janela. Deixando o assunto da promessa novamente de lado. Droga!

- Se entenda com Kimi. Vocês sim são como irmãs e não podem brigar por nada nem ninguém. – ele disse por fim.

- Não muda de assunto. – falei num tom nervoso.

- Eu vou embora Katylin. Preciso lhe deixar sem nenhum problema, lhe deixar feliz. – ele sorriu. Seus olhos demonstravam sinceridade.

- Não! Eu não posso ser feliz sem você! Seu egoísta. Só está pensando em você...  – fechei os olhos – Você é meu... Meu amigo... o melhor de todos. Preciso de você também... Nick... Por favor...

Ele se aproximou de mim. Suas mãos frias tocaram a minha face, eu o olhei suplicante.

- Minha pequena... – ele sorriu novamente e me beijou na testa. Algo molhado caiu em meu cabelo, eu me arrepiei e voltei a fechar meus olhos.

- Nick... – balbuciei.

Abri meus olhos e encontrei seu olhar triste. Eu nunca havia visto os olhos de Nick em tamanha tristeza, e poucas vezes os tinha visto derramar tantas lágrimas. Aquilo estava me corroendo por dentro.

- Não é uma despedida. É um até logo. – ele disse como se fosse uma promessa, eu já estava cansada delas. Depois se afastou com o olhar baixo, saindo da sala em seguida.

Fiquei olhando o chão tentando me controlar. Torcendo para que aquilo tudo fosse um sonho. Um pesadelo na verdade. Uma dor insuportável começou a bater no meu peito, e eu tentei cessá-la com as mãos, tentei arrancar do meu peito aquela dor, a dor da perda. Minhas mãos tremiam. Eu tinha que me controlar, pois as vozes dos meus pais estavam cada vez mais próximas.

 


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Notas finais do capítulo

e os reviews?