Casados pela razão errada escrita por WendyReis


Capítulo 52
Capitulo 52 - Ciúmes geram conflitos




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Após o almoço, nós ficamos um bom tempo jogando vídeo game. Estávamos jogando, devia ser três da tarde. Todos estavam com fome, então eu disse que faria algo.

Eu estava fazendo sanduíches e então, como sempre, me deparei com algo que eu não conseguia alcançar. Eu sorri pensando no idiota e então eu fui até a sala…

— Pica-pau? Você pode me ajudar? (Ele assentiu)

Nós chegamos à cozinha e antes que ele dissesse qualquer coisa eu apontei para a prateleira com os pratos e ele riu.

— Não sei por que, mas eu sabia que era algo no alto!

— Idiota! (Eu ri) Pode voltar se quiser era só isso que eu precisava. (Então ele me olhou e sorriu malicioso) O que foi?

— Cadê minha recompensa?! (Eu ri e me virei para a pia começando a preparar os sanduíches) Eu estou falando sério, baixinha.

— Obrigada. (De repente eu senti braços fortes apertando a minha cintura) O que está fazendo? (Eu abaixei minha cabeça envergonhada pelo abraço repentino)

— Não esse tipo de recompensa que eu estou falando. (Ele sorriu e então eu pude sentir o calor da respiração dele no meu ouvido o que me fez arrepiar)

— Então do que você está falando? (Eu disse ainda sem olhá-lo)

— Não vou te deixar fugir de novo. (Ele tirou um dos braços da minha cintura e virou meu rosto de forma que eu conseguia sentir sua respiração nos meus lábios)

— A-ainda a história de me deixar vermelha? (Eu perguntei envergonhada)

— Não. (Ele sorriu e olhou no fundo dos meus olhos) É mais do que isso.

Eu fiquei sem reação e o olhei, e então tomada por um impulso bem maior do que eu, eu levei minha mão até nuca dele e o puxei suavemente fazendo com que nossos lábios se encostassem…

— Gente, eu quero o meu sanduíche sem pasta de ame…

— Wendy! P#t@ q#3 p@r1#! (Disse o idiota parecendo revoltado e eu ri me afastando dele) P*rr@! Da primeira vez eu relevei, mas agora…

— Foi sem querer, tio! (Ela disse rindo e o interrompendo) Não é como se vocês não fizessem isso toda hora, né?! Só vim pra avisar que eu quero o meu sem pasta de amendoim. (Ela disse rindo muito)

— Argh! Sai! (Ele disse grosso e ela saiu rindo)

— Hei, não fale assim com ela. (Eu disse me virando e a defendendo)

— O que?! Mas… mas ela… (Ele disse surpreso e eu ri)

— Sai você também. Eu já estou terminando.

— Mas eu posso te ajudar a terminar.

— Conheço suas intenções, Pica-pau. (Eu disse rindo)

— Eu não vou sair daqui!

— Então termina você.

— Mas hei! Nós… nós íamos…

— Nós não íamos nada. (Eu saí antes que ele falasse qualquer coisa)

Por que eu saí?! Eu não quero me envolver com ele. Esse idiota está mexendo tanto comigo… E a pior parte é pensar que amanha tudo isso vai acabar…

Eu estava sentada no sofá perdida em meus devaneios quando meu celular tocou e era o Nath. Eu fui até o quarto e o atendi. Ele me perguntou se eu não queria sair com ele e eu assenti porque eu preciso ficar um tempo longe do Castiel.

Eu voltei pra sala e o idiota estava sentado no sofá comendo o sanduíche, a Wendy estava deitada no outro também comendo. Eu me aproximei do Pica-pau e me deitei apoiando minha cabeça nas pernas dele e ele se assustou.

— O que você está fazendo?! (Ele perguntou espantado)

— Me deixa ficar assim um pouquinho.

— Não está com fome?! (Ele perguntou rindo e então eu peguei o sanduíche da mão dele e mordi) O que está acontecendo com você?! (Ele continuou espantado)

— Nada. (Eu sorri) O que você colocou no seu? Está com o gosto diferente.

— Molho de pimenta. (Ele riu e se aproximou tanto que eu pude sentir sua respiração e então ele disse baixo por causa da Wendy) Pra quando eu te beijar hoje à noite você sentir meu frescor! (Nós rimos disso, e então ele com a outra mão livre acariciou meu rosto suavemente passando o polegar sobre meus lábios. Ele sorriu e olhou no fundo dos meus olhos e então desceu seus lábios ao encontro dos meus e me deu um selinho, ele se afastou e eu sorri e então ele fez de novo, e de novo, e de novo...)

— Wendy… (Eu disse baixo antes que ele quisesse continuar com aquilo)

— Eu sei. (Ele sorriu e selou seus lábios aos meus de novo. Ele se afastou um pouco e sorriu) Me deixa dormir na cama hoje? (Eu sorri e assenti) Mas eu não quero que você acorde com dor amanhã. (Eu o olhei confusa) Dorme comigo. (Eu o esperei rir) Eu estou falando sério, gnomeia. (Nós sorrimos e eu abaixei minha cabeça olhando para os meus pés, porque estava triste) Eu não estou dizendo pra gente tran…

— Eu vou sair com o Nath. (Eu não conseguia dizer isso olhando nos olhos dele)

— Você vai o que? (Ele não parecia grosso, parecia surpreso)

— Eu não vou demorar muito, prometo. (Eu continuei sem olhá-lo)

—… Você precisa mesmo ir? (Eu o olhei surpresa pelo tom que ele estava usando, e então eu olhei no fundo de seus olhos) Não vai. Fica aqui.

—… (Eu fiquei sem reação, senti um sorriso se abrir em meus lábios, então eu olhei pra ele e ele continuava com aquela mesma expressão) Eu preciso…

— Ok. (Ele disse grosso e se afastou de mim e então se levantou me fazendo cair com a cabeça no sofá e foi em direção à cozinha)

— Tudo bem? (Perguntou Wendy e eu me levantei e assenti)

Eu encontrei com o Nath e depois nós fomos pra casa dele. E mesmo depois de tudo o que eu e Nath fizemos eu ainda não conseguia tirar aquelas expressões do Pica-pau da minha cabeça. Não conseguia esquecer os gestos, e as várias vezes que quase nos beijamos e… Ah! É difícil pensar que ele não sente o mesmo… Eu estava abraçada com o Nath e percebi que mesmo ali com ele eu continuava pensando naquele idiota. Eu não queria enganar o Nathaniel, não queria traí-lo, mas eu não quero terminar com ele. Eu sei que gosto de outro… Mas… Argh! É tudo tão confuso na minha cabeça… Por enquanto eu só posso ignorar o que estou sentindo. É o certo…

— Caramba! Perdi completamente a noção do tempo! (Eu disse me levantando da cama e colocando minha lingerie)

— Não entendi... Qual o problema? (Ele disse se sentando na cama)

— A Wendy, sobrinha do Pica-pau está lá em casa e...

— Por favor, eu já te pedi, para não ficar colocando apelidos nele! É chato isso!

— Você quer que eu te dê um apelido também?

— Não! Isso é infantil…

— Então para com isso! (Eu dei um beijo na bochecha dele) Enfim... A Wendy está lá em casa e ela tem que acreditar que somos o casal perfeito e apaixonado. Viu minha blusa? (Ele pegou a blusa que estava no chão ao lado da cama) Obrigada.

— E agora você deve explicações a ele?! (Ele disse incomodado)

— Essa não é a questão... O caso é que se eu demorar muito ela vai perceber que tem algo errado... E com certeza aquele infeliz vai dizer a verdade e adeus meu dinheiro... (Eu me levantei da cama e pus meu short)

— Como sempre o dinheiro! Eu acho que você é gananciosa demais! (Ele se levantou e pôs a bermuda)

— Achei que eu já houvesse te explicado o porquê de eu realmente querer minha parte na herança! (Eu disse me irritando e cruzando os braços)

— Quer saber?! Tenho minhas dúvidas se você realmente só se importa em estar perto da sua avó! No fundo, acho que o dinheiro é muito importante para você!

— Nathaniel eu sou rica! Não preciso do dinheiro daquela velha! Ela morreu e eu nem pude me despedir, nem a pude pedir perdão!

— E ela precisou morrer pra você poder se preocupar?! Estranho isso, não?!

— Sabe qual o seu problema?! Medo! Você tem medo que eu acabe amando aquele infeliz e te largue! Porque você é inseguro! (Eu disse explodindo)

— Inseguro?! Você não percebe, porém o chama de apelidos carinhosos, fica preocupada com as horas por causa dele! Eu realmente me arrependo de ter entrado nessa! Talvez não devesse ter me metido no meio de vocês dois!

— Não existe nós dois! E nem nunca vai existir… (Eu disse meio triste)

— Você tem certeza?! Por que não é o que parece!

— É claro! Nós somos casados! E se a sua insegurança permitisse você repararia que estamos apenas interpretando! Mas ultimamente você anda tão inseguro que nem percebe que eu estou com você por que quero estar e não por que se tornou uma obrigação! Eu sinto muito se te incomoda não poder assumir o nosso relacionamento! Mas você já sabia disso quando resolveu ficar comigo!

— Como se isso fosse te prender!

— Ah! Você acha que eu te traio com aquele infeliz?! (Eu ri ironicamente) Eu até diria que você bebeu, mas te conhecendo como te conheço talvez a sua chatice tenha entrado em combustão! (Eu me irei) Eu não tenho razão pra te trair! Ainda mais com aquele animal de cabelo vermelho! O fato de ele ser mais alto e mais forte te incomoda!

— Ah claro, agora você reparou que ele é mais forte do que eu?! O que mais?! Ele é também mais bonito?! Mais atencioso e romântico?!

— Nathaniel eu não sou cega! E quer saber?! Sim ele até fingindo consegue ser mais atencioso e romântico imagina na realidade!

— Finalmente você assumiu!

— Quer saber seria muito melhor se eu não te devesse explicação alguma! Seria muito melhor, você não acha?! (Eu disse grossa)

— É talvez sim, já que você está envolvida com ele! Eu não vou ficar sendo o coitado cego que é incapaz de enxergar a verdade!

— Eu acho que você está deixando o ciúme subir a sua cabeça! E eu não tenho vocação pra babá de crianças que são incapazes de separar as coisas! (Eu saí do apartamento dele batendo a porta com muita violência)

Eu entrei no carro e dirigi com muita raiva... Eu estava tão irritada que acelerei com toda a velocidade, devia estar a mais de cem por hora... Eu estava fora de controle! Odeio saber que o Nathaniel não está errado!!! Odeio sentir tudo o que sinto quando estou perto do Castiel!!!! Sem querer eu senti lágrimas escorrendo dos meus olhos era tudo muito confuso, o sentimento de culpa, de raiva, de agonia… Eu só queria poder sumir por alguns dias! Esquecer esses sentimentos malditos, a mídia, a herança… Eu sinto falta da minha avó. Eu me lembrei de quando era mais nova e de tudo o que aconteceu comigo. E então chorei ainda mais. Eu ouvi meu celular tocar e imaginei ser o Castiel me ligando por causa da Wendy. Eu peguei meu celular e não, não era... Era o Nathaniel! Óbvio eu não atendi! O que ele tinha de tão interessante pra me dizer?! Iria me pedir desculpas?! Ah, por favor, ele só disse a verdade não tem que pedir desculpas! Não é assim?! Eu estava tão preocupada com a minha raiva, e o barulho daquele celular tocando insistentemente que nem vi o sinal fechando, eu devia estar a quase duzentos por hora, só vi um carro aparecer de repente na minha frente e não deu tempo de desviar…

Algum tempo depois... Eu não sei quanto tempo tinha passado. Eu abri meus olhos, mas não consegui ver muita coisa. Meus olhos estavam repletos de sangue e embaçados. Pelo barulho acho que havia pessoas ao meu redor. Eu comecei a sentir ainda mais dores como se houvesse sido despertada por elas. No lugar onde deveria estar meu baço a dor era intensa como se o tivessem tirado a sangue frio. Eu não aguentava mais aquela dor, as lágrimas misturadas com sangue que talvez viesse da minha cabeça estavam escorrendo pelo meu rosto de modo que eu podia sentir gosto de sangue por toda minha boca.

Alguém quem eu não conseguia distinguir começou a falar comigo. Eu queria me levantar, mas não tinha forças! Era como se todo meu corpo estivesse preso no chão, eu comecei a me desesperar ainda mais. Eu queria acordar do pesadelo! Eu estava com medo e assustada! A pessoa que falava comigo começou a me fazer perguntas simples como se fosse para me manter acordada. A minha voz saía tão baixo que eu mal conseguia ouvi-la... Eu não conseguia pensar direito... Minha mente como se estivesse exausta ia parando... Então a mesma pessoa começou a me dizer que eu precisava ficar acordada, mas era difícil. Muito difícil! Eu tentei dizer que não conseguia, mas minha voz não saía. Então eu só ouvi o barulho da ambulância… Eu vi um borrão de luz, acho que estavam me colocando dentro da ambulância e então minha consciência simplesmente se foi.


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