Mr. Darcy em minha vida escrita por hatake


Capítulo 38
Elizabeth




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Quase três anos depois...

 

Darcy sentia-se estranho. Era para estar eufórico, afinal em poucos minutos casar-se-ia com a mulher que amava, mas ele não podia deixar de sentir que algo estava faltando. Tinha alguma coisa errada.

— Vamos Willian. – era Georgiana que entrava em seus aposentos. – Já está na hora.

Sem que se desse conta, Darcy se viu caminhando em direção ao altar da capela decorada com diversas flores. Pelo caminho pode ver seu amigo Charles de braços dados com sua recém-esposa, sua bela cunhada Jane. Eles lhe sorriam encorajadores. Alguns instantes depois ouviu a marcha nupcial e a noiva entrou de braços dados com o pai. Ela estava linda e sorria amorosamente para ele.

Por um segundo o coração dele parou. Não era Elizabeth. Era...

— Hannah. – balbuciou aflito.

— Estou lhe entregando o meu tesouro. – o senhor Bennet disse ao se aproximar de Darcy – Cuide bem dela, por favor.

Aturdido Darcy assentiu e olhou ávido para a noiva. Era Elizabeth. Ela lhe olhava curiosa.

Mais tarde naquele dia, quando todos os convidados já haviam ido embora Darcy se encaminhava para seus aposentos. Sua esposa o aguardava.

Ainda não estava totalmente recuperado do choque na igreja. Ele pensava haver esquecido Hannah, quem quer que ela fosse. Seu acidente ocorrera há anos e mesmo procurando exaustivamente jamais foi capaz de encontrá-la. Por fim se contentou com a explicação de que a mulher seria apenas obra da sua imaginação.

Pouco tempo depois de encerrar suas buscas, seu amigo o convidara novamente para ir a Hampshire. Da última vez, Charles teve seus planos interrompidos pelo seu acidente e não encontrara a propriedade. Decepcionado com a busca infrutífera, Darcy aceitou o convite e partiu com Bingley e suas irmãs.

Em alguns dias ele conheceu Elizabeth. Uma pérola entre os porcos. Aos poucos ele foi conquistado pelo jeito pouco convencional da moça e quando menos esperava estava apaixonado. Após alguns infortúnios, eles conseguiram se acertar e finalmente se casaram.

Distraído com seus pensamentos ele custou a perceber que chegara ao seu destino. Bateu a porta cauteloso.

— Pode entrar. – ouviu a voz suave de sua esposa.

Devagar ele abriu a porta e entrou no aposento. Elizabeth lhe esperava sentada em frente à penteadeira. Tinha os longos cabelos soltos e vestia uma camisola branca longa e de mangas compridas. Ela lhe olhava tensa, ansiosa e ao mesmo tempo com carinho.

Mais uma vez naquele dia, Darcy sentiu-se incompleto. Seu olhar deve tê-lo denunciado, pois Elizabeth soltou um suspiro resignado antes de perguntar:

— Você tem algo para me contar?

Pensou em tudo que poderia responder, mas por fim decidiu que ela merecia honestidade.

— Eu sinto muito.

Sua esposa o encarou, curiosa, magoada.

— Você não me ama?

— É claro que sim. – ele retrucou.

— Então o que se passa?

Ele se sentou aos pés da cama, de frente para ela antes de continuar.

— Eu a amo Elizabeth. Você deu sentido a minha vida solitária e vazia. Não se esqueça disso jamais, por favor. É como se eu tivesse nascido para amá-la. Como se fosse minha alma gêmea.

— Eu também me sinto assim meu amado marido. – Lizzie disse emocionada – Mas sinto como se algo estivesse entre nós.

— Você está certa esposa. Tem algo que eu gostaria de lhe contar. Não quero que comecemos nossa vida de casados com segredos.

 Elizabeth assentiu compenetrada.

— A quase três anos atrás, Bingley me convidou a visitar Hampshire pela primeira vez. Eu parti com meu criado pessoal, mas nunca chegamos. Sofri um acidente no caminho e fiquei inconsciente por duas semanas.

— Meu Deus! – ela exclamou surpreendida – Você se machucou seriamente?

— Não tenho certeza. Apesar dos poucos danos físicos os médicos acharam que eu fiquei com alguma seqüela.

— Como assim? – Lizzie estava preocupada.

— Ao acordar, eu me lembrava do rosto de uma mulher e Bingley me disse que durante minha inconsciência eu ficava chamando um nome. Hannah.

— E quem é essa mulher? E o que isso tem a haver com o dano em sua mente? – indagou depois de alguns segundos.

— Ela não existe Elizabeth. Apesar de eu poder vê-la nitidamente em meus pensamentos, ela não existe. Após me recuperar do acidente, procurei exaustivamente por ela. Mas nunca encontrei nada. Nem me lembrei de outra coisa além do seu rosto ou nome.

— Você tem certeza que ela não é real?

— Absoluta. – ele respondeu deprimido.

— E ainda assim você não consegue esquecê-la. – seus olhos estavam marejados – Por que você se casou comigo?

— Eu amo você, Elizabeth. – disse com toda sinceridade.

— Mas... – ela lhe olhava confusa.

— Essa mulher não é real. É fruto da minha imaginação.

— Mas você está apaixonado por ela. – sua voz era sofrida.

Darcy respondeu:

— Como eu poderia estar apaixonado por alguém que não existe? O que eu sinto é curiosidade, de saber quem ela é e por que eu não consigo esquecê-la.

Lentamente ele se aproximou da esposa, segurando-a pelos ombros.

— Eu me casei com você Elizabeth. Eu amo você mais que qualquer coisa nesse mundo. – Darcy disse convicto do que sentia.

E era mesmo verdade, afinal não existia nada que ele amasse mais naquele mundo. Naquele.


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