Hannah sabia o que tinha que fazer. Ela tinha que se afastar. Não podia deixar Darcy se aproximar dela. Não daquele jeito. Não pelos motivos errados. O que ele sentia no momento era ciúme e raiva. Não era vontade de estar com ela. No fim, ele iria se afastar, e iria doer infinitamente mais que das outras vezes. Mas mesmo sabendo de tudo isso não foi capaz de se mover e foi com absoluto pânico que notou Darcy cada vez mais perto.

Darcy não sabia o que estava fazendo. Só precisava senti-la. Ao menos uma vez ele precisava sentir a maciez de seus lábios. Sentir seu corpo junto ao seu. Nem que fosse uma única vez. Ele ainda estava furioso com a idéia de que Hannah havia beijado outro homem. Só de se lembrar disso ele sentia vontade de quebrar tudo em volta. A raiva e o desejo se misturavam em seu interior. Ele percebia o pânico absoluto no olhar que Hannah lhe lançava. Mas ele não se importava. Nada importava.

Com esse turbilhão de pensamentos Darcy chegou até Hannah. Ele pode perceber um leve tremor na garota. Isso não o conteve. Com uma mão puxou Hannah pelo braço até estarem a milímetros de distância. Com a outra mão segurou sua nuca e capturou seus lábios.

Não era um beijo gentil. Era punitivo. Darcy descarregava nesse beijo todo o seu sofrimento, sua dor. Uma mordida um pouco mais forte e Darcy pode sentir o gosto ferroso em sua língua. Hannah arfou com o desconforto. Darcy não se importou.

A cabeça de Hannah estava em branco. Todo o seu corpo era apenas sensações. Não conseguia pensar em nada coerente. Nem sequer correspondia ao beijo. Uma mordida forte de Darcy lhe provocou um esgar de dor. Sentiu o gosto de sangue na boca. Sabia que ele também sentiu, mas isso não o parou. A dor da mordida lhe despertou para um fato um tanto quanto óbvio. Estava sendo loucamente beijada pelo homem que amava. Sabia que ele se arrependeria no futuro, mas essa certeza só lhe deu mais ganas ainda para aproveitar o momento. E sem mais pensamentos se entregou a carícia.

Darcy sentiu o exato momento em que o comportamento de Hannah mudou. Desde o início do beijo ela não o afastou, mas também não correspondeu, simplesmente deixou-se ser beijada. Mas por algum motivo ela agora correspondia. O beijava com a mesma ou até mesmo mais intensidade do que ele o fazia. Seus braços que antes estavam caídos ao longo do corpo subiram para a sua nuca e puxavam-lhe os cabelos. Era doloroso, mas para ele só fazia ser mais excitante.

O beijo foi mudando, não era mais uma punição. Era conquista.  Cada um lutando por obter mais do outro. As mãos de Darcy desceram pelas costas de Hannah e apertaram suas nádegas com força, trazendo-a ainda mais perto dele. Hannah gemeu com o gesto. Sem poder se controlar mais, Darcy a levantou pelas pernas e colocou-a sentada sobre a mesa em seu quarto, derrubando tudo que estava em cima. Os objetos fizeram barulho ao cair no chão e Boruto latiu. Nenhum dos dois percebeu.

Hannah estava completamente fora de órbita. Quando sentiu Darcy erguê-la e colocá-la sobre a mesa passou as pernas em volta de sua cintura, puxando-o para mais perto. O gesto fez seus corpos se chocarem e foi a vez de Darcy gemer.

O beijo terminou pela falta de ar. Hannah abriu os olhos e olhou o homem a sua frente. Ele também estava de olhos abertos. Com os cabelos ainda úmidos de suor pela corrida e bagunçados pelas carícias dela, as pupilas dilatadas, a respiração ofegante. Ela jamais viu um homem tão sensual. Seus olhos azuis queimavam de desejo, sua boca estava entreaberta.

— Eu vou marcá-la Hannah. – ele disse com dificuldade sem desviar o olhar – Vou marcá-la tão profundamente que você nunca mais conseguirá sequer beijar outro. Você nunca mais vai querer outro homem depois de hoje.

O coração de Hannah parou enquanto via a boca de Darcy baixar novamente até a sua.

O beijo começou outra vez explosivo. Darcy intercalava sua invasão na boca dela com beijos úmidos pelo rosto e pescoço.  Seu corpo era cada vez mais comprimido contra o dela e os sinais de sua excitação eram evidentes.

Mais uma vez a falta de ar interrompera o beijo. Os olhos de Darcy incendiavam Hannah como lava derretida. O olhar do homem baixou até a barra da camiseta que ela usava. A garota respirou ruidosamente ao perceber a intenção de Darcy. Com uma calma deliberada as mãos dele seguiram o movimento de seus olhos e a camiseta foi retirada.

— Você é perfeita. – disse Darcy olhando o colo descoberto de Hannah, seus seios escondidos pelo top de ginástica branco.

Hannah puxou Darcy pelo pescoço, unindo suas bocas. Eles se beijaram mais alguns minutos até que ela conseguisse tirar sua camiseta. Ele era exatamente como ela havia imaginado. Ombros largos, braços fortes, peito e barriga de músculos firmes e definidos sem exagero.

Darcy fechou os olhos e gemeu quando sentiu aos mãos de Hannah em seu tórax. Estava extasiado pela gama de sensações que o envolviam. Ao sentir a boca de Hannah substituindo as mãos precisou se agarrar a ela para não cair. Tinha certeza de que deixaria marcas em sua cintura fina.

De repente ouviram um celular tocando. O toque fez o corpo de Darcy se retesar de imediato. E Hannah soube que o momento estava perdido.

Segurando Hannah pelos braços Darcy se afastou. Abaixando-se no chão pegou as duas camisetas, jogando a de Hannah para ela e vestindo a sua.

— Eu sinto muito. – disse e saiu pela porta.