Mr. Darcy em minha vida escrita por hatake


Capítulo 23
Longe demais


Notas iniciais do capítulo

Para minhas queridas leitoras...



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Quando Hannah acordou na manhã seguinte Darcy estava a sua espera para correrem juntos.

— Acordou cedo Darcy. Bom dia!

— Bom dia. – estava com um semblante sério.

— Dormiu bem?

— Vamos correr? Não quero me atrasar.

— Tudo bem.

Os dois correram por alguns quilômetros até pararem para descansar. Sentaram-se embaixo de uma árvore e após alguns minutos em silêncio Darcy disse:

— Com quem você estava ontem Hannah?

— Com um representante de um cliente da empresa. Por que?

— Você voltou tarde para casa.

— O clima estava tão bom que nem percebemos o tempo passar.

— Esse representante... É um homem?

— Sim.

— Jovem?

— Sim.

— Solteiro?

— Mas que droga é essa Darcy? Onde você quer chegar?

— Você ficou interessada nele? – os olhos de Darcy estavam tempestuosos.

— Não é da sua conta. – disse Hannah antes de voltar a correr de volta para casa.

— Droga... – Darcy praguejou antes de ir atrás de Hannah.

Darcy estava confuso. Tudo o que deseja era que Hannah fosse feliz. Mas será que ela não poderia ser feliz solteira? Maldição! É claro que não. Todos precisam de um companheiro. Alguém para se apoiar. Alguém que vai lhe abraçar quando o dia não for bom... Alguém que vai lhe fazer uma boa massagem quando estiver muito cansado... Alguém que vai lhe beijar... Que vai lhe olhar com desejo e...

— Aish! – resmungou em voz alta.

— Tudo bem aí Darcy?

Hannah parou de correr e se virou para trás.

— Continue correndo. – o semblante de Darcy não parecia nada bem. Era uma mistura de dor com raiva, muita raiva.

— Ok! – Hannah voltou ao seu caminho.

Eu preciso me acalmar... Eu preciso me acalmar... Eu preciso... matar... Eu vou matar o idiota que ousar chegar perto da minha mulher. Minha? – Darcy deu uma risada sarcástica – Eu mesmo fiz questão afastá-la. Darcy, Darcy... Não era isso que você queria? Que ela encontrasse alguém e fosse feliz? Mas precisava ser tão rápido? E se não for uma pessoa boa... É isso! – a face de Darcy se iluminou – Eu preciso saber se é um bom homem. Se não for, como eu posso deixá-lo com a Hannah? Preciso protegê-la contra esse idiota. Eu vou protegê-la.

— Seus pais ligaram. – disse Darcy a alcançando.

— Sério? Por que ligaram para você?

— Acho que não conseguiram falar com você.

— Hum... Desliguei meu telefone ontem para a reunião. O que eles queriam?

— Como não poderão vir no dia da sua festa de aniversário virão almoçar conosco no domingo.

— Hum... Tenho que pensar no que cozinhar.

— Não se preocupe com isso. É seu aniversário. Eu vou cozinhar.

— Sério?

— Uhum.

— Obrigada!

— Já pensou no que vai querer de presente?

— Hum... Para falar a verdade não. Não é como se eu quisesse algo em especial. Qualquer coisa serve.

— Vou pensar em algo então.

— Ok, obrigada!

Terminaram o caminho em silêncio.

— Hannah? – Darcy chamou ao entrarem em casa.

— Sim?

— Vocês vão se ver novamente?

Não era preciso ser um gênio para saber de quem Darcy perguntava.

— Provavelmente. Somos a engenharia de ambas as partes.

— Eu quis dizer por motivos pessoais.

Hannah pensou um pouco. James era um homem atraente. E beijava maravilhosamente bem. Mas no dia anterior quando saíram do restaurante não combinaram nada.

— Eu não sei. – respondeu sincera.

— Você gostaria? – o olhar de Darcy se estreitou.

Hannah também não sabia, mas Darcy não precisava saber disso.

— É claro.

Darcy soltou um suspiro profundo.

— Ele beija maravilhosamente bem. – completou entrando em seu quarto.

Hannah assustou-se com o estrondo na porta. Darcy entrou em seu quarto e fechou a porta com força. Hannah nunca o vira tão transtornado, nem mesmo quando ficou sabendo sobre Jane Austen e o livro. Raiva, decepção, desespero, dor... Era possível ver todos esses sentimentos em sua face.

— Beija maravilhosamente bem? – ele falou cada palavra cuidadosamente. Era possível ver a força que fazia para se conter. Suas mãos estavam fechadas em punho e Hannah podia ver os nós brancos.

A mente de Hannah estava em branco. Nunca poderia imaginar Darcy agindo dessa maneira.

— Responda. – Darcy gritou.

O corpo paralisado de Hannah voltou a funcionar com o grito de Darcy.

— O que você pensa que está fazendo Darcy? Saia daqui agora. – gritou.

— Responda. – o tom era baixo dessa vez, mas tão gelado que para Hannah foi como se mergulhasse em um lago congelado.

— Eu não vou responder porcaria nenhuma. – disse mais calma – Que direito você acha que tem para entrar no meu quarto dessa maneira e me interrogar?

— Responda Hannah. Só... Só responda. – Hannah estava brincando com fogo, era possível ver o controle se esvaindo a cada palavra.

— Sai daqui Darcy.

— Eu não vou sair enquanto você não me responder.

— Que tipo de pergunta é essa?

— Uma bem simples. Só responda. Ele beija maravilhosamente bem?

— Darcy, eu...

— Droga Hannah! – Darcy gritou novamente – Me responda de uma maldita vez.

Sem saber o que fazer Hannah apenas assentiu com a cabeça.

— Sim? – o tom de Darcy saiu estrangulado.

Hannah concordou.

— Você se sentiu bem com o beijo dele? Você quer beijá-lo novamente?

Darcy não podia se controlar. Cada palavra saia da sua boca sem que se desse conta. Sentia raiva, ciúme, tristeza.

— Acho melhor pararmos por aqui Darcy. Já fomos longe demais.

— Você acha? – respondeu irônico.

Os dois se encararam em silêncio por alguns segundos até que Darcy disse:

— Longe demais foi você beijando outra boca que não fosse a minha. Longe demais foi você ao me dizer que beijou outro como se estivesse falando do tempo.

Hannah estava sem reação. Só podia ouvir as palavras de Darcy em silêncio.

— Longe demais... – Darcy continuou - Longe demais está você agora. – disse antes de caminhar em direção a Hannah.


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Notas finais do capítulo

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