300 dias antes da América escrita por Michele Bruna da Silva


Capítulo 1
O Desejo da Aniversariante


Notas iniciais do capítulo

É minha primeira fanfic, então erros básicos peço que sejam reconsiderados hahaha.
O primeiro capítulo ficou bem clichê, mas os seguintes estão mais bonitos tanto na escrita quanto no desenvolvimento dos personagens. Espero que se divirtam!

Ochibi = baixinho, que é a maneira como Kikumaru chama Echizen



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Ela não imaginava ver tantas pessoas naquele dia, na realidade, Sakuno queria ver apenas uma, que era exatamente aquela que não estava presente. No fundo, todos sabiam que ele não iria, Echizen só vai à festas quando é arrastado para uma.

Tomoka correu em sua direção, ligeiramente histérica - Sakuno!! - pulou no pescoço da amiga e tirou um selfie. - Hora do parabéns! - depois a arrastou para perto do bolo.

Um grande coro começou a cantar parabéns e quando terminaram ficaram esperando o clássico momento.

– Faça um pedido, Sakuno-chan. - An se tornou uma grande amiga e quase sempre treinavam juntas.

Ryuzaki tentou pensar em algo para pedir, mas ultimamente, sempre que fechava os olhos, via apenas a figura de Ryoma, e seu pobre coração quase explodia. Desejava que ele estivesse ali. Sentiu suas bochechas corarem e Kikumaru percebeu a mudança de expressão, obviamente ele não perdeu a oportunidade de fazer uma brincadeira.

– Se pedir o Ochibi eu vou buscá-lo pra você.

Todos riram e ela só conseguiu gesticular dizendo "não", desesperadamente, além de ficar completamente vermelha em menos de cinco segundos.

– Com meus dados posso, com certeza, dizer onde ele está. - Inui ajeitou os óculos como de costume, fazia dois anos que se formara e não tinha mudado nada, talvez tenha até ficado pior. Havia momentos em que não dava pra saber a diferença entre coletar dados e agir como um perseguidor maluco.

– Sério? Por que não disse antes? Nós poderíamos ir atrás dele, não é Mamushi? - disse Momoshiro empolgado batendo no ombro de Kaidoh, que descontente com o gesto e com a pergunta, respondeu secamente:

– Vá sozinho.

– Você e o Kaidoh teriam que arrastá-lo até aqui, como sempre. Echizen não gosta muito de festas, vocês saibem - comentou Oishi

– Shhh... Eu não vou arrastar ninguém. - enfatizou Kaidoh se irritando

– Mas não seria uma má ideia e faz tempo que não nos vemos. Eu poderia ajudar o Momo e o Kaidoh. - se dispos Kawamura ignorando completamente a opinião de Kaidoh. E era sempre assim, tanto que no fim, ele ia com Momoshiro arrastar Echizen para qualquer evento em grupo que não envolvesse tênis ou para o qual ele não tenha sido explicitamente convocado.

– Se fosse uma competição de tênis ele com certeza estaria aqui. - todos olharam para Horio tendo ideias, mas tiveram suas lâmpadas de genialidade quebradas por Ryuzaki-sensei.

– Ninguém vai jogar tênis no aniversário da minha neta e ninguém vai buscar o Echizen.

– Ele poderia comparecer para cumprimentar, já que ele vai embora no fim do ano. - disse Fuji

Katsuo, Kato, Horio, Tomoka e Sakuno gritaram em uníssono: "EMBORA?!"

– Ele voltará para a América, depois que se formar. - respondeu a professora

Um furacão de sentimentos atingiu o coração da aniversariante. Uma mistura de desespero, tristeza e choque. Ela nunca tinha parado para pensar que ele voltaria para a América, apesar de ser óbvio. Passou dois anos ao lado dele e nunca declarou seus sentimentos.

– Não acredito que Ryoma-sama vai embora! - disse Tomoka chateada.

– Ele nunca toca nesse tipo de assunto. - comentou Katou

– Provavelmente ele iria embora sem dizer nada como da outra vez. - disse Horio.

Ryuzaki teve vontade de chorar, Tomoka percebeu que os olhos dela se enchiam de lágrimas e tentou mudar o clima:

– Tudo bem Sakuno, mesmo na América, ele continuará sendo nosso príncipe e faremos desse ano o melhor de todos! Então, capriche no pedido. - ela deu uma piscadela.

Ryuzaki engoliu o choro. Fazer daquele ano o melhor, era a única coisa que poderia fazer. Olhou para o bolo e para a chama trepidando nas velinhas. Fechou os olhos, e novamente viu a imagem do Ryoma-kun. Abriu os olhos rapidamente, estavam todos esperando. O que ela poderia pedir? Que Ryoma não fosse embora? Isso seria egoísta. Que todos pudessem se divertir mais um ano juntos? Não, isso já pedira no Obon. Tudo o que a jovem queria mesmo, era que ele estivesse ali. Inspirou fundo e guardou o ar. Na verdade, na verdade, queria que...

– Peça logo! - An deu um tapa nas costas dela fazendo-a soprar nas velinhas sem querer, apagando todas elas.

Todos comemoraram e Sakuno entrou em pânico.

– M-M-M-Mas eu não tinha feito meu pedido ainda!

– Você estava segurando o ar. - disse Kato

– E durante um tempinho. - completou Katsuo

– Parecia convicta para mim.

– Eu não costumo concordar com o Mamushi, mas desta vez não tem jeito. - disse Momoshiro, trocando olhares "tretantes" com Kaidoh.

Ela ficou vermelha, de novo, e tampou o rosto.

– Eu não tinha formulado ainda. Saiu todo confuso.

– Mesmo que suas palavras sejam confusas, seu coração foi verdadeiro. Terá um longo trabalho, boa sorte. - incentivou Fuji.

– Não precisa ter vergonha do seu desejo, o importante é que ele se realize. - reforçou Oishi.

– Se precisar, podemos estudar algumas estratégias. - disse Inui.

– Isso não é um jogo tênis Inui-sempai. - o repreendeu Horio.

– Boa sorte Sakuno-chan. - disse Kawamura bastante simpático. Sendo acompanhado por An:

– Você consegue Sakuno-chan.

– Fique tranquila Sakuno-chan, vai dar tudo certo. - torceu Katou.

– Eu te ajudo Sakuno, não se preocupe! - Tomoka piscou e fez um joinha, mostrando apoiá-la totalmente.

– Confie em você mesma, minha neta. - finalizou Ryuzaki sensei se preparando para cortar o bolo.

Sakuno já não tinha mais expressões de vergonha:

– N-não me encorajam como se soubessem o que pedi, é constrangedor... - começou a puxar as tranças para ver se a vergonha diminuía, mas foi em vão.

– Okey dokey. Toda sorte do mundo para Sakuno-chan e agora, vamos comer o bolo! O maior pedaço é meu! - disse Momoshiro pulando para perto da mesa.

– Ah! Eu quero o pedaço com as raspas de chocolate! - brigou Eiji.

Kaidoh que estava na frente de todos, os repreendeu "vão ter que esperar na fila". E começou a brigar com Momoshiro de novo.

Fugi deu uma raquete que estava jogada na sala para Kawamura-sempai que encarnou o tenista maluco na festa.

– BUUUUUUUUUUUUUUUUURNING! QUEM DISSE QUE VAI QUERER O MAIOR PEDAÇO ANTES DE MIM?

E virou uma bagunça só.

Todos eles já saibam dos sentimentos de Sakuno, que estava tendo uns momentos de reflexão enquanto a bagunça rolava.

"O único que não sabe dos meus sentimentos é o Ryoma-kun. Bom, eu nunca os disse apropriadamente.

Tenho até a formatura, então vou batalhar para que meu desejo se realize, eu quero, quero muito... Quero que o Ryoma-kun seja meu namorado" .

Em sua casa, Ryoma teve uma série de espirros e perdeu a partida que estava jogando no vídeo-game.

– Esses caras são muito ruins. Eles deveriam ter mais spin nos ataques.

Seu pai entrou no quarto sem bater e se escondeu em um vão ao lado da cama.

– ? Que você está fazendo aí ? - perguntou

– sua mãe fez aquela sopa de doente de novo.

– mas tem que tomar pra sarar. -disse Echizen sarcasticamente

– se eu tomar de novo eu vou morrer. - o pai observou um calendário marcando o dia 14.01 - não vai ao aniversário de sua amiga? Cof cof - a aparência do samurai do tênis não poderia estar mais horrível, nariz vermelho, escorrendo, olhos lacrimejando e praticamente sem voz.

– não. - disse se espreguiçando em pé.

Nanjiro olhou na escrivaninha do garoto e viu que havia um embrulho pequeno.

– hah, pelo menos você comprou um presente. Mas um pacotinho desse tamanho? Cof ... Não me diga que comprou um enfeite de cabelo de novo?

Foi como se uma flecha tivesse perfurado o coração de Echizen.

– não é um enfeite de cabelo. - era péssimo mentiroso.

Nanjiro suspirou e deu um espirro.

bocê brexisa arranjar uba naborada, já disse que bosso dar ubas dicas de cantadas. Bocê não sabe nem combrar um bresente bra uma garota. Nem barece meu filho.

Echizen imediatamente foi até a porta do quarto e gritou:

– mãe! O velho está escondido aqui no quarto!

–seu bequeno traidor.

Echizen fez uma careta. (:p)

– Eu já disse que não preciso dessas... coisas...

Em segundos, seu pai já estava pendurado no parapeito da janela, se preparando para pular e fugir. Echizen só conseguia olhá-lo desacreditado "o que raios você está fazendo aí?"

–bocê brecisa bensar em outras coisas além de tênis. Combre um bresente decente bara a Sakuno-chan. - insistiu e pulou quando viu a esposa na porta do quarto.

– ah.. ele fugiu de novo... - Rinko suspirou com as mãos na cintura - Ele não entende que é pro bem dele. E a sopa é uma delícia.

Echizen concordou com a cabeça e negou em pensamento, a sopa só perde para o suco de vegetais do Inui, mas era melhor não magoar a mãe.

– Mas ele tem razão.

– Hum? Mãe, você também acha que eu penso demais em tênis?

Ela não respondeu de imediato, mas olhou para o quarto soltando interjeições, todo cheio de raquetes e bolas, com pôsteres de campeonatos nas paredes, revistas, troféus, medalhas, jogos de vídeo-game na temática de tênis.

– Experimentar coisas diferentes é bom, variar um pouco. - ela foi gentil resposta, então ele encarou como um sim. - Mas eu me referia a ter uma namorada. A Sakuno-chan é fofa.

– Não estou interessado nesse tipo de coisa.

– Então... prefere o Momo-sempai? - disse ela imaginando - Nossa, você é tão moderno.

– Não foi isso o que eu quis dizer! - Depois suspirou e passou a mão no pescoço, ficou meio vermelho ao perguntar:

– o que eu supostamente deveria dar de presente a uma garota?

A mãe sorriu, feliz em ver que ele estava sem jeito, e mais feliz por tocar nesse tipo de assunto.

– Ryuzaki-chan já lhe deu vários presentes, não é? - ele olhou para alguns objetos na estante, todos dados por Sakuno em algum feriado ou celebração de alguma vitória. Apesar de haver um boné ali que ele não lembrava por que tinha ganho. - Acho que ela vai gostar de qualquer um que você escolher com carinho.

"Isso não me ajuda em nada na verdade." - ele pensou.

– Se é assim então não tem problema em dar uma presilha de novo.

– Dar presentes repetidos não é legal. Tem uma loja ... - ela começou dizendo e andou em direção à escrivaninha. Pegou um papel e uma caneta e escreveu. Logo, o entregou ao filho. - você deveria visitar para ter algumas ideias.

Ele ficou encarando o papel enquanto ela saía.

– E se encontrar o seu pai, diga que eu vou pô-lo de castigo se continuar fugindo da sopa.

Echizen concordou e olhou o papel de novo. Trocou de roupa e seguiu em sua jornada para comprar um presente. Ele só não sabia, que aquela motivação que sentia não era apenas para agradar os pais comprando um presente melhor.


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