Bad Blood escrita por Anninha Antonelly


Capítulo 2
À Beira do Caos


Notas iniciais do capítulo

Obrigada por todos os acessos. Gostaria de agradecer a Panguru e Pamy Lee Lynch por deixar lindos comentários.
Feliz são joão!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/624833/chapter/2

Ponto de vista de Sam:

Flashback ON (continuação):

– Sam? Sam o que está havendo aqui? Por que está tudo quebrado – não pronunciei uma palavra – anda Sam, fala, por que essa gritaria e por que está quebrando tudo? – senti uma pitada de raiva em sua voz.

– Sabe por que eu estou quebrando tudo e gritando? – indaguei me aproximando com passos lentos. Ele negou – Porque você é um CANALHA, IDIOTA. A próxima coisa que eu vou quebrar vai ser você – segurei ele pela gola da camisa polo branca, branco uma cor tão pura, coisa que jamais o Douglas será: puro.

Ele me fitou com seus olhos escuros, olhos que um dia me seduziram, me enganaram, mas agora demonstravam um só sentimento: medo, medo que eu o quebrasse agora, como se quebra um palito de dentes depois de usado, mas eu já não tinha mais dezessete anos, não era mais a loura que resolvia tudo na pancada – ok, às vezes sim, mas raramente – agora sou uma mulher madura, na casa dos trinta, sei muito bem me cuidar, sei que certas coisas doem muito mais que um soco, às vezes a violência e usada para esconder nossos verdadeiros sentimentos, mas não a nada o que esconder aqui – bem, não da minha parte – está tudo claro feito água, estamos com as cartas na mesa é hora de jogar.

Aos poucos soltei a gola de sua polo, ele tinha um olhar de interrogação “Você ainda não me partiu ao meio? Eu estou vivo?!”

– Temos que conversar – falei entre dentes – uma longa conversa para ser mais precisa. – sentei-me em uma das poltronas de couro que ficam ao lado do sofá.

– fale, estou ouvindo, é para isso que tenho ouvidos não? – sentou na poltrona ao lado da minha.

– Sem gracinhas dessa vez Douglas – ele engoliu seco, eu não o chamava de Douglas, só quando o clima era tenso, como agora – Vou ser direta, a bruaca da sua ex-mulher ligou, Clarisse não é? – perguntei com um sorriso sarcástico.

– Sam... Olha... Clarisse não significou nada para mim – ele tropeçava nas palavras, estava mentindo.

Ele se aproximou de mim, com seu típico sorriso sedutor estampado nos lábios, mas tinha um dedo de nervosíssimo neles, outro sinal: estava mentindo. Esse cara pode enganar a muitos, mas não a Samantha “Sam” Puckett.

Douglas sentou em cima de mim, olhava em direção aos meus lábios, quando já estava a um passo de me beijar acertei uma joelhada bem forte no seu “amiguinho”. Sim aquilo deve ter doido, e muito, mas senti muito prazer em velo cair no chão, gemendo de dor. Depois chutei suas costas, ele urrou.

– Sua louca – berrou gemendo – quer me matar?

– Exatamente – sorri confiante – se a tal Clarisse não significou nada para você por que a escondeu de mim? Porque no fundo nunca a esqueceu, não é? – conclui com ódio

Segurei seu rosto com uma mão e sussurrei em seu ouvido:

– Você é só um idiota, ninguém te quer. A mulher que você mais amou nunca te quis de verdade, por isso te trocou por outro, bem melhor que você – enfatizei.

Douglas se levantou com dificuldade e me olhou dentro dos olhos, tinham dor neles muita dor, mas principalmente ódio. Um ódio arrebatado, como se todas as lembranças com sua ex voltassem das profundezas de suas memorias.

Esperei um turbilhão de respostas e ofensas, estava pronta para respondê-las prontamente. Mas ele apenas disse:

– Terminamos?

– Pensei que fosse obvio – respondi saindo da sala, rumo ao meu quarto, subi as escadas – pois os quartos ficam no andar de cima – quando já estava no ultimo degrau falei:

– Ela pediu para que ligasse para ela, é sobre a filha de vocês. Não vou te dar o número porque sei que você nunca o apagou da sua lista emergência – completei com ironia.

Depois disso Douglas saiu, não sei para onde ele foi, nem me interesso em saber.

– Minha vida é uma droga – murmurei já trancada dentro do quarto.

Douglas – de fato – não era o amor da minha vida, mas também não era qualquer cara, eu gostava dele, ele foi alguém especial, desde o primeiro dia que eu o conheci sabia muito bem o tipo que ele fazia; um cara marrento, marxista, durão, safado e que queria pegar todas. Mas ele mostrou ser um cara bem legal, gentil até engraçado – um pouco – estava frágil, tinha deixado tudo para trás em Seattle; meus amigos, minha mãe, tudo o que eu tinha ficou para trás. A única que me estendeu a mão foi uma ruivinha fresca, Cat Valentine, mas depois de muitas decepções amorosas, em uma noite de fraqueza, Cat acabou engravidando de um cara horrível, Marvel. Agora a ruiva passava grande parte do seu tempo cuidando de Meredith ‘Meri’ e Adam, seus gêmeos de três anos.

Saber que eu fui “traída” e enganada doía muito, mas não ao ponto de chorar, eu nunca choro.

Só tem uma coisa que me acalma: beber, sim eu bebo e muito, ao ponto de não saber quem eu sou. Não bebo por prazer, bebo por necessidade.

Flashback OFF

Eh a sorte sempre pode piorar, a vida é um mar de surpresas sem fim.

– A sorte vive para me sacanear – virei outro copo de vez na garganta

Três horas bebendo depois;

Ponto de vista GERAL

Sam estava bêbada, bêbada podia ser um elogio para ela, a loura estava caindo pelos cantos da casa.

Um baque surdo.

Sam tinha despencado do balcão da cozinha de tanto beber, caindo no chão duro e gelado.

O barulho chamou atenção do adolescente da casa, Jace {se lê JECE} um menino lindo, forte, com uma cabeleira cheia de personalidade, Jace tem quinze anos, e órfão de mãe – que morreu quando tinha cinco anos em um acidente de carro – e seu pai era desconhecido, nunca se soube se o pai de Jace era Doug ou seu irmão mais novo, David. Jace morou com David por grande parte da sua vida, mas após a morte da sua mãe as semelhanças entre ele e Doug eram inegáveis, levantando suspeitas que sua mãe já tenha se casado gravida – já que Jace era prematuro – e o filho era do irmão mais velho do seu “pai”, Douglas, que nunca assumiu nenhum envolvimento com sua mãe, Anelise.

Contrariado, Jace foi morar com seu suposto pai até que David voltasse da França – foi fazer faculdade por dois anos de tecnologia – e pudessem fazer o exame de DNA.

– SAM – berrou ao vê-la caída – Sam acorda, por favor, fala comigo – gritava desesperado sem conter as lagrimas.

Mas a loura continuava sem reação.

Jace era forte – fazia academia – usando seus músculos tomou Sam em seus braços colocando-a delicadamente sobre o sofá, passou uma mecha do seu cabelo louro para trás da orelha alva e lhe depositou um beijo ali, a pele dele se arrepiou com o toque com a dela, ele manteve os lábios ali por um tempo e depois os retirou com delicadeza.

Ele correu até a cozinha e usando a cafeteira da casa fez um café forte, o suficiente para ajudar um bêbado a recuperar sua consciência.

Ao chegar à sala percebeu que a “bela adormecida” já tinha despertado do seu sono de milhares de anos.

– Sam – ele sorri quase derrubando o café – Sam... Pensei que você estava – pausou – morta

– Não exagera pirralho – falou mal humorada – eu estou viva e com ressaca das bravas – completou.

– Trouxe café forte

– Passa pra mamãe aqui – estendeu a mão

Ao passar o café para Sam, as mãos dos dois se tocam Sam nem percebe o fato e bebi o café naturalmente, mas Jace fica tenso olhando para sua própria mão, tocada pela loura mal humorada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Criticas? gostaram? não gostaram? curiosos? o que Jace sente pela Sam?
Comentem!
bjs