TazerSérie 2- A revolta de Nitug! escrita por Pedro Teressan


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

O primeiro capítulo da minha nova fic, aproveitem!



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O navio avançou com sua proa em forma de quilha cortando o mar ao meio, era um Galeão bem construído, carregava 150 homens, porém 50 eram escravos, os outros cem haviam partido com o capitão, os escravos haviam sido conquistados pela tripulação após seus navios serem invadidos. No mastro principal a bandeira do crânio de um esqueleto tremia ao vento, nas laterais os canhões sempre estavam preparados para atirar, bastava acender o pavio e “BUM”! No alto do mastro principal tinha o cesto de vigilância onde um homem ficava posicionado com uma luneta observando o horizonte. Os escravos faziam todo o trabalho pesado, limpavam o convés, levantavam e abaixavam a âncora, içavam as velas e faziam as reformas necessárias no navio quando ele atracava. O Capitão Bartolomeu, capitão do navio, era temido pelos quatro cantos do mundo, pois era um mago além de pirata, tinha a fama de ser mau, praticar magias envolvendo deuses; Nitug, em especial. Era o capitão do navio mais temido no mundo o: Luz de Dragão, pois sua figura de proa era um dragão que, quando acionado um botão, soltava fogo pela boca iluminando os mares mais escuros e queimando qualquer navio que entrasse na sua frente, havia até mesmo uma famosa frase no mundo referente à esse navio: “Só não existe dragão no mar, pois todos fogem de sua luz!”.

Bartolomeu gostava de deuses, gostava de suas magias e estava em busca do cadáver de um deus, buscava uma ilha onde, supostamente, teria o corpo de um deus, o deus favorito do capitão: Nitug!

― Terra à vista! ― Gritou o vigilante que ficava no cesto de vigilância no alto do mastro principal.

Um vento suave batia na enorme bandeira com um crânio levando o navio pra frente, para ajudar a locomoção os escravos remavam rapidamente e, nesse ritmo, atracaram em 10 minutos na ilha, talvez fosse a ilha que o capitão queria chegar, tudo indicava que era, pois a vegetação, que antes era uma fazenda, estava enorme, parecia uma gigantesca floresta, a casa do fazendeiro havia sido engolida por folhas e troncos. Era um local abandonado, ninguém sabia o que havia acontecido com os antigos habitantes daquele local, não sabiam nem seus nomes, as histórias contavam apenas de um suposto assassinato e da morte de um deus, ambos fatos amaldiçoaram aquela ilha.

― Vasculhem a área, homens! ― Ordenou o capitão.

Alguns marujos saíram para investigar a ilha, mas o capitão queria saber apenas sobre Nitug, conhecia, praticamente, toda a história do deus, sabia que havia sido derrubado na lava e havia guardado rancor de um tal de Mike por isso.

― Vinho! ― Gritaram dois marujos, o capitão seguiu a comemoração e entrou em uma casa um tanto destruída!

A residência estava na frente de uma enorme selva de parreiras, gigantes e fortes, carregadas de uvas, Bartolomeu desceu por uma escada dentro daquela casa e avistou vários tonéis de vinho. A vinícola estava antiga, logo, os vinhos deveriam estar deliciosos! Milhares de tonéis por todo o salão.

― Levem os tonéis para dentro do navio. ― Ordenou o capitão ― Hoje teremos uma festa!

Bartolomeu, carregando barris de vinho, saiu da vinícola seguido pelos seus dois marujos e ia ajudar a levar pra dentro do navio quando:

― Um cadáver! ― Gritou um dos marujos em um outro local.

O capitão deixou tudo que estava fazendo e correu na direção do marujo que havia dito aquilo, passou por árvores colossais; uma casa de madeira que, agora, servia de colônia para os cupins; enormes plantações; um local para magias e, finalmente, chegou até um aglomerado de 5 homens que olhavam para um corpo caído.

― Saiam da frente, vermes! ― Ordenou o capitão.

Os marujos se dispersaram e Bartolomeu viu, caído no chão, um corpo de um homem, estava decepado, o sangue que pintava o matagal abaixo dele estava seco e o morto emanava um frio sobrenatural, coisas num raio de 10 centímetros do homem estavam congeladas. Para Bartolomeu, não era difícil reconhecer aquele corpo, era, de fato, Nitug!

Um brilho intenso surgiu nos olhos daquele pirata, brilho que significava ganância.

Finalmente! Pensou o capitão. Vou conseguir o que sempre quis: dinheiro, poder, riqueza!

Bartolomeu disse algumas palavras estranhas e o frio aumentou, um vento poderoso atingiu as árvores, tudo congelou, mas depois voltou ao normal, a cabeça de Nitug voltou ao pescoço, seus olhos abriram vagarosamente!

― Onde estou? ― Indagou o deus ― Quem é você mortal insolente?

― Prazer, senhor Nitug, sou o Capitão Bartolomeu, te salvei da morte!

― Sou imortal! Ajude-me levantar, criatura podre!

De fato Nitug estava certo, como um ser imortal poderia ter morrido, se Bartolomeu parasse para pensar, ele não sabia nada sobre aquele deus, tinha muito que aprender!

― Você é um capitão pirata, correto? ― Indagou Nitug.

― Sim, senhor. ― Confirmou Bartolomeu.

― E aqueles são seus marujos, certo? ― Nitug apontou para os cinco homens que ainda estavam espantados.

― Os mais dignos!

― Logo, você tem um navio, não é mesmo, Bartolomeu?

― De fato!

― Leve-me até o continente e verei o que posso fazer pela sua vidinha imprestável.

Se Nitug fosse um mortal, Bartolomeu daria um soco na cara dele toda vez que o ofendesse, mas se tratando de um deus, o capitão nada podia fazer contra as ofensas, senão dar um falso sorriso. O capitão levou o deus até o Luz de Dragão onde ele seria respeitado e temido por toda a tripulação.

A vegetação parecia interagir com Nitug, pois por onde a divindade passava, as folhas das árvores cresciam mais transformando aquele local em uma floresta mais densa; do corpo, agora vivo, daquele ser, emanava uma sensação de soberania que apenas um deus daquele porte poderia ter. Chegando ao navio, viram uma última leva de escravos saindo da vinícola carregando barris de vinho e levando para o convés do navio.

Todos subiram a bordo do navio.

― Ergam a âncora! Icem as velas! Preparem os canhões! Vamos zarpar! ― Gritou o capitão.

A tripulação inteira se moveu e o capitão guiou Nitug até uma plataforma mais elevada onde ficava o leme.

― Então, senhor Nitug, quais são suas intenções no continente?

― Conhece a minha história, capitão?

― Um pouco, mas conte-me ela de uma maneira mais ampla!

Nitug contou:

“Eu tive uma família que continha meu pai, Toin; minha mãe cujo o nome não consigo recordar e meu irmão, Gutin.

Gutin sempre foi o queridinho da família, aquele que todos amavam e eu era um Zé ninguém! Mas eu sempre quis que isso mudasse, no fundo eu sentia que um dia todos iriam dizer: ‘Olha! O Nitug, o melhor deus do mundo!’. O problema do Gutin é que ele é muito orgulhoso, só por ser dois minutos mais velho que eu. Quando eu consegui dinheiro para mudar de casa, achei que tudo ia melhorar, conseguiria uma esposa que me respeitasse, mas, de repente, a minha vila foi invadida por Orcs. Meu pai, antes de morrer, havia nos enfeitiçado para não morrermos jamais e quando os Orcs nos pegaram, arrancaram as nossa cabeças e as levaram para a margem de um rio de lava.

Anos mais tarde, dois elfos chegaram naquele rio de lava, um, Mike, pegou a minha cabeça, mas lançou-a com raiva na lava, minha visão se apagou naquele momento. Depois de um tempo um velho viajante me encontrou e me levou para sua casa, me deu um corpo e eu disse que ia sair pra me vingar do Mike e do meu irmão! O resto você já sabe.

Meu plano no continente é reunir um exército e escalar a Montanha Diamantada para chegar à casa dos Deuses, lá eu vou matar meu irmão e tomar seu lugar. Se você me ajudar, talvez eu te dê um posto ao meu lado!”.

Obviamente Bartolomeu não recusou a oferta, em dois meses o navio atracou no continente e a história de que um pirata mago tinha ressuscitado Nitug percorreu pelo mundo inteiro, até chegar aos ouvidos dos deuses.


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Notas finais do capítulo

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