— Henry! Henry, meu filho! Onde você se meteu?

Regina correu até o filho e o abraçava até que o menino interrompeu o contato.

— Eu achei minha mãe biológica! - disse Henry correndo para dentro da casa.

Regina parou encarando Emma, as duas sentiam o mesmo incomodo. Ela ficou olhando Henry entrar para casa e sumir na curva que levava até as escadas e logo voltou a encarar a loira parada ali em sua frente, ela parecia não olhar para lugar algum e mantinha as mãos nos bolsos de trás da calça. Assim que Emma percebeu os olhos de Regina fitando-a de cima a baixo ela coçou a garganta e retirou as mãos dos bolsos.

— Sou a Emma, Emma Swan. Seu filho apareceu na minha porta hoje, me desculpe por isso, mas o mínimo que poderia fazer era trazê-lo de volta. Eu sei que foi uma adoção selada e você não precisa se preocupar...

— Ainda bem que você ao menos tem bom senso! - Interrompeu Regina - Gostaria de entrar para tomar uma cidra de maçã?

Emma pensou um pouco e logo acompanhou a prefeita. Adentrou a mansão imponente e continuava observando todos os detalhes e logo Regina se aproximou dela com uma taça da cidra de maçã. Emma esticou a mão para pegar a bebida e as duas se acomodaram nas poltronas permanecendo em silencio, nenhuma sabia ao certo o que dizer. Emma olhava as horas a todo instante e Regina a observava.

— Me desculpe. - Regina disse quebrando o silencio. - Não te agradeci por ter trazido meu filho de volta.

— Que isso! Não precisa agradecer!

— Emma... Você é mesmo a mãe biológica dele!

— Desculpe, mas você está afirmando isso?

— Sim, eu estou! Quando adotei o Henry passei por algumas dificuldades que me fizeram ter curiosidade sobre a mãe biológica dele. Você sabe, ele não parava de chorar! Pedi a um advogado para achar algo e ele achou você!

Emma ficou muda e boquiaberta, esperava a prefeita continuar.

— E então Srta Swan, certo?! - Emma assentiu. - O que pretende fazer? –Regina perguntou e cruzou as pernas, entrelaçando os dedos e depositando as mãos assim sobre o joelho.

Emma suspirou fundo após ouvir a pergunta da mulher sentada a sua frente e a encarou. Pensou em responder algo, mas sua cabeça estava girando. Ela apenas respirou fundo e se levantou rodando o local com os olhos e logo depois voltou a encarar Regina.

— Primeiramente, você me indica algum lugar para passar a noite? Já é muito tarde pra eu voltar pra Boston.

— Tem a pensão da vovó logo na outra rua, ou se quiser, pode passar a noite aqui no quarto de hóspedes.

— Eu prefiro ir até a pensão. Obrigada Regina.

A então prefeita revirou os olhos ao ouvir a mulher chamá-la pelo primeiro nome.

— Bom, te acompanho até a porta então.

Regina fez um gesto com as mãos, indicando a saída enquanto Emma arqueou uma das sobrancelhas pra ela e logo a seguiu em direção a porta e assim que colocou os pés do lado de fora, um “boa noite” quase instantâneo surgiu e ela se direcionou até seu carro seguindo em direção a pensão que a outra mulher havia indicado. Quando Emma se foi e Regina fechou a porta atrás dela, ela sentiu um incomodo no estômago seguido por diversas outras sensações que não sabia dizer o que era. A única coisa que ela sabia é que não perderia seu filho para ninguém. Pensativa ela se direcionou ao quarto de Henry que já dormia profundamente e o observou da porta dando-lhe boa noite.

Henry era a única coisa que Regina amava mais que tudo, os seus outros amores haviam morrido ha muito tempo, deixando nela um vazio que só seu Príncipe preenchia... Até agora.

Storybrooke - Dias atuais.

— Vamos lá, Regina! Eu ainda sou a Xerife dessa cidade, lhe garanto que ninguém irá te fazer mal. Mostre-se arrependida! –Emma continuava insistindo como uma criança que pede algo aos pais e Regina continua a fitá-la de modo quase impaciente.

— O problema Swan, é que eu não sei se estou arrependida. E essas pessoas jamais irão me perdoar!

Emma franziu o cenho, toda a sua esperança de ver Regina se tornar alguém melhor haviam acabado ali com aquelas palavras.

— Bom, se quer passar o resto de sua vida fugindo eu é que não vou te impedir. Só tenho uma coisa a te dizer Regina... Você é covarde! Tente ao menos pensar no seu filho se não pensa em ninguém.

Emma deu as costas se direcionando para fora do cofre e por um impulso Regina seguiu logo atrás.

— Nosso filho! -Regina gritou para Emma assim que conseguiu alcança-la já do lado de fora de seu cofre. Estavam a menos de um metro de distancia e a loira então parou bruscamente antes de voltar-se para ela com uma expressão de imensa surpresa.

— O que você disse? - Emma olhava espantada para Regina.

— É isso mesmo salvadora! – Regina então correu o pouco espaço que havia entre as duas e seus olhos mergulharam nos esmeralda de Emma, sua vontade era de dar um abraço, o mais forte do que conseguisse em Emma, mas se conteve a poucos centímetros dela e continuou. - Me ajude a mudar, não só pelo nosso filho, mas por nós também!

— Regina, eu... Eu não entendo! – O coração de Emma acelerou com aquelas poucas palavras, seus olhos piscavam de forma quase frenética e sua boca estava entreaberta tentando conter a respiração que quase lhe faltava.

— Não é possível que você seja tão estúpida assim!

Elas se olharam por alguns instantes, Regina agora havia se aproximado ainda mais e acariciava os cabelos da Salvadora que e a puxou para um beijo cheio de desejo e amor. Os corações das duas batiam acelerado na mesma frequência e o desejo que ate então vivia escondido por ambas foi crescendo à medida que o beijo ia se intensificando. Pararam um momento para tomar fôlego e se olharam entre si. Regina passava seus dedos delicados por toda a face de Emma enquanto ela fechava os olhos como se fosse sentir ainda mais os carinhos da morena. A Salvadora então abriu os olhos e segurou as mãos de Regina e agora possuía um olhar sério.

— Por que você nunca me disse?

— Por que tive medo de você não me corresponder. Hoje você realmente me surpreendeu! Na verdade eu mesma me surpreendi. – Olha olhava para Emma um tanto confusa, mas não pode deixar de sorrir, um sorriso meio aberto que atingiu os lábios de Emma, fazendo com que ela sorrisse de imediato também.

— Ora Regina, por que você acha que eu vim atrás de você hoje? Por que você acha que fiquei nessa cidade? Foi por causa do Henry em primeiro lugar, com certeza! Mas desde que te vi saindo pela porta da sua casa eu senti algo muito forte por você! Eu pensei algum tempo que fosse coisa da minha cabeça, mas isso só crescia a medida que ia ficando nesta cidade e por você e por Henry eu encontrei motivos para ficar aqui. – Emma suspirou e levou suas mãos de encontro às mãos de Regina sem perder o contato visual um minuto sequer. - E é por isso que eu acredito em você Regina! Eu acredito que você possa amar, acredito que você é mais, muito mais que uma Rainha Má! Você veste essa capa pra se fazer de forte, mas eu consegui enxergar algo além em você, e não, eu não estou te chamando de fraca! Eu apenas... Eu acreditei em você assim como Henry acreditou desde o inicio nessa história toda de Contos de Fadas. – Emma parou de falar e ainda com a respiração alterada sorriu novamente e seus olhos marejavam fazendo a cor verde deles brilhar. Regina sorria e derramava lágrimas ao mesmo tempo. Emma continuou - Eu te amo! E vou lutar sempre por você e por Henry!

Salvadora e Rainha se abraçaram emocionados com tanto sentimento. As duas ao mesmo tempo não acreditavam que aquele era um amor correspondido e a surpresa de descobrir que as duas se amavam fazia Regina sentir o amor correr em suas veias junto com a magia e ela então se lembrou daquela Regina que ela foi há muitos anos. Uma Regina cheia de amor em seu coração, cheia de sonhos que se romperam num piscar de olhos. Tudo por culpa da...

— Regina! Regina, no que está pensando?

Regina voltou dos seus pensamentos e avistou Emma que agora a segurava de forma delicada pelos ombros. Ela abriu um meio sorriso e espantou de vez os pensamentos que a rondavam e logo Emma sorriu de volta.