Uma Última Chance escrita por Bruna Timbó


Capítulo 5
CAPÍTULO V – No Laboratório de Charllenger


Notas iniciais do capítulo

Peço perdão por não ter continuado as postagens, mas vamos lá! Ano novo, posts novos! Que tal terminarmos as fics inacabadas!?



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Aquele barulho de pássaros cantando logo cedo pela manhã. O ventinho gostoso que vinha da janela. Os raios de sol que entravam e batiam contra seu rosto provocando uma gostosa sensação de calor naquele clima agradabilíssimo. Tudo aquilo era um tormento para Marguerite Krux que só pensava em dormir um pouco mais naquela manhã depois daquele terrível pesadelo.

Lembrança dos acontecimentos a fizeram se levantar rapidamente da cama. Ao olhar ao redor e ter certeza de que estava em seu quarto, e que tudo estava em ordem Marguerite soltou um suspiro de alívio ao perceber que aquilo realmente não passara de um terrível pesadelo.

— Eu tenho que parar de tomar tanto café, ou vou acab... – as palavras foram morrendo na boca de Marguerite ao ver a minúscula ampulheta dourada balançando sobre seu pescoço e a areia caindo lentamente.

Uma sensação de pânico a atingiu com força total. Foi então que ela ouviu um barulho vindo da cozinha, levantou-se rapidamente da cama e saiu correndo em direção ao som. Talvez houvesse alguém em casa, talvez ela pudesse encontrar alguém e contar toda a história. Quando chegou a cozinha, ainda de roupas intimas, pode ver que quem estava lá não era nenhum morador da casa da árvore, mas sim Assai.

Marguerite nunca havia ficado tão feliz em vê-la, sua pele jovem e com roupas que cobriam tão pouco seu corpo a fizeram correr em direção a amiga e abraçar-se com ela. Assai que estava segurando uma xícara de chá, soltou-a ao ver Marguerite agarrada em seu pescoço.

— Marguerite? Impossível... – a expressão de espanto em Assai era a mesma de quando elas se encontraram pela última vez. - Não pode ser... Você não deveria estar aqui...

Marguerite largou Assai só para olhar para a amiga. Com um enorme sorriso ela se limitou a dizer:

— De novo o mesmo comentário... Estou feliz por vê-la assim... tão... jovem... estou tão feliz que nem vou comentar o quanto acho irritante as pessoas ficarem repetindo as coisas pra mim!

— Heim!?

Assai parecia ter saído do transe quando Marguerite a largou. Ela sacudiu a cabeça duas vezes e a olhou novamente.

— Quando você voltou?

— Como assim Assai? – Marguerite sentiu medo da resposta que estava por vir. – Quando eu desapareci?

— Você sumiu há alguns meses...

— Não pode ser! Eu demorei de mais! O cretino me mandou para o tempo errado! Onde estão ou outros Assai? Diga!

— Errr... bem... todos foram atrás de você. Todos, exceto Charllenger que ficou trabalhando numa máquina de viagem no tempo, ou seja, lá o que for. Disse que a culpa por você ter desaparecido era dele e que ele iria consertar tudo.

— Onde está Charllenger? – novamente o medo da resposta.

— No laboratório. Há semanas não sai de lá...

Mal ela acabara de responder, Marguerite já estava correndo em direção ao local indicado. Pulava os degraus das escadas de três em três, quase caiu, mas por fim ela chegara ao laboratório. O local estava uma bagunça, mas o mais impressionante de tudo era uma grande máquina que perecia uma enorme redoma de madeira e metal com apenas uma porta de vidro em seu centro. Dentro dela estava Charllenger, sentado, esperando a máquina levá-lo para o futuro.

Quando a máquina começou a funcionar o barulho que tomou conta do laboratório era ensurdecedor. A casa toda tremia e Marguerite teve trabalho para conseguir ficar de pé.

— Charllenger! - ela gritava a plenos pulmões mais ele não parecia ouvir seus apelos. – Charllenger!

Tinha certeza de que algo daria errado. Ela tinha que tirá-lo de lá. Então correu até a máquina e apenas quando seu corpo se chocou contra a porta de vidro foi que Charllenger olhou para cima. Os olhos do velho cientista encontraram-se com os de Marguerite. Lágrimas começaram a brotar de sua face cansada e ele simplesmente sorriu para ela.

— Consegui... estou no passado...

— Não Charllenger! Isso não é o passado! Essa máquina não funciona! – ela gritava e batia na porta de vidro. – Ela vai matá-lo! Ela não funciona!

— Não...? - sua voz era calma, como se aquilo tudo fosse apenas um sonho. – Então eu morri e me encontrei com você do outro lado? Fascinante!

— Não seu velho idiota! Você não morreu! Saia já daí! Eu estou aqui na casa da árvore! Acorde Charllenger!

Aqueles gritos pareceram despertar o velho, pois ele olhou fixamente para Marguerite e após alguns momentos seu olhar tornou-se sério.

— Marguerite? É você?

— Claro que sou eu! Quem você esperava? A rainha da Inglaterra? – ela já havia perdido totalmente a paciência, e agora esmurrava a porta.

— É você mesma! – ele se levantara e fora até a porta da máquina para vê-la melhor. – Por Deus! Você voltou.

O cheiro de fumaça atingiu-os de repente. Foi só então que eles perceberam que a máquina estava pegando fogo.

— Saia daí Charllenger! Isso vai explodir!

Charllenger forçou a porta e então seu rosto ficou lívido quando ele ergueu a maçaneta quebrada em sua mão.

Imediatamente Marguerite correu em direção à saída. Charllenger apenas sorriu. Com certeza aquela era Marguerite, não havia mudado nem um pouco. Ao menor sinal de perigo ela era sempre a primeira a abandonar o barco. Ele fechou os olhos e apenas esperou seu fim. Pelo menos morreria sabendo que Marguerite estava bem e que não seria eternamente culpado pela sua morte.

George Edward Charllenger morreria feliz.

Um barulho alto vindo do lado de fora da porta de vidro pareceu despertá-lo e a máquina toda tremeu. Quando ergueu a cabeça pode ver Marguerite com um banco de madeira na mão. A porta estava toda trincada e ela se preparava para jogar o banco novamente contra a porta.

Usando toda a força que possuía Marguerite jogou o banco com tudo, deixando a porta em estilhaços. Ela correu até onde Charllenger estava e o encontrou já saindo da máquina. Com ele apoiado nos ombros de Marguerite ambos saíram de perto da máquina em chamas. Quando se afastaram do fogo, ainda no laboratório a primeira reação de Charllenger fora abraçá-la.

— Me desculpe... – ele sorria enquanto lágrimas rolavam sobre sua face – Eu não queria... eu não...

— Esqueça isso seu velho tolo. – Marguerite tinha também os olhos margeados – Vamos... temos que apagar esse fogo logo ou isso tudo pode...

Mal Marguerite acabara de dizer aquelas palavras toda a máquina explodiu, fazendo chover destroços e chamas sobre o laboratório, engolfando Marguerite e Charllenger numa grande bola de fogo.


* * *

O barulho gigantesco que veio com a explosão fez Assai cair para traz tamanho fora o susto. Enquanto corria em direção ao laboratório ela só conseguia pensar o pior. E foi quando começou a descer as escadas que seus olhos puderam ver que todo o lugar estava destruído.

Praticamente todos os aparelhos e invenções de Charllenger estavam em pedaços, em um canto no chão havia se formado uma pequena poça de ácido, devido a um vidro que havia quebrado, amostras de plantas, animais, tubos de ensaios, quase tudo estava perdido.

Pequenos focos de incêndio começavam a crescer lentamente. Aquele local que antes era um imaculado centro de pesquisa agora se tornara uma grande mistura de caos e destruição.

Assai ficou paralisada ao ver aquela cena, enquanto seus olhos corriam sobre os estragos feitos pela explosão ela fixou seu olhar em dois pares de pernas, já que o resto dos corpos estava debaixo dos escombros. Uma pequena poça de sangue começava a se formar saindo de onde os dois estavam caídos.

Até onde Assai podia ver, os corpos de Charllenger e Marguerite não se moviam.






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Notas finais do capítulo

Eu cumpro minhas promessa moças! Vamos que vamos!



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