Uma Última Chance escrita por Bruna Timbó


Capítulo 1
Capítulo I - Homenagens Póstumas


Notas iniciais do capítulo

Sinceramente essa foi a fic mais divertida que já escrevi na minha vida.
Não sei porque gostei muito de escrevê-la.
AH!
Já sei porque, por causa da reação das leitoras ao irem lendo ela. Minhas amigas do (finado) orkut gostaram e acho que vocês também vão gostar.

Obrigada.



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"É tão estranho

Os bons morrem jovens

Assim parece ser

Quando me lembro de você

Que acabou indo embora

Cedo demais"

Legião Urbana





Todos estavam ali. Todos queriam prestar suas últimas homenagens. Até mesmo o céu parecia triste com o que havia acontecido. A notícia sobre a tragédia que se abatera sobre os habitantes da casa da árvore viajou por todo o platô e atraiu a atenção de todos que se importavam com aquele grupo.

O ritual fúnebre seguia conforme o costume da tribo Zanga, que acolheu os moradores da casa da árvore como irmãos. Aquele enterro era sem sombra de dúvidas o mais triste já presenciado no platô.

Dezenas de guerreiras amazonas estavam lá, assim como sua líder Selena, todas prestando homenagem à irmã amazona que já não estava mais entre elas. Adana, a curandeira que salvou a vida de Summerlle há alguns anos mantinha uma expressão cética, como se não acreditasse no que estava acontecendo. Ao seu lado estava o jovem Gowen, rei de Camelot e sua jovem noiva que declarara luto em seu reino pela tragédia que havia acontecido.

No meio da multidão de outros amigos estava Tribuno e sua comitiva, mesmo seu coração gelado estava abatido pelo que via. Assai que estava abraçada ao seu marido não conseguiu evitar que lágrimas brotassem de seus olhos durante o ritual, na hora em que os bens mais preciosos eram deixados sobre a terra.

A faca de Verônica, que já salvara sua vida tantas vezes, agora estava fincada sobre aquele túmulo. Um broto de árvore plantado por Finn, a garota do futuro não tinha nenhum bem especial, apenas ficava feliz em cuidar da horta, gostava quando a chamavam de “Fazendeira Finn”. O diário de Malone, no qual o jornalista pusera sua alma ao escrever nele pela ultima vez. Um tubo de ensaio de Charllenger, o cientista que aprendera naquele platô o valor de uma família, mesmo assim jamais deixaria de ser um cientista. O chapéu de Roxton, sua marca registrada, já que ele jamais andava sem seu chapéu da sorte. E por fim, um grande e belíssimo diamante, uma das maiores paixões de Marguerite.

Após os objetos serem colocados em seus devidos lugares o ritual chegou ao fim e tudo o que se via nos olhos dos presentes era dor. A dor da certeza de que suas vidas jamais seriam as mesmas...

Antes...

Estava quente como nunca naquela parte da floresta, a marcha estava mais rápida que o de costume, e como sempre isso fazia com que Marguerite reclamasse ainda mais.

- Porque tivemos todos que vir? – ela era a que estava mais atrás da fila – Ele nem está tão doente assim...

Cansado de ouvir durante a viajem toda as reclamações de Marguerite, Roxton se virara para ela tentando conter a raiva.

- Charllenger está com febre e precisa do medicamento, então aproveitamos a viagem para ir até a aldeia Zanga e pegar suprimentos. E além do mais, já que Charllenger não pode vir, precisamos de um par extra de mãos para carregar os suprimentos até a casa da árvore.

- Está achando que sou uma espécie de burro de carga?

- Se a carapuça serviu!? – rebate ele se arrependendo no mesmo instante.

- Ora seu abusado...

E isso foi o começo de uma discussão que prosseguiu por bastante tempo.

Marguerite era impossível, seu gênio forte a tornava, na maioria das vezes insuportável, e isso era visto no semblante de cada um de seus amigos, que aprenderam há muito tempo a não se deixar irritar por ela. O único que ainda era pego nas artimanhas de Marguerite era Jhon Roxton, o caçador que não sabia o que fazer quando o assunto era aquela enigmática mulher.

Finn ao contrário de todos achava aquelas brigas engraçadíssimas, principalmente quando ela não estava envolvida, já que no futuro da onde vinha, a chance de conversar amigavelmente com alguém era quase impossível.

Malone guardava tudo na memória para que quando chegasse a casa da arvore pudesse escrever em seu diário e mostrar para o mundo que o maior perigo do platô não eram os dinossauros, e sim o mau humor de Marguerite.

A única que estava tensa era Verônica, pois eles haviam entrado em território hostil e ela parecia à única preocupada com isso. O fato de ter vivido anos sozinha a ajudou a sobreviver no platô e a tornou apta a guiar aquele grupo onde quer que fossem, mas as vezes ela sentia saudades de andar pela floresta sem o barulho das constantes brigas entre Marguerite e Roxton.

- Guarde seus conselhos para você mesmo Lord Jhon Roxton! – gritava Marguerite apontando o dedo na cara de Roxton e dando um ponto final na conversa.

- Escute bem... – Roxton ia recomeçar a discussão, mas fora impedido pela apreensiva Verônica.

- Shiiiiiiiii! – ela tentava silenciar a todos – Ouviram isso?

- O que? – Malone perguntara.

Mas mal tivera tempo de falar quando dois homens-macacos saltaram sobre suas costas derrubando-o no chão coberto de folhas. Antes que qualquer um pudesse fazer alguma coisa, mais homens-macacos apareceram e cercaram o grupo. Eles estavam em grande desvantagem numérica.

- Ótimo! – Marguerite falava enquanto atirava em um homem-macaco que ia atacar Finn pelas costas. – Espero que Charllenger esteja satisfeito! Se morrermos aqui será culpa dele!

- Chega! – Roxton enfrentava três inimigos de uma só vez – Você é a pessoa mais egoísta do mundo! Não se importa com ninguém a não ser em você mesma!

- Mas é sempre...

- Calada! – enquanto lutava Roxton era só fúria, ele parecia ter juntado a raiva que estava sentindo por Marguerite com a adrenalina da batalha – Você não tem escrúpulos! Nunca vai se importar com coisa alguma a não ser com seu próprio bem estar! Nunca vai amar ninguém!

Ao ouvir isso Marguerite vira-se para Roxton ultrajada. Ela nunca o tinha visto falar daquele jeito, será que daquela vez ela havia passado do dos limites? Perdida em pensamentos Marguerite não viu quando uma sombra surgiu em suas costas.

- Cuidado! – Finn é a primeira a ver o inimigo agarrar Marguerite pelas costas e a erguer do chão com facilidade.

- Não! - Verônica pensa em correr até ela, mas se detém para ajudar Ned que estava em maiores apuros já que dois inimigos se aproximavam do rapaz caído devido a um golpe certeiro em sua cabeça.

O homem-macaco que segurava Marguerite começava a se afastar com a mulher que se debatia inutilmente tentando se livrar do aperto forte do inimigo.

- Marguerite! – Roxton corria em sua direção, quando foi cercado por mais três homens-macacos que o impediram de ajudá-la.

Aquela era uma luta de desiguais, já que os inimigos eram muitos e bem mais fortes fisicamente.

- Solte-me seu brutamontes super-desenvolvido! – ela tentava se soltar, mas seu esforço era em vão e vendo que começava a se afastar de seus companheiros resolve tomar uma atitude desesperada – Não vai me soltar não é!? Então vejamos o que acha disso.

Girando seu braço ela consegue mirar seu revolver bem na cabeça do inimigo que a carregava. O som do tiro ecoou alto sobre as árvores. Enquanto ele afrouxava o aperto em Marguerite um sorriso surgiu na face da mulher, instantes antes de ser apagado pela realidade do que via. Sem perceber, ela e o homem-macaco que a carregava estavam à beira de um enorme monte.

A queda era inevitável. A morte, uma certeza. E a última coisa que ela viu foi à expressão angustiante de Roxton ao vê-la caindo para a morte certa e a voz do caçador saindo de sua boca como uma última prece desesperada.

- Marguerite...




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Notas finais do capítulo

Um capítulo por semana! ^-^



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