Imaginary Love escrita por Woodsday


Capítulo 7
Capítulo 06.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, cheguei. Miss no pedaço. Mds, eu tipo, infartei quando vi a recomendação que eu ganhei hoje. La Voipe, obrigada. Você me surpreendeu e eu adorei as palavras hiper fofíssimas. É uma verdadeira alegria saber que estão gostando tanto do enredo do casal! Super beijos pra você.



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Sara lançou olhares repetidos de Oliver para mim e de mim para Oliver.

— Sara? - Chamei por ela, erguendo as mãos lentamente para apoia-lá. Sara estava ficando verde e eu começava a ter a impressão de que ela desmaiaria a qualquer momento. - Você está bem?

Puta que pariu!

— Sara? - Franzi as sobrancelhas, confusa com sua reação. Sara rapidamente puxou-me pelo braço, fazendo com que eu quase me chocasse com ela.

— Felicity! - Sara me puxou em direção ao canto mais afastado da cozinha, lançando olhares desconfiados para Oliver. - Você trouxe um cara para casa? Endoidou?! Você vai se casar e está traindo o Ray?!

— Você vai se casar? - Oliver se aproximou com a expressão surpresa e quase indignada.

— Eu oh, sim, não! - Titubeei e então gemi. - Quero dizer, não! Para os dois. - Balancei a cabeça, afastando o olhar do peitoral de Oliver. - Não estou traindo o Ray, Sara. E não vou me casar com ele.

— Tá. - Ela cruzou os braços, inquirindo-me com o olhar duro. - E o que é esse cara gostoso e sensual sem camisa e de pijama recém saído do seu quarto? - Sara arqueou a sobrancelha e eu estreitei os olhos. - Hum, Felicity?

— É meu amigo imaginário! - Eu bati o pé, teimosa.

Sara jogou os braços pra cima. - Felicity! Eu tô vendo ele!

— Eu sei disso! - Ofeguei, finalmente chegando no ponto. - E não era pra isso acontecer. Quero dizer, Oliver não era pra ser visto por ninguém, como eu vou explicar um homem desse... - Eu gesticulei em direção ao Oliver, sem saber como terminar o adjetivo. Lindo, sarado, fofo, gentil, grande - não naquilo, não que eu tenha visto, claro; grande no sentido de... Só grande. - Sara!

Sara balançou a cabeça, olhando-me preocupada. - Fel, você se drogou ontem a noite?

— O que?! Não! - Eu abri a boca chocada e vi Sara suspirar.

— Veja bem. Dispense esse cara, ok? - Ela indicou a Oliver com a cabeça. - Seja lá quem ele for, não é o seu amiguinho de infância. Ele é bem gostoso, claro. Com essa bundinha...

— Sara! - Eu ralhei, incomodada por suas palavras.

Sara piscou, tendo a decência de parecer constrangida. - Ok. Desculpe. Só... Mande-o embora, Fel. Ray não vai suspeitar disso, podemos superar ok? - Ela colocou a mão em meus ombros. - Todo mundo extrapola às vezes. - Murmurou gentilmente e então, depositando um beijo em minha bochecha, passou por Oliver e saiu do apartamento.

— Droga. Droga. Droga. - Eu voltei a andar pela cozinha, quase surtando. Ok, agora Sara pensava que eu era uma desavergonhada que traia do namorado de três anos com um homem qualquer. Que era muito bonito, claro. - Vamos arrumar uma camisa para você. - Resmunguei finalmente em direção a Oliver.

— Então você vai se casar? - Ele perguntou, caminhando atrás de mim, os braços cruzados atrás do corpo. Eu me lembrava bem de sua postura de general. Tão sexy... Balancei a cabeça. Quando foi que eu me tornara tão devassa? Céus!

Eu vacilei por um momento, espiando-o por cima dos ombros. - Não exatamente, Ray ainda não pediu.

— Mas vai pedir. - Não foi uma pergunta, claro. Eu fiquei em silêncio, considerando a frase de Oliver. Ray ia pedir, é claro que ia. Talvez não esse mês, mas um dia ele iria, eu acho.

— Acho que sim. - Respondi finalmente, abrindo o guarda-roupa de Sara e pegando uma troca de roupa de Tommy para Oliver. - São do Tommy... - Indiquei as roupas para ele. - Acho que as do Ray vão ficar bem... Hum... Pequenas em você.

Eu tentei evitar que meu rosto adquirisse com tom maior de vermelho, inevitavelmente, claro. Oliver me deu um sorriso charmoso - não intencionalmente - e eu corei ainda mais.

— Felicity, você vai ficar aqui? - Perguntou confuso, franzindo as sobrancelhas para mim.

— Eu? - Indiquei a mim mesma bobamente. - Aqui? Com você... Tirando a roupa... Eu acho que sim... - Murmurei focada demais na visão do sorriso de Oliver para mim. Quando ele arqueou a sobrancelha com diversão é que me dei conta do que havia dito. - Deus! Não, claro que não! - Balancei a cabeça, corando ainda mais e saindo apressada do quarto.

Droga. Quando é que eu ia parar de envergonhar a mim mesma?

Suspirei, sentando-me no sofá e esperando por Oliver. Olhando impacientemente para o relógio e ouvindo seu irritante tic-tac. Resolvi mandar uma mensagem rápida para Helena, pedindo a ela para me assumir na reunião. Éramos boas amigas e eu sabia que Helena não se importaria de ajudar. E com sorte, não mesmo. Ela me perguntou se tudo estava bem e quando confirmei, ela disse que me mandaria as novidades da negociação.

— Obrigada pelas roupas, Felicity. – Oliver disse à poucos metros de mim e eu levantei meus olhos, ficando momentaneamente sem palavras ao observá-lo. A calça jeans e a camisa social pareciam ter se ajustado perfeitamente a ele. E notei que Oliver parecia maior e mais velho, quero dizer, minhas lembranças não faziam jus a ele. Eu me lembrava dos cabelos maiores e do sorriso gentil, porém um pouco mais juvenil. Sei porque isso facilitara com que eu me apaixonasse por ele, eu via Oliver como um garoto mais velho, experiente e encantador, nunca exatamente um homem, nunca exatamente como agora.

— Seu cabelo. – Eu comentei finalmente, levantando-me para ficar de frente para ele. – O que houve?

— Mudanças. – Oliver deu de ombros, displicentemente e eu franzi as sobrancelhas confusa. Quase que automaticamente, eu levei minhas mãos até seu rosto, havia uma barba rala ali, precisando ser feita com pouca urgência. Eu quase sorri ao sentir sua pele sob meus dedos, dando-me conta finalmente de que sentira muito a sua falta. – Felicity? – Ele chamou minha atenção, olhando-me preoucupado, seus dedos lentamente traçaram caminho pelo meu rosto, foi quando eu notei que estava chorando. Passei rapidamente as costas das mãos sob os olhos e suspirei, fitando-o. – O que houve? – Perguntou gentilmente, o tom de voz soando baixo e suave aos meus ouvidos.

Eu me joguei em seus braços, passando-os ao redor de seu pescoço. – Oh Oliver! – Eu solucei, ainda agarrada a ele e Oliver me apertou contra seu corpo, fazendo com que meu coração disparasse e quase parasse logo em seguida. – Eu senti tanto a sua falta!

— Eu também senti a sua. - Pude sentir o carinho de Oliver em suas palavras e então ele sorriu, afastando-me minimamente. O suficiente para que pudesse me olhar. - Coisinha.

Eu sorri também e meu coração deu um salto ao ouvir o apelido. Revirei os olhos, durona. - Oliver...

— Felicity. - Respondeu categoricamente.

— Que bom que está de volta. - Eu suspirei mais uma vez e me afastei, pegando sua mão e sentindo o quão quente ele estava, mais uma vez. Ainda me parecia estranho Oliver parecer tão... Bem, tão real. – Onde você estava antes daqui? – Eu me sentei no sofá, deixando os meus saltos de lado e cruzando as pernas. Oliver se sentou ao meu lado, o braço apoiado displicentemente no encosto do sofá. Como ele podia ser tão bonito sem fazer esforço algum ou sei lá, sem ter consciência disso? Será que era aquele papo sobre anjos serem sempre bonitos? Acho que não. Aposto que se fosse humano, Oliver ainda seria muito, muito bonito.

— Lugar algum. – Respondeu simplesmente.

— Hum?

Oliver sorriu minimamente e então levou a mão até meu rosto e como na noite anterior, pegou uma mecha do meu cabelo, enrolando-a nos dedos.

— Felicity, eu não existo longe de você. – Ele disse finalmente e não sei se foi a frase em si ou a forma como ele a disse ou até mesmo meu nome soando em seus lábios, mas antes que eu pudesse controlar, estava vergonhosamente engasgando com minha própria saliva. Oliver rapidamente se levantou, pegando um copo de água e dando-me apoio para que eu o bebesse. Mas já era tarde demais, o mico já estava pago, na verdade, completamente quitado. Com juros e correções. – Desculpe, coisinha. Eu não quis pega-la de surpresa. – Oliver coçou a nuca, constrangido e eu o encarei chocada. Ele estava constrangido? Eu é quem devia estar.

— Eu só... Bem, você sabe, imaginei essas palavras em outras circunstâncias. – Murmurei rouca, ajeitando meus óculos no rosto. – Circunstâncias puramente platônicas, claro. – Acrescei rapidamente.

Oliver me deu um de seus sorrisos lindos Alá “matar Felicity” e então pegou minhas mãos entre as suas.

— Eu senti sua falta, coisinha. – Ele me encarou, com aquele olhar. Aquele que ele me dava quando eu ainda era uma adolescente e lentamente, apesar de todo o carinho, a minha ficha foi caindo. Oliver era um anjo, que tipo de loucura eu estava embarcando? Não podia me deixar levar por isso mais uma vez.

Eu era uma mulher adulta, bem sucedida, comprometida e com a benção divida, suficientemente sã.

Por isso, eu pigarreei afastando-me de seu olhar atordoante e me levantei, alisando a saia lápis que eu usava e dando uma olhadinha no relógio. Já haviam se passado quarenta minutos. Nossa, o tempo voou mesmo.

— Oliver, eu preciso ir trabalhar. Você ficará bem aqui? – Perguntei um pouco insegura. Quero dizer, Sara não o expulsaria, nem nada do tipo. Mas Oliver agora era quase humano, eu diria. Eu não sabia que ele tinha necessidades humanas, como por exemplo, comer. – Eu não sei se você come...

— Felicity, ainda é como antes. – Ele me lembrou, o que obviamente esclarecia minhas dúvidas. Oliver ainda não comia, não ia a banheiros, fazia sexo ou se apaixonava. Ainda era o Oliver. Repreendi a mim mesma por ficar tão chateada com a constatação.

— Hum, ok. – Murmurei. – Eu vou indo então, para o meu trabalho sabe? – Eu indiquei a porta atrás de mim, pegando a bolsa sobre a mesinha.

— Descalça? – Oliver me encarou com diversão e eu bufei ao constatar que realmente estava sem meus sapatos, rapidamente me abaixei pegando-os nas mãos e dando uma corridinha para fora do apartamento. – Felicity? – Eu o ouvi me chamar.

— Oi? – Eu dei uma résinha, encarando-o com as sobrancelhas arqueadas.

Oliver se aproximou e então puxou-me para seus braços. Eu arfei surpresa e logo senti seus lábios em minha testa, beijando-me lenta e carinhosamente. Me rendi, finalmente e passei meus braços ao seu redor. Retribuindo o abraço desajeitado.

— Por favor. – Disse ele baixinho. – Cuide-se. Eu não quero incomoda-lá, prometo que assim que puder irei partir novamente.

— Oliver! – Eu praticamente gritei seu nome. Chocada com sua frase. – Eu... Eu não quero que vá embora! Não! – Me afastei dele, espalmando minhas mãos em seu peito. – Não pode ir. Quero dizer, sei que temos muita coisa a entender ainda e que tudo está uma confusão e terminamos de uma forma complicada... Mas, não vá. Por favor, não vá.

Oliver me encarou seriamente, provavelmente analisando minha expressão. Senti-me imediatamente culpada, eu estava tão focada em meus sentimentos que esquecera-me dos de Oliver. Eu sabia que ele me amava, ele não era indiferente a mim. Ele só bem... Não me amava como eu sempre quisera.

— Não irei, Fel. – Prometeu suavemente.

Relaxei meus ombros, observando sua expressão calma. Ele era bonito e não do tipo, bonito pra pegar e bem, aquelas coisas. Oliver era incrível e meu cérebro dava nós só de pensar em ter Oliver outra vez em minha vida, mas era Oliver, afinal. Ele era meu anjo protetor e meu coração se aquecia só de olhá-lo. Eu sabia que estava caminhando outra vez por uma estrada toda esburaca onde provavelmente o final seria o abismo.

Mas era Oliver e eu o amava. Isso seria suficiente para valer a pena.


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Notas finais do capítulo

Garotas, espero que não tenham problemas com um dose diária de puro mel. Ps: Vocês são fabulosas e fazem os melhores comentários. Amo vocês!