Imaginary Love escrita por Woodsday


Capítulo 6
Capítulo 05.


Notas iniciais do capítulo

Mds. Andressa quase me fez cair da cadeira hoje quando vi sobre a recomendação! Sos. Adorei as palavras lindas e carinhosas, Andressa. Me deixa muito feliz saber que gosta tanto, espero não decepciona-lá. Um super beijo pra você.



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– Ai meu Deus, ai meu Deus. Ai ai ai. - Eu andei de um lado para o outro do quarto, observando Oliver franzir as sobrancelhas, confuso diante do meu pequeno surto. - Eu tipo, enlouqueci? É claro que eu enlouqueci, eu tô aqui vendo um fantasma...

– Anjo. - Corrigiu-me suavemente.

– Anjo. Que seja. - Murmurei e então arregalei os olhos, parando em frente a Oliver. - Eu estou morrendo? Eu tipo, estou nos meus últimos dias, que nem aquele filme em que o cara fantasma...

Oliver segurou meu pulso, fazendo com que eu parasse de andar pelo quarto. O toque fez uma descarga de corrente elétrica correr pelo corpo, não daquele tipo que dói, claro, só daquele tipo que te arrepia inteira e faz as borboletas dançarem vivas em seu estômago.

– Fe-li-ci-ty. - Chamou minha atenção. - Você não está morrendo. - Confirmou com suavidade.

– Então eu estou louca?! - Eu praticamente choraminguei. - É isso, eu enlouqueci. Ou será que eu caí e não me lembro? Ai! O que eu vou falar pro Ray? Agora ele vai precisar me internar naquele hospital horrível e assustador... - Eu estremeci diante da imagem da Doutora Quinn sorrindo sinistramente em minha direção.

Ouvi o bufar de Oliver e o encarei, o peguei revirando os olhos e olhando pra cima como se buscasse paciência.

– Ei! - Eu o cutuquei no peito, muito ofendida. - Não aja como se eu ainda tivesse quinze anos! Você não pode aparecer aqui assim do nada e...

Oliver segurou minha mão, apertando-a contra seu peito e só então eu me dei conta de que ele estava sem camisa e descalço. Eu entreabri os lábios.

– Nossa. - Suspirei lentamente, admirando a visão de seu peitoral liso e esculpido. - Eu não me lembrava de você ser tão gostoso... - Oliver arqueou uma sobrancelha, parecendo presunçosamente divertido. - Eu disse em voz alta, não é? - Murmurei fechando os olhos ao me dar conta disso. - Droga! Eu preciso de um filtro ou uma arma.

– Felicity. - Ele chamou minha atenção outra vez e eu corei ao constatar que ainda estava com a minha mão em seu corpo.

Oliver era quente.

– Muito quente. - Murmurei e ele mais uma vez me encarou confuso. - Maldito cérebro. - Resmunguei para mim mesma e ele sorriu. Eu encarei abobada, seu sorriso perfeito.

– Você está loira. - Ele disse novamente, levando uma das mãos até meu cabelo. Eu parei, sem saber o que fazer ou o que dizer. Era como... Não sei, finalmente ver o sol. Ou finalmente estar enlouquecendo. Oliver até mesmo tinha um perfume para mim ou seria só meu cérebro pregando-me peças? Eu balancei a cabeça, afastando-me de seu toque.

– Estou. - Confirmei. - Ai meu Deus! - Eu praticamente gritei. - Oliver, eu estou quase pelada! Vira pra lá! - Eu indiquei a parede e Oliver riu, virando-se.

– Eu nem reparei, Felicity. - Comentou divertido.

Bufei. É claro que não reparou. Idiota. Balancei minha cabeça, afastando as ideias absurdas e então peguei um robe, colocando-o por cima do corpo.

– O que faz aqui, Oliver? - Perguntei finalmente, sentando-me em minha cama. - Achei que nunca mais voltaria...

Oliver se virou para mim, parecendo tão confuso quanto eu. Então ele caminhou em minha direção, sentando-se ao meu lado e quase me distraindo com seu corpo à mostra.

Maldito homem bonito.

– Não sei. – Respondeu por fim, fitando-me tão intensamente que por um momento eu me perdi em seus olhos. As reações pareciam me tomar a cada segundo, uma diferente da outra. Havia a felicidade por vê-lo outra vez, a traição por ele ter mesmo ido embora tão facilmente e então eu me indignava comigo mesma por ser tão egoísta, eu o mandei embora, afinal. E havia o pior de todos, aquele formigamento estranho, as borboletas assolando meu estômago, meu coração palpitando dentro de mim e então, havia o maldito sentimento, voltando para mim com força total, quase indescritível. Preenchendo-me de confusão.

– Oliver... Eu não entendo. – Murmurei, incerta sobre o que exatamente eu falava.

– Eu senti, Felicity. – Ele disse, aproximando-se de mim, o bastante para nossos narizes quase se tocassem. Meus olhos estavam pregados aos dele e eu o fitava em espera. – Senti que precisava de mim, eu fiquei fora por anos, à deriva... Longe de você, eu não existi. E então, quando eu a senti novamente, precisando de mim e chamando por mim... Eu voltei para você.

– Voltou para mim? – Repeti lentamente.

– Por você. – Completou com a voz suave e intensa.

Eu o encarei, com os lábios entreabertos em puro choque. – Oliver... Já faz muito tempo. – Eu disse finalmente. – Isso não é possível. – Eu me levantei da cama, voltando a andar pelo quarto, de um lado para o outro. – Estou mesmo louca. Tudo isso porque pensei em você hoje. Droga. Eu sabia que não podia pensar em você.

Ouvi o riso de Oliver e o encarei furiosa. – Não ria, Oliver!

– Fel, você não está doida.

Levei minhas mãos a cintura, encarando-o indignada. – Você não poderia saber. Afinal, é só um... Um... – Eu gesticulei em sua direção. – Um anjo.

– O seu anjo. – Completou Oliver, ainda encarando-me com aqueles olhos lindos dos quais eu senti tanta falta. Era isso! Eu sentira tanta saudade que agora meu cérebro estava criando ilusões à partir das minhas lembranças juvenis. Fazia todo o sentido, claro.

– Oliver, foi muito bom te rever, mas agora eu preciso ir dormir. – Declarei confiante de que quando eu acordasse, essa loucura toda teria acabado. – Boa noite. – Finalizei, enfiando-me embaixo das cobertas, ficando o mais quieta que eu podia.

Não ouvi Oliver dizer mais nada e por fim, em meio a tantos pensamentos absurdos sobre realidade e fantasia, eu adormeci.


Eu pisquei, sentindo meus olhos arderem com o sol invadir o quarto pela janela que eu esquecera aberta. Empurrei as cobertas de lado, encarando o relógio do criado mudo, faltavam cerca de quarenta minutos para a minha reunião com uma empresa de Hong Kong.

Eu estava muito atrasada!

– Droga, droga! - Choraminguei arrastando-me da cama em direção ao meu banheiro. - É isso que acontece quando você fica acordada até tarde sonhando com...

– Cuidado!

Eu gritei quando com o susto acabei caindo de cara no chão. - Droga! - Murmurei passando a mão por minha testa. - Ai não. Você ainda está aqui.

– Hum... Estou. - Oliver teve a decência de parecer confuso. Genuinamente confuso, até ficava meio fofo, analisando bem.

Balancei a cabeça, recusando-me a ser enrolada por ele.

– Você tinha que ir embora! - Exclamei autoritária.

Oliver suspirou paciente, eu havia me esquecido do quão bom ele era nisso. - Eu iria, se você realmente quisesse, Felicity.

– Mas eu quero! - Afirmei chocada, meu queixo caiu enquanto eu o fitava sorrir sabichão.

– Se quisesse eu não estaria mais aqui, Felicity. E você sabe disso.

Eu pisquei, levantando-me do chão e recuperando o restante da minha dignidade. - Bem, seja como for, tente não me seguir o dia todo.

Empinei o nariz, recolhendo os cobertores do chão e seguindo em direção ao banheiro, espiei por cima dos meus ombros e Oliver ainda me encarava de braços cruzados. E que braços enormes. Suspirei. Ele ia ficar sempre sem camisa assim?

Depois de um banho que foi ao estilo Flash, eu caminhei hesitante pelo quarto, aliviada por Oliver não estar lá. Era absolutamente constrangedor ter um homem observando-me o tempo todo e ainda mais constrangedor era ele ser tão bonito e pior ainda era ser Oliver.

O meu Oliver. Opa, não meu no sentido de meu, só meu... No sentido de Oliver.

Suspirei vestindo-me rapidamente e saindo em direção a cozinha. Sara fazia uma de suas vitaminas verdes e horrorosas.

Quando me viu, ela abriu um sorriso malicioso e gigantesco.

– Pelo jeito a noite foi boa!

– Não! Sim! Não... Quero dizer, depende.

Sara franziu as sobrancelhas, encarando-me ainda confusa. - Fel, o que aconteceu? Ele pediu? Vocês transaram? Me conta! - Ela faltou bater palmas e eu fiz um gesto de mãos.

– Não pediu, não transamos e Oliver voltou.

Sara me encarou em dúvida. - Oliver? Tipo, o seu Oliver?

– Ele não é o meu Oliver. - Ralhei irritada. - E sim, o Oliver voltou! Ontem a noite!

– Ai meu Deus, você não transou com o Ray e transou com o Oliver!

Eu fiz uma careta. - Não! Sara!

– Então me conte, estou confusa. - Ela deu ombros e eu suspirei, aproximando-me dela sorrateiramente e olhando para os lados, em busca de Oliver, aliviada por ele não estar em nenhum lugar aparente.

– O Oliver disse que voltou porque eu preciso dele. - Sussurrei o mais baixo que eu pude. - O que eu faço? Sara! Eu estou enlouquecendo e vendo o bonitão do meu melhor amigo de infância.

– Ele é bonito mesmo? - Sara sussurrou de volta e eu dei um tapa em seu ombro. - Ai Fel. Só curiosidade.

– Foco aqui!

– Ai Fel. Tudo bem. Desculpe. – Sara ergueu as mãos em rendição, então olhou-me desconfiada. – Porque estamos sussurrando?

– Porque o Oliver pode ouvir. – Sussurrei de volta.

– Mas, ele tipo, está aqui? – Ela olhou ao redor com os olhos curiosos e eu quis bater mais uma vez nela, contive o impulso antes que Sara quisesse revidar e quebrasse meus ossos. Ela podia realmente ser assustadora.

– Provavelmente. – Sussurrei. – O que eu faço? Eu vou me casar, não posso ter um anjo grudado em mim!

– Diz para ele ir embora, Fel. – Sara me olhou preocupada, como se eu fosse uma esquizofrênica. – Isso é coisa da sua cabeça. – Balançou a cabeça, fazendo os cachos se agitarem. – É só mandar embora. – Gesticulou como uma hippie zen.

– Sara! – Eu dei outro tapa em seu braço e ouvi seu “ai”. – Não estou louca.

Sara abriu a boca em choque, encarando algo atrás de mim e eu estaquei, pedindo para que não fosse assim. Eu ainda não estava pronta para isso, não para um Oliver lindo de morrer, tocável e real.

– Droga, droga, droga...

Eu abri os lábios em choque, encarando-o quase estarrecida. Como Sara podia vê-lo? Meu cérebro estava a ponto de dar um nó.

– Você deve ser a Sara! – Ele disse passando por mim e estendendo a mão para minha melhor amiga. – Eu sou Oliver. Lembra-se de mim?


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Notas finais do capítulo

E então, ficaram muito chocadas? Aposto que agora vocês caíram da cadeira. Haha.
Leitoras lindas do meu coração, já disse que eu amo vocês? Não? Pois eu amo! Obrigada pelos comentários lindos!