Touch-me only like you do. escrita por Sexiest, Director of dreams


Capítulo 22
O dia depois de Logan


Notas iniciais do capítulo

Oláaa!!!
Eu preciso dizer que eu vou voltar a postar com mais frequência. E, sim, eu sei que eu já disse isso um milhão de outras vezes, mas eu seriamente acho que vou conseguir manter dessa vez, porque eu tenho uma novidade: EU ME FORMEI (finalmente)!!!!
Então, livre da faculdade, graças a Deus, eu estou mais folgada.
É a Adely, a propósito.
Saudades disso aqui!!!
Aproveitem o cap, sei que vocês estavam penduradas por um tempo pra saber o que ia acontecer depois que Loren partisse...
Vejo vcs lá em baixo!



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Capítulo 22

 “O dia depois de Logan”

Loren Hannigam

 

Carter olhou para mim, antes de resmungar pelo que parecia a milésima vez — Jesus Cristo, porra, Loren!

Ele parecia chateado e pronto para começar uma briga, foi o mais bagunçado que eu já vi ele estar. Sua calma e compassividade tinham ido muito rápido quando eu comecei a contar a ele toda a história do tempo em que eu tinha passado na Califórnia. Eu, obviamente estava fora da minha própria mente, porque, quando ele perguntou, eu apenas contei, sem mesmo me preocupar muito com o que eu estava dizendo. As palavras apenas saiam.

Carter era um bom ouvinte, mas ele ficou chateado quando eu contei sobre a situação lamentável onde eu tinha encontrado Logan. Na verdade, ele ficou puto, e começou reclamar ao redor sobre como eu deveria tê-lo chamado, como eu preferir ir pra casa com um estranho e morar com ele era absurdamente estúpido e sobre como eu deveria ter chamado a polícia e processado os idiotas que tentaram abusar de mim.

Bem, não que ele não estivesse certo, mas soou um pouco absurdo para mim. Ele não estava lá, ele não sentiu o medo da situação, nem o alívio com a visão de Logan Heidy derrubando a porta e parecendo absolutamente lívido. Eu tentei explicar a Carter o puxão que tive para ele, o quanto senti durante dias que Logan era a única coisa que me impedia de perder minha merda e colapsar. Eu disse a Carter que Logan compartilhava a mesma opinião a respeito da polícia, mas que eu implorei para ele não denunciar, porque infelizmente eu conheci pessoas como Ethan a vida inteira, que tinham dinheiro e poder político na família e que, por isso, achavam que estavam um degrau acima do resto do mundo. Que eu preferia não ver Logan e sua família envolvidos nisso, porque eram pessoas boas e isso iria voltar na cara deles, com certeza. Infelizmente, a justiça não trabalha da mesma forma para ricos e pobres. Carter não tentou dissuadir esse pensamento, ele sabia melhor. Como eu, ele veio de um meio dominado por renome e dinheiro.

— Porque você não me contou? — Carter perguntou, mais uma vez, com a voz angustiada.

Eu me sentia um robô na minha própria pele, seguindo no piloto automático desde o momento em que eu pisei o pé fora da casa dos Heidy. Mesmo durante toda a história, eu havia mantido a cabeça baixa sem perceber, não exatamente focando em nada. Eu me sentia exausta. Deitei na cama no inicio da noite e, assim que minha cabeça bateu no travesseiro, eu tive um ataque de pânico porque Logan não estava lá. Foi ruim. Carter me ouviu gritar, mas ele não podia fazer muita coisa. Eu fiquei presa na minha própria cabeça durante um tempo, sem conseguir me afastar, mesmo que eu soubesse que o medo que me dominava era irracional, eu estava segura. Nunca tinha sido tão mau antes, eu sabia que era porque Logan sempre chegava antes e não me deixava sucumbir ao pânico.

Carter tentou me tirar do pesadelo que eu estava tendo acordada, tentou fazer com que eu saísse do ataque de pânico, mas assim que ele me tocou, eu lutei contra ele. Carter se afastou e me observou do canto do quarto, o mais longe possível. Pareciam que horas tinham passado quando eu finalmente consegui estabilizar minha respiração, mas foram apenas alguns minutos. Eu estava molhada de suor e tremia tanto que meus dentes batiam.

Carter chamou meu nome, e ele parecia absolutamente assustado com o que tinha presenciado. Ele não era idiota, sabia que alguém tinha que passar por situações extremas e horríveis para agir da maneira que eu agi. Para lutar tão fortemente contra o simples toque inocente da mão de um homem.

Carter não me pressionou para dizer o que estava acontecendo, ele não perguntou se eu estava bem também. Qual era o ponto? Ele estava lá durante toda a crise, ele viu que eu definitivamente não estava bem.

Eu assisti, ainda um pouco sem fôlego, enquanto ele deslizava pela parede e sentava no chão, passando as mãos pelos cabelos. O olhar no rosto pálido dele era de absoluta consternação. Depois de um momento, ele perguntou um tom baixo e cauteloso: — Você está falando com alguém sobre isso?

Eu podia ouvir o tom raivoso por detrás de suas palavras medidas. Ele não sabia o que havia acontecido comigo, mas ele podia imaginar. Processei suas palavras um pouco antes de responder. Eu sabia que ele falava de ajuda psicológica de um profissional, mas a verdade era que, até aquele momento fatídico, eu nunca tinha estado tão mal. Menos de um dia desde que eu tinha deixado Logan para trás e a falta dele já estava mexendo com a minha cabeça.   

Então eu mecanicamente contei a Carter a história desde o começo, sabendo que eu não ia dormir e ele, provavelmente, também não. Ele não me interrompeu muitas vezes, mas eu podia ver seu temperamento inflamando. Eu nem sabia que Carter tinha um temperamento, pra começar.

Agora, vendo a derrota no seu tom de voz, a angustia por não ter sabido antes, a raiva pelo que aconteceu comigo, e o sentimento de impotência que eu sabia que ele estava sentindo, eu não podia deixar de reparar como Carter era parecido com Logan. Como os dois tinham essa aura calmante, como os dois eram compassivos no ouvir, e não podiam suportar injustiças. Como os dois ficavam loucos quando não havia nada que pudessem fazer a respeito de algo; como os dois compartilhavam da mesma moral infalível.

E isso tornou o olhar que Carter estava me dando, ainda mais doloroso. Porque eu sabia como ele estava se sentindo.

— Porque você não me contou, Loren? — Carter repetiu um pouco mais firme dessa vez, me tirando da minha própria cabeça e de volta para o momento.

Eu olhei para ele, realmente olhei. Vi o profundo pesar e a dor em seus olhos; vi que ele estava sofrendo pela história que eu tinha contado. Vi, também, o reconhecimento. Sua reação não era apenas sobre mim. Eu tinha despertado memórias, das quais eu não perguntaria, mas que estavam lá. Essa não foi a primeira vez que Carter passou por uma situação como essa. E, tanto quanto eu queria perguntar, eu apenas me abstive e aceitei o olhar de entendimento no rosto dele.

Cautelosamente, levantei de onde estava sentada na cama e me juntei a ele no chão. Sabendo agora, sem o pânico me corroendo, quem ele era e que não me machucaria; coloquei meus braços ao redor dele e apertei forte.

Carter, cautelosamente, e muito mais devagar do que o normal, desembaraçou seus braços e colocou ao meu redor. Deixei me afundar no peito dele e respirei até que minha respiração voltou ao compasso normal.

Não era Logan, nunca seria, mas eu me senti segura.

Eu conheci Carter toda minha vida, e, mesmo que ele fosse alguns anos mais velho que eu, ele era mais próximo de mim que meus próprios irmãos, ele era meu melhor amigo.

— Eu sinto muito, C. Sinto muito que eu não te contei. — Eu disse, verdadeiramente. Se eu soubesse que ele reagiria dessa forma, eu teria chamado. Ele parecia tão angustiado.

— Eu teria ido até você. Você sabe disso, não é, Lollipop? — Ele perguntou com veemência, usando o apelido que ele me deu quando éramos mais novos.

E eu sabia que sim.

Assenti com um pequeno sorriso tristonho, por causa do apelido, e afirmei. — Eu sei.

— Bom. — Ele respondeu simplesmente. Então beijou minha testa.

...

Eu não sei quanto tempo eu fiquei lá, abraçada a Carter e sentada no chão do seu quarto de hospedes, mas quando eu acordei, algumas horas depois, eu estava deitada sozinha na cama, com as cobertas apertadas ao meu redor. Aparentemente, a exaustão tinha tido o melhor de mim.

Sentei na cama e sorri levemente quando observei a colcha de retalhos ao meu redor, eu sabia que a mãe de Carter tinha feito a mão.

Eu amava seriamente aquela senhora.

Depois do que aconteceu com meus pais, a mãe de Carter nos adotou no coração dela. Ela sempre ligava para saber como estávamos, se eu, Chase e Colin tínhamos tudo que precisávamos; se estávamos comendo corretamente. Ela mandava presentes em todas as datas comemorativas e tinha me feito mais colchas dessa do que eu poderia contar. Deus, eu sentia falta dela.

Segurei a colcha um pouco mais apertado por um momento antes de levantar, anotando na minha mente que eu deveria ir ver Lola Marshall em algum momento em breve.

Eu revirei a minha mala e fui pro banheiro anexado ao quarto tendo uma pequena crise de choro depois de ter visto a camisa roubada de Logan nela.

Eu não podia me deixar pensar nele, mas também não podia esquecê-lo. Era tão doloroso.

Me vesti da melhor maneira que pude, penteei o cabelo e mesmo passei um pouco de maquiagem para disfarçar a merda que eu me sentia. Quando eu finalmente deixei o quarto, fui em busca de Carter.

Ele estava na cozinha, falando baixinho com alguém no telefone. Eu olhei pro relógio na parede, que marcava 12h36, e tentei não prestar atenção no que ele falava, mas foi meio impossível.

Você comeu direito?... Bom. Mamãe me disse que foi tudo bem durante a noite, mas eu preciso ouvir de você, querida... — ele disse a quem estava do outro lado e esperou para ouvir a resposta. Ele usava um tom de voz que eu nunca tinha ouvido ele usar antes. E eu não pude deixar de notar que era o mesmo tipo de voz que Logan usava comigo quando estava preocupado. Eu comecei a cantar “não pergunte, não pergunte, não pergunte” na minha cabeça, como um mantra. Mas, porra, eu queria saber com quem ele falava.

Eu não pude deixar de dar um pequeno sorriso conhecedor quando ele se certificou, mais de uma vez, que, quem quer que fosse do outro lado, estava bem e prometeu que iria vê-la mais tarde. Uma garota, pensei. Muito interessante. Eu não podia me lembrar de uma única vez que eu vi Carter com uma garota...

Carter desligou o telefone e apoiou os braços no balcão e abaixou a cabeça com um suspiro saudoso. Ele ainda não tinha me visto ou ouvido. Eu observei a tensão em seus ombros e soube que, não importavam quantas vezes a mulher na linha tinha garantido a ele que estava bem, ele queria ir ver por si mesmo.

Me sentindo um pouco mal, porque, com certeza eu era o motivo dele não ter ido até a mulher no telefone agora mesmo; dei a ele um pouco de tempo para se recompor, antes de limpar a garganta atrás dele.    

Carter se virou e sorriu levemente pra mim.

— Oi. Conseguiu dormir um pouco? — Perguntou com um ar de preocupação.

Notei que ele não me perguntou se eu dormi bem, ou se eu estava bem. Essas eram as perguntas naturais de se fazer depois do inferno que foi a noite de ontem, mas Carter foi muito cuidadoso em não usa-las. Eu tinha cada vez mais certeza de que essa não foi a primeira vez que Carter lidou com uma situação como essa, e brevemente lembrei da mulher com quem ele falava no celular, me perguntando se ela tinha parte no olhar cauteloso e conhecedor que Carter sustentava. Mas não era tempo para abordar isso ainda.

— Graças a Deus, eu apaguei. — Respondi honestamente. Aparentemente o cansaço emocional é um grande sonífero.

Carter assentiu. — Isso é bom. Eu tenho algo para você comer. — Ele afirmou, apontando para o prato no balcão. — Eu não queria ter que te apressar em nada, Lolli, mas precisamos de um plano de ação. Eu vou te contar o que você precisa saber enquanto come.  Então, traga sua bunda aqui e comece. Eu sinto muito dizer, mas vai ser um longo dia de merda.

Eu suspirei, sabendo que ele não estava nem mesmo brincando. Então assenti e sentei no banco. Carter tinha feito omelete. Tão bonita quanto parecia, eu dei uma garfada triste, pensando nos meninos, de volta na Califórnia, e me perguntando o que eles iam comer, se Thomas estivesse trabalhando fora hoje. Eu não estaria lá para eles, e isso me matava.  


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Notas finais do capítulo

A todos que estão acompanhando essa história, meu muito obrigada pela paciência infinita. Eu não estou desistindo dela, viu? Para todos aqueles que perguntaram.
...
Obrigada especial para as meninas que deixaram comentários no cap passado: Leite, Carla Conde, Babigiih, Ba e Kika Pichsterzy. Não consigo nem expressar o quanto eu amei todos e o quanto eu estava precisando da motivação pra continuar. Vocês me dão o gás que eu preciso pra escrever quando me deixam feedbacks como esses ♥ Então, mais uma vez, obrigada!
...
Lembrem de me dizer o que acham do cap, ok? é importante pra mim, enquanto autora, saber o que vcs sentem quando leem. Eu procuro mexer com as emoções dos leitores em cada cap, porque, na minha bem humilde opinião, uma boa história deve fazer o leitor se envolver. E eu procuro sempre fazer o melhor que posso para escrever uma boa história. Se vcs não falam, eu não sei se eu estou acertando. Então, mantenham em mente que vcs são tão importantes para o desenvolvimento dessa história quanto eu (ou Ava, quando ela da as caras o.o).
...
Por ultimo, mas não menos importante: Prestem atenção no Carter, vocês ainda vão ouvir falar dele. Muito. ;)

Até breve :*