Escuridão na Solidão escrita por Rosa


Capítulo 12
Assassino




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Espio correu em direção à cabana do mestre Leafgreen, ainda pensando no que aconteceu há alguns minutos.

Não pode ser... Isso não pode ser revelado para ninguém, principalmente o mestre Leafgreen.

Ao chegar à cabana, Amy recebeu Espio.

“Espio, adivinha: Nós conseguimos o rastreador!”. Amy mostrou então um dispositivo parecido com um game boy advanced azul, com uma antena parabólica preta encima.

“Isso é ótimo, Amy! Agora temos que ir...”.

“Por que não dormimos aqui? Leafgreen disse que poderíamos ficar! Por que não chama a Ligh-”. Espio coloca a mão na boca de Amy. “ Shhhhhhh! Ele não pode saber que a Lightning está aqui...”.

Amy tirou a mão de Espio da sua boca. “Por que ele não pode saber dela?”.

“Eu não posso te contar aqui... Olha, fala pra todo mundo, menos o Leafgreen que me encontrem de madrugada debaixo do único carvalho da floresta, que eu explico tudo nos mínimos detalhes.”.

Às 02h38min...

Amy tratou de acordar todos silenciosamente, e todos se dirigiram a uma enorme árvore que tinha a largura de dois ônibus de ponta a ponta e a altura de um prédio de cinco andares. Chegando lá, estava Espio. Logo, ele começou a contar.

“Eu e Lightning éramos os melhores alunos do mestre Leafgreen. Entre vinte alunos, éramos os melhores. Mas entre nós dois, eu era o favorito. Eu e ela éramos grandes rivais, quase inimigos. Nas lutas na frente do mestre, ou em lutas por motivos banais, sempre brigávamos agressivamente, não sei como nunca nos matamos. Faltavam dois dias para a luta final, que iria decidir qual de nós dois era o melhor, até que... glup...”.

“Até que o que, Espio?”. Perguntou Shadow.

“Bom... Eu e Lightning tivemos uma briga feia, antes da luta. Parecia que ela ia me matar, pois ela usava uma katana. Ela conseguiu me derrubar e colocou a katana bem perto da minha testa. Parecia que era meu fim. Só que ela não me matou e guardou a katana na bainha. Quando saiu, o mestre Leafgreen veio e disse que assistiu tudo, e ela não me matou porque ela percebeu que ele estava encarando-a. Eu comecei a pensar que ela me odiava profundamente.”.

“No dia seguinte, vi o sensei reclamando com a Lightning sobre o que ela tinha feito, e ela explicou porque brigamos, e o mestre nos fez fazermos as pazes. Mas acho que ela ficou com raiva do mestre sobre isso, e não apareceu para a luta no dia seguinte. O mestre me mandou procura-la, e quando voltei, sem sucesso na busca, vi uma fumaça grossa saindo do dojo. Quando entrei, vi que estava acontecendo um incêndio lá dentro. Todos tinham saído, exceto a esposa do mestre. Queria entrar para procura-la, mas o dojo explodiu. O mestre chorou, e todos tentavam consola-lo. Mas então, a Lightning apareceu. Ela carregava algo na mão, e era uma tocha. O mestre ficou irado, e acusou-a de matar a sua mulher. Lightning negou, porém o mestre disse que o único jeito de consola-lo era se eles trouxessem Lightning até ele, pois queria mata-la. Todos nós a atacamos, que fugiu. Sua grande velocidade impedia quase todos de segui-la, porém a floresta era muito fechada, e eu tinha muito mais velocidade que os outros, e consegui alcança-la...”.

“E o que aconteceu depois?”.

“Eu e ela lutamos. Estávamos perto de um penhasco, e ela me deu um pontapé derrubante-”. Rouge interrompeu Espio. “Que troço é este?”.

“É um golpe de ninjutso, não me interrompa! Continuando... Ela tem muita força nas pernas, e aquele pontapé foi forte o suficiente para me derrubar do penhasco. Consegui me segurar em um galho, mas ele estava partindo. De repente, a Lightning me salvou. Ela me puxou para cima, e me vi longe daquela ravina. Perguntei a ela por que ela me atacou naquele dia e me salvou neste.”.

“E o que ela disse?”. Perguntou Omega.

Você tocou em algo sensível em mim, que causou muita dor. Não consegui me controlar, tamanha era minha raiva. E salvei por que não quero ser acusada novamente por matar alguém. Eu não fiz isso. Porém ninguém acredita em mim. Você não sabe o que é ter o peso da morte de alguém nas suas costas. Foi o que ela disse. Eu a vi chorar... Nunca a vi fazer isso... Então eu a consolei a deixei ir. Até hoje o sensei acha que eu a matei. Se ele souber que Lightning está viva, ele mesmo vai tratar de mata-la. Mas isso não, pode acontecer! Eu a am-”. Espio recuou um pouco e baixou a cabeça. Mas ainda sim dava para vê-lo corar.

Amy sorriu. “Não se preocupe Espio, não vamos dizer nada ao Leafgreen. Ele nunca vai conseguir matar a Lightning.”.

“TRAIDOR!”. De repente, um shuriken quase acerta a cabeça de Espio. Em seguida, a estrela ninja explode, fazendo com que todos acabem muito feridos.

Espio olha para frente, e lá estava o se sensei, rindo de sua desgraça. “Eu sempre achei que você era meu aliado Espio. Agora vejo que não passa de uma lagartixa que merece morrer!”.

“Faça o que quiser comigo, mas não machuque meus amigos... Eles não lhe fizeram nada...”. Falou Espio que não tinha forças para se levantar.

“Ora, que graça tem isso? Devo lhe dizer: nenhuma. Mata-lo seria muito simples. A dor iria acabar logo. Porém, seus amigos...”. Leafgreen alisou um dardo, que Espio percebeu ter veneno. “Acho que a morte de sua alma seria bem mais terrível do que a do seu corpo... Sabe, fiz esse veneno especialmente para matar aquela ouriça desgraçada. Mas acho que seria suficiente para seus amigos também... Pode ser o último, ver a morte de todos eles será divertido... Para mim.”.

Leafgreen se aproximou de Amy. Amy não conseguia reagir. Ele já ia injetar o veneno no pescoço de Amy quando de repente... Um raio lhe atingiu! Ele caiu no chão, e quando olhou, lá estava Lightning! Ela parecia diferente da ultima vez que ele a viu. Ela parecia que estava com pequenas faíscas de eletricidade ao redor de seu corpo, e estava com listras em formato de raios em seu corpo.

“Você... Finalmente vou poder me vingar pelo que fez a minha esposa! E está ridícula com esta tatuagem!”. Então Leafgreen viu uma esmeralda da felicidade na sua mão.

“Como achou esta esmeralda?”. Perguntou o louva-a-deus (quem quer enganar, ele não merece ser chamado assim).

“Digamos que as emoções iluminam nosso caminho.”. Falou Lightning, que deu um sorriso para Espio.

“Não importa, você vai é sumir desta vida!”. Leafgreen então atacou Lightning, que desviou dos golpes com extrema facilidade. Lightning então atacou o mestre com socos e chutes que deixaram o inseto bastante ferido.

“Como... Como acertou os golpes? Eu te ensinei tudo que eu sei, deveria saber tudo que você iria fazer!”;

“Tenho uma novidade para você: você me ensinou tudo que eu já sabia. E eu sei coisas que você não sabe!”. Lightning então lançou de suas mãos um relâmpago, que acertou o sensei em cheio (É super efetivo!).

“Como fez isso?”. Perguntou Omega, que estava perplexo.

“O poder da esmeralda da gratidão tem o poder do relâmpago.”.

Lightning olhou para o lado, e Espio estava do seu lado. Ambos se dirigiram em direção ao mestre caído no chão.

“Mestre, a vingança é um prato que se come frio. Mas ele tem veneno para sua alma. Decida se irá comê-lo ou não. Além disso, não matei a Firered.”. Falou a Lightning, que estendeu sua mão para o mestre. Porém, ele deu um golpe nela tão forte que ela bateu as costas no carvalho atrás dela. A energia da esmeralda aumentou o peso do impacto, que derrubou a árvore colossal. Todos fugiram, porém o mestre tropeçou no meio do caminho. Lightning então usou o poder da esmeralda da gratidão para levitar a árvore.

“Por que me salvou?”. Perguntou Leafgreen.

“É para isso que um ninja é treinado. Para cumprir seu objetivo, e o meu é cuidar das pessoas...”.

Leafgreen então olhou para Lightning. “Agora que eu vou lhe matar!”. Leafgreen deu um golpe na ouriça azul e a lançou longe da árvore, que por sua vez caiu em cima do mestre, matando-o.

“Lightning, você está bem?”. Perguntou Espio que correu para cuidar de Lightning.

“Como um gato numa peixaria.”. Disse Lightning com um sorriso no rosto. “Mas acho que o mestre não está nem um pouco bem...”.

“Ele teve o que mereceu.”. Falou Rouge.

“Verdade, ele quase nos matou. A vingança é doce...”. Falou Shadow.

“Você não aprendeu a lição, não é listradinho? A vingança foi o que matou ele, seu lesado!”. Disse Lightning, incomodada com ignorância de Shadow.

“Olha, meus conceitos são imutáveis. Mas como fez aqueles raios saírem de suas mãos?”. Perguntou Shadow, com os braços cruzados.

“As Esmeraldas da Felicidade tem diferentes poderes: Gratidão tem o poder dos raios e trovões, Risada tem o poder da água, Bondade tem o poder dos animais, Generosidade tem o poder da terra, honestidade tem o poder das plantas e lealdade tem o poder dos ventos.”. Explicou Lightning.

“Mas e a sétima Esmeralda?”. Perguntou Amy.

“Não sabemos, mas acredito ser fogo.”. Afirmou Lightning.

“De qualquer jeito, temos que seguir nosso caminho.”. Avisou Omega.

“Primeiro, vamos tem que sepultar o mestre. Mesmo alguém como ele merece ter um túmulo.”. Informou Lightning.

“Tá brincando. Não é?”. Falou Espio.

“Deixem que eu o faço. Omega, pode levantar a árvore?”. Pediu Lightning.

Omega levantou a árvore, e Lightning tirou o mestre esmagado debaixo da árvore. Ele ainda estava inteiro, porém mole como uma geleia. Lightning colocou seu corpo moribundo no chão e tirou as luvas para não suja-las. Todos se surpreenderam com o jeito que estavam as mãos de Lightning: cheias de marcas e cicatrizes. Lightning olhou para os rostos preocupados de seus amigos e começou a cavar o jazigo. “Minhas mãos estão assim porque na infância eu e Sonic tivemos que cavar os túmulos das vitimas da explosão de nossa vila. Peçam que ele tire suas luvas e suas mãos vão estar do mesmo jeito que as minhas.”.

Lightning então enterrou o mestre e tapou o lugar com terra. Cravou na pedra do seu túmulo o nome do mestre e a data de seu nascimento, com muita precisão. Ela tinha pratica em fazer túmulos. Logo depois, ela colocou umas orquídeas que cresciam por perto no jazigo do mestre, e em seguida falou com uma lágrima descendo de seu olho: “Descanse em paz, honrado mestre.”.

Lightning se virou e viu os rostos perplexos de seus amigos. “Não temos tempo para isso. Vamos à busca das Esmeraldas!”.

“OK!”. Todos gritaram ao mesmo tempo.

Lightning deixou o grupo ir à frente. A ouriça ficou para trás e quando foi correr, escorregou e quase caiu de costas, mas Espio a segurou nos braços.

“Vo-você tá be-bem?”. Perguntou Espio que estava nervoso e corando.

Lightning se levantou e deu um sorriso provocante. “Claro que estou bem papa-mosca.”. E deu um soco de leve no ombro do camaleão.

“Hey, os apaixonadinhos não vão vir?”. Gritou Amy, fazendo com que todos darem risada, inclusive o Shadow deu um leve sorriso.

“Nós não estamos apaixonados!”. Gritou Espio que estava corando furiosamente.

Lightning encarou Espio. “É mesmo, então quero ver você não corar com isto!”. Lightning então deu um beijo na bochecha de Espio, que corou ao ponto de ficar vermelho. “Sabia. Você me ama!”.

Lightning correu em direção ao grupo, seguida por um Espio corado e furioso, mas nem por isso os dois deixavam de sorrir...


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