Eldrwin E O Medalhão Real escrita por KyuHumi


Capítulo 6
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Nada havia preparado os três para aquele ataque. Mesmo sem saber o que fazer, Kairou, numa tentativa de ajudar o amigo, intensificou o fogo em sua espada e cravou a ponta no chão. As chamas romperam e se espalharam. A mão que segurava Eldrwin enfraqueceu e agora livre, o garoto pode recompor a posição de luta, se colocando costas a costas com os amigos.

— O que nós vamos fazer?! – Anya berrou enquanto via os guerreiros negros emergindo do chão, fantasmagóricos e assustadores como da ultima vez que os vira na caverna há tempos atrás.

— Temos que lutar! Anya, eles querem você! – Gritou Eldrwin, e disse logo em seguida – Fechem os olhos!

Ele tentou se concentrar, tinha que acontecer de novo. Ele se lembrou de que duas vezes apenas aquilo havia funcionado, se lembrou das palavras de Villian durante um treino que havia realizado “VOCÊ E A ESPADA PRECISAM SE TORNAR APENAS UM!”. Tentou intensificar ainda mais a luz para que o ataque que reduziu os guerreiros a cinzas na caverna acontecesse de novo. Mas nada acontecia e os guerreiros negros se aproximavam cada vez mais. Os olhos brilhando, as espadas negras prontas para lhes atravessarem.

— Eldrwin, o que está tentando fazer? – Kairou gritou ainda com os olhos fechados ao amigo.

— Eu tenho que conseguir!

O garoto se esforçava ao máximo, mas quanto mais se esforçava para conseguir realizar a proeza que nunca conseguira explicar como realizara das ultimas vezes, mais percebia o perigo mortal que estavam correndo. Sentiu então que o frio ficou mais forte quando de repente Anya soltou um grito agudo e terrível fazendo Eldrwin abrir os olhos e, por mais que não entendesse ou acreditasse viu algo inexplicável acontecer. Os guerreiros negros retrocederam. Voltaram para o chão e na mesma rapidez que apareceram, desapareceram. O frio congelante e a escuridão se dissiparam no instante em que as tochas voltaram a acender. Ao longe eles ouviram passos se aproximarem. Ele ainda estava tremulo e suas pernas não o obedeciam, mas eles tinham que sair dali.

— Provavelmente é a guarda! Depressa, temos que sair daqui agora!

Os três saíram em disparada pela rua e, após correrem um pouco, adentraram em um beco escuro e estreito. Observaram então nas sombras Jedah passando com sua túnica cinzenta farfalhando pelo chão e atrás dele, cerca de dez soldados. Não sabiam ao certo para onde iriam, mas Eldriwn sentiu que assim como da ultima vez, os guerreiros negros pararam o ataque por causa dele.

— De novo! Fomos salvos por Jedah, de novo! – Disse Kairou, ofegante.

— Sim! Nós fomos! – Respondeu Eldrwin com o corpo curvado e a mão apoiada na parede. Anya começou a dizer com um tom de medo na voz que nunca havia demostrado ao longo de todo esse tempo junto dos garotos.

— Eles... Queriam a mim? Por causa do medalhão? Mas, eu nunca tive um medalhão!

— Anya! Temos que voltar ao castelo com urgência – Disse Eldrwin e continuou em seguida – E acho que, pra sua segurança, é melhor que você não saia mais do castelo á noite.

A princesa abriu os olhos em total surpresa. Ver Eldrwin dizer aquelas palavras fez com que uma mistura de fúria e desapontamento lhe estampassem o rosto pálido de medo que agora, ficava escarlate de raiva.

— O QUE!? Eu ficar no castelo? Jamais! Escute, sou uma guerreira, faço parte da guarda, sobrevivi ao lado de vocês e não vou me escond...

— Eles quase nos pegaram! – Gritou Eldrwin – Quase nos pegaram mais uma vez! Eles podem voltar a qualquer momento! Não estamos a salvo e por mais que eu não queira dizer isso – O garoto engoliu um nó, pois sabia perfeitamente que Anya detestava ouvir o que iria ouvir em seguida – Você é a princesa do reino. Depois do ataque ao rei, a guarda no castelo foi redobrada. Estará mais segura lá dentro do que conosco.

— Olhe, Não se atreva a tentar me proteger Eldrwin! Sabe perfeitamente que consigo me defender! Sabe muito bem que posso cuidar de mim mesma!

— Anya! – Esbravejou Eldrwin – Se eles estão atrás do medalhão real, você sabe perfeitamente que existe alguma ligação com ele... Ahzzarafh! Você não tem o medalhão real, mas provavelmente, quem está enviando esses guerreiros acha que você ou o rei tem. Eles podem muito bem te levar por engano e se isso acontecer... Bom.

Kairou fitou o amigo e logo se voltou para Anya que ainda mantinha os olhos cheios de fúria.

— Acho que Eldrwin tem razão. Se a história for verdadeira, você corre um grande perigo. Se alguma coisa acontecer com você, acho que não teremos permissão nem de levantarmos gravetos para nos defender, que dirá espadas.

Pela primeira vez, a garota não falava nada. Mirou os olhos de Eldrwin e Kairou cheios de preocupação e rumou para fora do beco ainda em silencio seguindo pela rua pisando fundo. Apesar de não querer admitir, sabia das consequências que poderiam acontecer aos amigos se acontecesse algo de errado com ela na companhia deles.

Os três nada falaram até chegarem ao castelo onde era para terem ido antes do que havia acontecido. A princesa caminhou rumo a entrada principal, onde vários soldados permaneciam de guarda, e sem dizer uma só palavra atravessou a grande porta da frente do castelo e desapareceu. Eldrwin e Kairou se viraram e seguiram caminhando pelas ruas do reino ainda meio sem acreditar no que ocorreu.

— Não tínhamos escolha. Ela não pode... – Eldrwin iria dizer uma palavra, mas preferiu escolher outra, - Ela não pode ser atacada. Por mais que seja uma guerreira.

— Eu sei. Mas ela vai ficar uma fera se não puder mais vir conosco para as rondas noturnas não acha?

— É certo que vai. Mas com isso que acabou de nos acontecer... – Eldrwin olhava para os lados na tentativa de olhar um simples movimento suspeito, ou algo que indicava que poderia ser atacado novamente -  Com isso que acabou de nos acontecer, sabemos que o medalhão real, bom... É real de verdade.

— Villian bem que podia nos dar autorização para uma expedição, não acha? Oras, é apenas uma missão de reconhecimento e nada mais!

— Não temos escolha. Tenho certeza de que não importa o quanto peçamos, ele não vai permitir.  

Depois de caminharem mais um pouco, os garotos finalmente chegaram á rua da casa de Eldrwin, quando Villian e outros guerreiros montados em cavalos surgiram do outro lado e seguiam em direção a eles apenas de passagem. O chefe da guarda real a frente se dirigiu aos dois, ainda montado, e disse:

— Espero que aquela loucura de saírem daqui e viajar até Betta tenha sumido das cabeças ocas de vocês dois.

— Reconhecemos um não Villian – Disse Eldrwin

— É... Reconhecemos um nunca Villian – Disse Kairou com impaciência até que a atenção de todos se voltou para um soldado que vinha galopando em seu cavalo a toda velocidade. Sua expressão era de horror. Um horror familiar e que Eldrwin, apesar de não entender, reconhecia. Ele se aproximou de Villian e lhe disse algo ao ouvido, quase que sussurrando, mas mesmo assim, Eldrwin pôde ouvir claramente as palavras “rei” “Betta” e “ataque”.


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