Light, Shadow and Past escrita por Death the girl


Capítulo 1
Explosão de Sangue - Chi Burst


Notas iniciais do capítulo

Editei o cap, pra quem acompanhava, o primeiro e segundo capitulo agora estão juntos nesse aqui

#boa leitura



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Miku Pov's on
Escondida na escuridão da noite. Esperando o próximo passo para continuar. Eu não posso desistir agora!

Tirei minha katana da bainha, fazendo um som alto o suficiente para atrair a atenção da pessoa que estava do outro lado do beco. Minha vitima.

Ele andava em minha direção devagar, desconfiado. Segurava uma pistola na mão direita. Soquei a lata de lixo que estava ao meu lado, fazendo mais barulho. De imediato, ele pulou de susto.

Esse cheiro de medo... É excitante!

Foi ai que eu parei de brincar, estava na hora de terminar. Sai do de meu esconderijo, revelando minha cabeleira verde-água na luz frágil da lua. E Então, ele sorriu. Sorriu achando que tinha se livrado do perigo.

— Miku!- ele riu com lagrimas nos olhos, como se estivesse se safado de uma encrenca. Depois disso ele viu a katana

– O que esta fazendo com essa katana na mão, querida?

— Você não sente culpa ao dizer “querida”? – falei friamente, ignorando sua pergunta.

— O que quer dizer com isso? – seus olhos estavam cada vez mais preocupados... Sua voz estava cada vez mais trêmula – Olha Miku, vamos voltar pra casa... Vamos conversar civiliza... – o calei com a ponta da katana em seu pescoço.

— Não temos nada pra conversar- uma lagrima escorreu em meu rosto- Ninguém pode trair a minha confiança- enviei um olhar ameaçador – Nem mesmo você!

Ouvi um disparo... O disparo de sua pistola... Que acertou minha perna. O sangue jorrou na hora e isso me deixou desesperada.

—Como você pôde fazer isso?! – gritei

Como reação, cortei seu braço direito com a katana o que o fez gritar... e gritar muito... E foi ai que eu descobri que eu gosto disso...

Eu gosto de ver as pessoas sofrerem

Andei até onde ele tinha caído. Devagar. Com os olhos cobertos pela franja, mostrando apenas meu sorriso psicopata.

— Eu adoro ver essa sua cara de desespero – falei friamente de novo, me aproximando cada vez mais.

— Essa não é a Miku que eu conheço! Miku eu te amo... Por que esta fazendo isso?
Kaito... Kaito Shion... Eu também o amava.

Mas honra é muito maior do que qualquer tipo de sentimento que eu tenha. E é por isso que esse ser na minha frente precisava ser eliminado...

Para pagar o que fez no inferno

E então, sem dó nem piedade encravei minha katana na testa dele, com toda minha força, acabando com sua vida. Lagrimas caíram do meu rosto sem minha permissão. Eu não estava sentindo apenas raiva ou desejo de vingança... Mas também estava sentindo medo.

Era a primeira vez que eu tinha assassinado uma pessoa que era importante pra mim... Dava um aperto no coração... doía.

Que tipo de assassina chora ao matar alguém? Eu preciso ficar mais forte...

Foi ai que eu vi. Um garoto loiro.

— Mãos para o alto! – ele gritou

Nunca tinha sido pega por policiais. Fiquei com mais medo ainda. Mas sabia que seria meu fim se eu me entregasse.

Peguei minha katana que estava na testa de Kaito e corri. Corri como se não houvesse amanhã para direção contrária à que ele estava.

Uma menina de cabelos brancos me parou após ter saído de trás do poste.

— Droga! Eu estou sem tempo! – gritei, batendo nela com a bainha da espada e correndo novamente. Sorte minha que ela caiu no chão.

Continuei correndo até entrar numa rua sem luz. Eu não via nada. Estava um breu completo.

— Desista- falou calmamente uma menina atrás de mim.

Logo depois dela chegaram o loiro e a esbranquiçada.

— Eu mandei você colocar as mãos para cima- ordenou o loiro

— Quem são vocês? – eu estava nervosa, mas aprendi a ter controle.

— Somos agente da Justice Karakuri – falou a que havia chegado primeiro.

— E vamos prender você em nome da lei –falou o loiro se aproximando de mim.

Eu iria me entregar? Eu estava morrendo de medo.

Meu corpo já não me obedecia mais. Então esse é o destino de uma assassina de quinta... Morte.

Não... Não é o fim!

Me virei para eles girando a katana comigo e acertou o loiro de raspão. Ele recuou um pouco para trás.

— Péssima escolha- ele disse com um ar confiante e sacou sua katana. Assim que o fez, os outros também sacaram suas armas.

Mas que droga! Eram quatro contra um... Ah, claro! Como não pensei nisso antes!

— O nome de sua organização não tem “Justice” no começo? Vocês acham que quatro contra um é justo? – falei com deboche

— Tem razão- o loiro falou. Acho que era o líder do grupo – Vamos lutar somente eu e você. Se você perder se entregará...

— E se eu ganhar? – o interrompi

— Veremos isso depois... Se você ganhar é claro. O que eu duvido muito! – provocou

— É melhor não me subestimar!

— Pare agora mesmo Len Kagamine- todos se voltaram à uma mulher de cabelos rosas no alto do telhado de uma casa qualquer, cobrindo a Lua com sua sombra.

— Luka… Megurine – o loiro disse lentamente – Finalmente te encontrei! - seus olhos demonstravam outro tipo de sentimento. Pareciam jorrar ódio.

Luka Megurine. Essa é a mulher que lutou sua vida inteira contra a miséria e a falta de amor e compaixão, arriscando sua vida em troca de experiência e até mesmo de comida. Foi abandonada por todas as pessoas que já a seguiram um dia. E hoje, ela lidera o clã de assassinos mais procurado de Tokyo: Chi Burst, do qual eu faço parte.
Ela era muito mais elegante do que eu imaginava. Seus olhos demonstravam frieza e autoria, sua presença arrepiava até meus ossos.

Não tem como chegar aos seus pés, só de olhar sinto que ela jamais poderá ser ultrapassada.

Me orgulho de servir tal mulher.

Me envergonho de ser encontrada nessa situação.

Por algum motivo, aquele desespero que eu estava sentindo foi embora com a brisa fria da noite sombria. Mas de qualquer forma, meu arrependimento e vergonha por não conseguir combater esses policiaizinhos de meia boca nunca será superado.

— Não vou deixar que leve minha aprendiz!

Ela pulou do telhado desaparecendo aos olhos de todos.

Cinco segundos de silêncio.

Ninguém se moveu. Ninguém disse um “a”.

Estavam todos ansiosos pelo próximo passo da mestra. De repente uma bomba de fumaça empesteou o local. Eu não via nada, ninguém via nada. Todos sabiam que isso foi causado pela rosada, mas ninguém esperava que ela fosse fugir. Muito menos eu.

Senti uma mão forte agarrar meu braço. Senti um arrepio percorrendo meu corpo inteiro. É como ganhar um autografo de seu ídolo… Luka me tocou… Como estilo de fuga, Megurine dava altos saltos e o peso do meu corpo sendo puxado por ela não parecia dificultar nenhum pouco. Ela dava saltos ridículos, parecia até personagem de videogames, mas isso era divertido. Sentir o vento gélido bater carregado de fúria em meu rosto era uma sensação relaxante e emocionante ao mesmo tempo.

Era como voar… Doce sonho humano que nunca se realizará…

Aliás como alguém consegue dar pulos tão altos? Tenho um palpite, mas isso é história para outro dia.

Em poucos segundos, sumimos da vista da Karakuri Justice. Nunca me senti tão aliviada, mas ainda vou encontrar aquele loiro novamente…

Len Kagamine… Me aguarde.
Quando te encontrar…

Vou estraçalhar seus ossos

— Deve estar se perguntando por que eu não acabei com a raça deles – ela disse, friamente.

Andávamos normalmente lado à lado na calçada de uma avenida qualquer. Parou na frente de um carro bruscamente largado acima da calçada. Era um carro luxuoso, não esperava menos de Megurine Luka.

Ela abriu a porta para mim, deu a volta e sentou no banco do motorista.
— Não precisa me dar satisfações, mestra.

Fechamos as portas do carro e começamos nossa longa viagem. Para a cede do clã, provavelmente.

— Eu sei – riu sarcasticamente – Eu cuido do Len depois… - ela não olhava para mim em nenhum momento.

— Vocês se conhecem?

— Longa história. Infelizmente ele não foi para o mesmo lado que o irmão dele e preferiu fazer justiça.

— Vejo que você conhece muito bem a vida dele.

— Eles fizeram parte da minha vida. Ajudaram a construir a pessoa que sou hoje. A única pessoa que esteve ao meu lado durante todos esses anos foi morto. Hoje.
— Refere-se ao Kaito? - perguntei

Silêncio.

Novamente, uma lagrima quente desceu meu rosto.

Aqueles belos olhos azuis não vão se encontrar com as minhas “esmeraldas” nunca mais. Mesmo que eu mostrasse um “eu” sem fraquezas, eu necessitava do abraço dele… Será que havia outra maneira de resolver aquilo?

Balancei a cabeça, espantando os pensamentos. Chorar não vai trazê-lo de volta. Não que eu queira isso mas… Acho que eu matei a pessoa errada.

E este dia fica marcado como o dia em que eu perdi o meu amado e a minha dignidade.

— Desculpa… - quebrei o silêncio.

Mesmo sabendo que “desculpa” não vai adiantar de nada. Eu tirei tudo o que Megurine tinha… Não sei o que fazer mais.

— Não foi nada. Ao menos você aprendeu como dói matar alguém que você ama. Poucos na Chi Burst tiveram essa lição.

Incrível…

Ela já não se abala com nada. Deve estar acostumada a perder as pessoas.
Admito, tenho inveja de sua força.

— Isso é realmente importante?

— Você por acaso sabe qual o proposito do meu clã? - suspirou

Encostou o carro na guia da calçada. Chegamos ao nosso destino… Lar doce lar!
Descemos do carro e entramos na sede pelo grande e detalhado portão de madeira. A sede do clã não era algo muito grande, pra não chamar atenção dos inimigos, mas seu espaço era muito bem dividido.

Campos de treinamento, dormitório, sala de reunião e um confortável espaço de lazer, tudo separado em “casinhas”. Tinha várias arvores, era um lindo lugar.

Mas esse lindo lugar abrigava assassinos. Nada mais.

— Kaito era um péssimo empregado – Megurine sorriu – Nossa missão é eliminar os maus elementos do mundo. Criminosos que foram injustamente punidos pela justiça ou que nem chegaram a ser punidos. Já reparou que há nomes específicos no quadro de missões?

— Então você aproveita a sede de morte e o desejo de destruição dos integrantes do clã para fazer uma boa ação? Muito inteligente.

Entramos na sala de reunião. Era uma sala de madeira muito bem iluminada. A sala era decorada com móveis de madeira com detalhes dourados, muito delicados.
Na parede havia o quadro de missões. Nada mais era do que um quadro com várias missões pregadas nele. Quando alguém realizava uma missão, tirava o papel do quadro e o guardava dentro de uma das gavetas de um gaveteiro que fica ao lado do quadro.

No centro da sala uma grande mesa. Nela cabia todos os integrantes do clã. As reuniões eram ótimos momentos para socializar. Neste momento, nosso clã deixa de ser um grupo de assassinos e passa a ser uma família.


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