Stay Late escrita por Marih Yoshida


Capítulo 1
Why...?


Notas iniciais do capítulo

Hey amores! Tudo bem? Ontem de noite essa ideia me veio enquanto eu ouvia a música, e resolvi escrever. Esta bem curtinha, mas eu gostei muito dela. Super recomendo ouvir com a música, porque ela é linda.



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Música

"Tudo ficará bem quando o dia terminar e você voltar para a casa, porque, não importa o horário, eu vou sempre estar te esperando acordada!"

Uma a uma as pessoas que eu conhecia foram me deixando.

"Mãe? Mãe, acorde por favor! Mãe, eu preciso de você! Por favor, acorde! Mãe!"

Sempre que eu me estabilizava, que eu pensava que estava tudo bem.

"Eu juro que vou te proteger para sempre! Não vou deixar nada de ruim te acontecer!"

Cada uma delas, um espaço vazio a mais no meu coração, uma estrela a mais no céu.

"Bianca! Por que fez isso? Era para você estar viva! Era para eu ter morrido! Bianca!"

A cada vez, eu me perguntava mais ainda sobre se a palavra felicidade é real, ou se é algo feito para que as pessoas se consolem antes da dor.

"Nico, você é meu pequeno garotinho. Meu orgulho! Por isso, não se envergonhe de chorar, eu sempre estarei aqui para secar suas lágrimas, entendeu?"

Promessas que nunca foram cumpridas. Qual o sentido da vida?

"Pai! Pai! Por favor, me diga que só está fingindo! Pai!"

A morte é um castigo para os vivos. Para todos aqueles que ficam e são obrigados a sentir a dor.

"Nós ficaremos juntos para sempre, eu prometo. Eu te amo, Nico."

Talvez, seja só minha imaginação, mas... vocês estão aqui comigo? Ás vezes eu sinto isso, como se vocês estivessem aqui.

"Thals! Não vá, por favor! Você é tudo o que me restou! Thalia! Eu te amo! Por favor!"

Ás vezes eu fecho os olhos e imagino que tudo não passou de um pesadelo. Que eu vou acordar agora e você, mãe, estará no meu quarto, abraçada comigo, cantando baixinho até que o pesadelo se fosse e eu voltasse a dormir. Então, quando amanhecesse, eu iria até a cozinha e encontraria você e Bianca conversando, felizes, sobre o garoto que ela acha bonitinho. E, antes que eu pudesse reclamar da conversa, a campainha tocaria, e Thalia estaria lá, com aquele jeitinho meio louco dela, sorrindo. Ela roubaria um selinho de mim, antes de entrar sem ser convidada, sentar no meu lugar da mesa e começar a conversar com vocês duas, as três rindo de mim porque eu estaria emburrado.

E a conversa só seria parada pelo som do telefone. Seria o papai, ligando lá da Grécia, avisando que houve um imprevisto e que ele chegaria em casa no final do dia. Mamãe iria ficar eufórica, começaria a arrumar logo a casa. Todos nós ajudaríamos. No final do dia, papai chegaria, daria um beijo na mamãe, e eu, Bianca e Thalia faríamos caretas, então todos nós riríamos. Papai ia dar um longo abraço em seus filhos e em Thalia, então nos daria presentes e sentaríamos todos na sala, ele nos contaria histórias sobre a Grécia.

Mas, então, eu abro os olhos, e tudo o que vejo é essa grande casa vazia. Não venho aqui desde a morte de Thalia, há dois meses. Ando até a sala e quase posso ver mamãe assistindo televisão, então vou até o escritório, onde todos os papéis estavam intocados. Se papai estivesse aqui, provavelmente ficaria bravo por eu não me interessar pelos negócios da família. Resolvi subir, primeiro até o quarto de Bianca. O edredom cor-de-rosa estava esticado sobre a cama, assim como dois ursinhos, um branco e um marrom. Exatamente como Thalia fizera questão de arrumar.

Relutante, andei até meu quarto, abrindo a porta devagar. Estava a mesma coisa de sempre. Tinham livros da escola, cadernos, roupas minhas e roupas da Thalia jogados por aí, minha cama estava desorganizada e meu violão estava em cima dela.

Adentrei o quarto e encontrei uma foto minha com Thalia e Bianca quando éramos menores. Bianca e Thalia estavam rindo e eu estava com uma careta. Normal. Sorri, olhando para a foto, e desejando, mais do que nunca, que aqueles dias voltassem.

Lágrimas caíram de meus olhos e molharam a fotografia. Coloquei-a no mesmo lugar de antes e sequei os olhos com a manga da jaqueta. O que eu estava fazendo, afinal? Por que raios eu resolvi voltar ali?

Sai do quarto e fechei a porta, descendo as escadas rapidamente e saindo pela porta da frente, me virando, uma última vez para aquela casa. Subi em minha moto e dei partida. Fui até o cemitério onde todos eles estavam enterrados. Por sorte, o túmulo da família di Ângelo ficava próximo ao túmulo da família Grace.

Coloquei quatro buquês de flores neles, um para cada um, e me sentei entre os dois, tentando imaginar-nos em um piquenique em família. Deitei-me, abrindo os olhos novamente, e tive a melhor vista da minha vida.

Minha namorada tinha o dedo em minha bochecha e riu ao ver que eu abri os olhos, Bianca estava logo atrás, rindo também. Olhei para o lado, papai e mamãe estavam sentados numa toalha xadrez, sorrindo para nós.

- Nós te amamos tanto! – Thalia riu enquanto se levantava, então estendeu uma mão para mim. – Venha, estávamos te esperando!


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Notas finais do capítulo

O que dizer sobre essas pessoas que choram enquanto escrevem?
Para quem não entendeu o final: Sim, o Nico morreu entre os dois túmulos.
Espero que tenham gostado ^^ Deixem um review, se gostaram favoritem, se amaram recomendem...
~Kisses!