Akuma Kami – Cap. 01
–- Hã? Onde eu estou? Por que não consigo me lembrar de nada antes de abrir os olhos? – Kenji acabara de abrir os olhos, ele estava confuso, o garoto de cabelos claros, olhos azuis suaves e pele pálida se levantava olhando ao seu redor, era um lugar que ele nunca havia visto antes, mas isso ele também não poderia saber já que não tinha nada com o que comparar. Kenji caminha um pouco pela cidade que acabara de chegar, ele olha ao redor e ouve vários estrondos, então Kenji corre até a origem dos estrondos, ao chegar ele se surpreende com o que vê, dois homens lutando, um parecia um pouco mais velho e usava um chicote verde, já o outro tinha quase a idade de Kenji, com cabelos negros assim como os olhos, o garoto usava uma Katana.
“Mas o que significa isso? Como eles podem ser tão fortes? Com apenas um golpe podem destruir estes prédios imensos.”
Kenji surpreso olha suas mãos e percebe que estava usando uma manopla cinzenta, ao olhar para ela percebe uma pedra avermelhada na palma, que começa a brilhar quando Kenji a olha, de repente Kenji é atingido no rosto por um soco e é lançado quinhentos metros para longe do local onde se encontrava.
–- Arg... O que?... – Kenji então vê um garoto se aproximando, de sua mão exalava uma fumaça devido ao golpe que acabara de dar.

– Ora ora Kenjizinho... Há quanto tempo não é? – Dizia o garoto que se aproximava de Kenji, tal garoto de cabelos negros e olhos violeta, erguia se braço até suas costas sacando também uma Katana, assim a girava com seu punho várias vezes e ao terminar estava perto o bastante para encostar a lâmina no queixo de Kenji. – Kenjizinho você é muito novo para estar aqui, devia ter ficado com o papai... Vou poupar sua vida, uma cortesia para meu amado irmão, desde que me entregue isso que está usando em suas mãos. – Disse o rapaz com convicção. Kenji por sua vez franze as sobrancelhas e cerra os punhos, ele não percebe, mas a pedra que se encontrava na palma de sua manopla começara a brilhar insanamente.

– Não lhe darei nada até que me responda umas perguntas, diga-me por que estou aqui, e do que se trata essa manopla! – Disse Kenji já furioso.

– Kenjizinho parece tão confuso, bem vou lhe dizer ao menos meu nome. Eu sou Ichiro, seu irmão mais velho, já não preciso lhe dizer mais nada – Assim Ichiro termina de falar e ergue sua mão que empunhava a Katana, ele a ergue fitando Kenji e então se prepara para golpeá-lo, de repente, Ichiro é atingido por uma rajada de energia que foi liberada da manopla de Kenji, assim Ichiro é lançado a mais de um quilometro de distância.

–- Não importa que seja meu irmão, não vou lhe entregar nada até que descubra o que está havendo... Se quiser a manopla terá que pegar a força! – Diz Kenji já em pé e de punhos fechados. Ichiro sentado longe de Kenji, com o cabelo cobrindo seus olhos, começa a rir sadicamente, pega sua espada e se levanta ainda rindo

– Acha mesmo que tem alguma chance contra mim? Kenjizinho. – Já em pé, Ichiro pergunta a Kenji. Então Kenji olha fixamente a seu irmão e range seus dentes cerrando os punhos novamente, ele pisca e ao abrir os olhos percebe que seu Ichiro não está mais onde estava. Kenji então é surpreendido por seu irmão que se encontrava atrás dele, ao olhar para baixo, Kenji vê seu peito atravessado pela Katana de Ichiro. Ichiro então retira bruscamente a espada do peito de Kenji que cai de joelhos, novamente Ichiro muda de posição rapidamente surgindo à frente de Kenji que olha assustado o seu irmão, Ichiro segura o punho cujo estava portando a manopla e então a retira com força, Kenji tenta segurá-la, mas é em vão.
–- Kenjizinho... Tão tolo hahaha... Eu vou levar a manopla e você vai ficar aí, como sempre inferior a mim... Mas para que não se esqueça mais de mim, vou deixar-lhe uma lembrança. – Após falar, Ichiro segura firme sua Katana e a tal começa a emanar uma aura esverdeada, assim ele a aponta para o rosto de Kenji e perfura um pouco abaixo de seu olho a descendo até o começo do pescoço, então muito sangue começa a escorrer da face de Kenji que começa a ver tudo embaçado e cai inconsciente. Ichiro por sua vez toma um pouco de impulso e vai a quilômetros de distância com um único salto. Rapidamente o ferimento do peito de Kenji se fecha, mas seu rosto continua sangrando muito, então um homem se aproxima o colocando nas costas e o levando embora do local que estava um caos, com vários prédios caindo devido à batalha entre os dois citados anteriormente. Kenji acorda em uma casa simples, com o som do canto dos pássaros ao lado de fora, ele logo se levanta e caminha até a porta vendo uma moça simples, de cabelos castanhos, corpo definido e seios fartos pendurando suas roupas no varal.
–- Quem é você?! – Pergunta Kenji apontando a garota.
–- Oh, você já acordou? Desculpe não me apresentar... Sou Alice, Sam trouxe você a algumas horas, estava com um enorme ferimento no rosto, eu cuidei de você, trabalhava como enfermeira na cidade onde você estava, temo que na próxima semana não terei mais emprego, mas é uma honra cuidar de um Deus, mesmo achando isso estranho. – A garota responde um tanto animada.
–- Calma, o que você disse? Um Deus? – Pergunta Kenji sem saber do que Alice falava.
–- Sim, assim como Sam você é um Deus não é? Aliás, que Deus você é? E por que não curou seu ferimento no rosto? – Perguntou Alice já mais próxima de Kenji.
–- Chega de perguntas Alice, ele ainda não se recuperou de sua batalha anterior. – Interrompeu o homem que havia salvado Kenji. Ele usava um sobretudo preto que cobria o corpo todo, possuía uma voz grave, barba mal feita e um cabelo prata longo.
–- Creio que perdeu sua memória garoto, deve ter batido a cabeça na queda, meu nome é Sam, prazer em conhecê-lo. – Se apresentou Sam após se sentar próximo a porta da casa.
–- Olá Sam, diga-me logo o que está havendo, pois desde que acordou da primeira vez não estou entendendo nada do que está acontecendo. – Pediu Kenji fitando Sam, e com os punhos fechados.
–- Humpft, tenha calma garoto, uma coisa de cada vez. Bom pra começo de conversa, sim somos Deuses, eu sou Sam o Deus do sol, você se chama Kenji, pelo que disse seu irmão, mas não sei que tipo de Deus você é, e terá que descobrir, pois não deve se lembrar. Nós Deuses vivíamos na dimensão sagrada, uns interagiam com a Terra e os mortais e outros apenas se divertiam sem se importar com os humanos. A questão é que o Deus dos Deuses, nosso mestre, estava chegando ao fim de seus dias, então ele tinha que passar a coroa adiante, mas para isso teria que saber quem era o mais digno, por isso ele nos enviou ao mundo dos mortais para que participássemos de um teste assim ele saberá que é o mais digno de ser o novo Deus dos Deuses, uns acreditam que o último sobrevivente ganhará o trono, eu não me importo muito com isso, prefiro ajudar os mais novos. – Respondeu Sam acendendo um cigarro.
–- O que? Fim de seus dias? Mas um Deus não é imortal? – Questionou Alice.
–- Um Deus pode viver milhares de anos querida, mas chega uma hora que ele deve partir. – Disse Sam olhando para cima.
–- Quer dizer então que eu sou um Deus? Grr... Mesmo assim não temos o direito de envolver os humanos nesta batalha egoísta! – Exclamou Kenji furioso.
–- Nobre da sua parte Kenji-san, mas a verdade que a maioria dos Deuses não da à mínima para os humanos, devo lhe dizer que se decidir parar algum deles, deve saber que existem níveis de poder, alguns Deuses são mais fortes do que outros e esses níveis aumentam quando você mata outro Deus, ainda mais quando toma a arma de um deles... – Respondeu Sam novamente, mas se surpreendeu ao perceber que Kenji não estava mais ali.
–- Ele foi em direção a cidade! – Gritou Alice apontando para a metrópole.
–- Esses jovens não têm jeito mesmo. – Sam apagou seu cigarro com o dedo e então saltou em busca de Kenji.