Sob um olhar mais Severo escrita por Céu Costa


Capítulo 2
Noite de bolo!


Notas iniciais do capítulo

Oi genteee! Quem quer boooooolooooooo????



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Pov Sophie

De noite, nossa pequena casa estava deslumbrante: mamie a havia decorado com pequenas luzes piscantes de cores brancas e azuis. A mesa da cozinha estava decorada com as mais deliciosas guloseimas, tanto caseiras quanto compradas na Bonbon Les Caramel, em Cannes. Eram crêpes suzettes, babas au rhun, macarons, eclairs, madeleines, paris brests, e no centro, meu lindo bolo azul.

A campainha foi tocada, fazendo soar o canto de alguns passarinhos. Corri para a porta antes mesmo que mamie a pudesse ouvir.

– Madame Maxime!!! - eu sorri ao ver aquela tão ilustre figura parada na minha porta.

– Non achou que eu fosse perder, ouil? - ela correspondeu.

Eu a abracei tão forte quanto pude. Ela foi a primeira amiga que eu tive na vida. Apesar de ser tão alta e tão... experiente, eu sabia que podia confiar nela.

Os minutos que se seguiram foram um delicioso decorrer de convidados: Nico, muito animado; Odette e Clarisse, minhas melhores amigas em Beauxbatons, que vieram sob a proteção de Madame Maxime; e a família Scolfh, que veio em peso: pai, mãe, Belle e os gêmeos Haylee Scolfh Heinz e Benjamin Scolfh Heinz, que mesmo sem ter um ano já deixavam Eric de cabelo em pé.

– Belle! - eu disse, depois de já ter cumprimentado todos os outros - Como senti sua falta!

– Sophie... posso... conversar com você? - Belle pediu, em tom de urgência.

– Claro! O que foi? - eu disse.

– Não aqui... - ela sussurrou.

– Mamie, eu vou mostrar o meu quarto pra Belle. - eu avisei.

– Tudo bem, petit! - ela respondeu da cozinha.

Subimos as escadas e eu tranquei a porta do quarto, conjurando um feitiço-abafador, para que ninguém pudesse nos ovir.

– Pronto, Belle. - eu falei, enquanto ela sentava em minha cama - Conte-me o que a deixou tão aflita que está me fazendo ficar aqui com você e não lá embaixo na minha festa de aniversário.

Ela suspirou fundo, seu olhar carregava uma expressão que eu não sabia definir.

– Tia Josepha esteve lá em casa, pouco antes de sairmos. - ela sussurrou, alarmando-me. O que aquela vaca queria lá? Falar mais mal de mim?

– E... o que ela queria? - eu perguntei.

– Me entregar isto.

E tirando sua mão do bolso da jaqueta, eu vi o objeto que mais procurei durante todo o verão. O colar de prata, em formato de coração. Presente do Harry.

– Pensei que o tivesse perdido em Cannes! - eu me aproximei dela, pegando ele - O que é isso dentro dele?!

– Deixa eu explicar desde o início...

Eu estava ajudando Eric a conseguir pegar a Lee para calçar os sapatos nela. Você sabe, Sophie, o quanto essas crianças conseguem correr depois que já tem um pequeno tempo de prática em andar. Eric desceu as escadas, na frente, no encalço da pestinha, e eu ia atrás, carregando o Ben, que também não estava disposto a ajudar. Quando passei na frente do meu quarto, eu a vi, sentada em minha cama. Mas ela não parecia arrogante ou orgulhosa como da outra vez. Parecia aflita.

Coloquei Ben no chão, deixando ele correr descalço. Assim ia distrair Eric por mais um tempo antes de ele sentir minha falta.

– O que está fazendo aqui? - eu perguntei, nada amigável - Papai está lá embaixo, e estamos de saída.

– Não vim aqui para falar com seu pai. - ela sussurrou.

– Sai do meu quarto. - eu ordenei.

– Preciso conversar com você.

– Não tenho nada para falar com você! Você me humilhou, humilhou minha melhor amiga, humilhou meu namorado. Não tem o direito de estar aqui. - eu disse, ríspida- Então, mais uma vez, SAI-DO-MEU-QUARTO.

– Não faça isso por mim! Faça pela Sophie! - ela se levantou, tentando me convencer - Ela precisa disto! Agora mais do que nunca! Você precisa entregar isto a ela!

– Não ouse pronunciar o nome dela, sua vadia! - eu gritei.

– Eu tenho escondido isto por muito tempo, mas agora é a hora. - ela me entregou o colar - Ela tem que saber.

– Saber o quê?

Eric gritou meu nome em desespero, e eu podia ouvir os risos das crianças. Mas quando olhei novamente para ela, tinha desaparatado.

– Nossa, mas que grande ajuda! - eu briguei, colocando o colar no pescoço.

Ao sentir seu metal frio tocar novamente minha pele, um misto de sensações me arrebatou, alucinando-me repentinamente.

– Harry! - eu gritei.

Mas a visão encerrou-se tão logo como começou. E eu não consegui compreender nada. Denovo.

– O que foi que ela colocou aqui?! - eu sussurrei, assustada.

Mas Belle também não sabia.

– Sophie! - ouvi mamie me chamar - Sophie, querida, tem alguém aqui que eu gostaria que você conhecesse!

Desci as escadas lentamente, com medo do que eu ia encontrar. Aquela noite mal havia começado, mas eu já havia sentido muitas emoções fortes. 31 de junho, o dia mais emocionante do ano.

Lá embaixo, mamie sorria alegremente, de um jeito que talvez eu jamais vira em toda a minha vida. Um homem se levantou do sofá, ao lado de Madame Maxime. Tinha cabelos loiro-acastanhados, penteados para o lado, com princípio de calvície. Era alto e magro, vestia-se como um pai de família bruxa. Devia ter uns 45. E eu já o conhecia.

– O brilho que ofusca? - eu disse, e ele riu.

– Sim, ela ainda se lembra de mim, Evelyn. - ele sussurrou para a mamie.

– Oh, querida, este aqui é o Professor Remo J. Lupin, um amigo de longa data de seus pais. - mamie disse, me fazendo estranhar - E seu padrinho.

– Meu... padrinho?! - eu assustei. - Você nem sequer se apresentou naquele dia!

– Não era a hora certa. - ele se aproximou de mim, me entregando uma caixa aveludada - E, a propósito, feliz aniversário.

Dentro da caixa estava a pequena pulseira. Era de pérola, com um camafeu de prata envelhecida. A mesma que eu vira no Beco Diagon-Al. E eu nunca adorei tanto ganhar um presente de um desconhecido.

***

– Eram tempos sombrios, de fato. - ele narrava, sentado na poltrona, como um pai que lê um livro a seus filhos. Na sala, apenas eu, mamie, Madame Maxime e a Belle, que eu insistira veementemente para que ficasse - Voldemort estava reunindo muitos seguidores, para atacar aqueles que o ameaçaram uma vez. A Ordem estava despersa, pois todos queriam proteger de alguma forma Lillian e Tiago, e o único meio era o isolamento. Ou foi o que pensamos.

Ele fez uma pausa, tomando um pouco de fôlego. Meu coração palpitava, ouvindo pela primeira vez a história da morte deles.

– Estava tudo certo para que Catherine e William viajassem para Paris, com você e o pequeno Harry, mas... - ele continuou - o plano foi descoberto, e eles foram denunciados. Sem ter muitas opções, eles retornaram para a casa dos Potter, insistindo para que você ficasse junto a eles. Era um plano arriscado, de fato, pois tanto eles quanto os Potter corriam sério risco de vida. Catherine desejava ficar e lutar, mas nenhum deles deixou. Ainda assim, eles saíram da casa tarde demais.

– Não!... - eu sussurrei.

– Voldemort era perspicaz. Ele mandou um grupo de comensais ir na frente, para rondar a casa. Ele precisava ter certeza de que aquele era mesmo o local certo. - ele continuou - Quebrando a regra de não atacar, Bellatriz Lestrange correu até os dois, Cathy e Will, que estavam tentando fugir. Eles morreram pela varinha dela.

– Filha de um troll! - eu gritei, revoltada. Todos na sala olharam para mim. - Desculpe.

– Não há nada errado no que fez, querida. - Remo disse - Todos nos revoltamos. Mas não houve tempo para revoltas, pois logo, outras duas vidas foram findas naquela noite.

– Ora, me poupe, Remo! - mamie disse, nervosa - Todos sabemos como o Potter ganhou aquela cicatriz! Voldemort tentou matá-lo, mas o "amor de Lilian" o protegeu.

– Se foi mesmo isso, - eu desabotoei minha luva - como o "amor da Lilian" pode ter me protegido também?

Todos olharam horrorizados a cicatriz em minha mão esquerda. Prudente não era o que eu estava fazendo, mas já era a hora deles todos saberem. Ou melhor, do Remo saber.

– Mas... como?! - ele sussurrou.

– Esperava que me dissesse. - eu lamentei.


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