Sob um olhar mais Severo escrita por Céu Costa


Capítulo 1
Bon Anniversaire!


Notas iniciais do capítulo

O que posso dizer? Depois de demorar um pouco, here we goes again! Temos muito o que fazer em tão pouco tempo! Aproveitem cada segundo. preparados? Accio Capitulum!



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Pov Sophie

Era uma noite quente de verão. A lua brilhava, majestosa, imperatriz de um céu sem nuvens. Estrelas pontilhavam o céu, tornando aquela noite ainda mais perfeita. Eu sentia a grama molhada de orvalho sob meu corpo, enquanto olhava para o céu, deitada na grama. Acompanhada.

- Não brinca! – Harry riu – Não acredito que você fez isso!

- Eu fiz sim! – eu confirmei, também rindo – Nico ficou uma semana tentando tirar a tinta verde, parecia o Hulk! Cabelos, rosto, braços, tudo! E nem preciso comentar que ele teve que jogar fora a camisa branca!

E dito isso, tirei uma foto do bolso da calça jeans, do dia em quem aprontei essa traquinagem, e mostrei para ele. Nico estava furioso na foto, e tentava a todo custo correr atrás de mim, mas por mais que tentasse andar, mais escorregava e caía na tinta verde, que estava por todo o lugar. Harry ria ao ver a imagem. Não tinha como negar, era hilário.

- Parece que tem se divertido muito esse verão então... – ele me devolveu a foto, voltando a deitar-se na grama.

- Ah, bem, um pouco... – eu gaguejei – Sabe, não é a mesma coisa. Hogwarts pode não ter o luxo de Beauxbatons, mas eu me acostumei lá, com Belle, Eric, Hermione, Rony..... você...

- Espera, espera! – Harry virou de lado, apoiando a cabeça com o braço – Será que eu estou prestes a ouvir que Sophie Sullen, a jornalista francesinha de Beauxbatons, sentiu saudades de mim?

- Esquece... – eu cruzei os braços – Não gostaria de alimentar seu ego...

- Meu ego? – Harry riu.

- Sim, a sua autoestima exponencialmente aumentada pelo fato agravante de você ser Harry Potter, o bruxo mais famoso da história depois de Merlin. – eu afirmei, fazendo ele rir ainda mais – O menino que sobreviveu, o sonho de toda a bruxinha, o eleito da magia, blá blá blá...

- Sou seu sonho também? – ele sussurrou, fazendo meu rosto corar.

- Quantas já caíram nessa cantada? – eu disse, tentando disfarçar.

- Bom, com essa nenhuma ainda, é relativamente nova. – ele respondeu – Mas sorrir enquanto engole suco nunca falha.

- Adoraria ver isso! – eu ri, imaginando a cena.

- Como assim? Você viu! – Harry retrucou – Aquele dia, não lembra? No torneio tribruxo!

- Ah, verdade, Cho Chang! – eu lembrei – Se Cedrico Diggory tivesse feito, aposto que conquistava ela.

- Não sei, acho que ele não conseguiria... – ele suspirou.

- Não conseguiria o quê? Conquistar ela? – eu perguntei.

- Não, ser um completo idiota na frente de uma garota... – Harry suspirou, olhando para o céu - assim como estou sendo agora... será que dá para mudar de assunto?

Eu comecei a rir. Tinha me esquecido um pouco o quanto ele podia ser engraçado. Harry sempre foi muito irônico, embora não tanto comigo. Ver ele ser engraçado agora, me mostra um lado dele diferente, e muito divertido.

- Sabe, essa é a primeira vez que eu deito na grama e vejo as estrelas. – eu olhei para o céu.

- Mesmo? – Harry perguntou.

- Aham.

- E o que está achando? – ele olhou para mim.

- Frio e entediante. – eu disse, e ouvi a risada dele – Estou doida para voltar para meu quarto e assistir um filme, com um cobertor bem quentinho.

- Mas ficar aqui fora, assim, vendo as estrelas, não deveria ser o que as pessoas chamam de romântico? – ele deitou de lado, de modo a me ver melhor.

- Romântico é tremer de frio, deitada no chão molhado, arriscando pegar um resfriado, às dez da noite? – eu arqueei a sobrancelha – Definição estranha para romance.

- Disse que está com frio, - ele sorriu, maroto – quer que eu esquente você?

- Não se atreva! – eu me sentei na grama, pronta para fugir dele.

Eu só tive cinco segundos para correr, que foi o tempo que ele levou para se levantar da grama. Eu corria feito louca, ouvindo os passos dele correndo ao meu encalço no jardim. De relance, olhei para a janela do quarto de mamie. Ela estava lá em cima, rindo da gente. Eu sorri para ela, e ela balançou a cabeça, fechando as cortinas e apagando a luz do abajur.

- CUIDADO!

Nem deu tempo de entender. Assim que abri os olhos, encontrei os de Harry bem ali, risonhos. Sentia o corpo dele sobre o meu, sufocando-me. Movendo de relance o olhar, vi meus vasos de petúnias premiadas quebrado, e senti a terra sujar meus dedos. Já tinha entendido tudo. E estava doida para matar o Potter por matar as flores favoritas da mamie.

Harry olhava para mim. Seus lábios sustentavam um sorriso bobo, que mantinha o meu sorriso bobo no meu rosto. Juro que não sei por que ainda estava sorrindo. Na minha mente, milhares de coisas passavam, centenas de respostas, ações, comandos, ideias, motivos para querer estrangular esse garoto idiota que me olhava e ria com a maior cara de tacho. Mas eu não conseguia dizer nenhuma delas. Aqueles olhos azuis me hipnotizavam. Eu sentia a respiração dele, totalmente diferente da minha. Seu olhar me sufocava, me constrangia, me enchia de medo, e me dava coragem. Eu vi ele fechar os olhos, forçando-me a fechar os meus. Era isso, era o momento que eu evitei a minha vida toda. E eu jamais achei que estaria tão ansiosa por isso.

Seus lábios tocaram os meus, um beijo doce e suave. Meu coração parou naquele instante, e pareceu que o universo inteiro havia parado também. Minha mente se esvaziou completamente. E era bom.

- Harry... – eu sussurrei.

Mas o momento mágico passara, eu não sentia mais a respiração dele em meu rosto, nem o peso de seu corpo contra o meu. Eu abri meus olhos, e me deparei com uma terrível cena. Era uma cobra enorme, verde, escamosa e de olhos brilhantes. Ela sibilou, e abriu sua boca enorme para me devorar. Eu gritei, enquanto sentia ela cravar suas presas em meu nariz.

***

Eu abri meus olhos, sentindo o rosto arder, mas não sabia se era das presas ou dos lábios. Eu olhei para a cicatriz em minha mão esquerda. Mas não senti nada. Nem um comichão, nem um choquezinho, nem uma dorzinha, nada. Nada que indicasse nem mesmo um pouquinho que Harry estava pensando em mim. Parece que esse sonho foi meu mesmo, por mais que eu não quisesse admitir. Queria que ele tivesse pelo menos sonhado comigo. Mas isso ele já não faz há meses.

Ouvi o som de alguém batendo no vidro da janela do meu quarto, que me fez levantar da cama e ir verificar. Nico estava pendurado no pé de roseira brava do jardim. Era uma planta que eu fizera crescer e reforcei com magia, para que Nico justamente pudesse entrar no meu quarto pela janela, como ele sempre adorou fazer.

- Acordou cedo hoje! - eu abri a janela do quarto.

- É, resolvi vir aqui e ficar plantado em um espinheiro! - ele bufou - Será que dá para me ajudar? Meu pé está preso!

- Cuidado! Não machuque minha roseira! - eu pedi, pegando a minha varinha no criado mudo.

- É com a roseira que você se preocupa?! - Nico esbravejou - Me tira logo daqui!

Eu ri, voltando para a janela. Minha roseira de estimação tinha prendido o pé direito do Nico, e eu podia ver o sangue a sujar sua pantufa verde.

Com a varinha, conjurei Herbivicus e a roseira cresceu, fazendo Nico ficar bem na altura da minha janela, e soltando o pé dele. Ele, é claro, logo pulou para dentro do meu quarto.

- Arrumando problemas para mim desde as nove da manhã? - eu cruzei os braços.

- Bom dia para você também, mademoiselle. - ele resmungou.

- Bom dia, maluco. - eu ri, pegando minha caixa de poções de primeiros socorros - Tá doendo muito ou posso só aplicar a Fecha-corte?

- Está doendo demais! - ele disse, super exagerado - Talvez até seja caso de amputar! Só peço que me dê a Poção da Seça, para eu não sentir muita dor!

- Estou sem essa aqui, mas tenho um equivalente trouxa de mesmo efeito... - eu peguei uma seringa enorme - Morfina, quer?

Assim que viu o tamanho da agulha, ele balançou a cabeça freneticamente indicando não, com os olhos bem esbugalhados.

- Ótimo, então cale a boca enquanto eu aplico a Fecha-corte.

Tirei a pantufa dele. Não eram ferimentos muito profundos, mas sangravam bastante. Limpei com água oxigenada, e depois apliquei a poção com um pedaço de algodão. Logo os ferimentos se fecharam, e Nico não sentia nada, como se nunca tivesse se cortado.

- Pronto, mecié, tudo não passou de um susto. - eu me levantei, e guardei a maleta - Agora, mocinho, pode me dizendo, o que te fez entrar no meu quarto pela janela as nove da manhã de um sábado?

- Muá! - mamie abriu a porta do quarto.

Eu quase não podia acreditar. Ela segurava uma travessa com um enorme bolo redondo, decorado com glacê real azul. Nico se levantou do chão sorrindo, e começou a bater palmas, no ritmo da canção que mamie cantava com tanta alegria.

Bon anniversaire

Mes voeux les plus sincères

Que ces quelques fleurs vous apportent le bonheur

Que l'année entière vous soit douce et légère

Et que l'an fini, nous soyons tours réunis

Pour chanter en choeur: Bon anniversaire!

Eu sorria tanto que meu rosto doía. Eles lembraram. lembraram do meu aniversário. E eu sentia que esse dia só podia ficar melhor.


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Notas finais do capítulo

E oficialmente, esse ano de aventuras começou...



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