Sob um olhar mais Severo escrita por Céu Costa


Capítulo 16
O plano da Belle de bater na velhinha idiota


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Feliz Natal!



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Pov Belle

Eu quase não consegui esperar o trem chegar na estação King's Cross. Tudo o que eu queria era chegar em casa. Irônico, não? Passei meses desejando não voltar para casa, fazendo de tudo para não voltar, e agora estou ansiosa pra chegar de uma vez. Não, não ansiosa para chegar em casa. Estou ansiosa para bater em uma certa tia velha que vai se arrepender por se intrometer na minha vida.

Impressionantemente, Eric não questionou em momento algum nada do que eu fiz. Ele não falou nada, apenas tentou ficar perto de mim o tempo todo, o que devo admitir, foi reconfortante. Mesmo depois de tudo, ele me apoia. Não é hora para pensar nisso, Belle. Foco na tia velha idiota que vai levar uma bela surra.

Atravessei a estação a passos largos, até chegar na parede de tijolos de divisão da plataforma 9³/4.

– Seu motorista está nos esperando onde? - Eric falou, pela primeira vez no dia.

– Não, ele não está nos esperando. - eu retruquei. - Só segura minha mão.

– É seguro aparatar para o outro lado do oceano? - ele arqueou a sombracelha.

Eu olhei para ele como se eu fosse fulminá-lo agora mesmo. E talvez não fosse uma má ideia. Eric deu de ombros, e depois fechou a boca, jogando a chave fora. Eu revirei os olhos, e estendi a mão outra vez. Desta vez, ele segurou. Nossa, tinha esquecido como a mão dele é quente. Cala a boca, sua idiota, e foca na velha. Enfim, aparatamos.

A mansão dos Scolfh sempre é a mais linda de Las Vegas, chegando a abrir o jardim para o público, que no caso sempre são turistas curiosos que tinham muitas fotos. Mas, no Natal, minha mãe resolve que ela deve ser ainda mais incrível, e investe horrores em luzes, enfeites e bonecos natalinos. Este ano não foi diferente. Ela escolheu um tema muito fofo: Natal Parisiense. Tinha luzes, renas com boinas pretas, e até um Papai Noel vestido de francês, que neste momento estava pintando um quadro de árvore de natal, mas aposto que ele pinta quadros para os visitantes (que precisam pagar por eles, claro). E bem no meio do jardim, uma enorme torre Eiffel feita de ferro e cheia de luzes brancas, com um monte de presentinhos falsos embaixo. Infelizmente, esse tema só conseguiu me deixar ainda mais irritada.

Entrei em casa tranquilamente (lê-se: arrombei a porta da frente). A decoração de dentro não diferia muito da de fora. Mas nem reparei muito. Era noite de Natal, portanto eu sabia que TODA a família estaria reunida na sala de estar, e fui direto para lá. Meus lindos gêmeos estavam sentados debaixo da enorme árvore de natal, implorando ao meu pai que permitisse a eles abrir um ou outro presentinho, e ele deixava, relutante. Minha mãe provavelmente estava na cozinha, perturbando a empregada Julliette. Os meus avós estavam todos lá, bem como meus tios e tias de todos os lados.

– Papai! - Benjamin gritou, e correu para os braços do Eric, bem como Haylee.

Eu realmente não me importei com nada. Nada mesmo. Assim que eu avistei Tia Josepha, caminhei até ela furiosa.

– Oh, feliz Natal, Izabelle! - ela disse, assim que me viu.

Eu a puxei pela gola do vestido fora de moda dela, erguendo-a até ficar de pé na minha frente.

– Mas o que é isso? - meu pai disse - Belle, o que está fazendo?!

– Você é uma velha maldita, miserável, peçonhenta, cruel, perversa, bruxa diabólica! - eu rosnei, e eu juro que eu queria matá-la agora mesmo - Você não tem e nunca teve nenhum direito de se intrometer na minha vida desse jeito! Você é mesmo uma vaca! Sempre foi! Ai, como eu queria estar com a minha varinha pra te estuporar agora mesmo!

– E o que foi que você acha que eu fiz agora, pequena vadia? - ela disse, sem nem sequer estar intimidada.

– Por que você enfeitiçou o colar da Sophie? - eu disse - E nem tente negar, porque foi você! O colar estava com você! Você o enfeitiçou e agora a minha melhor amiga, a pobre coitada de destino cruel, perdeu seu mais precioso poder, POR CULPA SUA! Então eu vou perguntar só uma vez: por que você enfeitiçou o colar dela, sua desgraçada????

Todos na sala estavam me olhando, atônitos. Sim, Belle, você arruinou o Natal. De novo.

– Mamãe, por favor, leve as crianças para o andar de cima. Pode levar os presentes delas, isto vai demorar. - meu pai começou a dizer - E os outros, mais tarde eu mesmo telefono.

Eu vi meus tios e todos os meus parentes cumprimentarem ligeiramente meu pai e o Eric, e depois, aparatam. Minha vó subiu as escadas com a Haylee e o Ben, e cada um carregava uma caixa enorme.

– Muito bem. - meu pai continuou - Belle, solte-a, por favor.

Eu a empurrei com todas as minhas forças, mas a velha não caiu no chão. Ela apenas arrumou aquele vestido horroroso dela, passou a mão nos cabelos negros, e então, com toda aquela classe infernal, sentou-se em seu lugar no sofá. Nem ao menos parecia irritada. Eu, ao contrário, ainda queria matá-la. De todas as formas mais torturantes, dolorosas e tenebrosas possíveis.

– Okay, vamos agir como as pessoas ricas e civilizadas que nós lutamos por séculos para ser. - meu pai começou - Como vejo que claramente Belle não está em seu juízo perfeito, Eric, você tem a palavra.

Eric olhou para ele, assustado. Ele realmente não estava esperando por isso. E, francamente, nem eu.

– Por favor, comece explicando por que a Belle quase estrangulou minha irmã. Se você souber, é claro. - meu pai disse, tentando esconder o sarcasmo, que estava evidente.

Eric olhou para mim, esperando alguma confirmação. Ele ainda estava um pouco nervoso, porém, sabia exatamente o que dizer. Ele só precisava ter certeza de que eu deixava ele dizer. Eu apenas virei o rosto, tentando ignorar a cara de sarcasmo do meu pai, que estava um pouco passada.

– Muito bem, eu falo então. - Eric suspirou - Belle me contou que tem notado fatos estranhos com a amiga da Belle, Srta Sophie Marie Sullen, e isto desde antes do início do ano letivo.

– Que tipo de fatos estranhos? - meu pai o olhou, confuso. Na verdade, estava era fingindo estar interessado.

– O primeiro é que a senhora em questão, Sra Josepha Scolfh, não? - Eric disse - Bom, ela estava em posse de um artefato que era de pertence pessoal da Sophie. Sabe, o senhor já viu, é um colar de prata, com pingente em formato de coração. Como ela conseguiu, isto não sei. Mas ela entregou a Belle para que devolvesse pra amiga.

– É verdade, cretina, - eu rosnei para a velha - como foi que você roubou o colar dela?

– Belle, por favor, não interrompa. - meu pai me advertiu - Prossiga, Eric.

– Sim, no aniversário da Sophie, fomos todos para a casa dela, e Belle parecia inquieta. Pediu para Sophie levá-la a um lugar isolado, e então, elas foram para o quarto da Sophie, no andar de cima. - Eric continuou - Depois de alguns minutos, eu ouvi um grito agudo, era a voz da Sophie. Pouco depois, elas desceram as escadas, e Sophie já estava com o colar no pescoço.

– Um grito? - meu pai perguntou.

– Eu também estranhei, mas as coisas foram ficando cada vez mais estranhas. - eu continuei - Quando chegamos a Hogwarts, Belle foi barrada nos portões, e só conseguimos entrar porque a Sophie pediu ao Diretor Snape.

– Como isso é relevante? - eu bufei, nervosa.

– Ora, Belle, francamente, como não é estranho Sophie conhecer o Diretor, os dois serem amigos, ou sei lá, o fato é que ela parece ter alguma influência sobre o Snape! - Eric argumentou. Eu não podia negar. Ele suspirou e continuou - Nas semanas que se seguiram, as coisas foram ficando muito tensas em Hogwarts. Dois aparentemente "Comensais da Morte", os irmãos Carrow, passaram a lecionar. Estudo dos trouxas tornou-se uma disciplina obrigatória, e logo na primeira aula, percebi que era porque eles queriam não apenas menosprezar a cultura trouxa, como também incentivar agressividade e raiva contra os trouxas. Eles também passaram a cuidar da disciplina, o que foi bastante tenebroso, pois eles não eram severos, eram cruéis.

Meu pai ouvia horrorizado os relatos do Eric sobre Hogwarts. Ele ainda nem contou metade do que nós passamos por lá, e meu pai já está todo arrepiado.

– Deixe-me ver... - Eric disse - Ah, sim! Na primeira aula de Artes das Trevas (sim, porque agora também é uma disciplina), Belle e Sophie foram arrastadas pelos cabelos por Amico Carrow, e foram trancafiadas no calabouço. Pelo que a Belle me contou, Snape as soltou, o que demonstra mais uma vez essa influência que a Sophie tem sobre o Snape.

Eric parece revoltado com isso. Sophie tem mesmo alguma influência sobre o Snape? Eu não acho, mas não dá pra negar que é estranho... Então Eric contou sobre a Md Pomfrey ter sido transferida para o St Mungus, e como eu e Sophie passamos a cuidar dos alunos feridos pelos Carrow. Ele contou do Neville, e fez parecer que ela tipo um mandante, e que nós tínhamos entrado pra uma gangue secreta, ou algo assim. Não sabia que ele pensava essas coisas do Neville.

– ... os atos deste rapaz causaram revolta em muitas pessoas na escola, e ele acabou por ser espancado por alunos do último ano. - Eric contou.

– Sonserinos, aliás. - eu o cortei - Quem fez isto foi Vincent Crabbe, um amigo muito próximo de Draco Malfoy.

Eric olhou para mim, furioso. Ele não tolera nenhuma menção ao Draco.

– Bom, Sophie automaticamente decidiu cuidar do seu líder, e Belle foi junto. - ele disse, com rancor. Aquilo me magoou. - Elas cuidaram dele e limparam seus ferimentos. E então, Longbottom sugeriu que elas se juntassem oficialmente à sociedade que ele estava erguendo em Hogwarts, para enfrentar os Carrow. Alguma coisa chamada Armada de Dumbledore. E as duas....

Ele olhou para mim, pensando na resposta.

– O que elas fizeram, Eric? - meu pai incentivou.

– Elas aceitaram, senhor. - ele disse, por fim. - Belle estava muito depressiva, assim como Sophie. Então, eu cometi um erro. Decidi enfrentar Sophie, e fazer ela parar de influenciar a Belle nessa política absurda, aliás, o que elas iriam fazer era suicídio! Não se pode enfrentar comensais da morte! Bom, o fato é que eu posso ter ido longe demais no ultimado, e Sophie deixou seu colar cair. E, eu fui atacado por dementadores.

– Eu ouvi dizer que haviam Dementadores em Hogwarts, mas não achei que fosse verdade. Afinal, que ameaça crianças podem oferecer? - meu pai disse - Mas, enfim, continue.

– Eu só me lembro da Sophie conjurar um feitiço que eu não conhecia, algo chamado Feitiço do Patrono. - Eric continuou - Naquela noite, eu me desculpei com ela, e lhe devolvi o colar. Mas assim que ela o tocou, gritou alto. Como da primeira vez, no aniversário dela. Belle decidiu investigar mais a fundo no estilo dela, e, bom, por isso estamos aqui.

– Esqueceu de mencionar, querido, - eu disse, zangada - que você bateu na Sophie. Muito forte. E também, que ela foi sequestrada no trem, por isso não está aqui.

Meu pai arregalou os olhos, horrorizado. Não esperava ouvir aquilo.

– É mesmo uma pena. Agora, ela deve estar nas mãos dos comensais da morte. - Josepha disse. Infelizmente, sou obrigada a concordar com ela. - Mas existem outros fatos a se considerar. Eu queria pedir agora, aminha vez de falar.

E Tia Josepha sorriu, com aqueles idiotas e irritantes dentes diabolicamente brancos.


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Notas finais do capítulo

Enfim, chegamos a mais um fim de capítulo tenebroso. O que vocês acham que a dona Josepha (demonha) Scolfh vai contar pra eles?
Bom, queria dizer, feliz ano novo, peço desculpas pela demora, mas eu estive muito ocupada, e agora estou nervosa porque minha prórpia tia Josepha vai vir aqui em casa me infernizar (o nome dela não é Josepha, nem é minha tia, mas parece essa demonha kkkkk) Enfim, adoro vcs, me perdoem mesmo pela demora, e por favor, rewiews!



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