Além do seu Olhar escrita por Miimi Hye da Lua, Incrível


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Hey gente, tudo ok?
Queria agradecer aos 40 acompanhamentos e às 6 favoritações!
I'm Happy!
Bom, chega de falar. Aproveitem o cap ;)
#Incrível



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— Ele é meu namorado, por quê?

Minha garganta parecia ter secado com a notícia.

— Han... É que... Bem... — enrolei. — Era só curiosidade, sou uma pessoa observadora. É que ele não tinha o direito de falar assim com você.

— E sabe isso como? Tem experiência com muitos namoros? — desviou do assunto com um sorriso provocativo nos lábios.

— Olha, eu não gosto de me gabar, mas... — disse passando a mão por meus cabelos — ninguém resiste ao meu charme.

— Diz isso só porque é bonito — falou após uma risada gostosa.

— Então me acha bonito? — ergui uma sobrancelha.

— Não que isso seja muito importante, mas... Sim. Isso todas as garotas do Studio já notaram.

— Fazer o que? Não tenho culpa se sou bonito. Não só isso, mas lindo.

— E convencido — respondeu rindo.

— Claro, lindo e convencido são minhas características dominantes — rimos.

— Na verdade ele não era meu namorado. Ele se chama Tomás e é meu melhor amigo, mas a vezes parece meu namorado — afirmou.

— Ele é um pouquinho ciumento, não acha? — perguntei divertido.

— Nem me fale! Mas ele é um cara legal. Se o conhecesse, veria.

Eu duvidava muito disso. Mesmo assim segui com minha fachada descontraída.

— Se eu entrar, talvez possa conhecê-lo.

— Claro! Então, nervoso para a apresentação? — mudou de assunto.

— Não muito. Alguma dica? Porque pelo que me parece, você é a queridinha do Studio.

— Acho que não é pra tanto, Leon. Mas sim, eu tenho umas dicas pra você. Que tal sairmos do meio do corredor pra conversarmos melhor?

— Claro!

Caminhamos em direção a uma das várias salas de música do Studio. Entrando lá, Violetta me explicou como funcionava o teste de dança e me deu algumas dicas.

— E... Acho que é só — suspirou.

— Muito obrigada — respondi com um sorriso.

— Disponha — sorriu envergonhada.

Por alguns segundos permanecemos em silêncio, nos encarando. Meus olhos se focalizaram no teclado que estava no canto da sala. Lembrei-me de Violetta cantando enquanto tocava aquele instrumento, e um sorriso escapou de meus lábios.

— O que foi? — perguntou Violetta, seguindo meu olhar.

— Gostaria que você cantasse. Dizem que você canta muito bem.

Na verdade, ninguém havia dito isso. Mas eu, com meus próprios ouvidos, escutei a perfeição de sua voz, e agora queria ouvi-la de novo.

— Não sei não, Leon... — disse receosa.

— Se você cantar, eu toco — barganhei com um sorriso torto.

— Tudo bem, então — sorri.

Ela pegou algumas partituras e as colocou no suporte do teclado, enquanto eu me posicionava atrás do mesmo.

—Pronto? — perguntou, ficando na minha frente.

— Pronto — respondi, começando a tocar.

Notei, enquanto tocava a introdução que aquela era a música que eu havia escutado ela cantando, quando entrei no Studio.

Descubrí que el sentimiento
Es una luz que no puedes apagar
Y la vida es como un cuento
El amor siempre gana sobre el mal

Y hoy talvez sea el momento exacto
Para saltar tomados de la mano
Ni un minuto más
Sé que puedo soñar

Como isso podia acontecer de novo? Eu praticamente ficava sem reação diante daquela linda voz, acompanhada de um sorriso tímido, mas perfeito.

Hoy quiero cantar
Decreto el sueño real
Sé que podemos confiar
Y nada nos detendrá
Hoy quiero cantar
Y el miedo no volverá
Porqué mi ángel guardián
Sabrá el camino a tomar

Não sei o que me aconteceu, mas precisava cantar aquela música com ela. Então, após um ímpeto de coragem, me juntei à ela.

Hoy quiero cantar
Decreto el sueño real
Sé que podemos confiar
Y nada nos detendrá
Hoy quiero cantar
Y el miedo no volverá
Porqué mi ángel guardián
Sabrá el camino a tomar

Terminamos com sorrisos, sem conseguir dizer nada. Eu não dizia, mas pensava. Nossa! Como havia me sentido tão bem cantando com ela! Parecia que algo havia se libertado de mim, como se eu me sentisse mais leve.

— Han... — tentava dizer.

— Leon! Achei você! —falou Diego na porta, caminhando em minha direção — Nós somos os próximos, cara. Vem.

Ele começou a me puxar em direção à saída da sala de música.

— Nos falamos depois, Vilu— falei por cima do ombro, com um sorriso.

— Okay — respondeu corando.

Não percebi de inicio, mas a havia chamado de Vilu, seu apelido. Tínhamos acabado de nos conhecer e eu a chamando daquela forma. Ai, Vargas, meça suas palavras.

Chegando à sala de dança, fizemos nossa apresentação. Foi algo bem tranquilo e descontraído, apesar do olhar severo de Gregório. Mas, como Pablo havia dito, todos os professores (inclusive ele) estavam presentes. Eles disseram que no dia seguinte anunciariam os aprovados.

Se quiséssemos ficar e assistir as outras apresentações, poderíamos. Diego decidiu ficar, mas eu quis voltar pra casa e aproveitar o resto do dia.

Saindo da sala de dança, vejo a loira que havia empurrado Violetta. Ela mexia em algo dentro do armário, enquanto gritava para uma garota de cabelos cacheados.

— Eu pedi água com gás, Natalia! Será que é tão difícil?! — gritava.

— Não, Ludmi. Pode deixar que não vai acontecer novamente — disse a garota completamente oprimida enquanto se afastava.

— Nossa, você sempre foi má ou fez um cursinho preparatório? — perguntei com um sorriso nos lábios.

Ela se virou pra mim e por alguns instantes me observou dos pés à cabeça com um sorriso malicioso no rosto.

— Não há nada de errado em formar uma hierarquia. Um verdadeiro líder tem que se impor — respondeu.

— Está dizendo que você seria um tipo de rainha do Studio?

— "Seria"? Não, meu querido, eu sou — sorriu.

— Uau! — falei sem acreditar em como uma pessoa poderia ser tão presunçosa.

— Então, nem sei por que me dou ao trabalho de perguntar, mas qual seu nome? — suspirou como se estivesse em tédio.

— Leon Vargas, e você? — estendi a mão, mas ela a encarou como se eu fosse um ser de outro mundo.

— Ludmila Ferro.

— Posso fazer uma pergunta, Ludmila? — perguntei retoricamente, abaixando a mão desconcertado. — Porque empurrou a Violetta?

— Às vezes, é necessário fazermos algo se queremos alcançar algum objetivo na vida.

Não podia condená-la completamente por esse pensamento, já era isso que eu fazia: aproximava-me de Violetta para mata-la e poder viver minha vida longe de meu pai. Mas isso era algo que eu havia sido treinado para fazer, não ela, uma garota patricinha que só se preocupava com aparência e fama.

— Tipo levar uma garota inocente ao hospital ou, até mesmo, à morte?

— Ah, para Vargas. Foi só um susto, além de que você se tornou o herói do Studio — me olhou como se eu fosse um brinquedo que uma criança vê na vitrine da loja. — Você seria uma ótima isca para eu acabar com a Violetta...

— O que quer dizer?

— Violetta ficou abobalhada por você. Você poderia fazer ela se apaixonar por você e depois que ela descobrir que não gosta dela, ficaria arrasada (N/A: acho que já ouvi isso em algum lugar kkkk).O que acha de se juntar a mim?

— Olha... Melhor não — recusei. Já tinha meus próprios problemas para resolver.

— Okay, vamos fazer assim: pensa um pouco melhor e depois me fala o que decidiu.

— Tudo bem.

Após sair do Studio, caminhei tranquilamente pelas ruas de Buenos Aires. Era muito bom poder estar sozinho e em silêncio, aquilo sem dúvida, me acalmava.

Chegando em casa, vi que estava na hora do almoço. Então, tirei os ingredientes da geladeira e da dispensa para fazer uma macarronada.

Mas, não peguei receita. O único momento em que eu não precisava seguir regras, era na cozinha. Podia fazer, inventar e mudar o que quisesse, não recebia ordens, simplesmente seguia minha intuição.

Quando estava colocando o macarrão em dois pratos. Escuto a porta da sala se abrir.

Haviam duas hipóteses: ou era meu pai, retornando mais cedo do trabalho, ou era Diego.

— Querida, cheguei! — disse entre risadas. Sem dúvidas, era Diego.

— Por que será que eu não me surpreendo que seja você, Diego? — perguntei colocando o molho no macarrão.

— Porque eu sou seu amigo maravilhoso — respondeu. — O que tem hoje pro almoço? — perguntou adentrando a cozinha.

— Macarronada alá Leon — disse com um sorriso.

— Ai sim, hein? — se posicionou ao meu lado.

— Onde estava, até agora?

— Com a Francesca.

— Quem é Francesca? — perguntei curiosamente.

— A amiga da Violetta — esclareceu.

— Ah, sei. A morena — sorri maliciosamente para ele.

— Para com isso, Leon! Vem, vamos comer. Esse cheiro ta me deixando louco de fome — disse pegando um prato.

— Antes, me diz o que estava fazendo com a Francesca.

— Ah... Bem... Você sabe... — enrolou.

— Não, não sei — disse me segurando para não rir.

— Vargas, se não parar de me colocar contra a parede, serei forçado a falar sobre você e Violetta — revidou.

— Fique à vontade, porque eu não gosto da Violetta como você gosta da Francesca — disse com um sorriso torto, me sentando à mesa.

— Você percebeu que acabou de admitir que gosta da Violetta?

— Não, eu não disse isso, você é que está ouvindo coisas — desviei.

— Disse sim. Leon, você tem que se aproximar dela, mas não se torne um grande amigo dela, porque isso pode te dar problemas.

— Fica tranquilo, Diego. A questão é que ela tem que confiar em mim, então tenho que fingir ser seu amigo. Eu jamais vou gostar de Violetta, muito menos me tornar um amigo verdadeiro — respondi.

O dia passou de forma rápida. Por conta de não estarmos indo a faculdade, já que estávamos indo para o Studio, tínhamos que estudar a matéria que os professores haviam passado. Isso se seguiu pelo resto do dia e quando acabamos já eram mais de 18 horas.

Diego foi embora assim que meu pai chegou já que sua mãe havia ligado em desespero por não encontrar uma panela. Então, fui pro meu quarto e fiquei tocando teclado.

Depois de jantar, e ter uma breve conversa com meu pai sobre como estava indo meu "trabalho", decidi dormir.

No dia seguinte, acordei sem a mínima vontade de sair da minha cama. Após várias tentativas, finalmente criei coragem. Arrumei-me e fui para o Studio.

Diego me avisou que não poderia ir hoje, por que tinha que resolver umas coisas do trabalho. Ficava feliz por ele me ajudar, até mesmo saindo do trabalho.

Se eu não passasse no Studio, teria de arranjar uma outra forma de me aproximar de Violetta. E isso seria um pouco difícil, já que boa parte do dia ela passava nesse lugar.

Chegando ao Studio, procurei a lista de aprovados, mas estava meio perdido naquela aglomeração.

— Com licença — chamei a garota ruiva que era amiga de Violetta. — Como se chama?

— Camila, mas pode me chamar de Cami — sorriu. — E você é o Leon, não é?

— Sim, isso — sorri. — Pode me dizer onde está a lista de aprovados?

— Claro. Acho que é melhor eu te levar, o Studio parece mais um labirinto.

— Não quero incomodar.

— Não é incomodo nenhum — respondeu.

— Tudo bem, então vamos lá — sorri.

Caminhamos pelos corredores do Studio e rapidamente chegamos à lista dos aprovados. Era uma lista relativamente longa, mas logo encontrei o meu nome e o de Diego, suspirando aliviado. Havíamos passado!

— Eai? Passou? — perguntou.

— Passei! — disse completamente feliz a abraçando.

Aquilo, não havia sido planejado. Eu simplesmente a abracei por felicidade. Mas logo me recompus e nos separamos.

Havia um horário de aulas ao lado da lista de aprovados. Vi que a partir daquele momento, teria muita coisa pra fazer, mas pelo menos eu estava perto de Violetta.

— Parece que temos a mesma aula, agora. Vem, vou te mostrar sua sala! — Falou Cami, agarrando minha mão e me guiando para uma sala de música.

Chegando lá, ela me guiou para Francesca e o garoto de boné. Notei que no canto da sala, estavam Violetta e seu amigo, conversando tranquilamente. Ludmila e sua "serviçal" haviam acabado de chegar.

— Oi gente. Queria apresentar pra vocês o Leon. Ele entrou pro Studio — falou Cami.

— Ah, o herói da Vilu — disse Francesca com um sorriso. — Muito prazer, sou Francesca. Mas me chame de Fran.

— O prazer é meu — respondi educadamente.

— E eu sou Maximiliano, mas prefiro Maxi — disse com um sorriso. — Queria agradecer por ter salvado a Vilu, ela é nossa grande amiga.

Aquilo era ótimo. Me aproximando deles, eu me aproximaria de Violetta. O que me tornava mais confiável para ela.

— Não foi nada, o que passou, passou — sorri.

Nesse momento uma professora, adentrou a sala. Todos se sentaram enquanto ela caminhava para a frente da sala.

— Bom dia, turma! — sorriu largamente.

— Bom dia! — Respondemos.

— Vejo que um dos alunos que escolhi, passou! Bem-vindo ao Studio On Beat, Leon! — Se referiu a mim.

— Obrigado! — respondi com um sorriso simpático.

— Me chamo Angie e sou sua professora de canto. Espero que desfrute muito! — terminou. — Bom, vamos começar a aula. Hoje o assunto é bem interessante... — dizia, mas deixei de prestar atenção.

Senti o olhar de Violetta sobre mim. Ela parecia triste, então olhei para ela e sorri. Ela fez o mesmo, me dando uma alegria inexplicável. Mas o amigo de Violetta passou um braço por seu ombro, e ela voltou sua atenção para ele, descansando sua cabeça no ombro do mesmo.

Meu sorriso, logo desapareceu e eu me reencostei na cadeira relutantemente. Não sabia por que, mas sentia a necessidade de saber a causa de sua tristeza, e aquilo me inquietou pelo resto da aula.

Angie nos liberou. Todos começaram a sair da sala. Assim que vi que o amigo de Violetta foi embora, me aproximei e a segurei pelo braço, antes que ela saísse.

— Hey, como está? — perguntei com um sorriso.

— Sinceramente? Mal. A namorada do meu pai está se mudando pra minha casa e eu, com todas as minhas forças, a odeio. E tudo por quê? Porque ela me odeia e só quer o dinheiro do meu pai — respondeu irritada.

— Ah, sinto muito por isso — respondi sem saber o que dizer.

— Nossa, porque eu te contei isso? — riu levemente.

— Acho que só precisava desabafar com alguém, pra se sentir melhor — respondi compreendentemente.

— Pena que ainda não me sinto melhor — disse tristemente.

Seus olhos ficaram encarando o chão tristemente. Me senti mal por ela. O motivo parecia simples, mas ela devia ser muito apegada ao pai. Ela parecia frágil daquela maneira, com os braços cruzados e o rosto abaixado. Talvez ela realmente precisasse de algum conforto, mas eu não fazia a mínima ideia do que falar.

Sem prévio aviso, ou sem eu me dar conta, passei meu braços por seus ombros, a abraçando. Por um instante, ela ficou imóvel, mas depois envolveu minha cintura com seus braços, encostando sua cabeça em meu peito.

Seu cheiro era maravilhoso. Não me referia ao perfume, mas sim o cheiro em si, dela própria, que era doce e convidativo. Minha vontade era afundar meu rosto em seu pescoço para apreciar aquele perfume.

Passamos vários segundos assim, comigo confortando-a sem dizer nenhuma palavra. Ali, estava muito confortável, mas infelizmente, quando ela afrouxou seus braços, tivemos de nos separar.

— Me desculpe, eu não... — Dizia.

— Tudo bem, me sinto melhor, agora. Muito obrigada! — sorriu aliviada.

— De nada, eu só... Bem, não sei... Eu...

— Tenho que ir — disse olhando para o horário no celular.

— Okay, agente se esbarra por ai — respondi com um sorriso torto, enquanto ela ri, entendo o sentido.

— Claro! Sempre! — Concordou se afastando. — Até mais, Leon!

— Até! — sorri.

A acompanhei com o olhar, enquanto saía da sala e andava pelo corredor, até a saída do Studio. Notei que o sorriso permanecia em meu rosto, mas logo o desfiz. Leon Vargas, você, em hipótese alguma, pode estar gostando de Violetta Castillo.


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Notas finais do capítulo

Vish... Problemas à vista kkkk
Dúvidas, críticas, elogios, zueiras... Só mandar um review pra gente.
A gente se vê no cap 8, e logo a minha linda e perfeita amiga (exagerada, eu kkk), Miimi vem com o cap 7.
Beijos.



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