Além do seu Olhar escrita por Miimi Hye da Lua, Incrível


Capítulo 30
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Helllo!!!!! Tudo bem com vcs?
Uau, fiquei até meio perdida por aqui de tanto tempo que não aparecia. Devo ter postado em novembro, pela última vez.
Desculpem pelo sumiço, gente. Sentiram minha falta? Eu senti muito a de vcs, podem crer.
Bom, agradecimentos mega atrasados à Mari Stoessel e Julietta Castillos pelas maravilhosas recomendações que deixaram eu e a Mi piradas de tanta felicidade.
Mega atrasado também, está o meu Feliz Ano Novo pra todos! Que 2016 seja o melhor ano da vida de vocês ;)
Agora, bora pro cap
#Incrível



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— Senhor — alguém tocou meu ombro e rapidamente abri os olhos.

Analisei o homem desde a mão até seu rosto, semicerrando os olhos por conta da claridade. Ele estava do lado de fora da picap, e eu só conseguia vê-lo dos braços pra cima.

— Sim? — indaguei me sentando, notando que Vilu ainda dormia ao meu lado.

— Estava passando e achei que gostaria de ajuda — sorriu.

— Claro! — disse feliz, retirando as cobertas de cima de mim. — Devem ser os primeiros a passar por essa estrada deserta.

— Pois é. Essa não é uma estrada muito comum de ser usada. Mas, o que aconteceu com vocês?

— A gasolina acabou no meio da noite — expliquei.

— Eu conheço um posto de gasolina perto daqui. Posso te levar até lá — apontou para o carro que estava ao lado da minha picap. — Enchemos um galão de gasolina e eu te trago de volta.

— Eu adoraria — pulei da picap para o seu lado. — Só não sei o que fazer com minha esposa. Não queria acordá-la.

— O trajeto é de 20 minutos de carro, não demoraremos muito. Minha esposa pode ficar com ela, caso acorde — se virou para seu carro. — Jen! — chamou.

Poucos segundos depois, uma mulher saiu do carro com um sorriso no rosto, caminhando até nós, ela parecia até mais baixa que Violetta.

— Pode ficar com a esposa dele até voltarmos do posto de gasolina?

— Claro, querido. Sem problemas — disse olhando para ele com um olhar apaixonado. Eles, sem dúvida, eram recém-casados.

— Obrigado — sorri. — A propósito, sou Mark — estendi a mão.

— Mason — apertou minha mão. — E essa é Jeniffer.

— Prazer — sorriu apertando minha mão. — Vocês não são daqui, certo?

— Como sabe?

— Nenhuma pessoa que conhecesse essa área, iria passar por essa estrada à noite. Há muitos perigos por aqui.

— Por sorte, nada nos aconteceu — sorri. — Mas, fora isso, tem algo mais que evidencia que não somos daqui?

— Sua camiseta tem inscrições em espanhol — apontou com a cabeça rindo levemente.

— Ah, claro — ri.

— — — —

Tomei mais um gole do meu cappuccino, sem deixar de prestar atenção à estrada. Avistei uma placa e à medida que o carro foi se aproximando, eu pude ler: Huntington 10 km. Sorri. Estávamos perto.

Apesar de ser meio solitário ficar dirigindo sem conversar com Violetta, era bom vê-la dormindo às 9:30 da manhã. Ela tinha um sono bem pesado. Tão pesado que nem acordou durante o tempo em que eu estive fora, muito menos quando a carreguei para dentro da picap.

— Leon? — disse confusa, virando a cabeça de um lado pro outro, meio desorientada. — Como...

— Bom dia, Medusa — ri levemente.

— Engraçadinho — disse séria, arrumando os cabelos. — Bom dia e como conseguiu gasolina, Houdini?

— Minhas habilidades mágicas trouxeram gasolina do além — lhe pisquei um olho e ela riu junto de mim, balançando a cabeça.

— Aham, claro.

— Na verdade foi um jovem casal. O homem me levou até um posto enquanto a moça ficava com você — expliquei. — Café? — levantei a bandeja de papelão que continha tanto o meu quanto o copo dela.

— Claro — pegou o copo com um sorriso. — Mas eu estou com fo... — dizia.

— Pão de queijo? — ofereci o saco aberto. Ela o pegou.

— Pensou em tudo, hein Vargas? — me cutucou com o cotovelo enquanto pegava um pão de queijo no saco.

— Claro, Castillo — cutuquei de volta. — Como a senhorita estava dormindo o homem do carro teve de resolver tudo.

— Que história é essa de "homem do carro"? — riu tomando um gole do cappuccino.

— Eu diria "o homem da casa", mas como temporariamente não temos uma casa, mas sim nossa picap, eu sou "o homem do carro" — expliquei — Genial, não?

— Claro — disse ironicamente. — Cadê seus óculos de sol do Tom Cruise? — riu pelo nariz.

— Óculos do Tom Cruise? — ri com sua colocação. — Como sabe desse tipo de coisa?

— Digamos que meu pai me obrigou a assistir todos os filmes dele, desde o mais antigo até o último Missão Impossível lançado. Com o passar do tempo eu fui gostando

— Achei que só gostasse de romance, ou comédia romântica.

— Não. Eu amo filmes de ação, são meus favoritos.

— Você é realmente diferente das outras garotas.

— Isso foi um elogio?

— Foi — ri pelo nariz.

— Ah, obrigada. Mas então, onde ele está?

— Bem aqui — peguei o óculos no porta-copos do carro e o coloquei em meu rosto, depois enviei-lhe um sorriso.

— Quanto tempo demoraremos para chegar? — mudou de assunto.

— Acho que uns 10 minutos, com a nossa velocidade ultrassônica. Enquanto isso você come e me alimenta tá bem?

— Te alimento?

— É ué! Achou que esse saco todo de pão de queijo era só pra você? — ergui uma sobrancelha.

— Claro, ué! — me imitou. — Não existe nada melhor que pão de queijo. Além do mais achei que já tivesse comido.

— É eu estava com fome, mas quis te esperar.

— Awn, que amor — segurou minha mão que estava sobre o câmbio do carro, entrelaçando nossos dedos.

— Para, por favor — pedi.

— Parar o que?

— De dizer essas coisas nessa voz com tom de "como você é perfeito". Não discordo disso, mas me faz ficar sem graça. Sou tímido, lembra?

— Tímido e modesto, meu bem.

— Modesto é meu sobrenome, meu bem — ri pelo nariz. — Na verdade é Vargas.

— Na verdade é Hallen, querido Mark — deu mais uma mordida em seu pão de queijo.

— Ah, verdade, Taylor — sorri. — Mas, em todo caso, eu fico sem graça.

— Ta bom. Parei. Mas sabia você fica ainda mais fofo envergonhado?

— Está fazendo de novo — alertei.

— Desculpe — abriu a janela do carro, deixando que o vento batesse em seu rosto. — Nossa! Que calor!

— Pois é, deve estar uns 35°C, hoje. Aqui é mais quente do que eu pensava. Ainda bem que estamos chegando porque esse sol no meu rosto ta incomodando.

— Tadinho, vai ficar todo queimado — riu. — Tem que passar protetor solar, querido.

— Obrigado pelo aviso. Mas acho meio inútil agora.

— Ai! Era eu que devia estar de TPM, não você.

— Desculpe, Vilu — acariciei sua bochecha com o polegar e ela encostou o rosto na direção do carinho.

— Sem problemas — deu de ombros. — Ei! Eu acabei de lembrar de uma coisinha, moço.

— E o que seria?

— Você disse que eu dirigiria até nosso próximo destino.

—  Desculpe, mas você estava dormindo, então a menos que seja sonâmbula, não tinha como dirigir — argumentei com um sorriso.

— É, mas e agora? Eu estou acordada.

— Está, mas nós praticamente chegamos.

— Do mesmo jeito, Hallen.

— Okay, okay. Tem razão — suspirei. — Você vai me fazer parar pra trocar de lugar, não é?

— Aham — sorriu me mandando um beijo.

Ri enquanto parava no acostamento.

Saímos do carro, dando a volta na picap e trocando de lugar. Assim que me sentei no banco do passageiro, coloquei o cinto e antes que eu me desse conta, Violetta retirou os óculos de sol do meu rosto.

— Ei!

— Desculpe, meu bem. Mas eu preciso desse óculos pra entrar no clima — piscou um olho, antes de colocar os óculos no próprio rosto.

Sorri com aquela cena. O que eu não faria pela mulher que amo?

— — — —

— Não entendo — disse Vilu, encarando a enorme cama de casal do nosso quarto de hotel.

Havíamos acabado de chegar à cidade de Huntington, e escolhemos o primeiro hotel que apareceu em nossa frente, por conta do cansaço de passar mais de 12 horas na estrada. Aquele, era um hotel relativamente comum, não tão simples, mas tão pouco luxuoso.

O problema foi quando na recepção entreguei as identidades à recepcionista. Como, segundo aqueles documentos, éramos casados, obviamente que a recepcionista nos daria um quarto de casal.

— Somos um casal, Sra. Hallen — expliquei, colocando as malas sobre a cama.

— Ah, verdade. Havia me esquecido desse detalhe, Sr. Hallen.

— Mas pode ficar tranquila. Vou dormir no sofá para que não arranjemos problemas, okay? — disse descontraído.

— Se quiser, eu durmo no sofá.

— De jeito nenhum! — discordei me sentando na cama. — Então, quer passear por ai? Porque com esse calor não dá pra ficar aqui dentro. Vamos morrer de hipertermia.

— Tem razão. Mas temos uma tarefa, antes de ficar no sossego: lavar a roupa suja.

— Precisa, mesmo? — disse sem vontade, como se fosse uma criança.

— Fala como se fossemos lavar a roupa à mão — riu. — Vamos a uma lavandeira que eu vi quando estávamos chegando. A máquina vai fazer todo o trabalho por nós, honey.

— Mas é um saco esperar 30 minutos pra lavar e mais 20 pra secar.

— Eu sei, também não gosto. Mas pelo menos temos a televisão e a máquina de lanches. Se você comportar direitinho, eu compro um lanchinho pra você, tá?

— Tecnicamente, eu comprarei, já que o dinheiro é meu — sorri.

— Errado. Somos casados, querido, então o que é seu é meu, e o que é meu é seu — sorriu.

— Me pegou.

— Eu sei — disse convencida. — Agora pega um saco preto e vem me ajudar a colocar a roupa suja nele, sim?

Meio carrancudo, obedeci. Começamos a colocar a roupa suja no saco. Foi então que percebi que naquela semana havíamos sujado MUITA roupa. Tanto que eu tive de levar o saco sozinho até a lavanderia, enquanto minha esposa admirava a beleza da nova cidade.

A bendita lavanderia ficava umas duas quadras depois do hotel e rapidamente lavamos toda a roupa suja. Durante o tempo de lavagem e secagem ficamos assistindo à TV que havia lá. Era um talk-show, nada muito emocionante, mas era bom estar com um braço em volta do ombro de Violetta, conversando.

No almoço, preparamos tacos, com a receita especial que minha pessoa havia elaborado no curso de gastronomia. Comida mexicana era minha favorita, obviamente. Vilu achava muito apimentada, mas mesmo assim gostava, apesar de preferir comida italiana. Então lhe prometi um dia fazer um jantar digno de uma Cantina.

Depois do almoço, dobramos toda a roupa limpa e as guardamos tão organizadamente nas malas, que elas nem pareciam ser nossas. Quando o trabalho acabou, finalmente saímos do hotel e passeamos por um parque que havia ali perto.

Andar muito nos deixaria com mais calor, então nossos passos eram lentos. Isso até que era bom porque assim poderia prestar atenção a cada mínimo detalhe de tudo que nos rodeava. Haviam muitas pessoas tentando aproveitar o sol de alguma maneira, já que nos Estados Unidos, um dia tão quente como aquele, não acontecia com muita frequência.

Crianças corriam de um lado pro outro, brincando com arminhas de água e as vezes eu desejava que um daqueles jatos nos acertassem. Uma vez ou outra, uma galera de jovens passava de Bike ou Skate por nós e então eu me perguntava como eles suportavam fazer exercício naquele calor. Os adultos eram mais tranquilos, encontrando uma sombra debaixo de uma árvore pra fazer um piquenique, tirar um cochilo ou coisa assim.

— Mais um sorvete? — ofereci.

— Não, acho que três já está de bom tamanho — riu Vilu. — Está querendo me engordar, Hallen?

— Talvez — sorri de lado e ela logo me deu uma cotovelada. — Brincadeira.

— Na verdade, eu tomaria mais um picolé se eu soubesse que esse calor ia passar, mas é inutil — suspirou, prestando atenção a nossa frente.

Notei como seus olhos brilhavam em contato com a luz do sol, ganhando uma tonalidade diferente.

— Nesse calor, só um banho de água fria, Sra. Hallen — disse, me focando nas crianças que brincavam com os splinters, perto de nós.

Como no verão, não chove muito nos EUA, eles tem hábito de irrigar qualquer lugar verde. As outras partes do parque pareciam já terem sido irrigadas por conta da cor viva que a grama possuía. Mas aquela área parecia precisar mesmo de água. O que fez a alegria das crianças. Elas corriam de um lado pro outro, gritando e rindo enquanto começavam a ficar ensopadas.

Parei.

— Ou isso — apontei com um sorriso.

— É. Pena que não somos crianças.

— Quem afirma isso?

— Han... Nossas idades? — disse como se fosse óbvio.

— Pois eu digo que somos crianças e vamos nos molhar — ergui as sobrancelhas.

— Pois eu discordo. Não tem a menor chance de... — dizia até eu empurrá-la. Ela caiu sentada no gramado molhado e logo os jatos dos splinters começaram a molhá-la.

— Viu como é bom? — ri.

— Idiota! — gritou entre risadas me puxando pela mão. Consequentemente, eu caí também. As crianças brincavam um pouco mais afastadas de nós.

— Olha como eu estou!

— Molhada, assim como eu — rimos juntos. Ah... Aquilo era muito bom.

— Você me paga, Vargas — me deu uma cotovelada.

Devolvi a cotovelada, então Violetta fez algo que eu nunca esperaria: pulou em cima de mim, me obrigando a deitar no gramado.

— Ei! — protestei, segurando-a pelos ombros e a virando, ficando por cima dela.

— Então vai ser assim? — sorriu maleficamente.

— Pode apostar, meu bem — sorri da mesma maneira.

— Okay.

Então ela me forçou a virar, caindo novamente no gramado. E eu fiz o mesmo com ela, e assim repetidamente, até que estivéssemos rolando sem controle pelo gramado meio inclinado do parque entre risadas e gritos, parecendo duas crianças como eu realmente havia dito.

Quando finalmente conseguimos parar de rolar, me soltei de Violetta e saí correndo em disparada, ainda rindo e gritando.

— Vem me pegar! — gritei convencido de que ela nunca me alcançaria.

Ela rapidamente me perseguiu e infelizmente me pegou, logo em seguida correndo de mim.

As pessoas ao redor, não pareciam se importar com nossa aparência, o que me deu um alívio, pois eu não gostava muito de ser o centro das atenções. Brincamos de "pega-pega molhados" a tarde inteira.

— Estou cansado — reclamei  enquanto nos aproximávamos do hotel.

— Se eu tivesse corrido por todo o parque e depois ter sido obrigada a carregar alguém nas costas, eu também estaria — riu Vilu em minhas costas, abraçando-me mais firmemente pelo pescoço. Meus braços seguravam suas pernas.

— Posso descê-la?

— Desculpe, mas o trato era que se eu vencesse, você me carregaria de volta ao hotel.

— É, mas você pegou pesado, Vilu — choraminguei. — Por exemplo: se eu vencesse poderia pintar seu cabelo de roxo no nosso próximo disfarce. Não seria nada tão grave. Mas você está matando minhas costas. Não seja malvada, meu bem.

— Meu bem, jamais ameace o cabelo de uma mulher. JAMAIS, entendeu? — inclinou seu rosto até estar no meu campo de visão.

— Sim, senhora — gemi de dor com um leve sorriso por vê-la tão ameaçadora. — Eu não fui muito esperto, também. Talvez tenha até merecido. Aceitar participar de um concurso de tortas sem saber o sabor. Eu odeio uva e por mais que eu tentasse engolir, não descia.

— Pelo menos, como ficou em último, ganhou o prêmio de consolação.

— É. Uma garrafa de refrigerante! — balancei a sacola que carregava, fazendo-nos rir. — Sinceramente, já vi prêmios de consolação muito melhores.

— Tá reclamando do que? Eu não ganhei nada. Fui a 13ª de um total de 16 pessoas. Por sorte tivemos nossa aposta particular — sorriu.

— Me arrependerei desse dia pelo resto da minha vida — resmunguei.

— Eu também. Nunca passei tanta vergonha na minha vida. Tem ideia de como parecemos dois mendigos, nesse estado? Quer dizer, olhe pra nós: roupas sujas de terra, cabelos bagunçados e metade do rosto lambuzado de torta de uva.

— Tem razão — ri. — Vamos tomar um banho, quando chegarmos no hotel.

— Não sei se você percebeu, criado, mas já chegamos — apontou para o hotel, que estava praticamente na nossa frente.

— Aleluia! Liberdade! — gritei, soltando Violetta de minhas costas.

— — — —

Encarei meu rosto no espelho do banheiro, finalmente limpo. Depois de um banho bem tomado, eu decidi acertar a barba.

Passei o creme de barbear no rosto, peguei o barbeador e deixei uma toalha em cima do ombro, não me importando com a umidade dela, já que estava sem camisa. Enquanto passava a lâmina do barbeador por meu rosto, pela primeira vez, um forte barulho na porta do banheiro me assustou, fazendo com que minha mão falhasse e consequentemente cortasse meu rosto.

— Aiiii! — gritei de dor, ouvindo a risada de Vilu do outro lado da porta. — Violetta!

Destranquei a porta.

— Se assustou? — riu, abrindo a porta.

— Sim, e me machuquei.

— Nossa — disse preocupada se aproximando de mim. — Vou te ajudar — pegou um pedaço de algodão e me entregou. Coloquei-o em cima do local onde uma dor leve e aguda se formava, assim como sangue. Depois de alguns segundos, a dor minimizou.

— Desculpe, eu não sabia que estava se barbeando. Achei que fosse ficar com a barba para o disfarce.

— E vou. Mas, eu tinha que ajustar o formato dela. Se fosse homem, entenderia — sorri, lhe tocando o nariz.

— Então queria que eu fosse homem? — ergueu a sobrancelha.

— Claro que não! Graças aos céus, você é mulher — rimos.

— Posso não ser homem, mas sei usar um barbeador — comentou, se sentando no gabinete ao lado da pia, e pegando o barbeador de minha mão. — Vem aqui.

Me posicionei de frente pra ela, deixando o algodão de lado, pois parecia que o sangue do pequeno corte havia estancado.

— Eu não vou me arrepender disso, certo? — disse duvidoso.

— Veremos, Vargas — sorriu torto. 

Ela puxou meu rosto pelo queixo, levemente e logo começou o trabalho com o barbeador, passando a lâmina suavemente por minha bochecha. Ela retirava as imperfeições e ajeitava o formato com uma grande concentração.

Aproveitei esse momento para analisá-la. Ela havia acabado de tomar banho — pois nosso quarto finalmente tinha dois banheiros — e cheirava à sabonete e perfume feminino, usando uma camiseta enorme, que ia um pouco à cima do meio das coxas, escondendo praticamente todo o shorts jeans. Os cabelos molhados e penteados caiam por seus ombros, adornando seu rosto delicado, que estava sem maquiagem.

Sorri, tanto diante de sua beleza natural, quanto por seu cuidado e atenção em me barbear.

— Que foi? — indagou com um sorriso, enquanto tirava o resto do creme de barbear que havia ficado em meu rosto, com a toalha molhada que estava em meu ombro.

— Gosto disso — dei de ombros.

— Do que? — disse confusa.

— Do jeito que você cuida de mim.

— E depois não quer que eu diga que você é fofo — reclamou, rindo levemente pelo nariz. — Bom, acho que terminei. Veja se gosta.

Afastei-me minimamente dela e olhei meu reflexo no espelho. Sorri.

— Acho que você fez isso melhor que eu — me voltei para ela. — Obrigada, Sra. Hallen.

— Disponha — sorriu lindamente, apoiando as mãos no gabinete, enquanto eu me aproximava mais dela.

Suas pernas ficaram nas laterais dos meus quadris. Num suave movimento, segurei seu rosto entre minhas mãos, acariciando as bochechas com o polegar. Aproximei seu rosto do meu, até que estivéssemos a centímetros de distância, permanecendo com o olhar atento ao outro.

— Hum.... — puxou o ar, fechando os olhos de prazer. — Você está tão cheiroso — soltou minhas mãos de seu rosto se inclinando para baixo e distribuindo beijos em meu ombro para depois se aproximar de meu pescoço, enquanto inalava meu perfume. Isso me arrepiou por inteiro. Nossa, aquilo sim era incrível, o contato gentil de seus lábios quentes contra minha pele fria, por conta do banho.

— Você também — puxei uma grossa mecha de seu cabelo e a trouxe para perto, inspirando o perfume doce e reconhecível.

Violetta parecia emanar feminilidade e fragilidade, com um cheiro que me atraía como um imã para ela. Deixei que a mecha se soltasse entre meus dedos, então, Vilu se afastou levemente e minhas mãos se deslocaram de volta para seu rosto.

Trouxe-a rapidamente pra perto e minha boca foi de encontro a dela, esmagando seus lábios nos primeiros movimentos. Ela inclinou a cabeça para trás, me dando mais acessibilidade, e eu não precisei de um convite para invadir sua boca com minha língua, aprofundando o beijo.

Violetta espalmou as mãos em minhas costas, acariciando os músculos tensionados de lá, enquanto começava a travar a batalha com minha língua, explorando cada canto da minha boca e depois me deixando fazer o mesmo.

Aquela mulher ia me levar à loucura, disso eu não tinha dúvidas. Cada vez que eu a beijava não parecia suficiente, sempre queria mais. E sempre seria assim porque aquela sede dela era insaciável.

— Te amo — sussurrei com um leve sorriso, assim que cortamos o beijo, encostando minha testa a dela.

— Eu também — disse ainda ofegante enquanto sorria largamente. — Muito. Mas gostaria que sua barba não coçasse tanto — riu pelo nariz, coçando o próprio queixo, levemente.

— Se quiser eu tiro.

— Não, você tá muito sexy, assim. Principalmente agora, sem camisa, só de bermuda e chinelos.

— Obrigada, eu acho — ri levemente. — E você fica ainda mais sexy de camisetona e shorts.

Segurei-a pela cintura e a desci do gabinete, como se ela fosse uma criança, recebendo um sorriso satisfeito dela. Caminhamos para fora do banheiro, com meu braço em volta do ombro dela.

— Quer comer alguma coisa? Posso preparar o que quiser.

— Depende. Vai continuar sem camisa?

— Está muito calor, então sim. Por quê?

— Porque você prometeu nunca mais cozinhar sem camisa. Então vamos pedir comida, pode ser?

— Claro. Pizza?

— De novo, Lê? Vamos diversificar um pouco — falou com voz preguiçosa.

— Tem razão, dessa vez pedimos pizza doce, gatinha — sorri.

— Grande mudança, meu bem — riu e por incrível que pareça, ela aceitou. — Comida: Confere. Agora falta algo para fazermos — sentamos no sofá.

— Pode me ensinar a desenhar — ofereci.

— Não estou a fim, Mark.

— Jogo?

— Pode ser. Qual?

— Um que necessite de grande capacidade intelectual e do qual eu sou um mestre: Truco.

— Isso que você chama de jogo intelectual? — instigou com uma leve risada.

— Pois é.

— Sinto lhe informar, mas eu sou a melhor no truco. Meu pai me ensinou a jogar desde garotinha e faz muito tempo que ele não me derrota — sorriu convencida.

— Vamos ver, então, Castillo — sorri de lado.

Quando as pizzas chegaram, a batalha começou. Sentamos no chão da sala, usando a mesa de centro como apoio tanto para as pizzas, quanto para as cartas.

Parecia que nossas vidas estavam em jogo, pela maneira com que nossos olhos ficaram semicerrados durante todas as jogadas. Mas também havia os momentos descontraídos, como quando começávamos a fazer caretas um pro outro.

Confesso que tentei roubar, duas vezes. Mas em ambas, Violetta descobriu e descontou os pontos de mim. Apesar disso eu venci sossegadamente.

— Truco! — gritei, jogando as cartas sobre a mesa.

— Droga! — gritou Violetta irritada, com um meio sorriso no rosto, jogando as próprias cartas na mesa. — Caramba, Leon! Não dá pra jogar com você.

— Eu sei, meu bem — sorri.

— Depois dessa lavada, eu vou até dormir — riu levemente, colocando o último pedaço da fatia de pizza na boca.

— Pode ir. Eu vou ficar aqui, saboreando minha vitória — encostei-me no sofá e peguei outro pedaço de pizza na caixa. — Aliás, que horas são?

— 22h54 — disse, olhando o visor do celular, que era considerado nosso. — Por quê? 

— Porque nunca me esquecerei desse dia. A vingança é doce, Sra. Hallen. Depois decidirei o que você terá de fazer.

— Já sei que vai ser algo ruim, então... Okay.

— Talvez não seja, quem sabe? Depende de como se portar comigo.

— Eu não vou ficar passando a mão na sua cabeça, pode esquecer — riu se levantando. — Mande o castigo, sim?

— Okay, vou pensar no método de tortura mais doloroso, pode ter certeza.

— Que namorado carinhoso, não? — sorriu. — Vou escovar os dentes.

— Okay.

Eu ia ficar lá, mas decidi também me arrumar para dormir, também. E a primeira coisa a se fazer, seria escovar os dentes.

Me levantei rapidamente, fechando a caixa da pizza e a levando para a cozinha, junto dos copos. Fui para o quarto e chegando em minha mala, procurei por minha escova de dentes. Com um sorriso torto, caminhei em direção ao banheiro de Violetta — o da direita — e o adentrei, dando de cara com minha namorada escovando os dentes enquanto olhava o próprio reflexo no espelho.

Sem dizer nada, e recebendo um olhar curioso dela, coloquei pasta em minha escova e comecei a escovar meus dentes. Ela gesticulou com a mão para que eu saísse, com uma careta de raiva. Sorri, negando com a cabeça, o que pareceu deixá-la mais irritada.

Terminamos de escovar juntos. Vilu abriu a torneira e quando a água começou a jorrar, se inclinou para frente ao mesmo tempo que eu. A empurrei com o braço, e com as mão juntas, enchi a boca de água. Logo em seguida ela me empurrou com o braço e colocou um pouco de água na própria boca, antes que eu a empurrasse de novo. Então, ficamos assim por algum tempo, competindo para quem enxaguaria a boca primeiro. No final, eu acabei deixando que ela fosse primeiro. Mas apesar desse gesto tão humilde, logo depois que eu sequei o rosto, levei um tapa no braço.

— Ai, Vilu! — reclamei.

— Gosta de me irritar, não é Vargas? — caminhou para o quarto, sendo seguida por mim.

— É minha razão de vida — ri levemente, a abraçando por trás.

Caminhamos até a cama, onde eu me despedi com um beijo em sua testa e fui pra sala, carregando meu shorts de pijama e um travesseiro apenas, pois o calor não me permitiria ter um sono tranquilo com uma coberta.

Ajeitei o travesseiro no braço do sofá, já imaginando que aquilo não seria muito confortável. Tirei a bermuda e coloquei o shorts do pijama, antes de deitar no sofá.

Fechei os olhos e tentei me acomodar da melhor forma no acolchoado mole que fazia com que a madeira do sofá pressionasse minhas costelas. Aquilo era complicado pra alguém que dormia numa cama box desde que se conhecia por gente.

Após 5 minutos virando de um lado pro outro, eu percebi que não conseguiria dormir naquela cama, então decidi deitar no chão mesmo, já que pelo menos estaria num projeto plano.

O bom era que o chão estava frio, mas o ruim era que ele era muito duro, assim como qualquer chão deveria ser. Meus pensamentos foram se dissolvendo com o passar dos minutos, mas logo fui despertado com a voz de Violetta, próxima a mim.

— Leon — tocou meu braço.

— Que aconteceu? — indaguei preocupado. Ela estava agachada ao meu lado.

— Nada. É só que estou ouvindo você gemer de dor lá do quarto.

Eu estava gemendo? Nem havia percebido.

— Vem dormir na cama comigo — pediu. Abri a boca para negar — Sem contestar, vem.

Ela me puxou pela mão e eu, obedientemente, não contestei, levantando do chão com o travesseiro em mãos. Vilu me guiou para a cama, deitando pelo lado direito, e eu pelo lado esquerdo.

Me ajeitei próximo a ela, a abraçando por trás e descansando meu rosto no seu. Suspirei, cerrando os olhos.

A janela à cima da cama estava aberta, refrescando o quarto com o ar gelado da noite. A lua era tudo que iluminava o quarto.

— Assim é bem melhor — rimos levemente.

— Concordo — se encostou em meu peito.

— Só me diga algo, sra. Hallen. 
— O que?

— Não está fazendo isso só para que eu alivie seu castigo, está?

— Não sei, me diga você, sr. Hallen — sorriu, assim como eu, pois já sabia a resposta.

— — — —

'Estava num campo verde, que parecia não ter fim. O céu azul estava limpo, sem qualquer resquício de nuvem.

Olhei ao meu redor, encontrando algo diferente. Era como uma floresta, escura e destruída. Notei certo movimento ali, e já me preparei para o que estava por vir. Então uma garota saiu correndo de lá.

Estava longe, mas eu sabia que era Violetta, então corri ao seu encontro.

— Leon! — gritou, correndo pelo longo campo verde até meus braços.

A abracei fortemente, sentindo como ela tremia e respirava com dificuldade.

— Vilu, o que foi? — disse preocupado.

— Está vindo, Leon! Está quase aqui! E não há nada que você possa fazer! — disse em desespero, deixando lágrimas escorrem pelo rosto.

— Não vou deixar, nem que tenha que entregar minha própria vida por você — segurei seu rosto entre as mãos, secando as lágrimas com o polegar. — Não tem ninguém aqui. Vê?

— É nisso que eles querem que acreditemos! Não entende?! — se afastou de meu toque, com raiva. — Não há escapatória, Leon. Ele faz isso por você.

— Vamos encontrar um jeito, eu prometo.

— Não. É muito tarde pra isso — disse mais calma.

Então algo começou a afastá-la de mim, como uma força invisível. Eu a segurei pelo braço, tentando resistir, senti-a muito gelada.

— Leon! — gritou, tentando se agarrar a mim.

— Não! Eu consigo te salvar! — gritei, a puxando com mais força.

Meus pés cederam e eu comecei a ser arrastado por aquilo, junto de Violetta. Mas algo me repeliu, e eu caí no chão duro.

— Violetta! — gritei, antes de vê-la desaparecer.

Me lavantei rapidamente, começando a correr mata a dentro numa velocidade lenta. Eu tentava correr mais rápido, mas algo me impedia.

— Não! — gritei, quando me encontrei numa clareira que formava um círculo ao meu redor. 

— 'Não' o que? — meu pai sorriu maleficamente, encostado em uma das árvores que formava a clareira.

— Você! — gritei, me aproximando dele a passos largos. — Pra onde a levou?

O agarrei pelo pescoço, e ele não pareceu ter nenhum esforço em me derrubar no chão. Tranquilamente ele caminhou para perto de mim e agachou.

— A questão aqui é: quanto tempo ela ficará viva — disse ameaçador, satisfeito consigo mesmo.

— Não pode matá-la. Eu não permitirei! — gritei, olhando-o firmemente, com ódio.

— Ah, filho. Acredite.... Eu posso e vou. Não só isso mas... — segurou minha cabeça com força e a trouxe os lábios perto do meu ouvido. Então sussurrou. — Eu vou matar todos os que você ama.'

— Não — sussurrei, despertando do pesadelo.

Estava virado para a beira da cama e meu braço pendia até o chão. O relógio na cabeceira da cama marcava 01:16 e tudo parecia tranquilo. Suspirei, me acalmando e tentando fazer meus batimentos cárdicos funcionarem de forma normal.

Violetta. Ela sim me acalmaria, virei meu corpo, encontrando o espaço ao meu lado vazio. Meu corpo inteiro estremeceu.

Antes que eu entrasse em desespero, notei a luz da cozinha acesa, iluminando o corredor que dava para o quarto. Suspirei de alívio, me levantando.

Violetta estava sentada no chão, encostada nos armários da cozinha, com o caderno de desenho no colo e o notebook e uma tigela com cereal ao lado. Sua atenção era voltada para o caderno de desenho, e alguns instantes se focava no notebook, enquanto desenhava.

— Vilu — disse baixo, me aproximando dela.

— Que susto, Leon — riu levemente.

— Senti o mesmo quando acordei e não te vi na cama. Nunca mais me assuste assim, Vilu — me sentei ao seu lado.

— Desculpe. É que eu tava sem sono.

— Tudo bem — sorri, a tranquilizando. — Faz muito tempo que levantou?

— Deve fazer uma hora, não sei. Quando desenho, perco a noção do tempo — sorriu.

Olhei do caderno de desenho para o notebook, compreendendo o que ela desenhava. Ela olhava uma foto nossa no notebook e repassava aquela imagem para o papel.

— Ah. Está ficando incrível, Vilu.

— Obrigada. E você, porque acordou? — deixou o lápis de lado.

— Tive um pesadelo — dei de ombros.

— Sobre o que?

— Meu pai. Sonhei que ele te tirava de mim, e jurava matar todos que eu amava — cocei a nuca, pensativo.

— Nossa — disse preocupada. — Eu sonho as vezes que ele me pega, ou que mata você na minha frente. Eu odeio isso ter a capacidade de dominar o meu subconsciente.

— Não sabia que também sonhava com isso — segurei sua mão, fazendo carinho com o polegar. — Eu já sonhei que eu te matava e... Foi a pior visão da minha vida.

— Faça como eu, Lê. Esqueça. Isso não é real, mas sim o aqui e o agora, nada mais importa. Ele não vai conseguir nos pegar — acariciou meu rosto com a mão livre, até se aproximar dos cabelos e afagá-los carinhosamente. — Somos piores que baratas, em questão de sobrevivência.

Rimos juntos. Aproximei-me de seu rosto e depositei um longo selinho em seus lábios. Nos afastamos.

— Tem razão. Mas, me diga: o meu nariz é tão grande assim? — mudei de assunto, apontando para o desenho.

— Não — rimos juntos. — Eu que errei mesmo, mas já vou apagar.

— Pode deixar.

— Não. Esse desenho tem que ficar perfeito. Eu não aceito menos que isso.

— Okay, Taylor. Não irei contestar. Pode continuar. Eu vou ficar aqui, comendo seu cereal — peguei a tigela que estava no chão, começando a comer.

Vilu se concentrou no desenho, apagando meu nariz e o refazendo da maneira certa. Ela muitas vezes tremia e parecia desconcentrada. Minha boca não parava de mastigar um segundo, enquanto eu permanecia inclinado na direção do desenho, de maneira curiosa, fascinado pela forma como ela desenhava. Depois de uns 5 minutos desse jeito, Violetta coloco o lápis sobre o caderno e suspirou.

— O que foi? — indaguei.

— Você está me desconcentrando, aí. Comendo e me observando, isso me faz ficar nervosa.

— Desculpe.

— Não, a culpa é minha em achar que você ficaria quieto — riu levemente. — O que me faz lembrar que tenho que te ensinar a desenhar.

— As aulas podem começar hoje?

— Na verdade, começarão agora, Vargas. Pegue — me entregou o caderno de desenho, junto com o lápis e a borracha.

Passei para uma folha limpa, tomando cuidado para não estragar a obra de arte de Vilu. Enquanto isso, ela pesquisava na internet uma imagem fácil para que eu desenhasse. Ela escolheu uma paisagem simples, sem muita riqueza de detalhes.

— Primeiro você presta atenção ao tamanho que cada objeto ocupa na imagem para que ela não fique desproporcional — explicou e eu afirmei com a cabeça, me focando na imagem. — Depois você começa pelo objeto principal da imagem, que no nosso caso seria o campo verde. Segure o lápis assim.

Vilu ajeitou o lápis em minha mão, envolvendo-a com a sua. Ela guiou minha mão pelo papel, traçando as primeiras linhas.

— Como isso vai me ajudar?

— Não questione meus métodos, querido. Dessa vez, eu sou a professora — me piscou um olho.

— Okay, tem razão — sorri. — Posso pedir uma coisa, "fessôra"?

— Diga — riu pelo nariz.

— Canta pra mim?

— Com todo prazer — encostou a cabeça em meu ombro e começou a cantar Descubrí.

Sorri, enquanto continuávamos a desenhar. Quando terminamos o desenho, Vilu me pediu para refazê-lo, e pareceu ser impressionantemente mais fácil do que eu pensava.

No desenho seguinte, tive de me virar sozinho, apesar das explicações e dicas que Vilu me dava. Demorei bastante e as vezes ela me dava uma ajudinha no acabamento. Não estava exatamente idêntica, como Vilu faria, mas já era um bom começo.

Ensinei Vilu a fazer waflles, que foram devoradas em menos de 10 minutos por nós, antes que fossemos pra cama às 3:12 da manhã, exaustos. Literalmente capotamos, pegando no sono poucos minutos depois.

Parecia que eu não havia dormido nada quando meu celular tocou na cabeceira da cama. O peguei e atendi, ainda de olhos fechados.

— Alô? — atendi.

— Leon — a voz de Diego resoou do outro lado da linha —, temos problemas.


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Notas finais do capítulo

Vish! Problemas a caminho!
Aleluia um cap com mais de 5000 palavras, porém, nem chega aos pés dos da Mi, neh? kkkkkk
Espero que realmente tenham gostado e agradeço de todo o coração todo o apoio que vocês dão :)
Beijos e até o cap 32 (coração rs)