Além do seu Olhar escrita por Miimi Hye da Lua, Incrível


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Demorooooooooooooooooooou, mas chegou!!!!!
Oiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, pessoal. Como vossas maravilhosas pessoas vão?
A culpa pela demora foi TOTALMENTE da Incrível! MENTIRAAAAAAAAAAAAAA, FOI MINHA. Dia 8, domingo passado, eu tive um vestibulinho para entrar em uma escola boa daqui de SP (TORÇAM PARA EU TER PASSADO) hehehe. Então, eu não sei por que, mas pedi pra Amanda postar só depois do dia da prova, porém, acho que começaram as provas dela e ela herself me pediu pra postar. E CÁ ESTOY YO (Tudo errado, não aprendam espanhol comigo)
Espero que gostem do capítulo XD e peço minhas sinceras desculpas hihi
Ah, e obrigada pelos favoritos, acompanhamentos e todos os comentários



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— Me concederia uma dança, Violetta Castillo?

— Por que não? Mas e a música?

— Isso não é problema — meu NAMORADO se afastou de mim, indo até a área coberta, nisso, eu vi uma mesa com duas luminárias e várias almofadas em volta.

— Ei, o que é aquilo? — perguntei, me referindo a mesa.

— Sua futura surpresa — respondeu, se aproximando de mim.

A música All of Me começou a tocar, enquanto ele levava minhas mãos até seus ombros e as repousava ali. Então, seus braços envolveram minha cintura, e iniciamos nossa dança no ritmo da música.

— Não acha que já chega de surpresas por hoje, Leon? — indaguei.

— Não. Sempre foi você quem fazia as surpresas, agora é minha vez, Baixinha — disse divertido.

— Mas... — dizia.

— Só relaxe, Meu bem. Você pensa demais — disse docemente com um leve sorriso.

Concordei silenciosamente, lhe retribuindo o sorriso. Prestei atenção à música e aos nosso movimentos, desfrutando de seu calor e ternura. Encostei minha cabeça na curvatura de seu pescoço e inalei o cheiro maravilhoso, fechando os olhos diante da alegria de tê-lo e saber que éramos namorados.

Quando ele me trouxe aqui, a última coisa que eu havia pensado era que ele fosse me pedir em namoro. Achei que ele não se importasse com essa nomenclatura, por isso eu realmente havia ficado chateada quando ele nos denominou "amigos-coloridos".

— Um dos melhores dias... — comentei com um sorriso largo.

Photograph tocava ao fundo.

— Concordo — respondeu com um sorriso, apesar de eu não poder ver seu rosto. — Como podemos ter tanta paz, estando em circunstancias tão críticas? Digo... Com a fuga.

— Ia perguntar a mesma coisa — rimos. — Nem parece que estamos em fuga.

— Pois é... — suspirou. — Lembra o dia que demos nosso primeiro beijo?

— Como poderia esquecer? — cutuquei.

— Então, naquele dia estávamos fazendo perguntas um pro outro, certo? E nós dois dissemos que gostaríamos muito de pegar a estrada e passear por algum país. É exatamente isso que estamos fazendo, agora.

— Pois é, a vida é feita de coincidências, meu bem — beijei seu pescoço. — Faz pouco tempo que aconteceu, mas parece que foi um ano atrás. É como se estivéssemos fora da realidade, aqui.

— Mas não há outro lugar que eu gostaria de estar, senão este, com você — disse carinhoso.

— Para com essa fofura, Vargas — ri pelo nariz.

— Nunca — beijou o topo da minha cabeça.

O silêncio voltou a predominar entre nós, durante alguns minutos. Quando A Thousand Years começou a tocar, decidi falar.

— Como acha que vamos sair dessa?

— Sinceramente, eu não sei... Temos que nos mover sempre, só depois, quando as coisas se acalmarem, descobriremos uma forma de voltar pra casa — explicou. — Sei que tem saudades de casa, Vilu. Mas seja paciente. Quando menos esperar, estaremos de volta, sãos e salvos, te prometo.

— Não precisa se preocupar. Não estou tão nervosa quanto antes. Estamos juntos e bem, e é isso que importa — me segurei mais fortemente em seus ombros largos.

— Tem razão, meu bem.

— Promete que nunca vamos nos separar, Leon?

— Prometo, Baixinha — ele se afastou levemente de mim e paramos de dançar. — Pronta para a outra surpresa?

— Pode apostar — sorri.

Ele entrelaçou nossos dedos, segurando minha mão firmemente. Então, caminhamos até a parte coberta. Sentei-me nas almofadas e ele fez o mesmo, sentando ao meu lado e soltando nossas mãos unidas.

Em baixo da mesa ele retirou duas velas e as colocou em cima da mesma, antes de ascender um fósforo e repassar o fogo para as velas. Cada uma ficou em uma lateral da mesa.

— Gostou? — indagou.

— Do que? — indaguei confusa.

— Da surpresa — disse como se fosse a coisa mais óbvia.

— Han... Claro — respondi, encarando a mesa vazia.

— Brincadeira, Vilu — riu. — A surpresa está aqui — retirou debaixo da mesa, um pote cheio de morango, e outro que — aparentemente — continha chocolate derretido. Depois retirou um vaso cheio de rosas vermelhas, centralizando-o na mesa.

— Morangos e chocolate? — perguntei divertida.

— É. Um dos grandes prazeres da vida é comer — piscou um olho, passando seu braço por meu ombro. — Espero que saboreie, sei que é uma de suas frutas favoritas.

Com o braço livre, ele espetou um morango e mergulhou-o no chocolate, para logo em seguida o guiar para minha boca, gesticulando para que eu mordesse. Realizei seu pedido silencioso, me deliciando com a junção perfeita de sabores que o morango e o chocolate proporcionavam.

— Não seria melhor ter escolhido algo que você também pudesse comer, Einstein? — disse divertida, mastigando o morango.

— Em primeiro lugar, não fale de boca cheia, mocinha — tocou meu nariz, me deixando carrancuda. — E, em segundo lugar, claro que não, neh? A surpresa é pra você, não pra mim — explicou, pegando outro morango.

— Por que essa implicância em me dar surpresas, hoje, Leon?

— Eu realmente não sei. Eu simplesmente gosto. Gosto de te fazer feliz, de poder ver esse sorriso sincero. Me faz sentir incrivelmente bem — beijou minha bochecha carinhosamente. Me dando mais um morango.

— Você é maravilhoso, sabia? — dei, pela décima vez naquele dia, um sorriso bobo, beijando sua bochecha da mesma forma que ele fez com a minha.

— Sabia — riu, levando um leve, porém eficaz, tapa no braço. — Ain, você tem mão pesada, Vilu. Pega leve.

— Esse tapa foi leve, Vargas. Pare de choramingar — empurrei-o levemente.

— Nossa, eu faço tudo isso e o que eu recebo em troca? Um tapa — continuou, "ofendido".

— Obrigada, Leon — olhei seriamente pra ele. — Por tudo. Por cuidar de mim e por essa noite maravilhosa. Não sabia que você tinha esse jeito tão romântico.

— Pra falar a verdade, nem eu — sorriu. — É você quem desperta esse espírito de cavaleiro charmoso em mim, pode acreditar.

— Fico feliz em saber isso — descansei minha cabeça em seu ombro.

Pelos próximos trinta minutos, permanecemos conversando sobre assuntos paralelos, enquanto Leon seguia me dando morangos com chocolate, na boca. Estávamos completamente isolados do mundo, ali — pelo menos segundo a minha concepção —, então éramos apenas um recém-casal-de-namorados, conversando sobre bobagens pra passar o tempo e desfrutando da companhia do outro.

Em um dado momento, Just the Way You Are, do Bruno Mars ecoou por todo o terraço.

Shhhh! — Leon chamou minha atenção, carinhosamente. — Escuta essa música.

Concordei silenciosamente, fazendo o que ele me pediu. A letra e a melodia eram perfeitas. Justamente um pouco antes do refrão, Leon tirou-me de seu abraço e segurou minhas mãos em seu colo, olhando-me fixamente. Olhei-o completamente confusa, então ele sorriu timidamente e começou a cantar junto com a música:

When I see your face, theres not a thing that I would change, 'cause you're amazing, just the way you are. And when you smile — uma de suas mãos descansou em meu rosto, fazendo carinho com o polegar, me fazendo sorrir bobamente. — The whole world stops and stares for awhile, 'cause you're amazing, just the way you are.

A música continuou mas nós ficamos em silêncio. Como eu não sabia o que dizer por aquela demonstração de afeto, simplesmente o abracei tentando de alguma forma transpassar tudo o que sentia por ele.

— Te amo, Leon — beijei seu ombro, onde minha cabeça repousava.

— Também te amo, Vilu — respondeu. — Muito.

— Se eu pudesse te beijaria agora — comentei.

— E o que te impede? — disse divertido.

— Eu comi um monte de morangos, então... Acha que seria uma boa ideia? — me afastei, olhando-o com uma sobrancelha erguida.

— Hum... Não sei... — aproximou seu rosto do meu, até que nossos narizes se tocaram e eu pude sentir sua respiração em minha boca. — Não gostaria de testar? — desafiou.

Meus olhos, automaticamente, se fecharam e eu já não pude pensar coerentemente. Com o halito tão quente e convidativo batendo em minha boca, não pude resistir, então uní nossos lábios num simples selinho. Afastamo-nos minimamente, ainda de olhos fechados, enfeitiçados pelo momento.

— Acho que ainda não é o suficiente para comprovar — comentou.

— Concordo — puxei seu rosto pra mim, beijando-o profundamente.

— — — —

— Fica parada, Violetta! — gritou Leon, com uma risada.

— Se você parasse de me atacar, sem dúvida em ficaria — reclamei, segurando o riso.

— Mas foi você quem pediu pra eu te ensinar a lutar, meu bem — lembrou.

— É, mas eu não imaginei que você fosse me ensinar com algo desse tipo. Ai! — resmunguei. — Seria muito mais fácil se eu pudesse ver, não acha?

Uma semana havia se passado, desde nossa estada em Detroit e — o mais importante — do pedido de namoro de Leon.

Estávamos em Chicago, que apesar de ser perto de Detroit parecia bem tranquila. Resolvemos fazer uma pausa das viagens pois começávamos a ficar muito cansados de ir toda hora de um lado pro outro. Mas na semana seguinte, já tínhamos planos para pegar a estrada e ir à Nashville, capital do Tennessi. Enquanto esse dia não chegava, eu e meu namorado descansávamos em um hotel simples.

Como eu havia melhorado muito no quesito motorista, Leon resolveu passar para a próxima lição: luta. Mas nunca eu imaginei que ele fosse vendar meus olhos, e me fazer adivinhar onde ele estava.

— Não. Se você pode lutar de olhos vendados, consegue lutar sem o mínimo esforço, de olhos abertos — explicou. — Quando se fala de luta, não se trata apenas de força, mas sim de velocidade. Se for rápido o suficiente para saber o próximo golpe do adversário, você pode muito bem interceptá-lo e contra-atacar. Mas pra isso você tem que ficar parada.

— Uau! Nunca tinha pensado nisso — comentei. — Quem te ensinou isso?

— Bom, eu aprendi a lutar numa academia, mesmo. Mas essa técnica foi meu pai quem ensinou — suspirou.

— Ah, me desculpe, eu não... Quer dizer... — tentava consertar meu erro.

— Tudo bem, eu não estou triste — disse tranquilamente, me segurando pelos ombros. — Muito bem. Primeiro vamos melhorar sua percepção de tudo que está a seu redor e depois a velocidade, para depois começarmos com os golpes.

— Ta — resmunguei, nem um pouco animada, ouvindo a risada de Leon. — Não tem graça, Vargas.

— Ah, tem sim — riu.

— Leon! — chamei sua atenção, cruzando os braços.

— Okay. Parei — disse mais sério. — Me diga o que ouve, Vilu.

Permanecemos em um silêncio absoluto, tão quieto que qualquer movimento poderia ser ouvido. Prestei atenção a um barulho leve mais perceptível. Passos.

— Você está caminhando ao meu redor — afirmei.

— Muito bem, Baixinha — me parabenizou. — Além do som, o que mais te faz constatar isso?

— Han... A sua voz.

— O que mais? — incentivou.

Enruguei a testa, forçando-me a me concentrar completamente. Senti o ar se movimentando ao meu redor, no mesmo ritmo dos passos.

— O ar — sorri.

— Isso, agora eu vou parar e você vai dizer exatamente onde eu estou. Pronta?

— Sim.

De repente, tudo parou. E eu sabia exatamente onde Leon estava: à esquerda, um pouco atrás de mim. Sorri, para logo em seguida acertar um tapa em cheio no braço de Leon.

— Ei! — reclamou.

— Te encontrei — tirei a venda, lhe piscando um olho.

— É, eu percebi — riu. — Meus parabéns, Baixinha.

— Obrigada, meu bem. Vamos para a parte dos golpes?

— Calma — riu sem graça. — Precisamos continuar a treinar sua percepção ainda, depois a velocidade, e só depois os golpes. Mas deixemos isso pra amanhã. Ta na hora do jantar, e hoje vou te ensinar a fazer panquecas — sorriu.

— Uhuuul — exclamei, feliz. — Já percebeu que você me ensina um monte de coisas? — comentei, enquanto caminhávamos para a pequena cozinha do nosso "apartamento".

— Sim. Qual é o problema?

— Ah, sei lá. Gostaria de poder te ensinar algo — suspirei.

— Logo encontraremos algo pra você me ensinar — me tranquilizou. — Agora, por onde começamos? Ah, sim. Isso aqui é um frigideira, caso não saiba, Vilu — zoou.

— E esse aqui é meu soco que vai afundar no seu rosto — sorri falsamente, levantando meu punho fechado.

— Nossa... Ta nervosa hoje, meu bem. Melhor eu ficar com essa frigideira pra me proteger.

— Uma frigideira não vai me impedir, Vargas — sorri torto.

— Ah é? — ergueu uma sobrancelha. — Cai dentro, Castillo — sorriu.

Ele soltou a frigideira e ficou de frente pra mim a alguns passos de distância, posicionando os punhos fechados em frente ao corpo, em posição de luta. Seu sorriso era divertido.

— Okay, Vargas — fiz o mesmo que ele, com um sorrido mais largo ainda.

Antes que eu pudesse pensar em algo, ele correu pra mim, me agarrando pela cintura e nos fazendo ir de encontro ao chão.

Caídos no chão, começamos a rir descontroladamente.

— Sai... de cima de mim, gordo — o empurrei e ele se jogou ao meu lado.

— Ain, Vilu. Está me ofendendo assim — disse tentando parar de rir. — Então... Vamos ficar deitados no chão a noite toda, ou vamos nos levantar, Baixinha?

— Apesar de estar muito confortável aqui, vou levantar. Será que meu Cavaleiro Charmoso poderia me ajudar? — sorri docemente pra ele.

— Claro, Milady — levantou-se rapidamente e me estendeu a mão.

Então começamos a fazer o jantar. Depois de prepararmos as panquecas, jantamos juntos e em seguida fomos dormir.

Tudo era sempre tranquilo durante as noites. Eu dormia feito pedra, sem qualquer tipo de interrupção. No entanto, justamente naquela noite, demorei incontáveis minutos para dormir, rolando por toda a cama até cair no sono.

Acordei no meio da noite com meu braço sendo chacoalhado freneticamente.

— Violetta, acorda — sussurrou Leon, em tom alarmado.

Leon estava inclinado sobre mim, trajando apenas uma calça jeans, descalço e com o cabelo bagunçado. Seu rosto demonstrava desespero.

— Leon? — disse assustada.

— Shhhh. Fale baixo — alertou.

— Por que? — sussurrei. — O que aconteceu?

— Os homens do meu pai... nos encontraram. Precisamos sair daqui. Agora — me puxou pela mão agilmente.

Me levantei rapidamente, colocando meus chinelos. Leon arrumava as malas descontroladamente — se é que se podia chamar aquilo de arrumar, pois ele jogava tudo dentro e fechava o ziper com grande esforço. O relógio marcava 01:26 da madrugada.

— O que vamos fazer, Leon? — disse assustada. Nunca havia passado por uma situação de tão alto risco como essa.

— Vamos ir pelo elevador, eles estão subindo pelas escadas porque o hall tem guardas. Descemos até a garagem, pegamos a picap e vamos embora sem levantar qualquer pista. Quando eles chegarem, já estaremos longe para que nos persigam — explicou rapidamente, segurando as malas.

Assenti enquanto caminhávamos até a porta, onde paramos. Minha respiração estava sem controle, e parecia que a qualquer momento eu iria desmaiar. Precisava me acalmar, mas não sabia como.

— Ei — chamou minha atenção, me segurando pelos dois braços. Encontrei seus olhos tentando me acalmar. — Vai dar tudo certo, Baixinha. Fique tranquila. Quando menos esperar, estaremos em Nashville, nos divertindo, como sempre — beijou minha testa.

— To com medo, Leon — sussurrei, o abraçando.

— Não precisa. Prometi que te protegeria com minha vida, e é exatamente isso que vou fazer — se afastou. Me deu um último olhar antes de abrir a porta.

— E é exatamente isso que me preocupa — sussurrei pra mim mesma, antes de ver aquela cena.

Assim que Leon abriu a porta, pudemos ver um cara alto e musculoso, que rapidamente avançou em Leon, lhe dando um soco na têmpora.

— Leon! — gritei, repleta de medo.

Assim que isso ocorreu, Leon soltou as malas no chão e se defendeu dos golpes seguintes, com os punhos cerrados. Feito isso, Vargas o empurrou até o corredor, fazendo-o se chocar violentamente contra a parede.

Não consegui ver muito bem, mas os dois disputavam com os braços, Leon tentando o segurar e ele tentando se soltar. Eles se afastaram quando o cara conseguiu soltar um braço e mais uma vez acertou um soco em Leon, que rapidamente revidou, deixando-o desorientado. Leon ganhou a oportunidade de contra-atacar, então deu um chute no peito do cara, que caiu, quase desmaiado. Leon lhe deu um último soco e ele apagou.

Se levantando rapidamente, ele pegou as malas novamente e me puxou pela mão, da forma mais delicada que a situação permitia. Começamos a correr pelo corredor.

— Vem — disse sem emoção, me levando pelo corredor. — Droga! Eles já chegaram no nosso andar.

— Você está bem? — indaguei.

— Vou sobreviver — me piscou um olho sorrindo sem alegria.

No fim do corredor, havia um elevador, então Leon apertou o botão freneticamente, até que a porta de abriu. Estava vazio. Entrei, esperando que ele fizesse o mesmo. Mas, ele simplesmente colocou as malas no chão do elevador e se afastou.

— Leon? O que está fazendo? — disse, voltando a entrar em desespero.

— Eles são muitos, Vilu. Se não acabar com todos, eles vão nos seguir — falou, apertando o botão para o térreo.

— Leon, você pode morrer! É um contra vários. Vem comigo, por favor — implorei

— Eles não podem me matar, meu pai nos quer vivos. Vai pro carro e eu te encontro lá — a porta começou a se fechar —, eu prometo.

A porta se fechou e eu não sabia se chorava ou se desmaiava primeiro. Tentei respirar fundo, repetindo incessantemente as palavras "vai ficar tudo bem", porque naquele exato momento, nada parecia bem.

Quando o elevador chegou à garagem, usando forças que nem eu sabia que tinha, peguei as malas e as carreguei até o carro. Retirei o alarme e as coloquei dentro da picap. Então entrei dentro da mesma e esperei.

E se ele fosse levado pelo pai dele? Sem dúvida serviria como moeda de troca para me pegar. E eu aceitaria pois, além de amá-lo tão intensamente, ele não tinha nada a ver com isso. Eram nossos pais que tinham, e querendo ou não, eu era uma parte disso, já que era fruto desse amor que destruiu Carlos.

Tentei pensar em outra coisa pelo que se pareceu 10 minutos. Lembrei de nós dois cantando, de quando conheci-o, quando demos nosso primeiro beijo, a fuga, o pedido de namoro... Vivenciei cada uma dessas memórias detalhadamente, assim minha mente ficaria ocupada. Apesar disso meu coração batia tão ferozmente no meu peito, que eu até podia ouvir o "tuntun" ecoando em meus ouvidos. Aquela espera era angustiante.

Finalmente, Leon apareceu, correndo em direção a picap. Ele adentrou o carro rapidamente. A garagem, era escura por conta de ser no subsolo e de as luzes estarem apagadas, por isso não consegui vê-lo muito bem.

— Aleluia, Leon! — o abracei, meio sem jeito porque o freio de mão estava no meio do caminho. — Fiquei tão preocupada de que tivesse acontecido algo com você.

— Estou bem, Vilu — me tranquilizou afagando meus cabelos. — Mas agora temos que ir. Pode haver mais deles, então devemos garantir que não seremos seguidos.

Assenti, então nos separamos. Leon acelerou o carro e saímos rapidamente do hotel, e logo as luzes da cidade iluminavam o interior do carro. A velocidade chegava aos 110 km/h.

Olhei para Leon. Ele tinha um corte próximo à sobrancelha — onde havia levado o soco — que escorria sangue, mas não parecia grave. Seu peito estava exposto, pois ele não usava camisa, mas não havia nenhum hematoma visível. Mas quando olhei para sua parte inferior, me assustei.

A calça jeans de Leon estava encharcada de sangue na coxa direita. Arregalei os olhos.

— Leon, o que houve com sua perna? — exclamei.

— Digamos que um dos caras não usou apenas as mãos — disse tranquilamente.

— Precisamos ir pro hospital. Agora.

— Não podemos, Vilu. Precisamos ir direto pra Nashville — me olhou sério. — Além do mais, isso não é nada de mais, logo para de sangrar.

— Deixa eu ver.

Toquei em sua perna e ele deu um pulo no banco, gemendo de dor. Sem dúvida, aquilo não era "nada de mais".

— Leon, isso vai infeccionar, você TEM que ir pro hospital. Não é uma pergunta, é uma afirmitiva, Vargas — falei firme.

— Ta, vamos fazer assim: paramos em Indianápolis. Lá eu preciso trocar a placa do carro e nós precisamos tirar essas tintas dos nossos cabelos, então vamos ao hospital — disse, segurando a careta de dor.

— Não. Primeiro vamos ao hospital e depois fazemos o resto.

— Você que manda, Baixinha — sorriu.

— Obrigada — lhe retribui o sorriso. — Está com dor?

— Um pouco — afirmou.

— Deve estar com frio também — comentei.

Peguei uma mala no banco de trás e a coloquei em meu colo. Abrindo o ziper, procurei uma camiseta, uma blusa e algum sapato naquele bolo de roupas. Encontrei um moletom verde, um par de Vans pretos e uma camiseta branca, e lhe entreguei.

— Para o carro e coloca isso, precisa se aquecer — ordenei.

— Sim, senhora — obedeceu.

Por ser de madrugada, não haviam quase carros, então Leon parou no acostamento. Ele colocou a camiseta, depois o moletom e por fim o tênis. Logo, estávamos de volta na estrada, a caminho de Indianápolis.

— — — —

Eram por volta de 5:30 da manhã e eu esperava Leon ser atendido no Hospital Regional de Indianápolis. Já havíamos tirado a tinta de nossos cabelos, voltando a cor natural porque, apesar de eu querer que fossemos ao hospital primeiro, tínhamos que mudar o visual para não corrermos o risco de sermos identificados. Todos da máfia procuravam uma ruiva e um loiro, e agora tinham dois morenos.

Depois de nossa mudança ao visual normal, fomos direto para o hospital. Leon foi mancando do estacionamento até o hospital e, teimoso do jeito que era, não me deixou ajudá-lo. O sangue havia parado de escorrer, mas Leon ainda sentia dor e precisava limpar e cobrir aquela ferida.

Rapidamente, Leon... Ou melhor, John Baker, foi atendido por um médico.

— Com licença? — chamei a atenção da enfermeira. Ela escrevia algo num prontuário, e assim que me ouviu levantou os olhos sob os óculos.

— Senhorita, eu já lhe disse 5 minutos atrás, que você tem que esperar o doutor examiná-lo, só depois poderá saber qual é a situação — suspirou cansadamente. — Sei que esperar é ruim, mas se acalme, o doutor já disse que não é nada muito grave.

— Obrigada e desculpe por incomodá-la... De novo — sorri sem graça.

— Sem problemas — sorriu de volta.

Caminhei novamente para aquele banco desconfortável do hospital e suspirei de frustração ao me sentar.

Não sabia se estava com raiva ou com medo, provavelmente as duas coisas. Até onde o pai de Leon ia chegar para nos pegar? Nunca imaginei que um pai iria querer machucar o próprio filho, mesmo sendo indiretamente. Carlos estava estragando tudo, me trazendo para um mundo que eu não conhecia e que me assustava muito.

Queria voltar pra casa, ficar com meu pai, meus amigos e Leon... Ter uma vida normal, onde os adultos resolviam os problemas sérios e os jovens se preocupavam apenas com os estudos e curtir a vida. Fechei os olhos fortemente, torcendo para que quando os abrisse estivesse num sonho, mas eu sabia que era inútil. Aquilo era real e eu sentia como se estivéssemos desamparados.

Uma lágrima não pôde evitar de escorrer ao longo de minha bochecha, enquanto permanecia de olhos fechados. Suspirei mais uma vez, me controlando para não desatar em lágrimas e piorar a situação, se Leon me encontrasse naquele estado.

Trouxe minhas pernas para junto de meu peito, me a abraçando a elas, numa tentativa de me acalmar. Por que tinha que ser assim?

O celular de Leon começou a tocar dentro da bolsa. Sequei a lágrima de meu rosto, rapidamente procurando o celular e o encontrando poucos segundos depois.

— Alo — atendi.

— Vilu — disse meu pai

— Papai... — minha voz falhou.

— O que aconteceu, filha? — indagou preocupado. — Você está machucada? Leon não está cuidando bem de você?

— Não, está tudo bem, Papai. Só acabei de acordar — justifiquei. Não queria que ele se preocupasse comigo, já tinha Leon, Diego, Fran e Frederico pra isso.

— Ah, bom — suspirou. — Onde está agora?

— Indianápolis, mas logo iremos para Nashville — expliquei.

— Cadê o Leon? Quero falar com ele.

— Ele está dormindo — menti. — Quer falar com ele e não com a própria filha, papai? É isso mesmo? — fingi indignação.

— Não é isso, minha vida. Sabe que te amo — se desculpou.

— Sei. E eu também te amo — ri pelo nariz — Estou com saudades, papai.

— Eu também estou, querida. É muito estranho ficar sozinho nesse lugar que nem é minha casa. As vezes sinto tanto sua falta que começo a cantar aquela música e te ouço cantando.

— Eu sinto falta dos seus ataques superprotetores — rimos. — Qual música?

— Eu não lembro o nome... Mas era algo como: Sé que existen duendes y hadas, y que intentar es mejor que nada, no te detengas, nos guardes nada, vuela más alto y verás... — cantou.

Eu amava aquela música. Em meu primeiro ano no Studio, Pablo pediu um trabalho e eu não fazia a mínima ideia de como criar uma música boa o suficiente. Papai então me entregou a melodia e o começo de uma letra. Fiz os arranjos necessários e terminei a letra com uma facilidade incrível. Apresentei-a para meu pai e, para a minha surpresa, ele chorou enquanto eu tocava. Perguntei o que aconteceu, então ele me contou que minha mãe é quem havia começado a compor quando ainda estava grávida de mim. Isso me deixou muito feliz, mais do que muitas pessoas poderiam entender.

Sorri, ouvindo-o cantar. Não hesitei em me juntar a ele.

Voy donde sopla el viento, hoy dígo lo que siento, soy mí mejor momento, y donde quiera yo voy.... Y donde quiera yo voy — cantamos juntos. Eu praticamente sussurrava ao celular por conta de estar em um hospital e não estar com ânimo para cantar alto, mas mesmo assim sabia que ele me escutava.

— Lindo, Vilu — elogiou, suspirando.

— Obrigada e... Papai, esqueci de te contar — sentei corretamente na cadeira. — Eu estou namorando.

— E quem é o felizardo?

— Papai! — repreendi. — Óbvio que é o Leon, neh?

— Brincadeira — riu pelo nariz. — Bom ele já provou realmente te amar, indo contra o próprio pai para protegê-la, então tudo bem.

— Falando em relacionamentos... E a Jade? Onde ela está?

— Não sei, terminamos faz uns quatro dias.

Eu queria bater palmas, ou soltar fogos de artifício, mas não sei se meu pai gostaria daquela atitude.

— Por quê? — disse, segurando o sorriso.

— Porque eu cansei disso tudo. Ela não tem nada a ver com a sua mãe e percebi que é muito fútil, só pensa nela mesma — disse sem ressentimento em sua voz.

Só agora foi perceber isso? , disse silenciosamente.

— Ah, contanto que esteja feliz... — falei. Nesse momento a porta do consultório se abriu e Leon saiu por ela, mancando minimamente, usando uma bermuda jeans limpa (que ele havia trazido para trocar). — Han... Papai, logo eu te ligo de novo. Tenho que ir.

— Tudo bem, querida — concordou. — Se cuide, sim? Ramón não vai te pegar enquanto estiver com Leon. Te amo.

— Também te amo. Tchau.

— Tchau.

Encerrei a chamada, me levantando do banco e já ficando de frente pra Leon, que tinha um lindo sorriso estampado no rosto.

— Eai, meu bem? — disse divertido.

— Eai? — lhe retribui o sorriso. — Então? Como foi? — indaguei.

— Foi bem. A enfermeira limpou e cobriu a ferida, e o médico me passou um remédio pra dor e pra desinflamar — explicou.

— Espera ai... Você teve que tirar a calça para a enfermeira limpar a ferida?

— Sim, por quê?

— Porque não gosto da ideia de uma mulher olhando pra você sem a calça — disse ameaçadora.

— Ela devia ter uns 60 anos, Vilu — riu. — Não precisa ter ciúmes. Eu gosto das mais novas — me piscou um olho.

— Muito engraçadinho, Baker — disse séria. — Podemos ir embora, agora que eu passei por esse momento constrangedor?

— Claro.

Caminhamos até a recepção do hospital, depois de termos pego os remédios que Leon precisava. Leon teve de assinar uns papeis, então finalmente pudemos sair daquele hospital que me dava arrepios.

Andamos pelo estacionamento bem devagar, de mãos entrelaçadas, sem qualquer tipo de pressa, conversando.

— Então, o que quer comer de café da manhã? — indagou, Leon.

— Não sei, o que você ia fazer se ainda estivéssemos em Chicago?

— Um café da manhã americano. Na verdade... Você é quem ia fazer porque eu ia te ensinar — sorriu de lado.

— Quando chegarmos a Nashville, você me ensina? — pedi. — Sempre quis tomar um café da manhã americano.

— Ensino, mas antes a senhorita vai me ensinar uma coisa — disse misterioso.

— E o que seria isso que eu sei e você não? — disse, com um sorriso descontraído.

— Desenhar, é claro.

— Você quer aprender a desenhar pra que? — indaguei.

— Ah, sei lá. Seria muito interessante e você é uma ótima desenhista, Vilu.

— Menos, Vargas — sorri. — Você desenharia o que? — ergui uma sobrancelha

— O que os desenhistas desenham?

— Coisas que eles gostam, que lhes inspiram, que são bonitas... — dei de ombros.

— Perfeito! Vou desenhar você — piscou um olho pra mim.

Sorri bobamente para ele. Fofuras de Leon Vargas.


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Notas finais do capítulo

LÉON?! Moço?? Mi amor? Hehehehe
Que treta, mano. O que acharam? Eu achei muito daora esse capítulo da Incrível, como todos os outros, né? Hihi
CARA, AS FOTOS DO JORGE SEM CAMISA, QUASE MORRI. E AQUELA FOTO QUE A TINI POSTOU COM O JORGE, AQUELA TARADA KKKKKK BRINCADEIRA, MAS AMEI AQUELA FOTOOOOOOOOO. Me desculpem quem gosta da Stephie, mas gente, JORTINI IS REAL! 2 BEIJOS.
Ay papi, estoy muy loca uaehuaehauehaueahu
Beijão povo!
#MiimiDaLuaMuyLoca