Além do seu Olhar escrita por Miimi Hye da Lua, Incrível


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Hey, gente! Como estão?
Mil desculpas pela minha "pequena" demora, mas com a semana de provas e o Nyah! fora do ar eu enrolei um tempo pra postar, então... Sorry!
O meu muito obrigada à Midnight Memories por recomendar a fic!
Bora pro cap ;)

#Incrível



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Sabe aquela frase muito popular, e que parece não ter sentido, "silêncio ensurdecedor"? Apesar de não ter sentido pra muitos, pra mim tinha o maior sentido do mundo, porque foi exatamente isso que se passou comigo e Violetta durante todo o voo.

Por mais que eu tentasse iniciar um assunto leve (como sempre conversávamos), Violetta não queria saber de conversa. Parecia muito preocupada e de certa forma triste, então ela simplesmente ficava concordando com tudo o que eu falava sem dizer nada, para depois voltar sua atenção à janela do avião.

Entendia que ela só precisava de um tempo para digerir e aceitar tudo aquilo. Falaria quando quisesse. Então, ela perceberia que eu estava ali pra protegê-la e não matá-la, pois não era como meu pai. Por mais terrível que meu pai fosse, eu não tinha nem 1% da maldade dele.

— Dia difícil? — perguntou em inglês, o homem sentado ao meu lado, após eu ser de certa forma rechaçado novamente por Violetta. Dessa vez eu cansei de tentar e fechei a cara, cruzando os braços.

— Sem dúvida — concordei em inglês, suspirando. Pelo menos eu poderia praticar meu inglês enferrujado com ele.

— Não ligue, mulheres são assim mesmo, um dia estão felizes e sorridentes e no outro não querem nem olhar pra você.

— Pois é. Acho que são os hormônios — sorri, feliz por Violetta não saber muita coisa de inglês.

— Digo a mesma coisa pros meus filhos — rimos.

— Me chamo... — pensei por alguns segundos. Era melhor não ser chamado por Leon, então, havia criado toda uma documentação falsa, tanto pra mim, quanto pra Violetta. — Aspen.

— Sou Alexander — sorriu.

Começamos a conversar sobre assuntos do cotidiano, durante alguns minutos. Percebi o quanto teria de mentir com aquela fuga. Para Alexander, eu era formado em arquitetura e trabalhava pra uma multinacional, então ia e voltava dos Estados unidos toda hora. As vezes minha noiva, que no caso era Vilu (ou Emma, como seria conhecida), vinha comigo para me fazer companhia.

Eu sei, nada a ver com minha triste e dura realidade de estar fugindo. Mas pelo menos ele acreditou e eu já pude respirar aliviado sobre meu dom de inventar mentiras.

Alexander foi ao banheiro e eu aproveitei para tentar falar novamente com Violetta. Olhando para o lado, notei que Violetta havia se cansado de tentar entender algo de nossa conversa e agora dormia abraçada a si mesma. Devia estar com frio.

Levantei-me e peguei a mala de Vilu no compartimento de cima. Abri a mala e encontrei uma manta relativamente grossa, que Germán havia colocado para ela. A cobri cuidadosamente e me sentei novamente, a admirando em seu sono profundo por alguns segundos. Sorri. Mesmo meio triste ela era encantadora e eu estava muito feliz por ela finalmente descansar e por os pensamentos em ordem.

Beijei sua têmpora levemente, inalando seu perfume. Me reencostei na poltrona novamente, notando que Alexander havia retornado.

— Puxa! Você cuida muito bem dela — comentou, olhando Violetta.

— Obrigado. Espero sempre fazer isso — sorri e logo em seguida bocejei. Depois de tanta coisa que aconteceu em tão pouco tempo, estava na hora de dormir.

— — — —

— Leon — aquela voz que eu gostava tanto me chamou, tocando em meu braço. — Acorda. Já chegamos — acariciou meu rosto com as costas da mão.

Um sorriso largo se estampou em meu rosto e eu abri os olhos ao mesmo tempo em que ela se afastou.

— Oi — sorriu fracamente.

— Bom dia, Vilu — respondi.

— Ta mais pra boa tarde — disse divertida. — E se você continuar a enrolar, vai ser "Boa noite".

— Que horas são? — perguntei.

— Me diz você. Alguém quebrou meu celular, lembra? — ergueu uma sobrancelha, séria.

— Ah, verdade — disse desconcertado, olhando o relógio em meu pulso. — São 17:30.

— Nossa, dormimos bastante — constatou se levantando e passando para o corredor, de onde pegou sua mala.

— Pois é. A essa hora Diego deve estar louco pra saber se está tudo bem conosco — sorri mas ela não retribuiu.

Me levantei e peguei minha mochila, assim como as outras malas. Caminhamos para fora do avião conversando tranquilamente.

Já fora do aeroporto uma fila enorme de táxis se formava em frente ao mesmo, esperando para transportar tantos viajantes. Escolhemos um taxi qualquer e o adentramos.

Falei o endereço do hotel ao motorista e em poucos segundos estávamos andando pelas movimentadas ruas da cidade de Nova York. Como estava escurecendo, a cidade já começava a ficar iluminada, enquanto muitas pessoas voltavam do trabalho.

Violetta estava completamente encantada, admirando cada canto da cidade sem desviar a atenção da janela. Eu já havia estado em Nova York uma vez, mas mesmo assim, não pude deixar de ficar observando a cidade sem nem piscar o olho direito. Você pode ir centenas de vezes a Nova York, mas nunca vai deixar de se surpreender ao vê-la novamente.

Quando finalmente chegamos ao hotel xxx, paguei o taxista e peguei as malas. Vilu e eu adentramos o hotel e após fazer o registro, subimos de elevador para nossos respectivos quartos, permanecendo em silêncio durante todo o percurso.

Nossos quartos estavam um do lado do outro, 722 e 721. Resolvi entrar com Violetta em seu quarto.

Abrindo a porta, vimos que o quarto era muito espaçoso e estava mobiliado com uma cama queen size, que ocupava um terço do quarto, com dois criados mudos de mogno em cada lado. Uma poltrona estava a alguns metros da cama. Na parede oposta à porta, havia uma janela enorme, de onde se podia ver grande parte da cidade, com cortinas que iam do teto até o chão. E o banheiro era logo à direita, ao lado da tv de tela plana que estava de frente para a cama.

— Uau! — exclamou Vilu.

Coloquei as malas de Vilu em cima da cama. E me virei para ela.

— Espero que tenha gostado de sua humilde residência — sorri, segurando sua mão e procurando seus olhos.

— Claro — falou, olhando em meu peito.

— Olha pra mim — pedi, erguendo seu rosto pelo queixo.

Ela me fitou, como eu havia pedido. Mas seus olhos não me olhavam da mesma forma que antes. Em vez do brilho de alegria e amor que me encantavam, apenas encontrei tristeza e resentimento. Ela ainda não havia me perdoado, e eu podia ver isso também pela pontada de acusação que ela transmitia desde que lhe contei que a mataria. Aquilo me fez sentir raiva de mim mesmo.

— Se precisar de alguma coisa, me avisa — suspirei consternadamente, me afastando.

— Preciso ir embora, preciso ver meu pai, preciso ficar com meus amigos... Algo que você possa me dar? Acredito que não — respondeu, fria.

Por alguns segundos ficamos nos encarando. Queria falar um monte de coisas pra ela, mas não era o momento. Estava com raiva e não pensava racionalmente.

— Pedi comida pra nós, então pode comer à vontade quando chegar. Me chame, se precisar — ignorei seu comentário e sai do quarto carregando minhas coisas.

Ao adentrar em meu quarto, percebi que ele era praticamente idêntico ao de Violetta, exceto pela escrivaninha em baixo da Televisão e pela mesa de jantar redonda em frente à janela que proporcionava a mesma vista para a cidade.

Suspirei e coloquei todas as malas sobre a cama. Agora que estava finalmente sozinho, liguei meu celular — que estava desligado desde o voo — e vi que haviam 15 ligações de Diego, 7 de Federico e 18 de Germán. Okay, tinha muito que conversar. Mas antes que eu pudesse ter a chance de me decidir sobre para qual dos três ligar primeiro, o celular começou a tocar com a ligação de Diego. Atendi rapidamente.

— Leon! Aleluia! Achei que ele tivesse te encontrado! — gritou em desespero.

— O que aconteceu, cara? — indaguei.

— Seu pai já descobriu que você fugiu com a Vilu. Ele chegou aqui de manhã te procurando, e quando eu disse que não sabia onde você estava, ele foi embora. Você não tem noção de quanta raiva ele estava sentindo você, Leon. Parecia que ele ia explodir. Eu tava desesperado te ligando e só ia pra caixa postal, tem ideia do que... — dizia, atropelando as palavras.

— Diego, calma! — chamei sua atenção. — Estamos bem, tanto eu quanto Violetta. Estamos ótimos. E quanto ao meu pai, sabíamos que mais cedo ou mais tarde ele ia descobrir.

— Eu sei, mas eu estava aqui sem saber nada de vocês dois e quase tive um treco, tanto que a Fran teve de me dar uns tapas pra eu me acalmar — suspirou.

— Está tudo bem, pode ficar tranquilo porque tenho tudo sobre controle. Além de que meu pai vai levar um bom tempo pra me encontrar, se é que encontrará — disse mais calmamente, sentando na cama. — E ai? Está tudo bem?

— Sim, ta bem tranquilo. Não se preocupe com Buenos Aires. Pense na Vilu e em como protege-la. Aliás, como ela está?

— Triste, com raiva, querendo ir embora e ver o pai, me odiando... — suspirei.

— Ela não te odeia, Leon.

— Odeia sim. E eu não posso culpa-la por isso, porque ela tem razão.

— Bobagem. Ela só está com medo de tudo isso que aconteceu de forma tão rápida. Vilu te ama e logo perceberá que você também a ama e que isso não tem nada a ver com o plano de seu pai, e sim com seus corações. Esse é o motivo de vocês estarem ai, o motivo de ela estar viva, e o motivo de eu quase ter sofrido um colapso no miocárdio.

— Por que não fala simplesmente "ataque do coração"? — ri.

— Porque é mais culto, meu caro Vargas — riu.

— — — —

Relaxei meus músculos em baixo da água quente que saia do chuveiro. Aquela sensação era maravilhosa e me possibilitou pensar sobre tudo o que estava acontecendo. Era por volta de 20:00 e Violetta falava com o pai pelo telefone, em seu quarto, à cerca de 15 minutos.

Já havia falado com Germán. Ele disse que estava na Inglaterra, numa vila bem calma e simples, assim meu pai não poderia encontra-lo. Contei-lhe sobre Nova York e expliquei que estava tudo bem com Violetta. Então, me sentindo um idiota por estar fazendo-os passar por tudo aquilo, fui para o quarto de Vilu e lhe entreguei o celular, os deixando conversar.

Quando me senti descentemente limpo, desliguei o chuveiro e vesti roupas limpas já no banheiro, pois estava frio de mais para ir para o quarto para colocá-las. Sem contar que Violetta poderia entrar no quarto a qualquer momento para me entregar o celular.

Ao sair do banheiro, encontrei Violetta sentada de pernas cruzadas em minha cama, com o celular em mãos. Ela vestia o pijama do Mickey e seu rosto estava avermelhado, sinal forte de que havia chorado enquanto falava com Germán.

— Só vim para te entregar o celular e dizer que estou bem. Agora vou dormir — disse sem emoção, se levantando e me entregando o celular e se afastando.

— Espera — segurei seu pulso levemente. — Meu jantar acabou de chegar, não quer comer comigo? — sorri.

— Não, obrigada. Já comi no meu quarto — desviou o olhar e se afastou.

Simplesmente não esbocei reação e a deixei ir embora. Ela nunca havia me tratado de tal forma e aquilo me abalava muito. Suspirei me sentando na mesa.

Comi metade da travessa de lasanha pois estava com muita fome. No avião, havíamos comido muito pouco e fazia mais de 48 horas que eu não comia uma refeição de verdade.

Apaguei as luzes e deitei em minha cama, completamente exausto. Achei que ia dormir rapidamente mas não foi isso que aconteceu. Rolei durante incontáveis minutos na cama, me perguntando onde meu sono havia se escondido. Minha mente trabalhava sem descanso, pensando sobre a fuga e o que tudo isso implicava na minha vida e na de Violetta. Agora que meu pai havia descoberto, seriamos caçados até que fossemos mortos. Mas isso não ia acontecer porque eu não deixaria.

Quando finalmente dormi, minha paz durou pouco. Devia ser meia noite quando, durante meu sono nem tão profundo, um grito de mulher ecoou agudamente em meus ouvidos e instantaneamente meus olhos se abriram.

— Violetta — sussurrei, me levantando rapidamente.

Descalço e sem camisa, atravessei o quarto a passos largos. Abri a porta vagarosamente e notei que o corredor estava vazio. Segui para o quarto de Vilu, que estava com a porta fechada. Como tinha a chave, abri cuidadosamente e espreitando a cabeça no quarto, vi que estava completamente tranquilo. Suspirei aliviado.

O quarto estava completamente escuro, mas era iluminado pelas luzes da cidade que entravam pela larga janela. Sobre a cama, estava a lasanha que eu havia pedido para ela, intacta. Ela não havia comido. Violetta estava dormindo encolhida na poltrona que havia em seu quarto, enrolada no cobertor que seu pai havia colocado na mala.

Tirei a travessa e o prato com talheres de sua cama e os pus no chão. Na cama, puxei as cobertas e ajeitei os travesseiros para então caminhar até onde Violetta estava.

Cuidadosamente passei um de meus braços por suas costas, e o outro em baixo de seus joelhos e a encostei em meu peito, carreguando-a para a cama. Depositei-a cuidadosamente na cama e a cubri com as cobertas. Me virei para ir embora, mas então olhei para ela pelo canto do olho e não resisti a tentação de agachar próximo ao seu rosto e a admirar.

A luz que invadia o quarto iluminava seu rosto, o deixando ainda mais encantador e permitindo que seus traços perfeitos fossem colocados à mostra. Era linda.

Me lembrei de seu rosto vermelho por chorar e isso fez surgir uma ruga entre meus olhos. Não queria fazê-la sofrer. Queria que ela fosse feliz, que vivesse.

— Me perdoa, Vilu. Por favor, me perdoa — sussurrei suplicante. — Me perdoa, sim? E se você me perdoar, eu prometo, que quando tudo isso acabar, tudo será diferente. Você estará a salvo e eu prometo fazer de tudo pra que você seja feliz, pra que você tenha uma vida perfeita. Porque eu te amo e juro que irei concertar meu erro.

Aquelas pareciam simples palavras sussurradas para uma garota adormecida e que quando acordasse nem saberia de nada. Mas aquilo que havia dito, era pra mim. Tinha a obrigação de fazê-la feliz, pois ela merecia. Sorri próximo a seu rosto e o beijei carinhosamente.

— Te amo, Baixinha — me levantei.

Agora sim poderia dormir tranquilamente.

— — — —

— O que foi fazer no meu quarto ontem à noite? — indagou Violetta, adentrando meu quarto sem nem mesmo bater na porta, naquela manhã.

Estava me arrumando para sair quando ela entrou de forma brusca, já com roupas normais. Em alguns minutos eu teria uma reunião numa das maiores gravadoras dos Estados Unidos.

Na noite passada, eu também havia falado com Federico, e lhe contei que precisava de mais dinheiro. Eu já tinha uma boa quantidade guardada, mas eu não sabia o que aconteceria no dia de amanhã. A qualquer minuto tudo poderia mudar, então precisava estar prevenido.

Expliquei para Fede, que poderia vender os direitos autorais de minha primeira música e ele achou uma ótima ideia. Então ligou para um amigo seu, dono de uma gravadora, e marcou uma reunião pra mim para o dia seguinte, no caso, hoje.

— Bom dia pra você, também — disse irônico, mas ela ignorou meu comentário e cruzou os braços, parando em minha frente. Levantei o olhar para ela, pois estava sentado na cama, pondo os sapatos. Decidi continuar. — Escutei um barulho e fui ver se estava tudo bem com você. Então descobri que você não havia comido e que ainda por cima estava dormindo desfrutavelmente numa poltrona, sendo que tinha uma confortável cama ao seu lado. Pode me explicar isso?

— Não vou te explicar nada, Vargas. Você não é meu pai e muito menos merece algum tipo de satisfação — cuspiu as palavras.

— Tá, mas você precisa comer alguma coisa, Vilu. Desse jeito vai morrer desnutrida — disse preocupado.

— Ah, que bom. Assim facilito o trabalho do seu pai — ironizou.

Parecia uma criança rebelde e mimada que não havia conseguido ir para um passeio porque o pai não deixou. Eu sabia que tinha de esperar ela se acalmar, mas aquilo estava me incomodando. Muito.

— Para com isso, Vilu — suspirei. — Vou sair pra resolver umas coisas, quer vir?

— Não, acredito que esteja mais segura aqui. Não acha? — seguiu em tom irônico. — Não quero ir pra nenhum lugar com você. Da última vez que eu aceitei, vim parar aqui. — alfinetou.

— Tá, não precisa ir. Mas para de falar comigo como se eu fosse um lixo — me irritei.

Me levantei, ficando cara a cara com ela. Ela se assustou com minha aproximação, mas seguiu firme, sem se afastar. Segurei seu rosto entre minhas mãos e me aproximei, beijando seus lábios levemente num selinho demorado. Permaneci perto de seu rosto e ao olhar em seus olhos, vi um misto de confusão e tristeza.

— Uma hora você vai ter que me perdoar, Violetta. Sei que estava errado, mas estou corrigindo meus erros — sussurrei, me afastando. — Vamos pro seu quarto, para que eu tranque a porta e você fique segura.

— — — —

— 25% de comissão — ofereceu.

— Pode esquecer, não saio daqui com menos de 40% — rejeitei, encarando Sr. Walsh do outro lado da mesa.

E lá estava eu, no escritório de uma das mais famosas gravadoras dos Estados Unidos, tentando negociar aquela música da melhor forma, e me esforçando para esquecer do fato de eu ter deixado Violetta sozinha, no hotel. Havia trancado a porta, mas, mesmo assim, estava preocupado.

Sr. Walsh era um homem muito experiente e me encarava da forma mais persuasiva, tentando me convencer a aceitar.

— Não acha que isso é muito pra sua primeira música? — indagou, cruzando os braços.

— Não quando essa primeira música é muito boa e se tem propostas de outras gravadoras — blefei, vendo preocupação em seu rosto.

— E se eu não tiver gostado tanto assim da música?

— Se não tivesse gostado, dificilmente estaria negociando comigo, agora — ergui uma sobrancelha.

— Quanto lhe ofereceram? — indagou curioso.

— Não posso falar, mas vamos dizer que seus 25% são pouco perto do que me foi oferecido. Mas como Federico disse que você era um bom empresário, resolvi esperar antes de aceitar outras propostas — disse seriamente. Se eu tinha uma habilidade muito boa, era a de mentir sem nem sentir.

Sr. Walsh me analisou por alguns segundos com os olhos semicerrados, deixando aparecer várias rugas.

— 30%

— Muito pouco.

— 35% é minha última oferta — soltou.

— 45% — olhei-o firmemente.

— Nem pensar, rapaz.

— Okay. Muito obrigado pelo seu tempo, Sr. Walsh — me levantei, gesticulando para ir embora.

— Espera! — chamou. Me virei para ele. — 45% de comissão e nada à mais.

— Feito — sorri.

Depois de acertar todos os detalhes fui embora muito feliz e satisfeito. Havia feito um ótimo negócio em que era tudo ou nada e consegui que fosse "tudo".

Estava quase na hora do almoço, então comprei um hambúrguer pra mim e Vilu comermos e voltei para o hotel tranquilamente, de táxi. Estava decidido a resolver tudo entre nós.

— Vilu, trouxe comida e dessa vez você não vai poder recusar! — praticamente gritei, abrindo a porta (que estava destrancada) e adentrando o quarto de Violetta. — Por que destrancou a porta?

O quarto estava vazio, então presumi que ela estivesse no banheiro. Mas caminhando para o mesmo, encontrei-o com a porta aberta e vazio. Um desespero tomou conta de mim, quando me dei conta de que ela não estava lá. Fui para meu quarto mas o mesmo estava vazio, da mesma forma que o havia deixado. Okay, aquilo não podia estar acontecendo.

Corri para o elevador e apertei freneticamente o botão para descer ao hall. Quando as portas se abriram eu me lancei até a recepcionista, que se assustou com minha chegada.

— Moça, viu essa garota? — mostrei a foto do celular.

— Sim — concordou e eu suspirei aliviado. — Ela saiu daqui faz menos de uma hora, acompanhada de um homem — as coisas pareciam só piorar.

Não lhe disse nem um "obrigada", simplesmente corri para fora do hotel e comecei a caçar a face de Violetta entre tantos rostos.

Todos me encaravam como se eu estivesse louco, mas a verdade era que era exatamente assim que eu estava. Meu coração batia tão forte em meu peito que eu pensava que a qualquer minuto eu iria desmaiar. Não podia perdê-la, em hipótese alguma.

Prestei atenção a todos os rostos que passavam por mim, tentando encontrar a face de Violetta no meio deles.

Pelo que foi uma hora eu passei de lugar em lugar perguntando por ela, mas o problema de Nova York é que ela é uma cidade lotada de gente, então ninguém presta atenção no rosto dos outros, e com o aglomerado de pessoas ficava difícil encontrar Violetta. Estava a apenas duas quadras do hotel, quando percebi que eu não poderia rodar Nova York inteira em busca dela, era inútil. A cidade era enorme.

Voltei pro hotel, derrotado e segurando-me para não chorar de raiva. Eu havia falhado. O que poderia estar acontecendo com ela naquele exato momento? Só a ideia já me fazia arrepiar. Não sabia o que fazer, não sabia o que pensar. Estava em completo desespero e a coerência havia abandonado meu cérebro, desde então.

Entrando no quarto de Violetta encontrei o celular em cima da cama. Se pelo menos ela estivesse com ele, eu poderia ligar pra ela ou coisa do tipo. Tentei acalmar minha respiração descompassada, teclando os números para ligar pra Diego.

— Alô, Leon — atendeu.

— Diego, eu a perdi. Meu pai a pegou.


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Notas finais do capítulo

Eai? O que vai acontecer com nosso casal 360? (créditos à Jortini Fanática kkkk).
Algum tempo atrás eu comentei com a Mi, que eu amo escrever essa fic, cara. E acho que um dos principais motivos (além de escrevê-la com uma de minhas melhores amigas), é que nunca dá pra saber o que vai acontecer no próximo cap kkkkk.
Então vou deixá-los assim, curiosos ;)
Beijos da Incrível pra vcs e tchau Nyah!