My Memory escrita por Escritora Fantasma


Capítulo 6
Impressões


Notas iniciais do capítulo

Oi, faz tempo que eu não apareço por aqui neh?
Correria meu povo... Vamos ver como a Tris vai lidar com a noticia do capítulo anterior?
Go...



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A primeira vez que eu e Tobias dormimos juntos não foi doce, inocente ou virginal. Foi o resultado de meses de tensão sexual acumulada e reprimida, um amor feroz e ardente (tanto quanto a guerra nos permitia). Isso tinha sido a quase quatro anos e dizer que o fogo já morreu seria, bem, um eufemismo, éramos quase como gelo nessa área. Mas honestamente, para o máximo de tempo que vivemos, nossas vidas estavam entrelaçadas. Estávamos destinados a ficar juntos e nós deveríamos passar o resto de nossas vidas assim, não precisávamos de um anel ou de um papel que indicasse isso. Nós éramos um casal.

E eu sempre me senti assim. Até descobrir sobre meu passado esquecido à aproximadamente uma hora atrás.

Após o encontro com Mary, eu peguei o trem e fiz o meu caminho para casa, eu não voltaria para a academia hoje. Assim que cheguei ao apartamento percebi que Tobias não estava lá, Graças aos céus, ele não voltaria em menos de cinco horas. Tobias. Aquele que não foi meu primeiro amor, aquele que não havia realmente tirado minha virgindade. Tudo que eu vivi nesses últimos cinco, quase seis, anos era uma grande mentira. E agora eu sabia disso.

Mas o pior era saber que Peter Hayes (meu cansativo, conivente, idiota e bruto ex-arqui-inimigo) era alguém que eu já amei ao ponto de ter toda minha vida apagada por.

Eu ouvi novamente o áudio do meu depoimento, pelo menos três vezes, e vasculhei as fotografias anexadas ao arquivo. Haviam fotos minhas sorrindo bobamente usando um vestido amarelo ao lado de Peter – me desculpe, ao lado de Sutter – sentados sobre a traseira de um carro, haviam fotos de nossos amigos, eu parecia ter vários naquela época. Depois disso eu concluí que Sutter não era Peter, este garoto foi alguém que tinha me feito rir (ou Aimee), me feito sentir especial, amada, mas que no fim quebrou meu coração. Ele tinha o maior coração de todos – depois de ouvir essa frase constantemente no depoimento eu acreditei que isso era verdade – então isso me levava a pensar no porque ele pediu para que sua personalidade posterior – leia-se Peter- fosse o maior idiota da face da Terra.

A cronologia do nosso relacionamento, na realidade do relacionamento de Aimee e Sutter era a seguinte: Aimee o encontrou em uma manhã de sábado enquanto andava através do Complexo da Amizade entregando jornais, ele estava jogado sobre o gramado de uma casa, havia sido dispensado pela sua namorada no dia anterior e encheu a cara. Ele a ajudou a entregar os jornais naquela manhã. Depois de um tempo ela se tornou sua menina, sua namorada. Ele a achava linda. Ela deu tudo a ele – leia-se sexo aqui. Quando eles foram atrás de seu pai as coisas começaram a ficar estranhas, o pai de Sutter foi chutado para fora de casa porque ele tinha problemas com bebidas, falta de responsabilidade e mulheres. Sutter ficou mal com isso e bebeu, eles brigaram feio e Aimee acabou em um hospital depois disso. No hospital ele diz que está arrependido, que a ama e todas essas besteiras, também diz que ele passaria um tempo fora passando por um procedimento, mas que a veria em breve. Três dias depois ele teve sua memória apagada e Aimee também quis ter a sua anulada “para esquecer a dor”.

Ele cumpriu sua promessa, nós nos conhecemos, como Peter e Beatrice, um ano depois disso.

Olhei uma foto em que eu aparecia sobre suas costas enquanto ele me carregava rindo. Eu parecia tão feliz, meu polegar correu sobre a imagem. Ele também estava. Éramos tão diferentes agora.

Eu guardei os arquivos, o mais escondido possível para que Tobias não o encontrasse.

Sentei sobre a cama e corri meus dedos sobre meu cabelo. Então houve um clic em minha mente, havia uma parte de mim (uma parte bem funda) que era Aimee Finicky e eu queria conhece-la, saber sobre sua vida. Mas para saber sobre Aimee eu teria, essencialmente, de saber sobre Sutter. E só havia uma pessoa que poderia me ajudar nisso. Peter.

Eu peguei os arquivos do esconderijo, um casaco e as chaves do apartamento. Tomei o elevador e andei por sete blocos no condomínio. Apartamento 7B. Eu apertei a campainha e aguardei um minuto.

Ele abriu a porta e me encarou – “Careta?”

“Peter, desculpe eu...” – ele levantou a mão me calando. Ele fechou a porta e voltou para o apartamento. Ótimo, ele me deixou falando sozinha. Quando eu me virei para sair escutei o barulho da porta sendo aberta novamente.

Ele estava com um envelope pardo com o título Sutter Keely nele – “Eu estava pensando em te chamar” – ele disse coçando a cabeça, um gesto nervoso.

“Temos muito que conversar” – ele abriu a porta e encostou no batente indicando que eu entrasse.

“Nós temos” – eu entrei e ele fechou a porta atrás de si.

Seu apartamento era como o meu, porém a decoração era mais bonita. Eu e Tobias não nos preocupávamos com isso, ele principalmente. Sentei em seu sofá de couro preto enquanto ele se sentou em uma poltrona a minha frente. Ele parecia querer manter distância de mim.

“Hm... Eu acho que poderíamos começar compartilhando nossos arquivos?” – ele disse depois de um tempo de silencio constrangedor.

“Pode ser bom para um ínicio...” – eu respondi e aguardei enquanto ele ia até o aparelho de som e colocava o áudio do seu depoimento.

“Você não precisa respirar?” – ele perguntou e eu soltei a respiração que eu não sabia que estava segurando. Eu estava tensa.

“Aperte o play Hayes” – então ele fez isso.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam?
Comentem por favor...
Trailer da Fic: https://www.youtube.com/watch?v=Nv6hjXFzpQI&feature=youtu.be



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