...Duas semanas depois...

POV Carl

[...]

Dizer que as coisas haviam melhorado depois de tudo o que passamos seria uma grande mentira, como se as surpresas já não tivessem sido o suficiente dois dias depois da morte do Glenn e David, Maggie passou mal por causa de sua gravidez; algo que ela não havia contado a ninguém até o momento em que aquele mau estar dera início. Alexandria não possuía os equipamentos necessários para examiná-la e isso custou numa segunda viagem até Hilltop e como se Maggie já não pudesse nos surpreender ainda mais ela dissera que não voltaria a morar em Alexandria, não depois de tudo o que aconteceu. Meu pai e Abraham a levaram para Hilltop e retornaram no mesmo dia, depois disso os outros dias que se seguiram foram... digamos que até um pouco tranquilo. Em comparação com os outros.

Ayla parecia ter melhorado, claro que seu humor já não era mais o mesmo e mesmo com ela sempre insistindo em dizer que estava tudo bem, eu sabia que ela durante essas duas semanas ela tirou pelo menos uns dez minutos para visitar o túmulo de David todo dia. Não seria tão fácil assim conseguir superar de uma só vez a morte de David, mas era bom saber que Ayla parecia estar realmente disposta a tentar superar a perda. Por mais difícil que ela tenha sido para ela. Depois do encontro inesperado com Negan e seus homens, as coisas em Alexandria tomaram um rumo completamente diferente, agora que tínhamos que dar metade das nossas coisas para aquele bando de desgraçados as missões de busca por alimentos, roupas e remédios passaram a serem dobradas. E tudo isso porque meu pai achou que matar vários Salvadores não resultaria em alguma coisa.

Era difícil aceitar tudo aquilo de uma só vez, enquanto vários moradores de Alexandria se mostraram estar contra toda aquela loucura de simplesmente aceitar as ordens de Negan, meu pai por outro lado parecia ter aceitado viver daquele jeito. Sempre à mercê daquele louco e dando nossas coisas para eles, e como se isso já não fosse o suficiente se não fizessemos isso mais pessoas seriam castigadas por não fazer a vontade dele.

Já fazia uns dias que eu não estava falando muito com meu pai e ele sabia muito bem o motivo disso, ele sabia que assim como as pessoas dali eu também não estava concordando nem um pouco com o que ele estava fazendo. Eu sei que isso é uma atitude de criança, mas sempre que eu o olhava eu lembrava de quando Negan matou Glenn e David enquanto meu pai permanecia ali parado sem fazer nada ouvindo Maggie e Ayla gritar completamente desesperadas.

Meu pai estava sendo um completo e perfeito covarde.

Ouvi passos descendo os degraus da escada e olhando de esgueira vi que era meu pai descendo, imediatamente voltei minha atenção para o livro que Ayla estava lendo; Denise havia falado que seria bom treinar a leitura com um olho só e como ali na casa não havia nenhum outro livro além daquele que Ayla havia pegado, resolvi treinar com ele mesmo.

Mesmo que eu não estivesse prestando muita atenção no meu pai eu ouvi ele dizer alguma coisa, porém eu o ignorei como vinha fazendo durante essa semana e tentei me concentrar apenas no livro. Eu estava prestes a virar a página quando ele sem dizer nada o fechou e tirou o livro da minha mão deixando-o sobre a mesa de centro.

— Droga Carl, eu estou falando com você. Pelo menos olhe para mim! — Ele estava ali parado bem na minha frente apenas esperando que eu o olhasse e assim o fiz. Eu o olhei, porém eu sabia exatamente como eu deveria olhá-lo com tudo o que estava acontecendo.

— Como você quer eu faça isso depois de tudo? Depois do Gleen, do David e da Maggie? — Eu pensei em me levantar, mas logo desisti dessa ideia. Continuei sentado com meu rosto erguido e continue olhando diretamente para meu pai. — Olha só tudo o que está acontecendo, aquele doente matou duas pessoas do nosso grupo e você não fez absolutamente nada para impedir isso... Nem mesmo quando a Maggie decidiu ir embora daqui você fez alguma coisa! Como quer que eu te olhe?

Ele lentamente foi fechando seus olhos até tornar a abri-los novamente.

— Eu entendo que esteja bravo, não culpo você é nem ninguém por estar desse jeito. — Ele voltou a me olhar. — Estive conversando com Daryl e os outros e todos têm praticamente a mesma opinião que você.

Meu pai respirou fundo.

— Eu quero que confie em mim, Carl. — Ele fez uma breve pausa. — Eu sei que parece que estamos deixando que Negan faça o que ele bem quiser conosco, mas eu sei o que estou fazendo e quero que você confie em mim como sempre confiou!

Ele se abaixou, estávamos agora nos encarando por completo.

— Até quando isso vai continuar pai? — Perguntei. — Quer esperar que Negan mate mais pessoas? Eu não sei se consigo fazer isso, eu quero mas não dá.

Ele juntou as sobrancelhas adquirindo uma expressão séria em seu rosto.

— Eu entendo que pense assim, mas acredite que não existe um único dia em que eu não pense no que aconteceu com Glenn e David. — Outra pausa. — Eu sei que poderia ter feito alguma coisa para impedir aquilo e não fiz nada, mas eu quero e preciso que você volte a confiar em mim novamente, Carl. Pode parecer que não, mas eu sei o que estou fazendo.

Meu pai segurou minha mão.

— Você pode confiar em mim novamente?

POV Ayla

[...]

Senti a brisa suave e fria bater sobre meu corpo fazendo com que eu ficasse arrepiada no mesmo segundo. Mesmo que eu estivesse usando uma jaqueta grossa para me proteger da temperatura; que vinha a cada dia caindo cada vez mais, ainda sim senti frio e imediatamente a fechei para me proteger do vento frio. Continuei caminhando fazendo o mesmo trajeto que eu vinha fazendo para chegar em casa até que notei uma movimentação entranha vindo do portão, Spencer era quem estava cuidando da entrada e ele também parecia ter notado a estranha movimentação.

Desviei do caminho me aproximando um pouco mais e logo parei, senti todo meu corpo se endurecer em questão de poucos segundos quando vi a figura já conhecia de Negan se aproximando do portão de Alexandria carregando em seu ombro aquele taco de baseball com o mesmo sorriso debochado da noite que ele matou Glenn e David. Respirei fundo tentando manter-me o mais calma possível naquele momento, não sabia que ele faria a coleta pessoalmente e vê-lo se aproximando do portão me deixou muito desconfortável.

Quando ele já estava próximo o bastante do portão, usando o taco ele deu três batidas fortes na grade para chamar a atenção de todos os moradores

— Porquinhos, porquinhos. Me deixe entrar! — Gritou com um tom de divertimento em sua voz. — Ei você aí, vai logo chamar o Rick e diga a ele pra deixar eu e meus homens entrar! Agora!

Spencer se virou para trás olhando diretamente para mim e como se pedisse mentalmente para que eu fizesse isso ele fez um curto aceno com sua cabeça para que eu fosse chamar o pai de Carl. Recuei dois passos sem tirar meus olhos do portão e quando fui me virar senti um leve aperto em meu ombro, imediatamente reconheci aquele aperto e nem precisei olhar para saber que se tratava de Rick atrás de mim. Antes mesmo que eu me virasse Rick já estava caminhando em direção ao portão, Negan abriu um enorme sorriso quando viu o pai de Carl finalmente começar a se aproximar.

Em poucos segundos Daryl, Abraham, Sasha, Aaron e Rosita já haviam aparecido mostrando que não estavam nem um pouco confortáveis com aquela visita.

Os dois trocaram poucas palavras antes que Rick desse permissão para que Spencer abrisse o portão, permitindo Negan e seus homens de entrar em Alexandria.

— Mas que lugar do caralho! — Ele abriu os dois braços mostrando animação. — Deve ter sido por isso que aquele puto que está no portão não queria nos deixar entrar. Da só uma olhada nesse lugar magnífico do caralho!

Negan continuava sorrindo como se fosse uma criança que acabou de ganhar algum doce, à medida que seu olhar continuava explorando Alexandria era possível notar um certo brilho em seus olhos; o mesmo brilho de quando ele matou Glenn. Passei minha mão pelo rosto respirando fundo, eu estava surpresa por ver aquele maníaco em Alexandria e estava mais surpresa por ter visto Rick permitir que aquele cretino assassino entrasse. O que Rick estava fazendo? Eu sinceramente não fazia a mínima ideia.

— Vejam só quem encontramos aqui nesse lugar foda pra caralho! — Eu pisquei umas três vezes antes de notar Negan parado bem na minha frente ainda sorrindo. — Você não é aquela pirralha que ficou esperneando pra caralho por causa do seu amiguinho que eu matei depois de ter acabado com o japinha?

Eu o olhei respirando fundo outra vez, estando de pé diante de Negan não era algo muito confortável, seu olhar era de uma pessoa completamente louca e apesar dele ser um homem incrivelmente alto, eu não estava com medo dele.

— Segura a Lucille pra mim, por favor. — Ele se virou para Rick e entregou o taco de baseball para o pai de Carl logo voltando a me encarar. — Me responda uma coisa pirralha: depois que vocês voltaram para suas casas e foram dormir, você sonhou comigo esmagando a cabeça dos seus amiguinhos? Deve sonhar com isso todas as noite né?

Negan se inclinou na minha direção apoiando suas mãos sobre seus joelhos enquanto continuava me encarando com aquele sorriso psicótico dele. Ele ficou me olhando esperando por alguma resposta, seus olhos possuíam um brilho assustador e mesmo que ele estivesse tentando me provocar ou coisa parecida eu me mantive firme. Não iria trocar uma só palavra com aquele louco, se eu o fizesse era bem provável que estaria xingando-o muito.

— Negan...

— Ei, eu não estou falando com você Rick. — Negan interrompeu Rick antes mesmo dele dar continuidade no que ele iria dizer. Vi Rick abaixar a cabeça em sinal de derrota e aquilo me intrigou; ele não era assim. — Estou tentando conversar com a pirralha escandalosa, então não me interrompa mais, porra!

O líder dos Salvadores coçou o queixo como se estivesse pensando em alguma coisa, ele olhou para todos os seus homens ali parados e depois para os moradores de Alexandria que pareciam não entender nada do que acontecia ali. Com um meio sorriso ele voltou a me olhar.

— Você não é muito educada, estou aqui tentando quebrar esse gelo entre a gente e você sequer me responde. — Disse como se estivesse decepcionado. — Eu sei que matei o seu amigo ou sei lá que caralho ele significava pra você e pela sua cara você deve estar bem puta comigo — Ele riu. — Mas se nós con...

— Faz um favor pra todo mundo que vive aqui e cala a porra dessa sua boca! — Dei um passo para frente o encarando com toda a raiva existente dentro de mim, eu sabia o quanto aquilo era uma loucura e que Negan poderia me matar em questão de segundos, mas aquele homem já estava me irritando e mesmo me esforçando para não trocar uma palavra com ele eu não me segurei.

Negan ergueu uma sobrancelha e seu sorriso debochado só ficou maior, ele se levantou ficando com todo seu corpo reto novamente e como havia feito antes abriu seus dois braços rindo de forma divertida.

— Vejam só, não é que a menina tem mais colhões que muita gente aqui! — Mais uma vez precisei respirar fundo, tudo naquele homem era irritante; o modo como ele sempre parecia estar debochando de tudo a sua volta era com toda certeza a coisa mais irritante nele, sem falar do sorriso que ele sempre exibia. — É realmente uma pena você ser assim tão novinha...

Rick rapidamente se colocou ao meu lado olhando para Negan sem dizer uma só palavra. Daryl e os outros também pareceu reagir com aquilo mostrando-se prontos para atacar se fosse preciso.

Se eu já achava aquele homem um completo louco, depois de ter ouvido aquilo eu só tive mais certeza de ouvir o que ele havia dito.

— Na verdade todos vocês deveriam ir embora daqui antes que descubram que somos mais perigosos do que parece!

Desviei meu olhar de Negan e tentei olhar para a figura que estava atrás dele, com uma pistola apontada na direção de seu rosto Carl mantinha uma postura firme enquanto olhava para Negan sem demonstrar medo algum. O que raios ele está fazendo?

Negan lentamente se virou ficando cara a cara com Carl que continuava com sua arma apontada para ele.

— Desculpe jovem garoto e desculpe a porra do meu francês, mas você acabou de me ameaçar? — Perguntou se inclinando na direção de Carl deixando a mira da arma mais próxima de seu rosto. — Isso soou como uma ameaça, mas gosto de ter certeza absoluta sobre essas coisas.

Continuei olhando e Carl sequer parecia abalado com Negan estando tão próximo dele como estava naquele momento, Rick deu um passo para frente e novamente foi interrompido por Negan que levantou sua mão indicando que ele não se movesse mais. Seus homens continuavam parados do mesmo jeito desde que entraram e agora tinham sua atenção toda voltada para Carl que estava ameaçando seu líder.

— Agora eu quero que você repita a mesma coisa que me disse antes. — Negan continuava sorrindo. — Vamos lá não seja tímido, eu quero ouvir o que você disse. Vamos lá me mostre o quanto você é fodão!

— Tire ele daqui, Ayla. — Rick sussurrou para que apenas eu o escutasse. Antes mesmo que eu pudesse fazer isso Carl já havia abaixado sua arma e já havia dado as costas para Negan caminhando e se afastando dele. — Vai.

Me afastei de Rick seguindo o mesmo caminho que Carl estava fazendo até que ouvi Negan fazer uma piada obscena e de muito mau gosto, seus homens riram com a piada. Sacudi minha cabeça tentando esquecer o que eu havia escutado e continuei seguindo Carl, fazendo o que Rick havia pedido. Não levou mais do que alguns minutos até que Carl finalmente parasse de andar, parei mantendo uma distância boa entre mim e ele quando me dei conta de onde estávamos. Parado na frente do túmulo de Glenn, o projeto de xerife lentamente se virou na minha direção me olhando.

— Ele mandou você me seguir não foi? — Aquela pergunta não precisava de uma resposta porque ele já sabia qual seria; Carl conhecia muito bem o que pai que tinha. — Eu queria ter atirado nele, eu teria feito isso!

Comecei a me aproximar dele até ficar ao lado de Carl, olhei para o pedaço de madeira fincado no chão com o nome de Glenn escrito nele e ao seu lado a placa com o nome de David, senti um pequeno nó na minha garganta se formar.

— Negan precisa morrer, Ayla! — Ele continuou. — Olha só o que ele fez com eles... — Apontou para os túmulo de Glenn e David e logo me olhou. — Se nós não pararmos ele, vamos continuar enterrando mais pessoas e eu não quero fazer isso. Não quero enterrar mais ninguém!

— E não vamos. — Falei me virando para olhá-lo. — Se corrermos agora mesmo até para arsenal de armas pegamos as mais potentes e começamos um tiroteio digno de filme e então, matamos Negan.

Carl virou seu rosto me olhando também.

— Sem piadas Ayla.

— E quem disse que isso o que eu disse era piada? — Cruzei meus braços séria. — A parte de correr até lá pode até parecer brincadeira, mas se todo mundo aqui se juntar podemos pelo menos dar um fim nesses Salvadores que estão aqui em Alexandria. Já é parte de um plano...

Carl não me olhou.

— Eu também teria atirado nele. — Confessei. — E ainda quero fazer isso. 

Dessa vez Carl se virou completamente ficando de frente para mim.

— Ele ficou dizendo umas coisas sobre aquela noite e... nossa como eu queria que ele calasse aquela maldita boca. — Fechei meus olhos por alguns segundos. — Depois daquela noite tudo o que eu mais quero é matar aquele desgraçado e fazê-lo pagar pelo que ele fez.

Voltei a olhar para a madeira com o nome de David escrita nela, já fazia uma semana desce que ele havia sido morto e era impossível pensar nele sem lembrar da terrível cena dele tendo sua cabeça esmagada por Negan. Quando ele me perguntou se eu sonhava com aquela noite eu sonhava, não sempre mas, meus pesadelos se resumiam apenas em flashes de David e Glenn tendo suas cabeças esmagadas por um taco de nome Lucille. Eu evitava pensar muito sobre aquela noite e sabia que mais cedo ou mais tarde eu teria de superar isso.

— Meu pai conversou comigo sobre tudo isso mais cedo, ele disse que eu deveria confiar nele porque ele sabe o que está fazendo. — Eu o olhei novamente. — Mas... Eu não consigo, não com tudo isso acontecendo. Não depois do que aconteceu com eles.

— Ele tem um plano? — Perguntei franzindo minha testa.

— Acha mesmo que ele tem um plano? — Carl perguntou de volta. — Ele está deixando Negan fazer o que bem quer aqui, não parece que ele tenha um plano.

Carl parou de falar e continuou olhando para os túmulos, eu não soube o que dizer exatamente naquele momento pois eu realmente não sabia o que eu deveria dizer. Eu havia notado uma certa distância entre ele e Rick e não toquei nesse assunto desde então, não sabia ao certo o que havia acontecido entre eles dois e quis continuar sem saber. Afinal não era da minha conta. Mas depois de ouvir aquilo eu pude notar que Carl parecia estar com raiva de Rick, provavelmente pelos recentes acontecimentos.

— Acho que a única coisa que nos resta agora é esperar. — Falei. — Esperar até que...

Suspirei. Eu não sabia ao certo o que dizer naquele momento.

— Esperar. — Ele disse com sua voz baixa e desanimada, ele se voltou na minha direção. — Esperar até que ele decida matar mais alguém, já estamos fazendo isso Ayla. Já estamos esperando, por duas semanas e nada! Meu pai não vai fazer nada contra isso...

— Carl —Eu tentei me aproximar dele, mas assim que fiz isso ele se afastou. Estava com raiva.

— Eu vou pra casa, Denise me disse que seria bom se eu treinasse minha leitura com um olho só então...

— Ok. Pode ir. — Respondi. — Prometi que iria ajudar Carol com as crianças e agora com essa visita inesperada do Negan ela deve estar me procurando. Até depois xerifinho.

Nos despedimos um do outro com um beijo rápido e como sempre Carl parecia ficar um pouco sem jeito com tudo aquilo; o que era estranho porque já estávamos namorando a um bom tempo. Mas mesmo assim era um pouco cômico ver como ele reagia quando nos beijávamos.

POV Carl

[...]

Continuei parado no mesmo lugar enquanto via Ayla se afastar cada vez mais, eu só saí de lá quando eu tive total certeza de que ela já não estava mais me vendo. Caminhei em silêncio até chegar perto do arsenal de armas, vi alguns dos homens de Negan invadir alguns casas tirando várias coisas delas e esperei o momento exato para ir até o arsenal; não queria ser visto por ninguém.

Quando tive minha primeira oportunidade, corri até o arsenal entrando pela porta da frente e rapidamente a fechei torcendo para mentalmente para não ter sido visto por ninguém. Olhei para todas as armas que estavam guardadas ali dentro, me surpreendi um pouco com toda aquela quantidade e procurei por uma que fizesse um bom estrago mas que fosse fácil de ser carregada.

O que eu estaria prestes a fazer era sim uma completa loucura, mas eu não podia deixar que Negan e seus homens continuassem com aquilo; Ayla até que tinha armado um plano bom: pegar uma arma e começar um tiroteio. Mas isso não poderia ser feito aqui em Alexandria, não iria colocar a vida dos outros moradores em risco, aquilo precisava ser feito em outro lugar.

Saí do arsenal carregando a maior arma que eu havia encontrado ali dentro, com a mesma cautela de antes eu caminhei até chegar em um dos lados isolados de Alexandria e com cuidado escalei o muro cuidando para não deixar a arma que havia praticamente roubado do arsenal cair. Assim que pulei para o outro lado me escondi de dois errantes que estavam se aproximando e quando os vi seguir para outra direção corri até encontrar o veículo que Negan e seu bando de Salvadores haviam usado para chegar até Alexandria.

Eles estavam levando várias coisas que pertenciam a nós para um caminhão grande que estava estacionado do lado de fora de Alexandria e como havia feito antes esperei pela melhor oportunidade para conseguir entrar. Os dois Salvadores que estavam levando as coisas para o caminhão imediatamente pararam o que estavam fazendo quando notaram a aproximação de três errantes, aproveitei que eles foram dar conta dos mortos e corri sorrateiramente até o caminhão jogando primeiro a arma e depois subi finalmente entrando e me escondi no meio dos colchões e caixas que eles haviam colocado ali dentro.

Eu iria matar Negan, iria fazer isso não apenas por Ayla mas faria isso pela Maggie, pelo Glenn e por David. Iria fazer isso por todos em Alexandria. Ninguém mais iria viver sendo obrigado a seguir as regras daquele louco.

Ninguém mais sofreria por causa de Negan e seus Salvadores.