Hell on us escrita por Sami


Capítulo 20
Sem santuário


Notas iniciais do capítulo

Olá queridinhos e queridinhas, voltei com mais um capítulo de Hell on us para todos vocês.
Antes de mais nada vamos todos chorar por causa do hiatus de twd, esperar por Negan até fevereiro não vai ser nada fácil! E ai, quem vocês acham que vai morrer até lá? Sugestões??


Esse capitulo, como vocês devem ter reparado no nome será todinho como na série e teremos os pov's de Ayla e Carl -um destaque maior em Carl-.

Espero que gostem.



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POV Ayla

[...]

Tyreese e eu continuamos olhando para Carol sem dizer uma única palavra, eu tinha que admitir que o plano que ela havia formulado era realmente muito bom. Usar a horda de errantes que se aproximava para entrar em terminus e tirar o pessoal de lá. Mas ela queria ir sozinha até lá, ela queria fazer isso sozinha e sem nenhuma ajuda nossa.

— Você tem certeza de que quer mesmo fazer isso, Carol? — Tyreese perguntou ainda um tanto incerto se deveria concordar ou não com aquilo. — Sabe muito bem que podemos te ajudar com isso, principalmente ele. — Acenou com a cabeça para onde Martin estava amarrado.

Eu estava sentada no balcão onde havia batido a testa e o joelho horas atrás, Ty estava com Judith no colo olhando diretamente para Carol enquanto ela arrumava as coisas que provavelmente iria usar para conseguir invadir Terminus.

Olhei brevemente para Martin notando que ele parecia tranqüilo demais com tudo aquilo, estava com suas mãos amarradas –quase do mesmo jeito que eu estava antes– e pelo modo como ele nos olhava parecia debochar mentalmente de nós.

— Eles nos atacaram primeiro, nós apenas revidamos para nos defender. — Disse ainda nos olhando. — Tínhamos que nos defender de algum jeito.

— Eu não acredito nisso. — Carol falou sem o olhar. — O que mais sabe sobre eles? Sabe os nomes?

— Eu já falei, só temos o menino e a samurai. — Repetiu revirando os olhos. — Estávamos só nos protegendo!

— Eu continuo não acreditando  nisso. — Carol o olhou dessa vez. — Sabemos que havia quatro pessoas indo para Terminus. Para o seu próprio bem, não minta!

Olhei para Carol mais uma vez ficando surpresa ao ouvi-la ameaçar Martin, era a primeira vez que a via fazendo isso e não vou mentir em dizer que não fiquei espanta por ver o quanto ela era ainda mais durona do que eu imaginava que ela era.

— Há muitos de nós, em seis direções diferentes. Temos muitas armas nas bases, vai precisar detonar as cargas ao mesmo tempo para confundi-los. Isso vai ajudá-la!

Carol se virou voltando a nos olhar dando as costas para Martin.

— Carol, nós podemos ajudá-la com isso. — Tyreese se aproximou dela tocando-a em seu ombro. — Sabe que não precisa fazer tudo isso sozinha!

Desci do balcão e me aproximei deles para participar daquela conversa também, Ty estava certo, poderíamos ajudá-la a fazer aquela loucura de invadir terminus. Como ele mesmo havia dito antes, ela não precisava fazer nada disso sozinha.

— Vai mesmo recusar nossa ajuda, Carol? — Perguntei agora a olhando séria. — É perigoso demais ir até lá sozinha, ainda mais sabendo que eles são em muitos.

O irmão de Sasha me olhou rapidamente voltando seu olhar para Carol concordando comigo.

— Ayla está certa, fazer isso sozinha pode ser muito perigoso.

Carol suspirou.

— Não, eu já falei. Vocês vão ficar aqui cuidando da Judith e eu vou fazer o que for necessário para tirar todos daquele lugar!

Ela nos olhou uma última vez e sem dizer mais nada e sem nos deixar dizer mais alguma coisa, ela saiu.

 

POV Carl

[...]

 

Já havia amanhecido quando meu pai e mais algumas pessoas do grupo decidiram finalmente se juntar para pensar em alguma forma de conseguir sair daquele vagão. Michonne ainda estava ao meu lado e mesmo que eu não estivesse a olhando, eu conseguia sentir o peso do seu olhar sobre mim, provavelmente ela sabia muito bem o que estava se passando na minha mente naquele momento.

— Ei, — Me chamou com a voz baixa para que apenas eu a ouvisse ali dentro. Virei meu rosto devagar finalmente a olhando. — Elas estão bem.

Fiquei um tempo a encarando em silêncio, Michonne era uma grande amiga e eu era muito sortudo em tê-la por perto, eu gostava de ter alguém como ela ao meu lado e, meu pai havia tomado uma ótima decisão em deixar que ela ficasse conosco.

— Não sabemos nada delas desde ontem, — Falei. — Eu não tenho mais tanta certeza de que eles estão com elas aqui também. Talvez outras pessoas devem ter levado elas.

Michonne franziu a testa por alguns segundos sem tirar os olhos de mim.

— Vamos encontrá-las quando você menos imaginar. — Falou tocando no meu ombro como se tentasse me consolar de alguma maneira. — E elas vão estar perfeitamente bem.

— É... — Concordei com a cabeça. — Eu sei disso, só estou preocupado com elas duas.

Michonne sorriu brevemente virando o rosto para a direção oposta.

— É claro que está, todos nós estamos preocupados com elas. — Suspirou. — Mas por enquanto o mínimo que devemos fazer é encontrar um jeito de conseguir sair dessa droga de vagão antes que esse pessoal tente fazer alguma coisa com a gente.

 

 

...

 

Vários minutos se passaram e havíamos de fato um tipo de plano; bom, pelo menos era isso que meu pai, o grandão de nome Abraham e Daryl havia nos dito. Iríamos fazer armas com tudo o que tínhamos ali dentro, isso incluía até mesmo em acessórios que estávamos usando como cintos e algumas outras coisas que pudesse servir.

Eu estava ajudando Michonne a fazer um tipo de espada, ou pelo menos tentando fazer algo parecido com a katana que ela usava antes. Olhei por um momento para meu pai, ele usava o zíper de sua jaqueta para conseguir arrancar uma parte da madeira que havia dentro do vagão e parecia estar conseguindo isso.

— Cala a boca! — Ergui minha cabeça olhando para onde Daryl estava, ele estava de pé na frente da única porta que havia ali naquele vagão vigiando através da pequena fresta para ver o que se passava do lado de fora.

Pelos barulhos que estávamos ouvindo ali dentro, os moradores do terminus estavam agitados, talvez estivesse acontecendo alguma coisa ali fora.

— Tem quatro deles vindo! — Alertou Daryl.

Meu pai começou a caminhar na frente e logo todos fizeram o mesmo, Abraham, o homem ruivo e musculoso se colocou um pouco atrás junto com

— Vocês sabem o que fazer! — Meu pai olhou para nós rapidamente. — Ataquem os olhos primeiros e depois as gargantas!

Michonne e eu nos colocamos de pé, ela segurou a espada improvisada que havia feito deixando-a um pouco na minha frente como se tentasse me proteger do que viria a seguir. Limpei o suor da minha testa me preparando e me posicionando ao lado dela; assim como ela havia me dito para fazer quando fôssemos atacar aquele grupo.

Olhei brevemente para todos que estavam ali dentro, éramos exatamente doze pessoas; isso incluindo as quatro novas pessoas que de acordo com Maggie e Glenn eram amigos deles. Iríamos conseguir escapar daquele lugar, éramos fortes e depois de tudo o que já havíamos passado, aquele vagão era apenas mais um mero obstáculo do qual iríamos conseguir ultrapassar.

Iríamos conseguir.

— De costas para as paredes nas pontas do vagão. Agora!

Meu pai olhou rapidamente para Daryl e fez um rápido aceno com sua cabeça enquanto todos nós nos posicionamos para o futuro ataque que faríamos.

Uma agitação começou do lado de fora e nos preparamos ainda mais, ouvimos um barulho vindo do teto do vagão, como se alguém estivesse andando ali em cima. Todos nós erguemos nossas cabeças olhando para o teto e logo em seguida uma pequena porta se abriu conseguindo iluminar uma parte do interior do vagão.

Vi alguma coisa ser jogada ali dentro fazendo um barulho um pouco estranho, houve um longo momento de silêncio até que a voz de Abraham cortou todo o silêncio daquele lugar gritando para que todos nós saíssemos de perto daquilo.

Uma fumaça quase branca começou a se formar ali dentro impedindo que eu ou os outros conseguíssemos enxergar o que estava acontecendo ali dentro. Tudo começou a ficar muito confuso e se tornou ainda mais difícil conseguir ver o que exatamente estava acontecendo, ficou até mesmo para respirar.

Comecei a tossir e logo percebi que todos ali dentro também estavam tossindo.

Ouvi o rangido da porta indicando que ela estava sendo aberta, como não conseguia enxergar o que ou quem estava entrando a única coisa que consegui discernir com clareza foi ver brevemente algumas pessoas entrando no vagão também.

 

...

 

Levou um tempo para que a fumaça finalmente sumisse, quando conseguimos respirar sem tossir e ver o que havia realmente acontecido, meu pai, Daryl, Glenn e Bob haviam sido levados dali.

Não foi surpresa nenhuma que entrássemos em desespero quando percebemos isso, meu pai estava lá fora e não tínhamos a menor ideia do que eles queiram fazer com eles e nem mesmo sabíamos o motivo pelo qual eles os levaram para fora.

— Precisamos fazer alguma coisa! — Bradou Abraham já ficando nervoso. — Não podemos ficar aqui parados!

— E não vamos! — Michonne o olhou. — Vamos encontrar um jeito de conseguir sair daqui!

Todos ficaram em silêncio por um tempo até que ouvimos uma forte explosão do lado de fora, o vagão deu uma leve sacudida e logo ouvimos vários tiros sendo disparados também. Algum tipo de guerra estava acontecendo ali fora e estávamos presos dentro daquele vagão sem chance alguma de conseguir sair dali. Estávamos sem saída ali dentro.

— Isso não é nada bom! — Abraham foi até a porta do vagão e usando os próprios punhos bateu com força nela tentando abri-la. — Tem alguma merda acontecendo lá fora e estamos presos aqui como animais! Precisamos agir logo!

— O que você tem em mente? — Sasha perguntou num tom quase irônico. — O que quer que façamos aqui dentro?

Abraham a olhou por um tempo como se estivesse pensando no que iria responder a ela, ele deu outro murro forte na porta bufando já nervoso quando mais tiros começaram. Olhei para Michonne um pouco assustado com tudo aquilo, meu pai estava ali fora e Deus sabia o que estava acontecendo ali fora.

Não tínhamos como saber se os moradores do terminus estavam sendo atacados ou se eles estavam atacando alguém. E tudo aquilo estava me deixando ainda mais preocupado.

Houve outra agitação do lado de fora e nos preparamos mais uma vez para qualquer tipo de ataque que pudesse acontecer, Abraham e Michonne se colocaram na frente de todos segurando suas armas improvisadas e então se prepararam para atacar.

O mesmo rangido que ouvi quando a porta do vagão foi aberta se repetiu, dessa vez não durou mais do que poucos segundos e ela novamente foi aberta. Assim que ela foi aberta vi meu pai a empurrando com o braço liberando espaço o suficiente para que saíssemos de lá dentro.

Ver todo aquele cenário do lado de fora daquele vagão me lembrou muito do que havíamos passado quando a prisão estava sendo atacada pelo governador.

Bob, Glenn e Daryl estavam um pouco afastados de onde meu pai estava matando alguns errantes que se aproximavam deles, enquanto isso meu pai gritou para que saíssemos dali e atacasse também.

Ele jogou uma arma para Abraham e o mesmo logo começou a matar alguns errantes também.

Começamos a correr sendo guiados por meu pai e Daryl, Michonne permanecia ao meu lado matando qualquer morto que se aproximava de mim com extrema rapidez.

Me senti um pouco inútil por não estar a ajudando com isso.

Um errante se jogou na minha direção, ele estava com sua boca aberta tentando me morder e como estava sem armas para matá-lo a única coisa que consegui fazer com ele foi segurá-lo pelos ombros já apodrecidos dele para que ele não me mordesse.

Tentei empurrá-lo usando a força e não consegui, ele se agitou mais e jogou novamente seu corpo para frente tentando me morder outra vez. Quando ele tentou fazer isso outra vez, Michonne logo conseguiu acertá-lo partindo sua cabeça ao meio.

Seu corpo ficou pesado e logo o soltei o deixando cair no chão. Respirei fundo prestando um pouco mais de atenção em tudo o que estava acontecendo ali em terminus e estava uma visão exata do que a prisão havia se tornado quando fomos atacados pelo governador; errantes vindo de todas as direções matando pessoas e vários e vários tiros sendo disparados.

Tanto para matar os mortos quanto para nos matar.

— Aqui! — A moça de nome Rosita gritou para que nós a seguissemos.

Todos começaram a pular para o lado de fora e o grandão ruivo, Abraham nos ajudou a conseguir isso. Ele rapidamente me ergueu do chão me ajudando a passar minhas duas pernas para o outro lado, quando já tinha quase todo o meu corpo do outro lado pulei conseguindo cair quase em segurança no chão.

Meu pai e Abraham foram os últimos que pularam para o lado de fora.

Corremos para o mais longe possível de terminus, queriamos logo sair de perto do caos que terminus também havia se tornado em questão de poucos minutos.

Terminus havia se tornado apenas mais um lugar que foi destruido por algo um pouco pior do que os moros; as pessoas.

Quando paramos, meu pai e Daryl pararam próximos a algumas árvores, eles se entreolharam por um tempo como se conversassem com o outro mentalmente e logo meu pai se ajoelhou perto de uma das árvores, ele cavou por alguns segundos até que a mala que ele havia escondido foi revelada.

Rapidamente ele a abriu mostrando várias armas que havia ali dentro.

— Por que diabos continuamos aqui? — Abraham perguntou no mesmo tom nervoso dele.

— Armas e suprimentos. — Meu pai respondeu sem o olhar. — Vão pelas cercas, usem os rifles. Acabem com o resto deles!

Eu olhei confuso para meu pai, ele queria que voltássemos para terminus mesmo com todo o lugar quase destruído. O que ele estava pensando?

— Como? — Rosita perguntou.

— Eles não sobreviverão! — Respondeu.

Todos se olharam sem acreditar naquilo que meu pai havia dito.

— Rick, nós já escapamos. Acabou! — Glenn falou o olhando.

— Só depois que todos estejam mortos! — Falou enquanto tirava uma arma de dentro da mala.

— Acabamos de fugir de lá e você quer que a gente volte para aquele inferno?! — Abraham grunhiu ficando nervoso.

— As cercas caíram, se eles não escaparem de lá serão mortos pelos errantes!

Meu pai não respondeu nada, apenas ficou nos olhando por um tempo, eles estavam certos, não deveríamos voltar para aquele lugar apenas para matar o pessoal que estava vivo. Deveríamos sair logo daquele lugar e procurar por Ayla e minha irmã.

Fiquei olhando para meu pai esperando ele dizer alguma coisa, vi alguém se aproximar e quando pensei em reagir logo vi que era Carol.

Meu pai olhou para trás completamente surpreso em vê-la viva, eu também estava surpreso com aquilo e até mesmo Daryl.

Assim que ele a viu correu até ela a abrançando como se não a visse por meses. Confesso que nunca pensei que veria alguém como Daryl fazer isso; ainda mais ele que se mostrava sempre tão marrento quanto ele.

Meu pai logo se aproximou também, eu e Maggie fizemoms o mesmo e pude perceber que ela algumas partes da roupas estavam sujas de barro e terra e havia um pouco em seu rosto também.

— Você fez aquilo? — Ele perguntou a olhando e sem esperar por alguma resposta ele logo fez o mesmo que Daryl havia feito; a abraçou.

— Vocês precisam vir comigo!

 


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo lindezas!



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