Criminalidade e amor escrita por Maah Santos


Capítulo 2
Se unindo com o inimigo


Notas iniciais do capítulo

Oii gente
Aqui vai o segundo capitulo, desde já peço desculpas pela demora e como recebi comentários positivos, a fic vai continuar! :D



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– Ufa, escapamos – o cara fala, comemorando

– É, mas minhas amigas foram presas – falo, brava. Como ele pode estar feliz numa hora dessa?

– Calma, amanhã nós começamos tudo – ele fala

– Nós? Eu não vou trabalhar com você – falo

– Vai sim – ele fala, simplesmente

– Não vou

– Vai. Vai sim. Por que você precisa de mim pra tirar as suas amigas da cadeia – ele fala

– E você precisa de mim – rebato

– Sim – ele admite – Agora somos um time. E agora nós vamos pro meu apartamento e amanhã discutimos tudo

Não falo nada e apenas concordo com a cabeça. É ainda melhor irmos pro apartamento dele, pois assim ele não descobre a minha localização.

Então nós saímos do beco depois de ter visto se tudo já estava limpo. O cara se apressa e chama um taxi e entramos correndo. Se estou sendo procurada agora... não posso correr o risco de ser vista por enquanto.

O táxi dirige até um condomínio, o cara paga pela corrida e saímos.

– Coloca o capuz – ele fala e eu coloco o capuz da jaqueta. Ele também coloca o capuz da jaqueta dele e entramos no condomínio. O porteiro dá um “boa noite” bem fraco, que o cara responde.

Andamos até o prédio dele e ele coloca o décimo primeiro andar no elevador. Quando saímos do elevador e vamos até a porta de sua casa, ouço alguém falar atrás de nós:

– Peeta! – quando nos viramos, vemos um velho mal-encarado e o cara que eu descobri se chamar Peeta, estranhamente me coloca pra trás dele

– O que você quer? – pergunta Peeta, bem seco

– Soube que andou aprontando – o velho fala – Você apareceu no jornal e está sendo procurado...

– O que você quer, Theared? – pergunta Peeta

– Eu quero a garota – Theared fala e eu fico com medo que o Peeta me entregue pra esse velho maluco

– O que? – pergunta Peeta

– Ela – ele diz apontando pra mim – Ou eu chamo a policia e aviso que está aqui

Peeta vira pra mim e não consigo decifrar a expressão de seu rosto. Será que ele está pensando na possibilidade de me jogar pra esse cara? Eu não tenho pra onde fugir aqui e o Peeta é muito forte, ele pode me segurar.

– Tudo bem – Peeta fala, me pega pela cintura e me levanta. Só agora eu percebi o quanto ele é mais alto que eu... devo bater mais ou menos na altura de seu peito. Eu tento me soltar, mas ele é muito forte. Ele vai andando até o velho e quando está de frente pra ele, grita – Agora!

Eu entendo e dou o maior chute na cara do velho e o Peeta me gira no ar, me fazendo ir pra trás dele de novo. O velho imediatamente cai no chão desmaiado por causa do meu golpe da hora.

Peeta arrasta o velho pro apartamento dele, em frente do de Peeta e tranca a porta, jogando a chave não sei aonde. Ele vai demorar pra sair dai.

– Vem, vamos entrar logo - Peeta fala e me puxa pro apartamento dele. Ele tranca umas mil fechaduras que tem na porta e por fim ascende a luz.

O apartamento é até grande e bem limpo. Bem bonito. Até que o Peeta tem bom gosto.

– Eu vou tomar um banho – ele anuncia

– E eu? - pergunto

– O que? Quer tomar banho comigo? – ele fala com um sorriso malicioso

– Vai se ferrar – eu falo – Só quero tomar um banho – eu falo e ele continua com o sorrisinho sacana – SOZINHA

– Ok – ele fala – Vem aqui

Ele me guia até um quarto, acho que o de hóspedes, e pega uma toalha e em seguida abre a porta de um banheiro, pois é, o quarto é uma suíte.

– Mas o que eu visto depois? – pergunto

– Não me importaria se você não vestisse nada – ele fala com outro sorriso sacana – Mas eu trago um moletom meu e coloco aqui na cama

Então ele sai do quarto, fechando a porta e eu entro no banheiro. Quando eu vejo uma banheira com hidromassagem, nem tiro minhas roupas intimas e só abro a torneira pra agua encher a banheira.

Quando já está cheia, entro, ligo a hidromassagem e finalmente relaxo. Tento não pensar no perigo que estou correndo, que daqui a cinco minutos, por exemplo, eu tenha que sair daqui correndo pra não ser pega...

Começo então a lembrar da minha família. Meu pai, minha irmãzinha e minha mãe. Todos mortos por causa do incêndio que houve na minha casa quando eu tinha onze anos.

Depois daquele dia, passei a morar em orfanatos e alguns casais me adotavam, mas depois me devolviam. O motivo? Eu não sei. Eu sempre tentava ser agradável, mas depois, eles simplesmente me devolviam pro orfanato.

Até que com 16 anos, eu fugi do orfanato. Effie me achou quando eu tentava um emprego numa lanchonete e me chamou pra fazer parte da “família” e foi quando eu conheci as meninas. Algumas, como a Annie e a Mad com a minha idade e as outras um pouco mais velhas, mas nenhuma maior de vinte anos. Isso tudo ocorreu no começo do ano passado. Em pensar que parece que ocorreu há anos atrás.

Quando comecei a fazer parte dos planos, ficava com medo, mas Effie, nossa chefe, foi me ensinado técnicas de disfarçar suas emoções, encontrar um local de fuga etc...

Fico pensando em várias coisas até que minhas pálpebras vão ficando pesadas e a inconsciência vai me levando...

Por fim, acordo não sei quanto tempo depois, bem mais relaxada. Quando abro completamente os olhos e vejo... não acredito.

– O que você tá fazendo aqui?! – grito com o Peeta que está na minha frente e tento me cobrir, mas me lembro que, por sorte, eu não tirei minhas roupas íntimas

– Eu to na banheira – ele fala com cara de idiota

– Eu sei. Mas a questão é: por que está nela? – falo irônica

– A água da minha tava fria – ele fala mentindo descaradamente

– Sei... – falo desconfiada

– Eu... – ele ia falar alguma coisa, mas começamos a ouvir batidas na porta – Eu já volto. Peraí... qual é o seu nome?

Ai percebo que ele ainda nem sabia o meu nome

– Katniss – eu falo

– Ok, Katniss. Me escuta: se eu te chamar, você vai lá e não discorda com nada que eu disser. Já tenho uma ideia de quem pode ser

– Ok- falo e ele se levanta da banheira. Ele está com uma cueca box preta e eu tento não olhar pra ele. Ele tem um corpo do tipo... modelos ficariam com inveja

Ele sai do banheiro com uma toalha pendurada no pescoço e vai atender a porta enquanto eu torço pra não ser a polícia.

– Gata, vem aqui – Peeta chama e eu me levanto da banheira. Eu me seco e coloco um roupão que tinha em cima da cama e vou pra sala

Na sala tem um cara MUITO gato, mas não sei por que, penso no quanto o Peeta é mais bonito... sei lá. Pelo menos pra mim...

– Gatinha, esse aqui é o Finnick – Peeta fala colocando o braço em volta dos meus ombros – Finnick, essa aqui é a Katniss

– Realmente é um prazer conhece-la – Finnick fala de um jeito sedutor e beija a minha mão

– Mas então, como você conseguiu escapar? – Peeta pergunta pro Finnick.

– Apenas... – Peeta começa a falar, mas eu o corto falando:

– Eu vou trocar de roupa – e entro de novo no quarto de hóspedes. Coloco a camiseta e a calça de moletom que o Peeta deixou em cima da cama. Fica enorme, mas é melhor do que ficar de roupão na frente de dois caras que mal conheço. Aproveito e pego a minha roupa também, pra colocar pra lavar.

Volto pra sala e encontro os dois sentados no sofá conversando, tomando cerveja.

– Ah, senta aqui, gatinha – Peeta aponta o lugar ao lado dele e eu vou até lá e me sento

– Mas então, quando vocês fugiram, eu aproveitei e corri também. Até por que parecia estar havendo algum tipo de briga no cofre. O walkie – tokie do Gloss estava ligado – Finnick fala

– Estava tendo mesmo – eu confirmo – Minhas amigas estavam lá. Nós tínhamos planejado de assaltar lá antes de vocês

– E como não percebemos quando vimos o banco? – Finnick pergunta abismado

– Nós somos... discretas – falo

– E vocês estão na TV agora – Finnick fala e olhamos pra ele perplexos – Quando eu tava correndo, acabei passando em frente a uma lanchonete, e na TV estava os dois correndo. As câmeras da rua filmaram

– Liga essa TV! – falo e ele liga. Em todos os canais de noticia está passando sobre nós e sobre as duas quadrilhas que foram encontradas:

O casal, que não sabemos de qual quadrilha pertence, correu a pé atirando contra a polícia. Um mascarado fugiu quando o casal recebeu a atenção da polícia. No total temos três foragidos e 10 presos, sendo cinco meninos e cinco meninas menores de idade

Perai... dez presos? É certo que a Fox e a Mad não tinham como ser pegas, mas então significa que sobrou mais alguém. A Annie é obvio que não foi pega, ela fugiu antes de nós... mas então quem?

– E agora? – pergunta Finnick

– Vamos tirá-los da prisão – eu falo como se fosse óbvio

– E como vamos fazer isso? – pergunta Finnick

– Ainda não bolei um plano, mas eu já sei quem vai nos ajudar – falo pegando a lata de cerveja da mão do Peeta e bebendo um pouco

– Ei, gata! – Peeta reclama, mas eu não devolvo e continuo bebendo

– Mas então, vamos dormir? Amanhã a gente vai pro Q.G, eu to cansado – fala Finnick

– Vai dormir aqui? – pergunto, confusa

– Sim – Finnick fala dando uma piscada discreta pra mim e eu entendo o plano: deixar o Peeta bravo – Mas e ai? Você quer dar uma passada no meu quarto essa noite?

– Claro. Peeta, você não se importa né? – falo e o Peeta tenta disfarçar, mas não consegue e fica com cara de quem chupou limão. Finnick e eu caímos na risada e eu até me engasgo com a cerveja

– Ai, ai – falo após a crise de risos – Peeta, você caiu direitinho

– Mas, gata, a oferta ta de pé, topa? – Finnick fala dando um sorrisinho sacana

– Não, obrigada. Estou ótima com o Peeta – falo

– Vamos parar de enrolação e vamos logo dormir torcendo pra polícia não aparecer – Peeta fala

– Você sabe que é quase impossível a policia aparecer aqui – Finnick fala e eu não entendo, mas decido perguntar pro Peeta depois

– Vamos logo – Peeta fala e se levanta

– Perai que eu vou colocar isso pra lavar – falo apontando pras minhas roupas e Peeta me indica onde é a lavanderia. Coloco minhas roupas na máquina de lavar e volto pra sala.

– Vamos, gatinha – Peeta fala colocando o braço em torno dos meus ombros e o Finnick vai pro quarto de hóspedes e nós dois vamos pro quarto do Peeta.

Eu nem hesito e já me deito logo na enorme cama de casal. Eu to morrendo de cansaço.

– Se você tocar em mim, eu te mato – falo quando sinto o Peeta deitar do meu lado e só pra me provocar ele põe a mão na minha coxa e eu pego a arma do criado mudo e aponto pra ele

– Ok, calma ai - ele fala e levanta as mãos em sinal de rendição

– Ótimo – eu falo e me viro pro outro lado

– Apagar – Peeta fala, bate palma e a luz apaga

– Peeta... – falo

– O que? – ele pergunta

– Queria te fazer uma pergunta... por que você não me entregou pro velho louco? Digo... você podia ter me entregado e ter ficado de boa. Eu não ia conseguir fugir naquela hora – pergunto o que eu tava curiosa pra perguntar

– Somos um time não somos? Vamos libertar nossos amigos juntos – ele fala

– Bem... obrigada, de qualquer forma – falo e fecho os olhos. Ele ainda resmunga alguma coisa, mas eu não ouço. Aos poucos, vou conseguindo adormecer.

Acordo no outro dia e estranho o quarto que estou. Onde eu estou? Como vim parar aqui?

Mas, ao olhar para o lado e ver o cabelo loiro de Peeta, me lembro de tudo o que aconteceu. O assalto que deu errado. A fuga. E agora eu estar sendo procurada, capaz de ser presa no exato momento que pisar meus pés na rua.

Me levanto da enorme cama do Peeta e vou pra lavanderia. Minhas roupas estão limpas, mas estão úmidas. Coloco-as na secadora e volto pro quarto, tendo em vista que ainda são seis da manhã e ainda tenho um tempo pra dormir.

Durmo de novo e só acordo quando ouço um barulho de alguma coisa apitando e me assusto. Mas depois, constato que foi só a secadora, indicando que minhas roupas estão secas. Me levanto e vou pra lavanderia de novo, me decidindo já ficar acordada.

Pego as roupas, que agora estão sequinhas e vou pro banheiro que tem no quarto do Peeta. Tomo um banho e me seco. Coloco minhas roupas intimas e vou pra frente do espelho, agora um pouco embaçado pelo vapor da agua do chuveiro.

Por sorte, acho uma escova de dentes ainda no pacote. Escovo os dentes e começo a arrumar meu cabelo quando a porta do banheiro é aberta e o Peeta entra só de cueca com uma toalha nos ombros.

– Bom dia, gata - ele fala dando um sorrisinho sacana e me secando depois. Decido ignorá-lo e continuo a fazer o que estava fazendo: uma trança lateral no cabelo.

Ele vai pro box e liga o chuveiro. Termino minha trança e coloco minha roupa, saindo do banheiro depois disso.

Vou pra cozinha e procuro desesperadamente por algo pra comer e encho uma tigela de cereal com leite e vou pra sala. Ligo a TV pra ver se há mais alguma noticia do assalto de ontem e infelizmente todos os noticiários falam a mesma coisa do jornal de ontem, cada um aumentando um ponto, mas a mesma coisa.

Decepcionada, deligo a TV e procuro um caderno ou qualquer coisa que irá me ajudar. Acho um caderno junto de um estojo no quarto do Peeta, mas quando abro, vejo desenhos. São vários. Alguns são de paisagens naturais, mas outros, são negros e obscuros, como um com uma mão enforcando um garoto. São bem desenhados e de longe, nota-se o talento de Peeta através desses desenhos.

Mas eu fecho o caderno vendo que é de uso pessoal do Peeta e procuro outro. Acabo achando vários cadernos de desenho numa prateleira da sala. Alguns com uso e outros sem um rabisco sequer.

Pego um limpo, com um estojo e me sento no sofá da sala. Então começo a fazer anotações desde o plano até o assalto e a hora em que deu errado. Procuro alguma falha no plano do banco, mas infelizmente não acho nenhuma. O plano era: a Fox invadir o sistema do banco e das câmeras com o computador na base. Ok. Mad como piloto de fuga com o furgão atrás do banco. Ok. Jo, Clo e Eno fazerem o buraco no teto do cofre. Ok. Elas três pularam lá dentro e foram passando o dinheiro pra Cash, Glimm e Delly. Ok. Eu e Annie entramos no banco e ficamos vigiando. Ok. Effie, de cima de um prédio vigiava tudo de longe. Ok.

Perai... a Effie teria avisado quando tivesse visto os carros da policia vindo, por ter uma visão periférica do banco e das ruas adjacentes a rua do banco. Mas tenho que lembrar que também houve a invasão dos outros caras no banco, da quadrilha do Peeta. Mas mesmo assim, a Effie estava lá em cima e não poderia ver que eles tinham invadido o banco e avisaria da mesma forma sobre a policia.

Então, isso só pode significar uma coisa: pegaram a Effie.


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Notas finais do capítulo

Então??
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Bjsss



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