Ravena acordou assustada. Ela tinha tido um pesadelo horrível. Ela estava sozinha e seu pai assumia o controle da Terra, Ravena podia ver as pessoas pressas. Ela não sabia por que, no meio de seu sonho Mutano aparecia e dava a mão para ela, falando que juntos eles conseguiriam vencer seu pai. Ravena não sabia por que, mas ela confiava nele, e em seu sonho, ela até tinha sorrido para ele. Ela se sentou na cama e olhou para a janela. Estava chovendo. Assim como em seus sonho. Sonho esse que Mutano morria tentando protegê-la. Mesmo a contra gosto, ela se levantou e foi para a cozinha. Quando ela chegou viu que todos estavam sentados à mesa. Ela se dirigiu ao fogão. Ninguém tinha notado que ela tinha entrado, já que estavam concentrados em uma conversa. Ravena olhou para os amigos. Ela estava com uma cessação estranha, com se essa fosse a última vez que fosse ver eles assim.

- Bom dia, Rae. – o titã verde disse assim que a viu. – Fiz um pouco de tofu para você.

- Obrigada. – ela disse, mas ainda ficou parada olhando para os amigos.

- Bom dia, amiga. – Estelar disse olhando para ela confusa. – Tudo bem?

- Sim. – Ravena se virou e pegou seu chá. – Vou meditar. Vejo vocês depois.

A empata foi para o quarto dela. Ela bebeu seu chá enquanto arrumava seus livros. Ravena não queria mentir para a amiga, mas aquela sensação de aperto em seu peito estava incomodando ela. O que de tão grave ia acontecer?

- Ravena? – ela escutou a voz de Mutano do outro lado da porta, depois de algumas batidas.

- O que? – ela disse anda sentada no chão sem dá muita importância para ele.

- Eu vou na cidade, quer alguma coisa? Um livro, chá ou até mesmo um urso de pelúcia.

Ravena olhou para a porta. Não era estranho Mutano fazer essa pergunta para ela. Toda vez que ele ia na cidade sem ela, ele perguntava se ela queria alguma coisa. E ela sempre falava que não queria nada.

- Posso ir com você? – ela se viu perguntando antes que se desse conta do que estava falando.

- Oi? – Mutano perguntou confuso. – Você o que?

Ravena se levantou do chão e foi até a porta, a abrindo logo seguida. Mutano olhava surpreso e confuso. Ela mordeu os lábios, antes de falar.

- Eu posso ir com você? – ela perguntou novamente. – Se não quiser, tudo bem.

- Não. Quer dizer... Sim. Quer dizer... Pode. – ele disse rápido e atrapalhado. – Está pronta ou...

- Vamos. Se não vai ficar muito tarde.

Ravena se surpreendeu pegando a mão dele. Mutano estava surpreso, mas não fez nenhum movimento para separar a mão da dela. Os dois estavam andavam pelas ruas, juntos. Ravena estava com uma sacola de livros, enquanto Mutano estava com um sacola de jogos novos. Eles conversavam sobre coisas banais, apesar de Ravena escutar mais do que falar.

- Já comprou tudo, ou ainda falta alguma coisa? – Mutano perguntou.

- Já foi tudo. – ela respondeu. – Vamos voltar?

- Vamos.

Durante o caminho Mutano foi contando piadas para ela. Ravena apenas rebatia com comentários sarcásticos. Mas mesmo assim o adolescente verde estava se divertindo. Quando eles chegaram na torre, estava tudo silencioso. Ravena se despediu dele e foi para seu quarto. A empata passou o resto da manhã lendo. Ela saiu do quarto para almoça. Ravena esquentou a comida e se sentou. Ela comia lentamente, quando a porta foi aberta de repente.

- Eu não ligo. Ela estava dando em cima de você. – Estelar entrou furiosa, com Robin logo atrás dela.

- Não estava. – o menino pródigo disse nervoso. – Ela apenas me pediu uma informação.

- Não, Robin. Ela estava anda em cima de você. E você sabe disso.

- Estelar, pare de ser cabeça dura. Ela não estava dando em cima de mim. Ravena pegou seu prato e o levou a pia. Ela não queria mesmo ver discursão de namorados. A empata foi para o telhado e começou a meditar. Ela estava tendo problemas para se concentra já que os sentimentos de Estelar e Robin estavam gritando na mente dela. Como eles podiam brigar sempre pelo mesmo motivo, nem a empata e o Mutano eram assim. E pensar que antes de começarem a namorar eles não discutiam, Ravena nunca pensou que seria assim. Ravena abriu os olhos quando sentiu a primeira gota cai em sua cabeça. Ela olhou para cima e viu que o tempo tinha fechando. Suspirando, ela entrou.

- Estelar, por favor, seja rasurável. – Robin disse seguindo a namorada que passou pela a amiga furiosa.

- Não. Vou ser infantil no meu quarto. – a alienígena disse desaparecendo com o namorado logo atrás.

- Sabe o que aconteceu com eles? – Mutano perguntou olhando para ela assustado, na porta do quarto dele.

- Acho que alguém deu em cima de Robin. – ela disse dando os ombros. – O de sempre.

- É. Cara, eles estão piores do que a gente. E olha que isso é muito. – Mutano disse antes de fechar a porta do seu quarto.

Ravena foi para seu quarto e voltou para a sua meditação. Ela passou algumas horas assim, antes de decidir que estava bom e foi tomar banho. Ela relaxou ao sentir a água escorrendo pelas costa dela. Quando saiu do banheiro, decidiu ir dormi, já que estava cansada e sem fome.

- Ravena? – ela escutou a voz de Estelar.

- Entre. – disse dentada.

- Oi. – a amiga disse se sentando na beira da cama dela.

- Oi.

- Eu queria falar com você sobre um assunto delicado.

As duas ficaram um tempo em silêncio. Ravena não sabia o que falar, já que qualquer coisa fazia com que Estelar chorar. E ela não era especialista em relacionamento. Afinal, nunca tinha namorado.

- Estelar? – ela chamou quando a amiga não disse nada.

- Estou indo embora. – disse de uma vez.

- O que? – surpresa.

- Vou voltar para Tamaran. Meu planeta precisa de mim. Meu pai me mandou uma mensagem mandando eu voltar. Eu disse que não podia, por que não podia deixar vocês e bom, tinha o Robin, mas agora, vou voltar.

- Por que?

- Robin, terminou comigo. – e começou a chorar abraçada com a amiga. – Ele disse que desse jeito, não dava. Que a gente vivia discutindo e que isso apenas fazia mal para a equipe. Que era melhor dá um tempo. No meu planeta isso quer dizer, vamos acabar o namoro, mas vou pensar que é isso mesmo que eu quero, se for namoramos outra vez. Eu não quero isso. Vou voltar para meu povo, que precisa de mim.

- Você tem certeza que é isso mesmo que você quer?

- Tenho. Preciso ajudar meu povo. Assim que termina minha missão, eu volto para ficar com meus amigos, não se preocupe. – ela disse. – Eu vou embora amanhã cedo. Será que você podia me ajudar a arrumar as minhas coisas e aparecer para se despedir de mim?

- Claro. – a empata disse se levantando. – Vamos.

As duas arrumaram as coisas de Estelar. Ravena ainda não entendia direto o que estava acontecendo mais, mesmo assim ajudou a amiga. No dia seguinte, todos apareceram para se despedir de Estelar, até mesmo Robin. Estelar, chorou o tempo todo, mas prometeu para os amigos que iria voltar. Mutano e Cyborg também choravam, até mesmo Ravena deixou uma lágrima escapar, o único que parecia alheio a tudo, era Robin. Eles ficaram olhando para a amiga se distanciar sem falar nada. Ravena não sabia como, mas acabou abraçada com Mutano, que fungava ao lado dela o tempo todo. Ravena passou a mão nas costa dele de modo tranquilizador, e tentou animar ele, dando um leve sorriso.

- Ela vai voltar. – ela disse olhando para o amigo verde. – Vamos entrar. – ela se virou e começou a caminha em direção a porta com Mutano e Cyborg logo atrás.

- Esperem. – Robin disse chamando a atenção deles.

- O que? – os três perguntaram juntos

- Eu estou saindo da equipe. – disse fazendo com que os três arregalasse os olhos. – Esse é o motivo que a levou a sair. Batman, me mandou uma mensagem, ele precisa de mim e eu concordei em ajudar. Ela ficou furiosa.

- Por que você não disse antes? – Mutano perguntou.

- Sinto muito. – Robin disse antes de se virar e passar por eles.

Os dias foram se passando. Os titãs restantes estavam cada dia mais afastados uns dos outros. Ravena tinha medo disso. Ela se lembrava do que Estelar disse quando viajou para o futuro há alguns meses. Ela disse que depois de ter sumido, a equipe se desfez. O que realmente tinha acontecido. Robin saiu, era só uma questão de tempo até que Mutano e Cyborg a deixassem também. E ela não podia culpa-los. Quem ia querer ficar perto de um mostro como ela? Um demônio. Ela não podia fazer nada contra isso.

- Oi, pessoal. – Cyborg disse entrando na sala onde Ravena e Mutano estavam sentados.

- Oi. – eles responderam juntos.

- Eu tenho uma coisa para falar. – o jovem cibernético disse sem olhar para os amigos.

- O que foi? – Mutano perguntou.

- Eu vou embora. – ele disse olhando para os dois para desviar o olhar logo depois.

- O que?

- Antes da Estelar sair, eu tinha feito um teste para a Liga da Justiça. Bom, foi a bastante tempo, pensei que não iam mais me chamar, mas eles chamaram. Eu tenho que estar lá amanhã cedo. Estou indo daqui uma hora.

- Você não pode nos deixa. Não pode deixar os titãs. – Mutano disse.

- Os titãs acabou, Mutano. Sinto muito se você ainda não notou. Mas não tem mais nada. Não tem como apenas nós três continuamos. Sem Robin e Estelar, acabou.

A sala ficou em silêncio. Ninguém falou nada. Ravena se levantou e saiu correndo. Por onde ela passa as coisas ou explodiam ou eram envolvidas por uma energia negra e lançadas para longe. Quando chegou ao seu quarto, ela se encostou na porta e escorregou, enquanto chorava. Ás coisas em seu quarto voavam e explodiam. Ela sabia que isso ia acontecer, sabia que no fim, ela ficaria sozinha. Era apenas uma questão de tempo até Mutano ir embora também. Ravena passou o resto da noite naquela posição. Uma parte dela esperava sair do quarto e encontra a torre vazia.

- Ravena? – ela escutou a voz do Mutano. – Abra a porta.

- Pra que? Para você me dizer que vai me abandonar também? – ela perguntou com a voz quebrada. – Não preciso disso.

- Eu não vou a lugar nenhum. – ele disse. – Se você quiser que eu fique aqui com você. Vou ficar.

- Eles também prometeram isso. – Ravena disse se levantando e colocando a mão na porta. – E eles foram embora.

- Eu faço qualquer coisa para te provar que estou dizendo a verdade. Afinal, eles também me abandonaram.

Ravena hesitou um pouco antes de abri a porta. Mutano estava parado em frente à porta, olhando para ela. Ravena deu um passo à frente e o abraçou. Diferente do outro abraço que tinha dano no Mutano, esse ele devolveu.

- Vamos ficar juntos. – ele disse no ouvido dela. – Para sempre.