Some Hearts escrita por Kleia Santos


Capítulo 9
Capitulo 9




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Lois saiu do elevador animada, seguindo em direção à sala da copiadora. Avistou Clark, que trabalhava aparentemente concentrado em fazer cópias atrás de cópias da forma mais eficiente que um ser humano o poderia. A não ser pelo fato de ele não ser humano, claro. Lois se aproximou mal contendo sua felicidade em seus lábios e ele a encarou curioso.

“E então?”

“Conversei com Perry White. Ele quase surtou ao ver a foto do ‘Superman’ e a entrevista.”

“Superman...” Clark parecia animado com o seu novo codinome. “Vão publicar?”

“Oh, e se vão...” Lois se aproximou de Clark, seduzindo-o por meio do olhar, “Será a matéria de capa da edição de amanhã!”

Clark sorriu com a grande notícia de Lois, mas estava perdido nos lábios dela tão próximos aos seus. A puxou para si e os dois se beijaram vorazmente, praticamente se devorando por cima da copiadora. Lois puxou Clark pela gravata atiçando-o ainda mais, mas conteve-se ao lembrar-se de

onde estavam.

“Ok, ok, não é uma boa idéia...”

“Tem razão” Clark concordou estendendo a mão para ela. Lois então deu sua mão a ele, mas não teve tempo de processar nada, pois antes mesmo que sentisse as mãos de Clark, já estava com ele de volta à fazenda, sentada no sofá da sala.

“Eu posso me acostumar com isso, sem dúvida!” ela disse sorrindo enquanto tirava o blazer, lançando-o longe pela sala. Clark arrancou a gravata com pressa e derrubou-se sobre Lois, detendo-se em seu cangote enquanto passava a mão pelas pernas dela. Lois envolveu Clark com seus braços, beijando-o de forma excitada e abrindo a camiseta dele em desespero. Há dias que esperava poder tê-lo em seus braços completamente e aparentemente era aquele o momento. A julgar pela forma como Clark a beijava e acariciava, sentia-se exatamente da mesma forma.

Clark deixou Lois puxar o cinto de sua calça e lança-lo contra um abajur próximo. A peça caiu no chão com o impacto, mas nada importava para além dos dois. Clark queria estar com Lois mais do que qualquer coisa e sentiu que poderia alcançar o céu naquele momento. Era como ela o fazia se sentir todas as vezes que o tocava com suas mãos macias, seus lábios famintos.

Clark deslizou a mão por dentro da blusa entreaberta de Lois e a pressionou um pouco mais contra o sofá. Foi o suficiente para que a morena se lançasse para a frente bruscamente com um grito:

“Ouch!” ela berrou e Clark imediatamente saiu de cima dela, olhando-a assustado.

“Lois! Eu te machuquei?”

“Não, eu acho que...” ela lançou a mão por baixo de seu próprio corpo e puxou uma caneta do sofá. “Eu devo ter deixado aqui ontem enquanto trabalhava...”

O susto passara, mas aquilo certamente mexera com Clark. Ele se sentou frustrado no sofá sob o olhar preocupado de Lois.

“Hei, hei... Não foi pra tanto” ela disse se aproximando dele e fazendo carinho.

“Poderia ter sido eu... Poderia ter te machucado.”

“Mas você não machucou, Smallville. O que te faz pensar que vai?”

“Que tal isso?” Clark disse tomando a caneta das mãos de Lois e quebrando-a ao meio com um leve mexer de dedos. “Bem, eu não sou uma caneta... E eu acho que podemos encarar isso, Smallville.”

“Bem, eu não sou uma caneta... E eu acho que podemos encarar isso, Smallville.”

“Nós vamos, assim que eu arranjar uma forma segura.” Ele disse convencido de que precisava de um plano. Fazer amor com Lois estava se tornando um desafio para o qual Clark não arredaria o pé. Mesmo que exigisse medidas drásticas...

Medidas drásticas.

Aquilo pareceu ser uma luz sobre Clark e ele encarou Lois de modo que até ela teve medo do que poderia estar passando pela cabeça dele.

***

“Smallville, acho que estamos andando demais juntos. Aliás, isso é louco até para os meus padrões...” Lois disse parada no quarto dela observando-o enquanto ele se aproximava com uma caixa de chumbo nas mãos.

“A kryptonita verde só me causa dor se estiver muito próxima. Mas mesmo a uma certa distância, ela é capaz de inibir meus poderes.”

“Essa coisa pode matá-lo, Clark” Lois disse sem achar muita graça naquela idéia louca.

“Não vai, confie em mim...” ele disse entregando a caixa a Lois. “Vá para o corredor e abra a caixa.”

Lois não estava certa sobre aquilo, mas o olhar esperançoso de Clark a fez ver que não era nada demais tentar. Caminhou para o corredor e abriu a caixa, vendo um brilho verde emanar quase automaticamente. Clark franziu o cenho em resposta e ela notou que estava ainda muito próxima.

Seguiu para mais longe, quase ao pé das escadas, no que o brilho da rocha diminuiu consideravelmente.

“E então?” ela perguntou sem poder vê-lo mais daquela posição. Clark lançou o dedo contra a parede, fazendo um furo nela.

“Um pouco mais perto”

“Ok” ela respondeu se aproximando cerca de três passos, “E agora?”

Clark lançou o dedo contra a parede novamente, mas desta vez encontrou uma resistência sólida provinda da mesma. Socou a parede com um pouco mais de força para ter certeza, e a resposta foi
que não conseguira causar dano nenhum à estrutura. Sorriu ao constatar que aquilo poderia mesmo dar certo.

“Está perfeito, Lois!”

Lois largou a caixa naquele exato lugar e voltou para o quarto, dando de cara com um Clark feliz e traquino sentado na cama.

“De 1 a 10 sobre as coisas mais absurdas que já fiz por amor, essa estoura o radar...” a jornalista disse parando diante de Clark.

“Então é melhor que a gente faça cada segundo valer a pena...” ele disse puxando-a para seu colo. Lois foi para cima dele, beijando-o com toda a excitação de antes. Clark voltou a abrir a blusa como antes, e Lois lhe arrancou a camisa dele com a mesma pressa. Clark deitou na cama, Lois por cima dele, e os dois começaram a nova sessão de carícias.

No andar de baixo, um entediado Shelby caminhava de um lado para o outro da cozinha. Subiu as

escadas chegando ao segundo andar e deu de cara com aquele objeto preto no assoalho. Seu rabinho imediatamente se mexeu movido pela curiosidade diante daquela pequena rocha a brilhar dentro da caixa. Instintivamente, levou o focinho até a caixa e mordeu a pedra, agarrando-a entre seus dentes.

Clark tirou a blusa de Lois e preparou-se para abrir o zíper de sua calça quando sentiu uma dor imensa adentrar-lhe.

“Aaaargh!!!!!” Ele se contorceu sob Lois e ela o encarou assustada.

“Clark? Clark!!!” Lois gritou sem entender quando viu Shelby adentrar o quarto com a pedra de kryptonita entre seus dentes. “Shelby!!! Mas que mer**!”

Lois pulou da cama na direção do cachorro e ele entendeu aquilo como uma brincadeira nova,

balançando o rabo freneticamente. Clark se contorcia sobre a cama com as calças entreabertas

enquanto Lois corria atrás do cachorro, que por alguma ironia cósmica, corria para qualquer lugar,

menos para fora do quarto.

“Shelby!! Dá essa pedra, garoto! Dá pra tia Lois, dá!!!” Lois dizia tentando pegá-lo, até que o cachorro enfim soltou a pedra embaixo da cama. Lois se lançou sob o móvel agarrando a pedra e correu para o corredor, colocando-a dentro da caixa e fechando-a, aliviada.

Clark deu um suspiro ao tempo em que sentiu suas forças voltarem. Olhou para Shelby, que estava

parado à sua frente e latia feliz feito um pinto no lixo, provavelmente porque se divertira a beça com Lois Lane e a rocha verde. Clark, naturalmente, não achava a mesma graça. Muito menos Lois, que entrara no quarto com a caixa de chumbo lacrada. Colocou-a sobre a penteadeira e deixou-se cair da cama, ao lado de Clark.

“Me prometa que não vamos tentar isso de novo” ela pediu ainda incrédula por terem sequer tentado a primeira vez. “Era óbvio que acabaria de uma maneira estupidamente ridícula.”

Clark concordava com Lois. Seu olhar de frustração, contudo, evidenciou que ele não tinha mais

nenhuma idéia, nem mesmo uma estupidamente ridícula...

***

Lois não retornou ao Daily Planet naquela tarde, mas também não permaneceu na fazenda.

Decidiu deixar Clark sozinho um pouco, pois ele estava mesmo chateado com toda a situação. Ela

sentia que ele queria fazê-la feliz, mas estava frustrado diante de sua impotência. Lois, claro, não o via daquela forma, mas era particularmente difícil fazê-lo ver as coisas de outra forma. Daria a ele

o tempo necessário para que ele se sentisse confiante, mas também ficaria por perto,

alimentando suas forças.

A jornalista sabia que o dia seguinte seria incrivelmente insano com a matéria sobre o Superman, mas preferiu se ausentar do mundo das notícias. Seguiu até o centro de Smallville levando Shelby consigo e fez algumas compras, entre elas um par de lâmpadas novas para o abajur que quebrara pela manhã. Aproveitou para comprar também ração para o cachorro, embora ele não merecesse. Lois sorriu ao lembrar da confusão armada pelo canino, mas sabia que aquilo tinha sido uma boa (hilária, mas ainda boa) forma de fazer ela e Clark enxergarem que, se eles tivessem de ficar

juntos, precisaria ser de uma forma natural.

“Você sabe por que eu te trouxe, não é?” ela disse a Shelby enquanto colocava as compras na parte de trás da caminhonete de Clark, “Fiquei com medo de seu dono colocar você dentro de um pão e vendê-lo no jogo de amanhã em Metrópolis...”

Shelby latiu para Lois, como se entendesse o que ela estava lhe dizendo. Abanou o rabo contente pelo passeio enquanto subia para a poltrona do carona. Lois fechou a porta olhando para o céu nublado que se desenhava na direção da fazenda. Certamente, o tempo estava mesmo nublado sobre a fazenda dos Kent.

***

Clark observou o Sol se esconder por trás das nuvens carregadas daquele fim de tarde. Parado de

pé junto à sua janela no celeiro, divagava em um mundo de idéias complexas, mas a frustração de

não ter aquilo que mais desejava o consumia silenciosamente. Estava com Lois, estava feliz. Mas sabia que cedo ou tarde, aquela situação se colocaria entre eles. Por mais compreensiva que

pudesse ser, Lois era uma mulher cheia de energia, não agüentaria aquela situação por muito tempo. Mas Clark realmente estava sem mais idéias além de lamentar-se pelos cantos imaginando como seria estar plenamente com Lois.

Clark ainda tinha o pensamento distante quando passos construíram seu caminho até o andar de

cima do celeiro, parando próximo a ele.

“Um momento difícil e você está de volta ao ponto zero...” Lois disse com um sorriso enquanto se

aproximava ainda mais. De camiseta e jeans, já estava ancorada no conforto do lar.

Clark a observou e sorriu de volta, olhando mais uma vez para a janela. “Este lugar sempre me

trouxe bons pensamentos.”

“Eu posso imaginar” Lois se aproximou um pouco mais, “Eu tenho boas memórias daqui também.

Foi aqui que nos tornamos amigos, lembra?”

Clark não pôde deixar de rir. Recordava-se bem do momento ao qual Lois se referia, e sentiu-se

bem em lembrar-se que ela dera um novo brilho à sua vida, mesmo quando ainda estavam se

conhecendo.

“Lois... O que houve mais cedo...”

“Foi a coisa mais retardada que você já fez?” Ela completou se aproximando da janela para

admirar a vista, que trazia um Sol às vésperas do poente no horizonte ainda nublado. Clark parou a

admirá-la enquanto aquela centelha de luz do entardecer ainda conseguia tocar os cabelos de

Lois, devidamente amarrados em um rabo de cavalo.

“… Foi o tanto que fui capaz de fazer para ter você comigo...” Ele enfim completou, sabendo que não poderia ser mais honesto com ela ou consigo próprio.

“Eu sei...” Lois o fitou um tanto séria, mas compreensiva, “Mas eu estou aqui com você.

Independente de seus atributos nc-17... Eu quero estar aqui com você, Smallville.”

Ouvir aquilo de Lois era o que Clark precisava naquele momento, e ele a abraçou envolvendo-a em seu carinho. Lois deixou-se afundar em seus braços, colando seu corpo ao peito forte e macio de Clark.

Lois se voltou para a janela e Clark se pôs atrás dela, abraçando-a por trás enquanto encaixava seu rosto na curva de seu pescoço. Não disse ou pensou em mais nada, apenas queria curtir aquele momento ao lado dela. Lois inclinou levemente a cabeça na direção do rosto de Clark, acariciando-o com o simples toque de sua pela na dele. Se não podiam fazer amor, ao menos poderiam amar-se por meio de um descobrimento mútuo diferenciado.

“Você já pensou no que seria um momento perfeito?” ela quebrou o silêncio enquanto sentia os

braços de Clark em volta de seu corpo. “Com certeza é algo próximo a isso, Smallville.”

O beijo que ele depositou ao lado do rosto dela foi a resposta de que ele não tinha como concordar ainda mais. Sentia o chão sob seus pés, mas aquilo era como estar no céu.

Clark soltou Lois e parou admirando-a por trás. Deslizou sua mão pelos cabelos de Lois, tocando-

lhe a parte alta das costas e descendo o lado de fora da mão por sua coluna, tocando-a tão suavemente que era quase como um mero assopro. Lois fechou os olhos sentindo o gostoso arrepio que subiu pelo seu corpo com aquele simples gesto, sentindo-se viva e radiante por estar ali, segura e envolvida por Clark. Envolvida de uma forma que ela sentia, no fundo de seu peito, que não iria nunca se comparar a nenhuma outra sensação em sua vida.

Lois se virou para Clark e o fitou nos olhos, passando a mão direita pela testa dele, deslizando pela lateral de seu rosto até tocar os lábios entreabertos com a ponta dos dedos. Clark permaneceu a encarar Lois, enfeitiçado pelo seu toque, pela sua beleza. Foi então que, gentilmente, ele começoua deslizar a alça da camiseta dela, beijando-lhe os ombros e o pescoço. Lois subiu uma de suas mãos para o ombro de Clark, firmando-se em seu pescoço enquanto ele a acariciava com seus lábios ansiosos, beijando-a daquela forma que só ele sabia fazer. Clark então seguiu na direção da boca de Lois e os dois compartilharam um beijo apaixonado, lento e prolongado, selando de vez o

desejo intenso que pairava no ar. Lois deslizou as mãos para a camisa de Clark, subindo-a lentamente enquanto sentia os detalhes do peito definido dele, e os dois trocaram um sorriso cúmplice. Clark acabou por arrancar a camisa, facilitando as coisas para Lois que aproveitou para explorar o peito de Clark com as mãos. Foi então a vez dele em subir a blusa dela, da mesma forma que ela fizera com ele. Lois levantou os braços, sorrindo enquanto sentia a camisa passar por sua cabeça deixando seu corpo. Não sem antes ganhar mais um beijo de Clark, que conteve a blusa na altura dos olhos dela, impedindo-a de ver que ele seguia na direção de sua boca mais uma vez. E logo após livrar-se da blusa, Clark e Lois lançaram-se sobre o tapete daquela pequena parte do celeiro a fim de levar aquele momento para um novo nível.

No entanto, a brincadeira acabou ganhando um teor sério para Clark. Estava acontecendo novamente. Ele mal havia se deitado sobre Lois e aquele olhar de preocupação retornou à sua face.

“Lois... Eu...” ele tentou colocar em palavras aquilo que ambos já sabiam, mas Lois passou a mão pelo rosto dele novamente, seu olhar adentrando-o como nunca antes o fizera.

“Você não pode me machucar.. Porque eu te amo...”

Clark parou diante das palavras sussurradas de Lois, sentindo dentro de si seus efeitos. Não havia nada mais a temer. A resposta dele veio na forma de um terno e intenso beijo, diferente dos demais. Um beijo de puro e simples amor.

E eles continuaram a tirar as roupas e mergulhar em um universo de carícias, enquanto o Sol sumia no horizonte de uma forma bela e desnuda...

***


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