A New World: The fox nine tails escrita por Marceline Abadeer


Capítulo 1
Feliz Aniversário


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ^^!



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Eu estava sozinha no ponto esperando o ônibus que não chegava. Meu nome é Lívia, tenho 13 anos e estudo numa escola particular com bolsa integral. Moro apenas com a minha mãe e não tenho irmãos. Ela trabalha muito e está sempre cansada, por mais que ela tente esconder isso de mim, seus olhos não mentem. Está sempre preocupada comigo, apesar de não ter completado o ensino médio muito bem, me ajuda da maneira que pode. Odeio vê-la se esforçando tanto... Gostaria de poder fazer alguma coisa, mas ainda falta bastante para o Ensino Médio, por tanto não posso trabalhar para ajudar... É exaustivo ficar com isso na cabeça...

O ônibus chega e eu subo no mesmo. Passo o cartão e me sento.

Estou sempre sozinha, sempre sou escolhida por último em times e grupos... Não fique com pena de mim, isso já se tornou uma rotina desgraçada. Que ódio! Penso tanto, mas não mostro para ninguém... Não consigo... Falando? Escrevendo? Desenhando? Por fotos? Por gestos? Nada... Nada é o suficiente para mostrar o que está na minha cabeça... Como todos conseguem? Será que há tão pouca coisa assim na cabeça dos demais? Que seja possível expressar em uma frase? Se houvesse uma junção de palavras perfeitas que me expressasse... Não teria mais problemas para me socializar.

Desço no meu ponto junto com um menino loiro, seu nome é Nathaniel, o chamo de Nath. Ele é meu vizinho... A mãe dele insiste que ele passe um tempo comigo, ela sabe como sou sozinha... Mas acabo fingindo que ele passou um tempo comigo... Apesar de termos sido grandes amigos quando criança... Por esses tempos não o forçarei a nada...

– Vou ter que te acompanhar até em casa... – ele fala encarando a grama do jardim da casa á nossa frente.

– Não costuma fazer isso. Por que isso agora?

– Minha mãe mandou.

– Que seja...

Ele me olhou dando um sorriso forçado, fiz o mesmo, como se estivéssemos nos divertindo por estarmos juntos. Nath me deixou em casa e disse:

– Tchau, Lili! Nos vemos amanhã! Ah, feliz aniversário! – ele saiu com um sorriso falso no rosto.

– Adeus, Nath! – entrei em casa me deparando com o estreito corredor que lá havia. Apenas andando alguns passos e olhando para a direita, via-se um espelho. Eu me olhava para ele todo dia, pensava quando eu poderia crescer... Esse rosto de criança não engana a ninguém... Meus cabelos castanhos amarrados a um rabo de cavalo um tanto torto, meus olhos profundos de mesma cor, meu corpo magro e em desenvolvimento... Com um suspiro deixei minhas coisas no quarto e subi as escadas que se encontravam a direita do espelho.

Virando-me para a esquerda via minha mãe lavando a louça quase caindo de tão exausta. Eu seria capaz de chorar... Mas se fizesse isso, minha mãe ficaria ainda pior.

– Olá... – minha voz saiu baixa.

Ela desligou a torneira e secou as mãos virando-se rapidamente.

– Olá, querida. – seu rosto se iluminou quando me viu, fiquei um pouco sem graça então forcei um sorriso – Feliz aniversário!

– 13 é o número da má sorte... Não sei se esse ano será bom...

– Ah! Pare de ser supersticiosa, eu tenho um presente para você.

– Mãe, você sabe que não precisava... Precisamos pagar...

– Para de ser boba e aceite. – ela me corta e entrega a mim uma caixa pequena embrulhada com um papel branco e um laço de um fita preta.

Abri e lá tinha um jogo para PC chamado A New World. Era um jogo online, mas precisaria instalar o CD.

– Arigatō, okāsan.

– Agradece em português, por favor?

– Obrigada, mãe. – dei um sorriso, mas esse era sincero.

– Preciso ir trabalhar... Se divirta, minha filha.

***

Depois do almoço, fui instalar o jogo no meu computador. Passando de cada etapa já esperada me apareceu uma que nunca vira.

A Web-cam será ligada, terá 10 segundos para se posicionar. Sua imagem será enviada para os criadores do jogo, nenhum jogador terá acesso a ela. Essa etapa é importante para a instalação do jogo. Posicione-se.

[Ligar Web-can] [Não instalar o jogo]

Estranhei, mas me posicionei e cliquei em “Ligar Web-cam”. Minha foto foi tirada e apareceu:

Sua foto foi enviada com sucesso!

[Continuar instalando] [Não instalar o jogo]

Cliquei em “Continuar instalando”. Cheguei na etapa para criar minha conta... Hm... Nome? Ayame. Sexo? Feminino. Idade no jogo? 14. Por quê? Porque não é 13!
FINALMENTE! “Jogar!”, cliquei.

– AAAAAAAAAAH!

***

Acordei numa sala branca com uma luz forte no meu rosto. Me sentei e dei de cara com um espelho. Ei! Essa não sou eu! Olhei para trás, mas só havia uma parede branca com feixes de luz prata percorrendo-a. Onde estou? Voltei minha atenção para o espelho. Eu tinha... orelhas de raposa?! Sim! Toquei não acreditando... Ai meu Deus! Eu também tenho caudas! Isso, caudas! Eram nove caudas. Elas, como as minhas orelhas eram brancas nas pontas e no resto pretas. Já havia visto isso em animes, mas com certeza nunca pensei que pudesse acontecer comigo! Meu cabelo também mudou, ficou longo, muito longo, ondulado e preto. Minha pele estava mais branca e meus olhos igualmente pretos. Minhas unhas estavam pontudas e eu vestia uma roupa de líder de torcida. A blusa fazia aparecer minha barriga, era branca, sem mangas e decotada, uma linha azul passava pelo mesmo. Também usava uma saia curta que se eu pulasse mostraria minha calcinha sem problemas, ela era branca e na borda azul como a blusa. Meus sapatos eram brancos com detalhes em azul. Uma coisa que eu não queria reparar, mas estava bem aparente... Meus seios estavam maiores iguais a minha bunda! Como assim?!

A parede a minha esquerda se abriu revelando outra de vidro. Pelo o que pude ver era como uma loja, lá havia outras meninas com diferentes roupas e meio cães, gatos, coelhos... Eu era a única meia-raposa de nove caudas... Um menino de cabelos pretos vestido com roupa de colegial olhava atentamente para mim através do vidro e carregava uma grande espada em suas costas. Ele parecia um pouco chocado e corado.

Eu me aproximei do vidro e apoiei uma das minhas mãos nele. Eu não queria ficar ali e o olhava com súplica. Ele apoiou sua mão no vidro de encontro com a minha do outro lado do mesmo. O garoto disse algo, mas não ouvi. Ele chamou um homem que veio e falava apontando para mim com um sorriso no rosto como se eu fosse seu orgulho. O menino falou algo e o homem tirou algo que me lembrava um Tablet, do que eu consegui ver do suposto Tablet o garoto efetuava uma compra. Ei! Ele estava me comprando! Eu não sou um objeto!

Depois disso o garoto apertou a mão do homem e chegou perto de mim novamente, olhando em meus olhos fascinados. Por quê? O homem que falara com ele apertou um botão que fez desaparecer o vidro. Eu ainda me apoiava nele quando desapareceu cai dele em cima do garoto.

– Ai! – ele exclamou – Que raposa doida! – sorri olhando para mim.

– Desculpa. – saio de cima dele e me levanto, o garoto faz o mesmo.

– Ela é muito forte, mas essa raça é difícil para treinar. – o homem disse ao garoto.

– Não se preocupe, eu dou conta. – disse olhando para mim.

– Boa sorte. – falou pela última vez o homem e saiu.

Eu não entendi nada. Me treinar? Como assim? O garoto estendeu sua mão e disse:

– Prazer, Guilherme. Esse é meu nome real e no jogo. Diga os seus dois.

O cumprimentei e disse timidamente:

– Prazer, Lívia, meu nome real e Ayame, meu nome no jogo.

– Irei me referir a você como Ayame, não é seguro ter seu nome real pelo jogo.

– Certo... Onde estou?

– No jogo.

– Isso é um sonho ou piada?

– Não. Nunca leu as regras do A New World?

– Ahn... não...

O garoto arregala os olhos.

– Me diz que isso é piada!

– Não é.

Ele sentou no chão encostado na parede escondendo o rosto nas pernas que abraçava. Eu me sentia mal por deixa-lo naquela situação, o jogo parecia importante para ele... Por que eu me sentia assim? Não sei, mas resolvi ajuda-lo. Ajoelhei-me ao seu lado e acariciei seus cabelos...

– Me desculpa não ser como queria... Erg... Mas... Se você me ensinar eu posso aprender rápido. – ele não teve reação. Respirei fundo e tentei dizer do jeito mais fofo do mundo(segundo um anime isso dava certo) – Por favor... Me ajuda... Não quero te ver assim... Gui.

Perfeito, só faltava eu chama-lo de “oni-chan”(irmão mais velho). Eu estava corada... Como isso saiu da minha boca mesmo? Guilherme levantou a cabeça e me olhava levemente corado e surpreso.

– Isso... É verdade? – perguntou – Não quer me ver assim?

– É sim... Por favor... Não sei como vim parar aqui ou do que o jogo se trata... – suspirei.

– Certo! – ele diz decidido e se levanta – Vou te tornar a melhor raposa de nove caudas desse jogo!

Eu me levantei e disse:

– Okay.

Guilherme olhou no relógio que se encontrava em sue pulso e deu um pulo.

– Caraca! Precisamos ir!

Ele agarrou no meu pulso e saiu me puxando para fora da loja. Ele corria rápido, pensei que não poderia alcança-lo, mas me sentia forte e rápida, como se pudesse ultrapassa-lo.

– Ei! Quer que eu te carregue? – perguntei enquanto corria. Sentia como se pudesse carregar o céu em minhas costas.

Eu olhava em volta, me sentia num mundo futurístico. Tudo era moderno como naqueles filmes de viagem no tempo em que o personagem ia para futuro.

– Hm... Fala seu código do seu bando.

Por algum motivo eu sabia qual era e disse:

– “Watashi wa meiyo, shinjitsu to fukujū no kōdo ga arimasu. Watashi no taba ni keiiwoarawashite, watashi no masutā ni watashi no kuchi to jūjun kara shinjitsu.”

– “Watashi wa anata ni chikara o fuyo shimasu.” – ele respondeu.

Senti meu corpo transformar enquanto corria. Sentia-me mais rápida! Mais forte! Como se pudesse tudo! Agora corria em quatro patas vi meu reflexo pela janela de um prédio, tinha me transformado numa raposa de nove caudas! Branca, com desenhos em preto pelo meu corpo, olhos vermelhos ameaçadores e ao mesmo tempo impunham respeito. Meu pelo sedoso e minhas caudas balançavam enquanto eu corria. Eu era enorme. Olhei para Guilherme que corria pasmo.

– Po-posso subir?

Dei um sorriso feroz em resposta e parei a sua frente me deitando para que ele subisse. Gui era tão leve que poderia esquecer que ele estava ali.

– Por ali!

Corria rapidamente enquanto ele apontava as direções.

***

Despois de alguns minutos ele gritou:

– Para!

Parei de correr e me deitei para ele descer. Fiquei observando onde paramos, um circulo razoavelmente grande, daria para estacionar um carro ali. Cheio de símbolos por dentro.

– “Anata wa watashi no monodakara, watashi wa anata no chikara o ataeru.”

Após ele dizer essas palavras voltei a ser meio-raposa de nove caudas. E me sentia acabada. Guilherme me pegou no colo como uma princesa e deitou-me em meio ao círculo.

– Casa 2257, dono Guilherme. – disse ele se sentando ao meu lado.

Os símbolos e o círculo brilharam em uma luz branca e agora, tudo em volta eram estrelas. Sentia-me no espaço.

– O que foi... O que foi que eu disse?

– Ah, seu código. Está em japonês, significa “Eu tenho um código de honra, verdade e obediência. Honra ao meu bando, verdade de minha boca e obediência ao meu mestre.”

– Meu mestre?

– É, eu.

– Por que lhe devo obediência?

– Porque você é minha.

Corei.

– Como é que é?

Ele riu.

– Você é minha raposa de nove caudas... Eu cuido de você, te alimento, faço você ser forte... Em troca, você me obedece.

– Eu não vou fazer nada ridículo.

– O jogo não deixa mesmo. Você vai fazer coisas como me proteger, acompanhar, lutar comigo ou por mim. Entende?

– Entendo... O que você disse depois que eu falei o meu código?

– “Eu lhe concedo o poder.”

– Me concede?

– Você só se transforma quando eu deixo, mas já é forte sozinha.

– E o que disse agora a pouco?

– “Devolva-me seu poder, porque você é minha.” Você só volta a essa forma se eu quiser.

– Me sinto um cachorrinho.

– Não, você é raposa. É diferente. – ele sorri.

As estrelas somem e aparecemos em uma casa enorme. Ele me ajuda a descer grandes escadas brancas e me senta num sofá de mesma cor. O chão é preto, de obsidiana. A sala onde estou tem uma fogueira branca como mesa de centro que não está acesa. Uma televisão que está desligada na parede. Há mais dois sofás pequenos á minha esquerda e á minha direita, um em cada direção. O que sento é de quatro lugares, os demais de dois. Guilherme senta-se ao meu lado.

– Olha, quando saímos do jogo, o nosso avatar fica desacordado... Por tanto, é melhor deixar o seu na minha casa junto do meu aqui na minha casa... Preciso que meus pais me encontrem fazendo o dever de casa. Pode entrar no jogo amanhã?

– Posso, mas só de tarde.

– Tá. Se eu não estiver aqui, cuide do meu avatar e não saia da casa.

– Okay... Como faço para sair do jogo?

– Log out. – ele disse e seu avatar fechou os olhos e escorregou até meu ombro. Parecia que ele estava dormindo.

– Log out. – disse. Tinha voltado para casa, sentava-me em frente ao computador e via no canto da minha área de trabalho, A New World com um símbolo de uma raposa branca.

Que sono... Resolvi me deitar e dormir, amanhã voltaria aquele jogo ainda mais curiosa.


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Notas finais do capítulo

Quem leu, por favor comente ^^!



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