Aquilo Que Eu Preciso escrita por Sakuraya


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá povo~
Trago aqui uma one-shot, fazia tempo que eu não escrevia uma Shizaya curtinha u-u É um tema bem diferente do que eu estou acostumada a escrever, mas acho que deu um bom resultado. Também não estou acostumada a escrever em primeira pessoa e foi um ótimo meio de desenvolver isso.
Espero que gostem, boa leitura...



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Nunca precisei de dinheiro, desde criança fui agraciado com pais que tinham altos cargos em corporações influentes, que recebiam bastante e podiam me dar tudo o que eu desejava – mesmo eu sendo uma criança que nunca demandou muitas coisas para ser feliz. E logo quando me vi adulto, o trabalho que exerci comerciando informações, também me rendeu grandes quantias de dinheiro, tão grandes que nunca sei como administrá-las direito. Nunca precisei de tratamentos especiais, sempre fui uma pessoa saudável de corpo e mente, nunca tive nenhuma doença séria ou vivenciei alguma situação que me pusesse entre a vida e a morte. Nunca precisei de ajuda para nada, orgulho-me em dizer que tudo o que conquistei foi com o meu próprio esforço. Posso ter pisado em cima de várias pessoas, e com certeza pisei, mas foi o meu mérito por ter pisado sobre elas.

-Não!

Nunca precisei de atenção, pois sempre a tive. Meus feitos de maldade sempre geraram olhares voltados a mim aonde quer que eu vá. Nunca precisei da minha família desde que aprendi a falar e caminhar com minhas próprias pernas, apenas demandei os cuidados fisiológicos que toda criança normal necessita. Nunca precisei de um amigo, a solidão sempre foi a minha melhor amiga em vários momentos. Nunca precisei de carinho, o recebi enquanto criança, no entanto adquiri certa aversão a esse tipo de afeto conforme cresci, mas não me levem a mal, não sou mal agradecido pelas vezes em que o recebi, apenas ainda creio que carinho é algo simplório demais se comparado àquilo que eu realmente preciso.

-Izaya!

Então deve estar se perguntando o que alguém como eu precisa. Pois bem, eu lhe digo, nunca foi a minha intenção esconder isso. Aquilo que realmente preciso se chama amor. Mas não desejo um amor qualquer como esses que se vê por ai e também não desejo um amor tão diferente deles. Eu quero o mesmo amor que observo nos humanos, mas o quero a altura da minha grandeza. O amor dos humanos é tão mesquinho, tão incerto e os componentes desse amor são substituíveis, mas eu não vou aceitar ser tratado como substituível. Antes de perceber isso, por muito tempo almejei o amor que humanos pudessem me oferecer, mas no fundo eu sempre soube que buscava algo que ia além, como eu disse, o amor humano é composto de lados substituíveis, qualquer humano poderia me amar, não seria difícil conseguir esse feito, no entanto assim que surgisse alguém ou algo novo e mais atraente, eu logo seria posto em segundo plano, pois essa é a natureza humana. A primeira vista pode não parecer ou soar algo absurdo para alguém como eu, mas eu também busco reciprocidade, eu quero sentir alguém me amar e quero me entorpecer desse sentimento até que eu seja capaz de retribuir esse amor e infelizmente, o simples amor humano também não me preencheria da maneira adequada nesse âmbito.

-Izaya, por favor! Pare!

Mas eu acredito que recentemente encontrei o que procurava. No inicio eu não sabia como lidar com ele, mas sabia que exigiria mais de mim do que um amor comum. Fazia sentido, quanto maior o esforço, maior a recompensa. Enfim, quando o encontrei, este amor estava em meio a toneladas de ferros retorcidos e repleto de ferrugens, eram os sentimentos negativos que tentavam e que infelizmente estavam conseguindo feri-lo. Polir este amor parecia uma tarefa impossível, eu quis desistir e quem sabe ir atrás de algo que fosse mais fácil de ser obtido. Mas isso iria contra os meus próprios desejos, era dele que eu precisava, era esse amor insubstituível que eu almejava e que naquele momento estava dentro da pessoa que jamais me colocou em segundo plano, aquele que trilhou o seu caminho tendo em vista a minha pessoa como seu objetivo. Um amor tão puro e tão inocente que não possuía brechas para as incertezas de um amor qualquer. Infelizmente essas duas qualidades do amor tinham um efeito colateral, não foi difícil para que outros sentimentos o confundissem, conflitassem e o induzissem a crer que a sua real natureza era o ódio.

-Izaya eu te imploro! Por favor!

Pois bem, após minhas constatações iniciais, eu tive que tirar um momento de reflexão e pensar como que eu poderia trabalhar naquele amor. Decidi por começar a tirar todas as suas impurezas e se hoje me perguntassem como exatamente eu fiz isso, eu não teria a resposta, lidar com sentimentos imprevisíveis que habitavam pessoas imprevisíveis exigiu de mim esta mesma qualidade, imprevisibilidade. Ainda acredito que boa parte do que fiz fora um grande golpe de sorte e que só dera certo porque esse mesmo amor era forte demais para se entregar totalmente ao ódio, para aceitar aquela máscara fajuta de bom grado. Foi uma longa jornada até que chegasse ao que é hoje, eu me sinto orgulhoso do meu progresso embora tenha noção de que falta muito para chegar àquilo que eu ambiciono. Mas mesmo estando incompleto, quem conquistou esse amor fui eu, ele é exclusivamente meu, e caso ainda lhe reste alguma dúvida quanto a isto, eu sou uma pessoa egoísta e não deixarei que o tirem de mim.

-Izaya! Por favor! Pense no que vai fazer! Eu... Eu não quero morrer!

-Shhh... – Era uma prazerosa visão a sua cara de pânico enquanto eu movia meu canivete lentamente pela sua face e sem aplicar força o suficiente para cortá-la, apenas deixando-a agonizar. – Quietinha Vorona-chan... Isso vai ser rápido, eu prometo.

(...)

-Izaya, porque tem respingos de sangue nos pelos de seu casaco? – Eu estava preparado para me deitar quando o loiro entrou no quarto carregando meu casaco em mãos. – Quer dizer, isso é sangue, né? – Ele se aproximou de mim e o exibiu.

-Não é nada demais. – Eu andei até ele e segurei a gola da camiseta que usava fazendo-o se inclinar para que eu pudesse selar seus lábios de leve. – Nada com que deva se preocupar.

-Eu posso mesmo confiar nisso? – Vejo-o arquear uma das sobrancelhas.

-Pode sim. – Sorrio para ele.

O loiro devolveu o meu sorriso e soltou o casaco no chão, sinto seus braços envolverem a minha cintura e seus lábios buscarem os meus enquanto ele dava alguns passos para frente até me derrubar na cama ficando sobre mim. Seus olhos analisavam os meus procurando por brechas que o levassem a perceber alguma suposta mentira contada por mim, para o meu infortúnio já haviam se tornado frequentes as vezes em que eu era pego por ele, mas dessa vez eu não seria, pois de fato não menti.

Não era nada demais, nem nada com que ele deveria se preocupar, o Shizu-chan pode confiar em mim, pode confiar até de olhos fechados se quiser. Eu vou me encarregar de tudo e apenas quero que continue me dando aquilo que eu preciso, quero que continue me dando o seu amor.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Espero que a one tenha sido do seu agrado, é meio complicado entender o Izaya, ele é bem complexo, cada um o descreve de um modo diferente, sempre tento deixar o mais parecido possível com o personagem, espero que eu tenha conseguido.
Deixem comentários, por favor, com criticas e sugestões, são importantes para mim.
E quem ainda não conhece, eu escrevo uma long-fic Shizaya aqui no Nyah!, deem uma passadinha lá: http://fanfiction.com.br/historia/566084/Lacos_de_Sangue/
Beijos e até uma próxima~



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