Acordei umas 18:25, tinha pegado no sono assim que voltei. Fui lá na cozinha precisava comer algo, provavelmente Derek tinha voltado do trabalho.
Desci as escadas e vi Derek na cozinha, preparando comida.
— E aí dorminhoca ta com fome? - assenti realmente estava morrendo de fome, a comida da escola nem me enchera.

— Deixo adivinhar o que está fazendo, hum...- podia sentir o delicioso cheiro de sua comida. Derek era bastante popular no colegial e na faculdade, pois além de ser muito bonito cozinhava bem. E atualmente não mudou nada, continua popular entre as garotas.
— ... É Strogonoff com cogumelos e arroz com brocolis. Acertei?

— Acertou - ele sorriu - Kath e seu olfato de cão.

— É um talento - me gabei. Fui para sala e me sentei no sofá, esperando que Derek pusesse comida para mim.

— Mas é muito folgada - meu irmão disse entregando o prato para mim e se sentando ao meu lado.

— É, e você me ama- disse falando de boca cheia, após uma colherada. Derek fez uma careta.

— Ai Kath você não parece nem uma garota, sua porca - disse Derek me repreendendo com minha má educação.

— E você parece uma garota, seu gay-  nós rimos, era bastante comum tirarmos sarro um do outro.

— Ah e por acaso garota faz isso? - Derek soltou um pum, odiava quando ele fazia isso na minha frente, apesar de ser um pouco mal educada odiava esses gases.

— Ai Derek seu nojento! - joguei uma almofada na cara dele e fui respirar ar puro. Voltei para cozinha e o cheiro já tinha ido embora, irmãos sempre nojentos.

— Eae maninha já parou de ser fresca? - disse Derek lavando os pratos.
—Depende se você parou de ser peidão - ele me deu língua e eu retribui. - Hey Dere vamos tomar sorvete?

— Você vai pagar? - neguei - então não. - ele voltou a lavar a louça.

— Ah é? Então vou ligar pra tia Marie e falar daquela vez que você tava bêbado na sua formutura e subiu no palco e se jogou de lá pensando que era uma das meninas super poderosas. - isso realmente aconteceu Derek tinha 18  e eu 11 anos, lembro que nesse dia tive que leva - lo para casa sozinha e até hoje ele tem vergonha disso.

— Você não faria isso. - olhei pra ele com as sobrancelhas arqueadas - É acho que sim... ai tudo bem Kath. Vai se arrumar.

Subi as escadas a procura de uma roupa antes que ele mudasse de idéia. Ouvir dizer que o sorvete daqui é o melhor, vamos ver. Coloquei uma roupa básica, um short jeans e uma blusa solta do escudo do Capitão América e calcei minhas sapatilhas pretas. Fiz um coque e coloquei um batom, apesar de não ser fã. Fui para o quarto do meu irmão que era ao lado do meu. Abri a porta e Dere estava com uma bermuda xadrez e uma camisa vermelha de mangas compridas.

— Hum... dá pro gasto - disse entrando.
— Oh Kath vê se bate antes de entrar vai que eu tava pelado!

— Olha mano, desde criança vi você pelado e acho que esse teu picasso não é grande coisa.

— Ah é! Mas muitas mulheres adoram esse picasso. - revirei os olhos. Derek era mesmo um galinha.

— Okay vamos logo pra sorveteria antes que acabem todo o sorvete. - saímos de casa e fomos para o carro de Dere, a sorveteria que iríamos é bastante famosa e não era tão longe do hotel.

(...)

Chegamos e estava lotada, tinham pessoas dentro e fora da loja. Sentamos em um lugar vago por ali que logo foi desocupado pelo um casal, a maioria dos empregados eram mulheres, mas tinham uns 2 a 4 homens.
Uma mulher veio nos atender, uma loira dos seios grandes, ela estava sorrindo para o meu irmão e o mesmo tinha um sorriso sedutor, sim eu estava com ciumes do meu irmão, é claro que não do jeito de casal, mas aquele ciúme afetivo afinal Dere sempre cuidara de mim e sempre me protegera.

— Hum... e então vou querer um sorvete de... Não, quero um sundae de sonho de valsa. Ah e pode exagerar na cobertura - sorri sinica. A garçonete estava anotando em sua agenda meu pedido. - E você Dere?

— Eu quero o mesmo - disse sem desgrudar os olhos dela. Assim ela foi embora preparar nossos pedidos. Derek saiu de seu transe e olhou pra mim sorrindo e eu o ignorei. - O que foi?

— A nada. Só que da próxima vez que paquerar uma mulher na minha frente torça pra que eu não tenha uma faca. - ele riu, não sei por que, eu estava falando sério.

— Que foi irmãzinha, tá com ciúme? Que fofa. - ele estava me provocando e eu estava irritada, não gosto de ser chamada de fofa.

— Fofo será quando enfiar minha mão na tua cara.

— Okay - ele levantou as mãos em sinal de rendição - Então. .. Como foi o primeiro dia de aula?

— Bem... - contei tudo o que aconteceu até a parte do Daniel, menos as partes que ele me "agarrou". Contei sobre como ele era irritante e encrenqueiro, contei sobre a Laura e o Bruno. - E esse foi o meu primeiro  dia de aula. Linda história né?

Meu irmão não respondeu, pois a garçonete trazia nossos sundaes. E ele ficou paquerando a moça. Dei uma colherada do meu sundae depois que a loira foi embora. Fiquei um tempinho sem falar com ele, afinal ele me ignorara. Próximo a nossa mesa, estava três garotos que aparentavam ser jovens, não podia se ver muitos deles por causa da ângulo, mas um deles chamou minha atenção, sua voz era familiar, era sensual. Era a voz de Daniel.

— Olha gata se você fosse picolé eu te chupava.  - disse Daniel com sua voz sedutora. Ele estava tentando seduzir a loira que nos atendera e ela caiu no papo de Daniel e sorriu maliciosa, claro Daniel era um pedaço de mau caminho. Afinal o que ele está fazendo aqui, será que ele está me seguindo? Não posso nem tomar um sorvete que os inimigos querem acabar com minha alegria.

— Esse cara sabe dá uma cantada. Gostei dele. - disse Derek falando sobre o Daniel. Mal sabe ele que Daniel é filha da puta.

E finalmente ele olhou para mim, com aqueles lindos olhos azuis.

"Se um dia, a nossa luz da amizade se apagar, foda-se irmão, a gente acende uma vela."

                                                                                               -Bob Marley