O garoto que se esbarrara em mim continuava a me olhar com o sorriso sacana.
– Uou você esbarra em mim e ainda me ofendi - olhei bem para o garoto em minha frente que era até "agradável" ao nossos olhos, ele era um pouco mais alto do que eu, seus cabelos eram pretos meio rebeldes e lindos olhos azuis. - Tinha que ser um rico idiota e esnobe. Cara o que custa mudar de lado?

Ele riu. Um riso sínico tomou conta dos meus ouvidos. Menos de 5 minutos e já detesto esse cara. Franzi a testa querendo saber do que ele tava rindo.
– Foi você quem estava distraída e foi você quem esbarrou em mim. - ele disse ainda sorrindo, talvez ele tivesse tentando me seduzir pra se safar. - E respondendo a sua pergunta, eu não mudei de lado por que tava com preguiça.

Não acredito que esse garoto esparrou em mim por causa de preguiça, nem eu sou tão preguiçosa a ponto disso. Pensei em falar todos os palavrões possíveis e seus sinônimos, mas não queria ter um barraco logo no primeiro dia.
– Bem se foi por... preguiça e não por... maldade entremos num acordo- usei minha melhor voz de confiança, que pelo que parece deu certo o garoto parou de sorrir e ficou sério. - vamos nos desculpar.

Disse em fim, e ele começou a rir. Putz isso já tava me irritando. Olhei pra ele com ódio e o mesmo parou de rir.
– Hum... só se pedi desculpas primeiro - eu de inicio não aceitei, mas até que ele está certo... um pouco, fui eu quem tava distraída.
Respirei fundo, não era esse tipo de garota que se desculpava fácil.

– Aí tudo bem...- Respirei fundo por conta do orgulho que não me deixava falar. - me... des- desculpe.

Minha voz saiu baixa, mas foi o bastante para ele ouvi e sorri.
Não demorou muito para o garoto gargalhar, seu riso dava pra ouvir em todo corredor atraindo olhares das pessoas.

– Como você é burra, achava mesmo que ia me desculpar? - falou entre risadas. Foi quanto que me dei conta... me matei mentalmente. Fui burra mesmo. - Agora que já se desculpou eu vou indo gata.

Abri minha boca pra falar algo, quando me dei conta que tinha muitas pessoas ali. Não podia xingar o imbecil na minha frente, aí que raiva que sentir feita de trouxa pelo um moleque morador do prédio. Mas é claro que não iria deixar quieto, não iria mesmo.
(...)

Depois do acontecimento com o garoto imbecil, fui para o meu quarto, não tinha muitas coisas. Tinha apenas a cama de casal já que sou muito espaçosa, o criado - mudo, guarda- roupa, escrivaninha e uma porta para o meu banheiro. Tinha alguns objetos que trouxe de casa, como meu netbook, livros, revistas e dvds de animes que coleciono.
Não tava com vontade de entrar na Internet, nem ler e ver animes. Olhei para um objeto do lado da minha cama... Meu violão.
Eu o tinha ganho no meu aniversário de 15, presente do meu mano. Tirei a capa e o toquei, sabia tocar muito bem, eu aprendi a tocar sozinha já que nenhum professor particular quis me ensinar.
Deixava meus sentimentos virarem uma melodia em um simples acorde, adorava quando sentia isso, era como se o vazio dentro de mim se preenchesse por alguns minutos. Poderia tocar pra sempre só pra mim sentir assim, foi quando ouvir alguém bater na minha porta e entrar. Era Derek vestido com o seu terno o que lhe deixava muito bonito.
– Oi maninha - ele veio até mim sentando na minha cama com um sorriso contagiante, não pude deixar de sorrir. - E aí como foi o dia no prédio.

Meu sorriso desapareceu, queria contar o que houve, mas eu sabia que Derek iria armar um escândalo, somos diferentes em muitas coisas, mas somos iguais nesse quesito. Dei um sorriso.

– Foi legal. Fiquei um pouco aqui, depois fui conhecer o prédio e voltei e comecei a tocar. - omiti a parte que encontrei o garoto. Contava tudo ao meu irmão, tudo mesmo. Não me preocupava com assunto de meninos e nem comentava, não tinha mesmo o que comentar.

– Que bom. Recebeu minha mensagem? - assenti. - Tá. Já passei numa loja e comprei seus materiais- ele me entregou duas sacolas cheias de materiais, sério as vezes Derek exagera. Ele levantou e já estava puxando a maçaneta e lembrou - Ah Kath não se preocupe
comprei tudo do seu gosto... Sabe né? Caveiras, animes e música.

E lá se foi ele pro seu quarto. Mais tarde jantamos pizza, já que Derek tava cansado e ele não me queria na cozinha dele. Depois de tomar banho fui dormir, pois amanhã começaria minhas aulas

As aulas já tinham começado há 5 meses, o que significa que serei a única novata já que todos se conheciam. Odiava a escola, desde criança odiava, sempre queria estudar em casa, mas nenhum professor particular me queria nem mesmo com um valor altíssimo de salário. Meu irmão me contou que nessa escola não precisa usar uniforme, então iria com meu estilo não muito chamativo, mas também não muito feio.
Cai no sono pensando nisso.
(...)

Já estava no quarto sonho quando o alarme soou, e meu alarme era meu irmão que para me acordar pulou em cima de mim. Olhei pra ele o mais séria possível, mas era impossível ficar séria quando se tem Derek Grace.
Depois de insistir mais alguns minutos de sono o que não funcionou, fui tomar banho e me arrumar.

Como não queria chamar atenção, né vestir de um cores neutras. Usei uma blusa larga da banda "System Of A Down" e coloquei uma calça justa cinza, também coloquei meu all star preto simples. Fiz maquiagem só nos olhos já que não era chegada a batom e pra finalizar os acessórios, cordão de uma guitarra e pulseira de espinho. Já estava pronta peguei minha bolsa preta com estampa de caveira e broches de animes e livros.
Como estava meia atrasada por culpa do Derek não lanchei, e fomos rapidamente para o carro preto.

Não era muito longe dava pra ir a pé se não tivesse muito atrasada. Paramos na frente do grande portão que acima tinha o nome do colégio " High School Sheffield", fiquei nervosa e Derek percebeu.

– Só seja você mesma maninha- ele disse tentando me acalmar, apesar de eu ser intolerante, pavio curto e grossa ele apenas disse isso pra me passar confiança.
Dei um beijo em sua bochecha e sai do carro. Procurava a sala "3-A" Já que Derek tinha falado com diretor não precisava vê - lo. No corredor tinha apenas o zelador, da qual me informou onde fica a sala.

– Segundo andar - sussurrei subindo as escadas, era a primeira sala e o que parece já tinha começado as aulas. - Merda - pensei.

Respirei fundo umas três vezes e bati na porta. Uma voz masculina me disse pra entrar e assim fiz.
Na hora deu um nervosismo e quis esconder minha cabeça como avestruz, todos da sala estavam me olhando.

Embora todos estivessem me olhando, apenas uma pessoa me chamou atenção... um garoto de olhos azuis sensuais. O garoto encrenqueiro.

– Você! - sussurrei pra mim mesma, e como eu pensei ele me reconheceu e um sorriso brotou de seus lábios.

O destino tá de brincadeira comigo.