A história de duas vidas. escrita por Juliana Rosa


Capítulo 36
Final. Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Pois é pessoal quase no fim. Sinto uma saudade, como se eu estivesse me despedindo de um família amiga e ao mesmo tempo a sensação de dever comprido e realizado. Mas acima de tudo espero ter agradado pelo menos um pouquinho os leitores com essa fic. Esse capítulo vai para todos vocês que me acompanhara, comentando, elogiando e também criticando, me apontando os erros, pois as criticas servem para isso, para que a gente possa melhorar cada vez mais. Obrigada a todos um abraço apertado e boa leitura.



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– Será que a mãe mais linda do mundo me dá um beijo? - Peeta pedi todo sorrisos e adoro isso nele.

Dou-lhe um beijo rápido, as crianças riem e em seguida começam a atacar os bolinhos de frutas e o suco de uva. Peeta e eu nos servimos com sanduíches de presunto, queijo e maionese. Os pães ainda estão quentes e cheirosos.

Finnick e Anne chegam com os gêmeos, Samy e Sarah, que são poucos meses mais novos do que Pérola, e mais comida.

– Oi. Está um dia lindo, achamos que não se importariam de mais companhia. - diz Finnick.

– Claro que não venham. - convida Peeta.

Anne abre a cesta.

– Tem sorvete de baunilha quem vai querer?

As crianças fazem uma festa. Fico olhando a cena, Peeta e Finnick conversam sorrindo. Anne prepara e serve sorvete para todos. As quatro crianças comem se divertindo. E depois saem correndo para brincar.

Respiro fundo, meu coração está em paz.

Já se passaram muitos anos, mas a memória de tudo é bem vívida em minha mente. Nós três quase morremos na arena e Anne quase morreu torturada na Capital. Nossos filhos não sabem que fizemos parte de tudo aquilo. Não sabem que são frutos que sobreviveram a guerra. De repente estamos todos em silencio, encarando uns aos outros, como se estivéssemos pensando a mesma coisa.

– Estamos pensando em voltar para o distrito 4. - diz Anne quebrando aquele incômodo silencio.

– Seus filhos vão sentir falta daqui. - digo. - Parecem que já se adaptaram bem.

Finnick olha além e respira fundo.

– Tudo aqui é muito recente. As lembranças... - seus lábios se tornam uma linha fina, contraída. - Vamos ficar melhor no 4. - diz balançando a cabeça como se para convencer a si mesmo.

– Vocês podem vir nas férias de verão ou no natal. Não seria divertido Katniss? -diz Peeta.

Meu pensamento de súbito fica longe. Me lembro das férias de verão em que meu pai me levava para a floresta para me ensinar a caçar. Essa habilidade com o arco, salvou minha vida...

– Katniss...? - Peeta me chama baixinho, preocupado.

– Desculpem. - ter lapsos de lembranças ou de memória é normal em quase todos que passaram pela arena. Ninguém faz perguntas.

Peeta repete.

– Estava dizendo que podemos programar férias de verão ou natal com as crianças.

– Ela vão adorar. Vai ser divertido e muito bom ter a casa cheia.

Finnick e Anne sorriem entusiasmados com a ideia.

– Vocês também podem levá-las para conhecer o litoral. - sugere Anne.

Assentimos com a ideia. As crianças gritam sorrindo e olhamos na mesma direção. Elas estão com flores de dente-de-leão e as levantam para cima. O vento sopra e uma chuva de sementes voam, elas correm atrás tentando apanhá-las.

E nesse momento, ouvimos um tordo. Seu canto é triste. Já faz muito tempo, é como se a proibição de falar sobre o símbolo do tordo também os tivessem feito desaparecer. Meu corpo fica tenso e uma lágrima grande e grossa corre pelo meu rosto e me lembro da pequena Rue. Peeta a limpa com o polegar, me dá um meio sorriso balançando a cabeça. Anne aperta minha mão.

– Pensei que não existissem mais. - digo num sopro.

Ela sorri.

– Eles nunca deixarão de existir. - diz e o significado de sua frase é dupla.

Significa que mesmo que ninguém jamais mencione o passado, eles nunca esquecerão o que eu fui, e o que eu represento agora. Peeta afaga minhas costas.

– Vai ficar tudo bem. Sempre ficaremos bem Katniss. - ele ri. - Você me ensinou isso.

Karlo vem gritando em nossa direção com as mãozinhas fechadas.

– Mamãe olha, eu peguei uma, eu peguei uma.

Limpo os resquícios da lágrima e sorrio para ele.

– O que você pegou meu amor?

Ele se abaixa perto de mim e abri uma das mãos com cuidado.

– Veja, eu peguei uma semente de dente-de-leão.

– Que ótimo. - diz Peeta bagunçando seu cabelo. - Agora precisa fazer um pedido.

Karlo franze a testinha por um segundo e dispara.

– Eu desejo ser feliz para sempre. - ergue as mãozinhas e o vento carrega a semente.

– Oba meu desejo vai se realizar, o vento levou a semente. - seu rosto está extasiado de felicidade e corado com sol.

Se levanta e corre se juntando aos outros. Rimos com seu pedido, pois é o pedido de todos nós no momento.

O sol começa a baixar, o clima, mesmo no verão esfria um pouco. Começamos a recolher as coisas.

– Hora de ir crianças. - diz Finnich.

Karlo está exausto e Peeta o carrega enquanto descemos a campina. Está quase adormecido quando chegamos em casa. Finnich e sua família se despendem e sinto uma tristeza ao saber que vão embora. Mas a vida é assim, as pessoas vem e vão seguindo seus caminhos e não podemos fazer nada a não ser aceitar e tornar isso um ponto positivo para nós. É o que meu pai sempre dizia.

Ao entrar em casa respiro o cheiro familiar de limpeza e nossa casa. Adoro isso, me trás uma sensação gostosa, de aconchego e segurança.

Assim que as crianças terminam o banho, jantamos e as colocamos para dormir. Nos dividimos, Pérola já é bem grandinha mas ainda gosta do beijo de boa noite. Karlo ama conversar com Peeta sobre coisas de meninos que se resumem em pipas coloridas que Peeta o ensinou a fazer e novas jogadas de futebol.

– Mamãe é verdade que a Sarah e o Samy vão embora para o 4? - Pérola me pergunta franzindo a testa.

– Parece que sim.

– Papai diz que fica no litoral. Lá tem pérolas iguais a esta? - segura a pérola negra em seu pescoço, agora presa por um fio de ouro.

Era um presente para quando ela fizesse quinze anos, mas Peeta decidiu entregar antes e desde então ela não a tirava nem para tomar banho.

Dou um sorriso.

– Não meu bem. Essa pérola é única, você não vai encontrar em nenhum outro lugar.

A lembrança volta a minha mente vívida como se tivesse acontecido a poucos minuto. Peeta e eu na praia da arena, eu encostada nele e ele me dando a pérola e um beijo.

– Por isso meu nome é Pérola?

Sorrio me inclinado sobre ela.

– Isso mesmo. E por isso você é especial. - beijo sua testa. - Boa querida!

Ela boceja.

– Boa noite mamãe. - ajeita as cobertas e se vira para o outro lado.

Saio devagar apagando a luz e encostando a porta. Vou até o quarto de Karlo, dou uma espiada e vejo que ele já está ressonando. Rio balançando a cabeça. Peeta está na sala, deitado no sofá com uma perca caída no chão. Paro olhando-o e ele sorri abrindo os braços para mim. Praticamente me lanço em cima dele.

– Está cansada?

– As crianças não são fáceis. - digo rindo.

– Não são. - Peeta me olha. - Mas você tem se saído bem como mãe.

Inclino a cabeça para um lado, franzindo a testa.

– Só como mãe?

Ele ri malicioso.

– Hum... poderia dizer cozinheira, mas você é um desastre na cozinha.

– Hei. - protesto lhe dando um tapa de leve no ombro.

Peeta ri e me puxa mais para cima dele. A sensação de ter nossos corpos colados e sentir as batidas do seu coração é maravilhosa. Sempre é.

– Você é linda e maravilhosa em tudo. É a mulher mais corajosa que já vi. - responde ele e me beija.

Beijo que vai se aprofundando intensa e lentamente. Sinto um gemido baixo escapar da minha garganta.

– Eu te amo. - Peeta diz na minha boca. Ofegante, nós dois estamos. Seus olhos de um azul escuro, desejosos.

– Eu também amo você. - respondo e sorrio me lembrando das palavras dele. "Sempre. Sempre vou estar aqui." - Sempre. - repito.

Ele me olha com um sorriso nos olhos entendendo o significado. Me puxa para outro beijo intenso, enquanto começo a desabotoar sua camisa.


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Notas finais do capítulo

Bjos e muito obrigada.



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