A história de duas vidas. escrita por Juliana Rosa


Capítulo 34
Casa


Notas iniciais do capítulo

Últimos capítulos. Bjos.



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"Quando cheguei ao distrito 12, apanhei um punhado de terra e cheirei. Então fechei os olhos chorando e sorrindo ao mesmo tempo. Pois mesmo que eu estivesse pisando em escombros e destruição. Aquela era a terra dos meus pais. Aquele era o meu lar. Finalmente voltei para casa."

Katniss Eveerdee Mellark."

Tudo ainda está coberto de poeira e cinzas. O vento triste sopra erguendo nuvens brancas com um cheiro intenso.

Distrito 12. Minha casa.

Peeta e eu olhamos aquilo que já vimos, antes. Escombros. O que restou da casa de amigos, o que não restou de nossos antigos lares.

Finnnich corre em direção a Anne e só então percebo que ela está grávida. Finnich a abraça e beija sua barriga. Ele está chorando.

A vila dos Vencedores, que milagrosamente tem algumas casas quase intactas, com poucos danos, parece imponente.

Mas não é isso que chama que chama minha atenção e de Peeta. Não é isso que faz nossos corações disparar a mil por hora.

Na entrada da vila há duas pessoas, duas mulheres. A mais nova é uma garota e segura um bebê. Estão paradas, esperando.

Minha mãe e Prim, segurando Pérola.

Sorrio entre lágrimas, ela parece tão crescida. Disparo em sua direção e Peeta vem logo atrás. Quando pego minha filha nos braços e sinto seu cheirinho e a suavidade de seu cabelinho em meu rosto, sinto que o mundo voltou ao normal, que as coisas estão se encaixando no lugar. A sensação é incomparável.

– Meu pequeno bebê. - é só o que consigo pronunciar por que os soluços me engasgam.

Sinto Peeta nos abraçando, seus olhos estão marejados de lágrimas enquanto olha e beija nossa filha, acariciando seu rostinho risonho. Então puxo Prim e minha mãe nos unindo no mesmo abraço.

– Estamos bem. - digo. - Vamos ficar todos bem.

– Tudo ficará bem, estamos todos juntos outra vez. - diz Peeta.

E sei que por mais difícil que seja, por toda dor lembrada e todas as cicatrizes marcadas em nós, e elas são muitas, acredito na esperança nos olhos dele. No azul sereno que sempre acalmou meu coração. Por que ele é Peeta e não tem como ele ser diferente.

As pessoas estão voltando aos poucos. Os escombros e a cinza estão sendo removidos lentamente e novas casas começam se erguer com a ajuda da Capital. A vida segui seu curso e anda para frente.No lugar da mina, temos legumes e verduras sendo plantados e vacas e cabras magras se alimentam da pastagem ainda rala e raquítica.

O psiquiatra da Capital vem ver Peeta e eu e conversar conosco, uma vez por mês. Para ter certeza de não somos uma ameaça para a pequena Presidenta que não governa. Peeta e eu respondemos o que ele quer ouvir e ele vai embora feliz.. Agora só me interessa a vida que tenho com minha família.

Peeta e eu consertamos nossa antiga casa, ela sofreu poucas avarias e quando terminamos uma parede e colocamos uma porta nova no lugar, nos abraçamos felizes e suados, pois esse esforço é para nós, para nossa vida. Pérola sorri batendo os bracinhos como se entendesse também.

Minha mãe e Prim ficaram com a antiga casa de Peeta e a noite nos reunimos para o jantar que agora tem até carne assada. Peeta faz pão fresco e sempre damos um pedaço para o gato horroroso da Prim. Ela vai ser médica no ano que vem e sempre acho ela nova demais para isso. Mas Prim não é mais aquela garotinha assustada, nem eu sou mais a antiga Katniss. Ninguém é mais como antes, mas tenho Peeta e minha família. E tudo pode ficar bem ou pelo menos parecido com o que era.

Nunca mais vi Haymitch, Effie ou qualquer pessoa da equipe dos jogos. Peeta e eu achamos melhor assim. Os Jogos Vorazes foram banidos. As Arenas não existem mais. Nunca mais haverá tributos, nem colheitas.

Finalmente eu cumpri minha promessa feita na arena, num passado distante. O mal não tocará em Pérola, ela crescerá livre e nós voltamos para ela.

– Acorde. - sussurro e vejo os olho de Peeta se mexerem rápido debaixo das pálpebras. Sua respiração acelera e as mãos agarram o lençol retorcendo-o. - Acorde Peeta, por favor.

Ele geme e então se levanta com um grito. Falando palavras apressadas.

– Não. Feche os olhos Katniss... você não vai tocar nela...

Eu o acalmo segurando seu rosto.

– Eu estou aqui Peeta. Está tudo bem.

Ele me olha respirando ofegante.

– Tive um pesadelo.

Sorrio.

– Eu também tenho.

Ele sorri.

– Eu disse isso. Você se lembra? A primeira vez que teve um pesadelo no trem, quando estávamos indo para a Capital?

– Sim eu me lembro. E me lembro de te pedir para ficar e você me abraçou.

Ele acaricia meu rosto, colocando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.

– Aquela noite eu me senti o homem mais feliz do mundo. - ri. - Você só dormiu nos meus braços mais fiquei feliz por que você se sentiu segura, protegida e era eu que estava lhe dando isso.

– No fundo sempre soube que poderia confiar em você. Sempre soube que você estaria lá quando eu precisasse.

– Sempre.

Ele me beija, de leve, primeiro na boca depois na testa. Ele é tão carinhoso, tão cuidadoso e gosto disso. Quero ficar perto dele. Senti-lo.Então o faço deitar e me deito ao seu lado, me aconchegando a ele.Sentindo os músculos fortes e o corpo quente dele sem camisa.

Ele me acaricia e rola ficando em cima de mim.

– Quer fazer amor comigo? - Pergunta com certo receio. Sua voz é um sussurro quente e me faz derreter.

O sorriso e o brilho nos meus olhos confirma que sim. Então minhas mãos deslizam pelo seu corpo, pelos caminho que já conheço tão bem. Gentilmente, Peeta tira minha blusa. Ainda me sinto um pouco envergonhada e coro quando ele olha para meus seios, desejando o que vê.

Ah cicatrizes em meu corpo de queimaduras e cirurgias. Cicatrizes feias e que nunca irão desaparecer. Também sinto as dele em suas costas, me lembrando do tempo em que ele foi torturado e chicoteado pelo maldito Snow. Varro essas lembranças para fora da mente. Tudo isso acabou e agora tudo o que sinto é o calor que emana do corpo dele. A vontade de ficar ali para sempre, em seus braços.

Gostaria de estar usando coisas bonitas para ele, mas tudo que temos são roupas doada pela Capital. Mas o azul intenso e desejoso que vejo nos olhos de Peeta me faz sentir bonita, desejada. Sua mão toca meu seio sentindo a pele quente e arrepiada com seu toque em carícias gentis que só ele sabe fazer e me beija de vagar enquanto acaricio seus cabelos, sei que ele gosta quando faço isso.

– É real ou falso? - ele murmura em meus lábios.

– É real.

O beijo se aprofunda mais lentamente. Ele sabe que gosto assim. As mãos dele exploram meu corpo.

– Me diga se eu te machucar.

– Eu confio em você.

Então me dou conta de que tanta coisa aconteceu. Tanto tempo separados. Medos, pesadelos, a pressão psicológica. Peeta está com medo de tocar.

– Peeta fica comigo pra sempre. Eu te amo.-sussurro em seu ouvido.

Sinto seu beijo em meus lábios, em meus seios, como uma pluma suave. Ele faz algo que adoro. Aperta meu bumbum como eu fiz com ele na floresta. E me acaricia entre as coxas, subindo devagar até as partes mais sensíveis. Me ouço gemendo baixinho.

E logo, o sinto dentro de mim. Seu ritmo, gentil e carinhoso. Ele sussurra meu nome e sei que estamos entregues um ao outro.Ondas de calor se espalham por todo o meu corpo e a sensação é maravilhosa, como na primeira vez.

Estou derretendo em seus braços.

– Peeta...! - murmuro.

– Estou aqui. Vou sempre estar aqui.

Ele aumenta um pouco o ritmo e sinto que vou explodir com tanta ternura, tanto amor. Ele faz algo que adoro. Aperta meu bumbum como eu fiz com ele na floresta.

Nós dois estamos trêmulos e ofegantes, a pele úmida e seu cheiro é tão bom, tão familiar e tranquilizador. Ele afunda o rosto em meu pescoço e ficamos assim, até nossa respiração voltar ao normal.

Peeta beija minha testa sorrindo para mim. E como sempre é muito fácil rir com ele.

Nos viramos deitando um de frente para outro.As mãos se tocam e se acariciam. Não é preciso nenhuma palavra, os olhos dizem tudo.

Sei que vou adormecer em seus braços. E também sei que não teremos mais pesadelos. Pelos menos essa noite não.


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Notas finais do capítulo

Bjosss.



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