A história de duas vidas. escrita por Juliana Rosa


Capítulo 14
Um novo começo com esperança. Continuação.


Notas iniciais do capítulo

Tantas perguntas e nenhuma resposta. Katniss.
Quero agradecer a todos os leitores pela paciência. Prometi postar de dois em dois dias, mas tive uns probleminhas. Peço desculpas e espero continuar como o prometido. Bjos e uma boa leitura.



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– Que notícias? - meu coraçao começa a ficar aos pulos.

Ela não responde de imediato e percebo que estava esperando por alguém quando Beetee chega em sua cadeira de rodas motorizada. Pouco depois, Johanna e Finnick também chegam. Beetee entrega um DVD para a presidenta, mas ela continua esperando.

Até que um médico chega.

Engulo em seco e tenho a sensação de não vou gostar do que vai acontecer aqui.

– O que está acontecendo presidenta, por que mandou me chamar?

Ela me encara por uns segundos e responde:

– Como eu disse, temos notícias da Capital. Nossa fonte lá dentro nos mandou esse DVD com informações...

Não entendo a hesitação dela. A presidenta continua.

– Katniss só vou deixar você ver isso se me prometer que não vai gritar, chutar e nem agredir ninguém ou do contrário o doutor aqui vai sedá-la.

Meu histórico psiquiátrico no 13 é, pessoa com alta agressividade. Mas no momento eu nem ligo pois a verdade explode na minha cabeça e eu verbalizo a pergunta.

– É sobre o Peeta? Ele morreu?

Coin faz um gesto para o médico que fica perto de mim e depois outro sinal de cabeça para Beetee para ele ligar o DVD.

Ouvi-se ruídos e as primeiras imagens que vejo são de um corredor escuro. Alguém está filmando com uma câmera de mão pois a imagem balança. Então a câmera foca numa pequena janelinha que mal dá para olhar por ela. Um facho de luz pequeno é lançado revelando o que parece ser o interior de uma cela. E lá dentro, a luz ilumina uma forma estranha, encolhida. Ela se move e em seguida, olhos azuis apavorados encaram a câmera e soltam um grito lancinante de dor e medo.

A tela fica escura. O filme acabou.

– Meu Deus! - digo levando a mão à boca abafando a exclamação.

Estou bamba e enjoada. Pisco os olhos.

Todos estão em silêncio, me olhando, então solto o ar percebendo que estou segurando a respiração. Mas não tem como respirar ali, de repente a sala ficou pequena e quente.

– O que... é isso? - minha voz é um gemido. - É Peeta?

Silencio. Eles sabem que entendi o que vi. Eu também sei. Mas é difícil, acompanhar. Meu cérebro está assimilando. "Peeta está vivo..." Uma voz dentro de mim diz que não é seguro acreditar, mas eu quero.Uma parte de mim está feliz demais apenas com o fato dele estar vivo. Outra parte porém, está com medo do que vi e uma raiva crescente. Então olho para a presidenta Coin e vejo o resto que ela ainda não me contou.

– A quanto tempo vocês sabem disso?

– Duas semanas. - ela responde sem hesitar.

Meu estômago revira, tenho a sensação de que vou cair a qualquer minuto. O médico me avalia. Olho acusadora para Gale.

– Duas semanas, você sabia disso?

Ele está com uma expressão carregada e assenti.

– Não tínhamos provas, eram apenas indícios, comentários. Não queríamos te dar falsas esperanças.

– Falsas esperanças? - estou ofegando, falando alto, ainda é difícil respirar.- E o que vocês vão me dar agora? Vão me sedar?

– Katniss ouça... diz Haymitch, mas eu o empurro.

– Não quero ouvir nada de você. - agora estou gritando o dedo em riste. - Eu te ouvi uma vez e você o deixou lá e veja o que fizeram. Você viu os olhos dele? Olhou pra ele? Não sei o que dizer direito para minha filha sobre o pai dela por que eu mesma não sei, mas vocês sabiam. - Meus olhos fulminam a todos com uma fúria assassina, que me faz lembrar dos competidores da arena, me faz lembrar de mim. - A duas semanas ele estava vivo, e agora?

O médico segura meu braço e solto-me com um movimento brusco.

– Se me tocar de novo, juro por Deus que mato você.

Ele me encara com um certo medo. Coin faz um sinal e ele se afasta. Ela se aproxima um pouco e para me encarando com seus olhos cinzentos, sem se abalar. Há uma determinação neles.

– Na verdade. Peeta ainda está vivo e pretendemos resgatá-lo.

Eu ouço as palavras. Ouço Finnick e Johanna falarem ao mesmo tempo, mas precisei de alguns instantes para meu cérebro compreendê-las.

" Ele está vivo."

Estou no meu quarto, em pé ao lado do bercinho improvisado de Pérola. Ela dorme tranquila, inocente, com os bracinhos jogados para traz. Peeta está vivo eu sei, mas a pergunta quero fazer a mim mesma é; como ele está.? Seus olhos pareciam os de um animal raivoso e ao mesmo tempo amedrontados. Sei de coisas terríveis que a Capital faz com seus prisioneiros.

Será que o transformaram num bestante? Num escravo sem língua? Ou pior, será que apagaram a mente dele e ele não se lembra mais de mim, de nossa filha? Sei que eles podem fazer isso. Tantas perguntas e nenhuma resposta. Sinto o gosto salgado em meus lábios e só aí noto que estou chorando. E odeio essa coisa que insiste em cair dos meu olhos, me mostrando como sou fraca. E não posso ser, tenho que ser forte.

Prim entra nesse instante no quarto.

– Oi.

– Oi patinha. - fungo enxugando os olhos e tento esboçar um sorriso. Acho que não enganaria nem a Pérola.

– Eu fiquei sabendo sobre o Peeta. - diz ela.

Prim parece tão mais velha do que é. Tão amadurecida e tenho medo disso. Pois a Capital consegue até mesmo roubar a infância de nossas crianças.

– Pois é, ele está vivo.

– É verdade que vão organizar uma missão de resgate?

– É.

– E por que você não está feliz Katniss?

Respiro fundo e me sento na cama.

– Vem cá patinha. - dou tapinhas no colchão ao meu lado.

Ela se senta perto de mim.

– Tenho medo de como Peeta vai estar. De como vamos acha-lo... depois de tanto tempo. - confesso para minha irmã mais nova.

Por que não tem como falar com minha mãe, ela parece uma estação de rádio fora do ar, e muito menos com Gale. Ele odeia o Peeta e diz que ele me roubou dele.

– O que importa é que ele está vivo Kat. Tenho certeza de que ele nunca esqueceria de você.

Olho para ela abismada. A confiança que vejo em seus olhos é incrível. Nada parecida com a fala de uma criança que acredita que os pais ou irmãos vão resolver tudo. Ela fala de modo inabalável, por si própria.

– Você vai ficar bem quando eu for para a Capital?

Ela balança a cabeça em afirmativo.

– Mamãe, Pérola e eu estaremos esperando por vocês. - de novo a mesma confiança inabalável.

– Como você sabe que eu vou voltar?

Ela sorri.

–Você sempre volta Katniss. - diz e de repente fica séria. - A única coisa capaz de quebrar você é se o presidente Snow matar Peeta.

Ela tinha razão.


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Notas finais do capítulo

O que será que vai acontecer agora. Peeta estará bem?