Drawing My Destiny escrita por Tsuki Yoru


Capítulo 3
Old Friends




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Já se passavam das três da manhã, mas eu me mantinha acordada desenhando sem parar, minha imaginação estava muito bem obrigada, e tudo isso era por causa dele afinal. Tinha perdido as contas de quantas vezes eu me peguei olhando pra ele dormindo no sofá, eu precisava saber da história dele afinal e quem era ele.

Me levantei para tomar a sexta caneca de café, precisava me manter acordada afinal, enquanto a água fervia no bule, fui até o armário para pegar uma tigela para algumas frutas. Quando o abri, fui surpreendida com os meus remédios, de uns meses atrás, abertos e com algumas cartelas sem comprimidos. Eu havia dito ao meu pai que não queria mais esses remédios de depressão, lembro-me que ele me bateu por causa disso, mas eu estava piorando com eles.

Ri comigo mesma, porém não era um riso satisfeito, ou de graça... Aquilo me revoltou, soquei o balcão... Eles estavam me dopando! Olhei para Kou, será que ele era fruto da minha imaginação, assim como minha mãe era depois de morta?

Quase como se tivesse lido meus pensamentos Kou acordou e me olhou, franziu a testa e sorriu, meu deus... eu adorava quando ele sorria!

– Vejo que você está trabalhando muito nesse mangá! – ele cerrou os olhos e começou a ler a história que havia feito, corri até ele, mas já era tarde. – Kou? O conto de um fantasma perdido?

– Não mecha onde não foi chamado! – tinha certeza que estava vermelha, ele me irritava tanto.

Ele sentou rindo muito, bati nele algumas vezes e ficamos rindo até o sol nascer.

Tinha adormecido afinal, me levantei rápido quando percebi que havia dormido sobre seu peito. Ele se levantou também e sorriu, olhei para o relógio, ainda era seis da manhã! Nossa, como estava cansada e quebrada, parecia que um batalhão havia passado por cima de mim. Fui pegar algo para comer quando alguém bateu na porta. Quem poderia ser as seis horas da manhã?

Quando abri a porta um garoto alto de cabelos ruivos e com um sorriso radiante.

– Me chamo Touma, sou o entregador de jornais. Estudava na mesma escola que você. – olhei bem pra ele, mas sinceramente não me lembrava dele. – Era de uma classe diferente da sua.

– Ah!- ele falava demais para um garoto.

– Me desculpe pelo incomodo, não devia ter lhe incomodado, mas espero que esteja melhor, depois daquilo tudo que aconteceu... quer dizer não que eu vasculhe sua vida... Mas as pessoas falam! Do...

– Tudo bem, não precisa se incomodar com explicações. – ele me entregou o jornal e deu as costas, fechei a porta rindo daquilo, Touma, me parecia muito engraçado.

Abri o jornal e a manchete de capa era sobre um garoto que havia recebia uma descarga elétrica de um raio que havia caído próximo a ele, Kou estava caído no asfalto e era ELE AFINAL!!

Sai correndo atrás de Touma, precisava falar com alguém que não fosse um fantasma em busca de salvação, ele estava quase virando a esquina quando consegui alcança-lo, porém não consegui parar em tempo, cai em cima dele o que foi ainda mais constrangedor, pelo fato de estar apenas de pijama.

Pela sua expressão de dor havia o machucado de algum jeito, me levantei com dor também.

– Você está bem?

– Sim e você? – ele apenas balançou a cabeça afirmativa.

– Eu esqueci de entregar alguma revista ou algo do tipo?

– Não, bem... Queria lhe perguntar se você conhece esse garoto?

– Você está bem?

– Já disse que sim... por que?

– Porque, esse garoto é aquele que te deixou quando criança... Eu estudei contigo desde criança. – ele parecia se sentir mal por não me lembrar dele, mas estava preocupada com outra coisa no momento.

– Kou? – por que minha mente o negava de tantas formas? Eu tinha certeza que o conhecia de algum lugar mas ele havia mudado tanto, ficado tão maduro!

De repente a ficha caiu... As lembranças daquele dia de chuva, aquele olhar... o nosso “quase encontro”, levei a mão a boca, agora tudo faz mais sentindo, é por isso que ele apareceu pra mim, já nos conhecemos afinal!

– Obrigada Touma. – me levantei me afastando dele e caminhando de volta pra casa, mas sua voz me chamou.

– Posso lhe ajudar se quiser, meu tio é o dono do jornal, posso lhe perguntar se sabe onde ele mora, ou que hospital está.

– Você faria isso por mim? – ele ficou vermelho e sorriu ainda mais radiante, Touma me parecia uma boa pessoa afinal.

– Claro, afinal ele é seu amigo!

– Ele está bem?

– Bom a única coisa que sei é que ele está internado em estado grave, mas nada além disso. Sinto muito.

– Não tudo bem, obrigada pela ajuda. Venha a hora que quiser para me fala o que descobriu, minha “família” não está em casa mesmo.

– Irei sim.

Sai correndo dessa vez tendo mais certeza de querer ajuda-lo.

Quando cheguei Kou estava em pé tentando pegar a caneca de café, sua mão passava como uma sombra por ela, mas não conseguia segurar, pela sua cara ele estava muito frustrado por isso.

– Kou! – ele se virou pra mim e no momento que o vi, quis abraça-lo na hora, corri pra ele e consegui o abraçar, ele não me atravessou como que aconteceu com a caneca. – Eu me lembro de você! Você estudou comigo quando criança!

Sua expressão se clareou e ele me apertou junto a ele. Contei tudo o que Touma havia me dito e Kou escutou tudo quieto, tendo que suportar todas as lágrimas que estavam caindo sobre ele. Quando me afastei seu rosto e metade de seu corpo estavam coloridos.

– Eu vou te salvar Kou! Eu te prometo! – lhe entreguei o dedinho para que ele agarrasse e ele assim o fez!

– Eu tenho certeza disso, minha heroína! – aquilo realmente estava acontecendo ele havia voltado pra mim... Kou, sussurrei próximo ao seu ouvido e ele parecia ter ouvido, e eu sei disso pelo aperto que ganhei.

A noite havia chegado enfim, estava ganhando muita ajuda de Kou com a história do meu mangá, conversamos sobre o passado e o motivo dele ter sumido, a mãe dele também havia morrido e ele havia se mudado junto a ela quando ainda estava muito doente. Era tão diferente vê-lo tão próximo a mim, sabendo que sou alguém que ele conhece e não apenas uma pessoa qualquer que o desenhou afinal.

Havia pedido uma pizza e estava saboreando e rindo junto a Kou pelas caretas que ele fazia a vontade que ele estava de comer era gigantesca.

A campainha tocou e eu fui rapidamente atender, e quando abri Touma estava lá, com um chapéu e roupas meio hipster. Ele parecia meio angustiado.

– Preciso falar com você! – sua cara não parecia nem um pouco boa. Me assustei um pouco, o que ele queria falar afinal?


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