O dia lá fora era banhado pela luz amarelada do sol fechei uma das mãos e com a outra a coloquei de encontro ao vidro gelado da janela, suspirei e esperei
e como se as coisas estivesem ao meu favor, o sol se escondeu atrás de alguma novem e um vento gelado balançou as arvores a minha frente
, sorri e desci do sofá, esperei por este dia a meses, retirei os sapados, e na ponta dos pés andei devagarzinho, para que minha mãe não acorda-se, por que se ela me visse
saindo ficaria brava, ouvi a porta do quarto de Punzie se abrir e ela me encarar questionadora, fiz sinal de silencio com os dedos, e ela assentiu e fechou a porta.
Abri a porta e meus dedos entraram em contato com a neve, o frio dançou pela minha pele como borboletas alegres em um campo aberto, ri e joguei um punhado de neve para cima
corri mais além para dentro da floresta que eu tinha conhecimento tão bem. Ria e ria, isso nunca perderia a graça, pulei de uma arvore caida e ouvi um rugido ao longe,
meu coração se afundou, e se fosse mamãe? Punzie nunca me dedaria, esitei e deixando andei até a origem do barulho, tomando cuidado para que nem minha propria respiração denuncia-se minha
presença, estiquei o pescoço e vi um dragão me encarar, ele ergueu a cabeça ao me ver, reprimi um grito e esperei ele vir me atacar, mamãe tinha razão eu nunca deveria ter saido de casa
abri os olhos e o olhei denovo ele me olhou e pude jurar que estava achando graça, sua calda preta estava sendo esmagada por uma pedra.
_ Oh não, tadinho. - Murmurei e sai de trás da arvore, ele retirou a lingua da boca, sorri e ergui as mãos.
_ Tudo bem, eu vou te ajudar... Ta? - Ele piscou.
_ Vou considerar isto um sim - Falei rindo e olhei envolta a procura de uma madeira ou algo assim para retirar a pedra de cima de sua calda.
_ Banguela? - Ouvi uma voz estranha ao longe e procurei desesperadamente por algo.
Os passos ficaram proximos e prendi a respiração.
_ Baguela amigão, que bom que... Hã quem é você? - Algo relou em meu ombro e pulei fazendo com que um raio de gelo saisse de minha mão, fechei os olhos e me ajolhei, esperei ouvir varios
chingamentos e o garoto me chamar de bruxa, mais nada veio, algo quente relou em meu ombro, abri os olhos e deparei me com dois olhos verdes como as folhas das arvores me encarar
com preocupação.
_ Hey, ta tudo bem? Desculpe se eu te assustei, não foi minha intenção. - Ele falou, me afastei com medo de machuca-lo e neguei.
_ Não, me desculpe você, eu... Eu matei seu dragão.
_ Matou? Mais ele, esta bem, olhe. - Me virei e ele apontou para o dragão, ri aliviada e suspirei constrangida.
_ Ufa, q-que bom. - Olhei para sua calda que agora estava livre e franzi a testa.
_ Ah não... - Falei e ele acariciou a cabeça do dragão.
_ Shh, tudo bem amigão vamos dar um jeito nisso. - Ele murmurou para o dragão e encarou me sorrindo, sorri de volta e ele abaixou seu olhar para meus pés.
_ Oh meu Deus seus pés. - Olhei para meus pés descalços e tentei argumentar mais ele retirou suas luvas de couro e as colocou em meus pés.
_ Não precisava. - Falei sorrindo. - Mais obrigada... Como é seu nome?
_ Hiccup... Ou soluço haddock. - Ri sem maldade e o encarei.
_ Hiccup? Por que este nome? - Perguntei e ele riu e deu de ombros.
_ Bom, não sei, acho que é por que minha a vó soluçava muito, e quando ela morreu, meu pai resolveu fazer uma homenagem a ela. - Ri e assenti.
_ E você... qual é o seu nome?
_ Elsa, mais pode me chamar de Els, é assim que minha irmã me chama. - Falei e voltei a encarar o dragão sua calda ainda tinha um aspecto ruim.
O sol começou a se por no horizonte e eu o encarei assustada mamãe acordaria daqui a alguns minutos.
_ O que, algum problema? - Ele perguntou e eu balancei a cabeça.
_ E-eu tenho que ir, d-desculpe eu... Tchau. - Corri sem olhar para trás a caminho de casa e pude ouvir um "Até breve Els", sorri e mal me lembrei das luvas
dele em meus pés.
***
Dias se passaram e nunca mais vi aquele garoto, suspirei frustrada será que eu o tinha assustado? eu disparei gelo com as mãos, talvez tenha sido isso.
_ Droga,droga. - Murmurei com raiva e mal percebi o copo de vidro se quebrando em minha mão, gritei ao sentir a dor envandindo-a e as lagrimas cairam, corri até a pia do banheiro e abri a
torneira, mordi tão forte o pano para que ninguem ouvisse que minha mandibula adormeceu, enrrolei um pano no corte ja limpo, e entrei em meu quarto,a unica pessoa em 8 anos que
eu vira se amendrontou ao ver-me.
_ Elsa... Você esta bem? - Rabunzel perguntou, a lua banhava nossa cama com sua luz branca e cerrei os olhos para ver minha irmã.
_ Estou bem Punzie, pode voltar a dormir ta?
_ Boa noite. - Ela pediu. Deitei em minha cama e sorri fracamente.
_ Boa noite.
***
Abri os olhos com a claridade esbranquisada do dia e coloquei meus sapatos, peguei um punhado de roupas e meias.
_ Onde você vai? - Punzie perguntou, a encarei e me sentei ao seu lado.
_ Tomar um banho, quer ir comigo? Mamãe não vai saber... - Completei pois sabia que ela tinha medo de ser pega.
Ela olhou para o lado de fora, seu cabelo em um mês ja chega aos seus pés, sendo que o meu, em 8 anos mal chegava a cintura.
_ Tudo bem vamos. - Ela falou sorrindo, descemos as escadas nas pontas dos pés e corremos até o riacho, brincamos alguns minutos na água e nos trocamos. Pois estava frio
e Punzie não o tolerava tanto quanto eu.
Ouvi um barulho e logo após passos, dei dois pes a frente, meu cabelo ainda estava molhado e caia sobre minhas costas arrepiando-me.
_ Els, vem vamos embora. - Punzie chamou, a olhei e concordei.
_ Eu...Eu, pode ir indo. - Falei por fim.
_ Mais...
_ Eu prometo, é que, poxa, só esta vez. - Falei e ela concordou e colocou os sapatos, ela correu na direção contraria a minha, corri em meio as arvores e parei quando vi
o garoto dos dragões sentando em uma pedra e logo ao lado, banguela dormia tranquilamente, me aproximei a passos curtos e espiei por cima de seu ombro o que o mesmo desenhava.
_ Hã, olá. - Falei e ele caiu para o lado, ri e olhei para baixo constragida.
_ Me desculpe não foi minha intensão. - Ele riu se levantando e cerrou os olhos.
_ Engraçadinha. - Ele falou lembrando-se da primeira vez que nos vimos.
_ Achei que nunca te veria de novo. - Ele comentou "Eu tambem pensei"
_ Então... O que você estava desenhando? - Perguntei e ele deu de ombros.
_ Nada eu... Ei, o que é aquilo? - Ele perguntou apontando para minhas costas me virei e senti algo gelado acertar-me por trás. Me virei lentamente e cerrei os olhos.
_ Você me paga soluço haddock. - Falei e ele riu e correu rindo, ri e corri atrás do mesmo.
***
6 anos depois.
Minha cama parecia cada vez mais pequena a medida que eu crescia, abri um dos olhos e encarei punzie, a mesma dormia enrrolada nos proprios cabelos, não via mais sentido nas coisas ao meu redor,
Gothel ou mãe como eu a chamava a alguns anos atrás tratava-nos cada vez pior, trancava a gente sempre que podia em nosso quarto para não sairmos, ela acha que eu não sabia
que ela apenas se aproveitava de Punzie para continuar jovem e quanto a mim... Bem não sei quais são seus planos para mim, a unica coisa que parecia me conectar com o mundo
real, que me mantinha viva e fazia me sentir renovada era Hiccup, e um dia iriamos fugir desse lugar, para bem longe, onde ninguem poderia nos fazer nenhum mal nunca mais.
ouvi duas, três batidas quase imperseptivas e que se meu coração não tivesse dado um salto de alegria ao ouvi-las não teria as percebido.
Observei com um sorriso um coração ganhar forma na porta da varanda. Levantei-me da cama e abri devagar a porta da varanda e o encarei, seu lindo sorriso envolveu me na escuridão da noite,
seus olhos verdes brilhavam no escuro e seu corpo bem definido parecia abrir me para o mundo e acolher-me.
_ Pensei que você não viria. - Sussurrei e ele colocou a mão no coração.
_ Eu a prometi, e... Eu não conseguiria ficar longe de você por muito tempo, estava louco de saudades... - Ele sussurrou, o abracei e ele apertou-me delicadamente, ficamos assim
alguns segundos, me soltei e o encarei.
_ Como esta sua mãe. - Perguntei buscando seu olhar, e ele balançou a cabeça negativamente.
_ Ela faleceu ontem... Els eu... - Coloquei um dedo em seus labios e neguei.
_ Tudo bem Hicc, posso esperar mais. - Ele assentiu e sorriu tristemente.
_ Eu queria poder leva-la daqui agora, e esquecermos que tudo isso um dia aconteceu, meu pai esta... Impossivel e diz um monte de coisas...
_ Ei, tudo bem, estamos juntos nessa. - Falei acariciando seu rosto.
_ Como sempre estaremos, eu,você - Ele olhou para trás quando banguela fez um pequeno ruido.
_ E o banguela. - Ele falou sorrindo, ri e concordei.
_ Te trouxe algo. - Ele falou e apalpou o bolso procurando por algo, ele retirou um caderno do bolso e timidamente
o estendeu para mim.
_ Eu venho fazendo estes desenhos a anos. - Ele falou, abri o caderno e folheei o mesmo, mal contive as lagrimas, eram todos desenhos meus
desde quando eu era pequena.
_ São... São lindos! Eu amei, Hicc - Falei sorrindo.
_ Eu posso ficar com eles? - Perguntei e ele concordou, peguei sua mão e sorri.
_ Obrigada. - Agradeci e dei um selinho nele, o mesmo me olhou atordoado, olhei para baixo corada, nunca tinha beijado ninguem
antes, será que eu tinha feito algo errado...?
_ E-eu... - Não tive tempo de falar pois o mesmo enlaçou minha cintura e encarou-me nós olhos, ele olhou para minha boca e beijou-me lentamente
sem pressa como se o tempo não existi-se para nós, levei minhas mãos ao seu cabelo e o puxei para mim.
_ Hey ja disse como você fica linda corada? - Ele perguntou após nos separarmos. Sorri com o seu comentario e o dei varios selinhos.
_ Agora você precisa ir embora. - Pedi e ele fez cara de cachorrinho sem dono.
_ Ah não Els. - Pediu juntando as mãos enquanto eu o empurrava para forá.
_ Vai hicc. - Pedi quando ouvi ruidos no andar debaixo.
_ Mais, ta só mais um beijo- Ele pediu erguendo um dedo. Ri e o beijei, de novo e de novo.
_ Agora você vai. - Falei e ele riu.
_ Vou mais amanhã eu venho minha princesa. - Ele falou dando me um beijo na testa.
_ Durma bem, lembre-se de mim. - Falou brincando enquanto saia.
_ Bobo. - Falei rindo e fechei a porta, corri para minha cama e deitei-me apertei o caderno contra o peito e fechei os olhos enquanto ouvia
as batidas de asas do lado de fora, aquela concerteza foi uma das melhores noites da minha vida em anos.